Numa passagem pela Senhora da Esperança em Torre de Moncorvo, deparei com duas pessoas a apanhar azedas junto a um muro, pois são muitos os que apanham azedas para salada e confecção de sopas.
"As azedas pertencem à família das Poligonáceas (Rumex acetosa). Existem muitas junto aos muros. Colhem-se as folhas novas antes da floração, uma a uma. Quanto mais frequentemente se fizer esta apanha, tanto mais forte será a nova folhagem da planta. As folhas consomem-se frescas, porque quando secam perdem quase por completo as suas virtudes como condimento.
As azedas crescem em qualquer terra de horta e nas paredes dos muros. As azedas cultivadas reproduzem-se por semente. Consegue-se uma colheita mais rápida, mediante a divisão de rizomas velhos no Outono e na Primavera. Na Primavera deve cavar-se o solo entre as fileiras, e deve mudar-se de terreno, de três em três anos.
Composição - As azedas contém aproximadamente 1 % de ácido oxálico, assim como oxalato de potássio, gordura, muita vitamina C, ácido salícico, cálcio, ferro, manganês, ácido crisofânico, fitosterol e óleo essencial.
Emprego como planta medicinal - O elevado teor de vitamina C faz desta planta, sobretudo fresca, um remédio no escorbuto e demais manifestações de insuficiência de vitamina C, como as hemorragias e a tendência para as ter. Devido ao seu teor em emodina e ácido crisofânico, esta planta é também um excitante para a actividade do intestino grosso e, por conseguinte, para o tratamento da atoma intestinal com prisão de ventre. Como a planta forma combinações orgânicas de ferro, fomenta a formação do sangue, sobretudo na medula vermelha. É promissor o seu emprego nos casos de anemia. O consumo prolongado e frequente de azedas pode tornar-se prejudicial, sobretudo para os rins e para o coração. Emprego como condimento - As azedas empregam-se como salada e na confecção de sopas."
Nota: Na apanha das azedas, deve-se ter em atenção o local onde se colhem, pois existem muitos locais onde estas se produzem que são sujeitos a curas com herbicidas.