Chama-se "Moeda de Troika". É um programa que passa na RTP I aos domingos à noite. Os convivas são o Herman, a Rita Ferro e uma barbie patetita, tanto quanto sei ligada à moda, mas cujo nome ignoro. Os primeiros fazem as despesas da conversa e marcam o ritmo do programa. Nota-se que ignoram militantemente a terceira. Que de vez em quando "entra" na conversa. E como? Emitindo inanidades diversas, umas vezes repetindo o que ouve, outras fazendo comentários à propos. Num registo de jovialidade esforçada, cujo trade off com algum vestígio de inteligência é mais do que remoto. E faz isto enquanto mexe as pestanas falsas e abana discretamente o decote. Ou seja, Herman e Rita "fazem" o programa. A nossa barbie decora-o. Os primeiros, com polidez, fazem de conta que ela não existe. A segunda valida a sua existência com uns esparsos sms vocais. "Escritos" no jargão apropriado.
Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.
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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
O viajante é quem mais ordena
Algumas notas, ainda a propósito da recente emissão do programa "O Humor e a Cidade", de José de Pina, dedicado à Guarda, objecto da postagem anterior. Já vi por aí alguns comentários a propósito de o humorista não ter ido aqui e acolá, nomeadamente à Sé. Até já vi questionado o facto de ter ido a Belmonte. Vamos por partes. Esta última objecção reflecte um dos lastros crónicos na mentalidade local: o paroquialismo, as guerras dos "castelinhos", ou das capelinhas, se quiserem. Ou seja, uma visão empobrecedora do que deveria ser uma autêntica dinâmica regional. Conseguida graças a uma composição harmónica das diferenças e não da sua oposição. A primeira crítica, por sua vez, ilustra uma postura territorial e proprietária, muito própria do beirão, mas que abunda em excesso por aqui. Como se a cidade e a Sé fossem "nossas"! Sim, claro, são-no inteiramente, mas só na poesia. Quanto ao resto, quer vivendo ou não na Guarda, pode-se e deve-se certamente amá-la, querer o melhor para ela. Mas sempre na posição de quem usufrui de um espaço urbano como um privilégio. De quem "está" nele numa feliz passagem. E no caso do património, como um depositário do seu significado e da sua integridade. Sejam os cidadãos ou, muito especialmente, as instituições a quem incumbe esse papel, a cumprir esse desígnio. Portanto, a Guarda não é "nossa". É da humanidade. Tal como foi das gerações passadas e sê-lo-á das futuras. Cabe-nos somente assegurar que assim seja.
Relativamente às opções seguidas no programa e que mereceram as críticas referidas, há algo mais a adiantar e que serve para ambas. Tudo me leva a crer que José de Pina, quando vai a esta ou aquela localidade, já leva o "guião" do programa na sacola. Ou seja, os temas e motivos a abordar já estão previamente definidos. Obviamente que, se o guião já vai feito, o roteiro é alinhado no terreno, como se compreende. Sobretudo quando se trata de visitar determinado restaurante ou estabelecimento nocturno. Mas a trama essencial já vai montada. E nem podia ser de outra forma. O viajante é soberano na sua deambulação. É essa a sua marca genética. Mesmo que, como no caso deste programa, se detecte um padrão nas visitas: idas a restaurantes, uma ou outra particularidade local, seja um monumento, uma tradição ou um simples objecto, muita subjectividade, informalidade, uma incursão pela vida nocturna, etc. Como se vê, o "programa de festas" está longe de corresponder ao de uma abordagem convencional, didáctica, exaustiva, com alguma solenidade pelo meio. É antes uma errância descontraída, bem humorada e naif pelos locais eleitos, mesmo que frequentemente crítica. Ao melhor estilo dos programas congéneres dos canais temáticos de viagens.
Relativamente às opções seguidas no programa e que mereceram as críticas referidas, há algo mais a adiantar e que serve para ambas. Tudo me leva a crer que José de Pina, quando vai a esta ou aquela localidade, já leva o "guião" do programa na sacola. Ou seja, os temas e motivos a abordar já estão previamente definidos. Obviamente que, se o guião já vai feito, o roteiro é alinhado no terreno, como se compreende. Sobretudo quando se trata de visitar determinado restaurante ou estabelecimento nocturno. Mas a trama essencial já vai montada. E nem podia ser de outra forma. O viajante é soberano na sua deambulação. É essa a sua marca genética. Mesmo que, como no caso deste programa, se detecte um padrão nas visitas: idas a restaurantes, uma ou outra particularidade local, seja um monumento, uma tradição ou um simples objecto, muita subjectividade, informalidade, uma incursão pela vida nocturna, etc. Como se vê, o "programa de festas" está longe de corresponder ao de uma abordagem convencional, didáctica, exaustiva, com alguma solenidade pelo meio. É antes uma errância descontraída, bem humorada e naif pelos locais eleitos, mesmo que frequentemente crítica. Ao melhor estilo dos programas congéneres dos canais temáticos de viagens.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
José de Pina na Guarda
Costumo acompanhar esta excelente rubrica. Desta vez, o "routard" Pina veio até à Guarda, com uma incursão a Belmonte. É caso para dizer que já cá tardava. O pior foi o índice de triglicéridos, no final. E mais não digo...
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
A tal aldeia
Há dias, no seu excelente programa "Ponto Contraponto" (SIC N), Pacheco Pereira apresentou uma insólita estatística sobre as redes sociais, pretendendo com isso vislumbrar uma "Luta de Classes" nesse universo. A ideia consistiu em que o Facebook é território dos mais jovens e desqualificados. Sendo o Twitter uma coutada dos mais velhos e que dele fazem uma utilização mais profissional. Palavra que não sei onde JPP foi buscar conclusão tão disparatada. É verdade que o Twitter, após o pico de popularidade em 2008 e 2009, já passou de moda. Hoje praticamente só é utilizado em circuitos jornalísticos e académicos. Funcionando essencialmente como um alimentador de feeds, em ambientes muito específicos. Em rigor, nem sequer deveria ser chamado de rede social. Este espaço está hoje, em grande medida, ocupado pelo Facebook, o verdadeiro blockbuster das social network. Se esta rede fosse um país, os seus cerca de 600 milhões de “habitantes” fariam dele um dos países mais povoados do mundo! No entanto, continua uma incógnita saber até que ponto esta desenfreada adesão às Redes Sociais não sofrerá do Síndrome da Bolha que afectou muitas startups tecnológicas em finais da década de 90. Talvez esta questão fosse mais interessante de abordar do que estatísticas obsoletas.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Pólvora seca
Há dias, passou uma emissão do conhecido Jay Leno show, onde a convidada principal foi Cameron Diaz. Nem de propósito, pois tinha acabado de ver o "seu" penúltimo filme, "Dia e Noite" ("Knight and Day"), onde contracena com Tom Cruise. A entrevista propriamente dita foi algo desinteressante, por muito que o apresentador tentasse "animar" a plateia. A páginas tantas, depois de umas remexidelas langorosas na cadeira, a actriz revelou a sua faceta desportiva, no segmento radical. Nem mais. A voz emprestada da Princesa Fiona no "Shrek para Sempre" deu então um arzinho da sua graça. Ao confessar a sua predilecção por desportos náuticos. De preferência longe da costa, mas com ela à vista, não vá o diabo tece-las. Altura para o escriba aqui fazer um trocadilho engraçadote e bem apropriado entre cabotagem e cabotinismo, o que dá algo parecido com "cabotinagem"... Mas adiante. Ao longo dessa parte da conversa, proezas marítimas à parte, a actriz lá ia fazendo umas insinuações sobre fotografias suas em bikini. Sendo que não permitiu que Leno mostrasse uma delas no programa, facto que não deixou de sublinhar. Oportunidade para referir outras fotografias, very special, onde aparecia em trajes menoríssimos e que tinham grande procura junto do público, segundo a própria. Isto enquanto se meneava com ar deliciado, de uma sonsice católica, à mistura com uns trejeitos impostos pelo star system, mas notoriamente pouco credíveis. Do tipo: "queriam ver mamocas e o meu rabiosque, queriam?" "Isso é que era!" "Tendes muito que pedalar!" "Olhem que eu sou virtuosa nos dias ímpares, vale?" "Nos outros logo se vê..." Percebi nesse momento a razão de ser do "diaz" no seu nome, sabendo-se que o pai da actriz é cubano. Mas nada de confusões. Pruridos étnicos estão de fora nesta redacção. O que me traz aqui é a evidência de uma herança cultural ibérica, visível, ainda que de forma extremamente subtil, na linguagem (em sentido amplo) da actriz. Ou seja, a marca de um pudor não assumido completamente, de um jogo de sombras ambíguo, cujo poderoso erotismo, em vez de impregnar os sentidos, é destruído, em última instância, pela competência atlética exibida por quem dele deveria ser o centro.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Lembrete
Logo à noite, no programa "Prós & Contras", na RTP1, irão estar frente a frente (ou lado a lado, embora a primeira opção seja mais estimulante) José Gil e Eduardo Lourenço. Ir-se-á discutir o futuro de Portugal, sob o tema "Novos Horizontes" (designação kitsch até dizer chega, mas o que é que se há-se fazer?). Graças à presença dos dois pensadores, já valerá a pena uma espreitadela. A emissão começa por volta das 22.30H.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Dá cá o meo
Lembram-se quando o serviço Meo deu os primeiros passos? A "revolução na distribuição multimédia", a "nova geração", o "futuro a sério", etc. Slogans martelados com insistência pelos "Gato Fedorento". Lembram-se? Pois bem, é inegável que o serviço acrescentou funcionalidades de peso. No entanto, em termos de assistência, é igual ou pior do que a concorrência... Recentemente, tive conhecimento do caso de um assinante que viu o fornecimento do serviço suspenso desde 22 de Dezembro. Situação que se mantém, apesar de já ter reportado várias vezes o sucedido e de ter pretendido resolver o assunto directamente num balcão. Portanto, já sabem, pensem duas vezes antes de...
terça-feira, 21 de abril de 2009
A Europa por um canudo
Pelo que se viu ontem no programa "Prós e Contras", a campanha eleitoral para o Parlamento Europeu irá ficar para a história como das mais bocejantes e vazias de que há memória. Os tópicos de discussão não vão além dos lugares comuns. Da troca de galhardetes. Mas passemos ao debate na especialidade. A inevitável Ilda Figueiredo lá vai debitando a ladainha dos horrores que, segundo os comunistas, assombrarão ad eternum o país. A encenação é tão má que a candidata mais parece estar a vender senhas para o sorteio do carro da associação dos ceguinhos. O cabeça de lista do PP teve um momento feliz, quando anunciou que, dos milhões do QREN com que Portugal foi contemplado, só para uma infima percentagem tinham sido até agora apresentadas candidaturas em Bruxelas. Por sua vez, Miguel Portas esteve em geral à altura dos seus pergaminhos. Embora ideologicamente distante, simpatizo com o personagem. Rangel, por sua vez, esteve qb. Mas é sobre Vital Moreira que me queria alongar. Apesar da consideração intelectual e académica que o Professor coimbrão me merece - a Constituição anotada de que é co-autor ainda hoja é a minha "bíblia" nesse ramo jurídico - a sua prestação eleitoral, pelo que tenho visto até agora, prevejo que irá ser um fracasso. Para já, a imagem não ajuda. Mas isso é o menos. Um toque de "avô cantigas" até pode criar alguma empatia nos indecisos. O problema é o seu discurso. No qual utiliza algumas técnicas de guerrilha e brainstorming herdadas da passagem pelo PCP. V.M., à semelhança da esquerda tradicional, não quer esperar pelo veredicto da História. Sobretudo quando se trata de enaltecer os seus méritos de resistente. Já se viu isso na questão da mordaça, lançada por Rangel. Vital apareceu logo colocando-se no pedestal do combatente, munido da característica superioridade moral do "eu é que conheci mordaças", "eu é que sei o que isso é", "tenho o cinturão negro de combatente anti-façista, querem ver, querem?", "vejam lá se querem levar uns golpes!", "quantos são, quantos são? Com este bigodinho de tomador de bicas e devorador de jornais ainda chego para eles!" "respeitinho que a mim ninguém me dá lições de mordaças!". E por aí adiante. Como se nota, uma variante do "eu é que sou o plesidente da Junta", na sub-espécie "rtp memória". Ó homem, espere pela História! Decerto ficará na galeria de opositores a esse regime estúpido e iníquo! Mas tenha calma, tá bem? Não gaste as munições por dá cá aquela palha! E pronto, da minha parte adivinha-se um belo dia de praia em Junho.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
TV Shop
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