Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.

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terça-feira, 23 de junho de 2009

O teatro dos sonhos (1)

1. Lusco fusco é um termo bem curioso, hermético e intraduzível quanto baste. Daqueles que põe a cabeça em água a um aprendiz da nossa língua, ou a alguém pouco familiarizado com ela . À primeira vista, assemelha-se mais a uma palavra romena ou, até mesmo, a uma cidade azteca. Tecnicamente, designa o período do crepúsculo nocturno. Todavia, parece prolongá-lo, estendê-lo amorosamente, até ao momento em que o dia se faz noite. Uma transição celebrada por poetas, músicos e entusiastas do sobrenatural. E que, embora seja tradicionalmente associada a um fim épico, também pode evocar o início de um ciclo. Ou seja, uma espécie de "raio verde" da luminosidade, onde o encantamento, o desejo ou a invocação formulada se podem prolongar, ao invés do que acontece no momento em que o último raio solar repousa sobre a terra.
2. A Associação Luzku-Fuzku é uma comunidade que desenvolve acções de ordem ambiental, holístico e inclusivo. Está sedeada na Quinta do Dionísio, junto à povoação dos Trinta, concelho da Guarda. Num local privilegiado, o que é dizer pouco. Ou seja, num recanto verdejante do curso do Mondego superior, a montante do açude do Pateiro, ladeado de catanheiros e choupos. No âmbito do projecto "Ecompanhamento", com início em 2008, promoveu a construção orgânica de um "Teatrinho em Fardos de Palha", para além de várias casas de banho e chuveiros ecológicos, de um Yurt e de um retiro em barro. Ora, esse pequeno teatro foi inaugurado no domingo, recebendo a designação de "Salamandra". O programa incluía um percurso pedestre, lanche, tertúlia e uma sessão musical, a cargo de Gustavo Delgado e João Pedro Delgado nos violinos. A actividade teve o apoio do TMG. O edifício, com cerca de 12 m de comprimento e 3 de largura máxima, foi construído com materiais orgânicos: palha, madeira e barro. As paredes são de palha e, no topo, de ripas de madeira. Logo que o vigamento do telhado esteja assente, a palha será rebocada com uma camada de barro, o que melhorará muito a acústica. No lado que dá para o rio, há várias aberturas que fazem lembrar as vigias de uma embarcação. O tecto, muito parecido com o das pequenas igrejas nórdicas medievais, é formado por placas de madeira sobrepostas. No topo do espaço destinado ao palco há um pequeno vitral. Por sua vez, os espectadores, sentados em fardos de palha com um saco de serapilheira em cima, estão dispostos ao longo das paredes, frente a frente. Embora pensado como teatro, o espaço terá, naturalmente, uma utilização polivalente. Podendo servir, para além de outros espectáculos, como local de reuniões, ateliers, projecção de audiovisuais, etc. Poderão encontrar a seguir algumas das imagens registadas na ocasião.

O teatro dos sonhos (2)








O teatro dos sonhos (3)



terça-feira, 18 de março de 2008

Magister dixit

Ontem, na Antena 1, emissão regional de Coimbra, foi entrevistado um Professor daquela Universidade, creio que geógrafo. A tese trazida pelo académico era, basicamente, a refutação da existência de qualquer fenómeno de aquecimento global, devido a causas não naturais. Segundo ele, as estatísticas demonstram que as condições climáticas sofrem alterações cíclicas e relativamente duradouras; que o eixo da Terra não é fixo; que os vikings povoaram a Gronelândia numa altura em que havia ali um clima temperado, após o que tiveram de abandonar o território, devido à chegada de um período de glaciação; que o nível do mar subiu somente 25 cm no último século; que há notícia de as calotes terem derretido em épocas geológicas distantes; que o aquecimento se centra nas cidades, etc. Segundo o eminente professor, podemos estar pois tranquilos. E as imagens dos ursos polares a afogarem-se por falta de gelo, o avanço dramático do mar em certos pontos da costa e os níveis alarmantes de CO 2 na atmosfera? Bah, tudo não passa, segundo ele, de um fait divers de ignorantes para entreter outros ignorantes. Porque o arauto da verdade, de toda a verdade, é ele, a sumidade coimbrã, com aqueles típicos tiques escolásticos que ditam a genuflexão e ordenam a reverência da populaça. Confesso que esta postura, se fica bem no imaginário e na tradição, é irreconciliável com a ciência. Adiante. Sobre esta polémica, gostaria de dizer o seguinte. Não sou cientista nem possuo informações que permitam uma posição consistente. Mas sou por natureza um duvidador metódico. Sei que a existência do aquecimento global não é consensual na comunidade científica. Trata-se de uma hipótese séria e perfilhada, com várias nuances, pela generalidade dos cientistas. Não é ainda uma certeza, mas anda lá perto. Curiosamente, segundo li no Courrier International, praticamente todos os investigadores paladinos do negacionismo são financiados pelas multinacionais a quem o negócio já começou a "correr mal". Precisamente por causa destas "insignificâncias" lançadas pelos ecologistas. Perceberam, ou é preciso fazer um desenho?

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

O que a RTP não mostrou



cortesia Welcome to Elsinore

Este ano arderam 5 000 hectares de floresta no Parque Nacional da Peneda Gerês. Algumas áreas situadas em zonas consideradas muito sensíveis, no que toca à biodiversidade. De que a zona do Mezio é um exemplo.
A propósito, há uns anos atrás, numa altura em que ainda era permitido acampar na Portela do Mezio, estive lá uma semana. Descobrir os carvalhais em volta, as brandas (pastagens de montanha vedadas com lajes), os monumentos pré-históricos, a aldeia do Soajo, foi simplesmente inesquecível.
Eis algumas imagens da tragédia que a RTP praticamente esqueceu, graças às alegadas recomendações do Primeiro-Ministro para não "alarmar" o País e justificar os milhões gastos na prevenção dos incêndios florestais.

terça-feira, 14 de março de 2006


FALTAM 15 DIAS!...

A "caçada" (se é que se pode assim chamar) de focas anual do Canadá é a maior carnificina de mamíferos marinhos do planeta. É também a mais cruel. No fim deste mês, pescadores do Atlântico Norte vão invadir os bancos de gelo para matar focas bebés a tiro e à paulada, apenas para ganharem alguns dólares extra com as suas peles.A maior parte destas focas está indefesa.
O ano passado, 98.5% das focas abatidas tinham dois meses de idade ou menos ainda...Por favor, ajude a acabar com esta barbaridade.O Canadá não necessita deste cartão de visita.Envie uma mensagem ao PM canadiano (click no selo)
E não se esqueça de assinar a petição (na bandeira)!