Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.

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sábado, 24 de dezembro de 2011

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal


Feliz Natal,
Schoene Weihnachten,
Merry Christmas,
Joyeux Noël,
Buon Natale,
Feliz Navidad,

sábado, 26 de dezembro de 2009

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Feliz Natal


"It´s a Wonderful Life" (1946), de Frank Capra, com James Stewart e Donna Reed

Soltas de Natal

1. Como vem sendo hábito, vim passar o Natal a Lisboa. Ontem à tarde, o circuito começou com uma visita (de trenó ?) ao espaço comercial de uma conhecida multinacional sueca. O quê? Então o Pai Natal não vem da Lapónia ou lá o que é? Depois, mais tarde, consegui diluir-me, se é que isso ainda era possível, na chuva abundante e nas desvairadas gentes que pululavam, frementes, na zona do Chiado. Enchendo as lojas e as pastelarias como já não via há muito. Talvez o stress pós traumático da crise económica explique esta febre. Talvez.
2. Depois de uma passagem pela nova livraria da "Assírio & Alvim" (a FNAC estava impossível) e mais nalguns locais do costume, dei por mim na "Sisley". A arrastar a asa a um casaco parecido com o do Corto Maltese. E ansiando que, daqui a uns dias, os saldos façam milagres. No final, claro, veio o créme de la créme. Ou seja, uma visitinha à "First Flush", uma extraordinária loja de chás na Rua do Crucifixo. Em verdade vos digo, o que se passa lá dentro é poesia pura. Já explico. Para melhor cirandar pelas várias latas onde estão guardados os tesouros, "requisitei" uma empregada que, a pedido, as ia abrindo. Sucediam-se os Pu' er do Yunnan, simples ou aromatizados (é pena este produto, que é bebida nacional no Tibete, misturado com manteiga de yaque, não ser comercializado em discos prensados, como na origem), o Lapsang Souchong, o Gyokuro e o Houjicha do Japão, os Darjeeling da Índia, o Ooloong com Ginseng, alguns roiboos, o verde Pi Lo Chun, os blended russos, o Gun Powder, o Long Jing... A rapariga, à medida que abria as latas, descrevia com elas um gesto subtil, de uma elegância digna de nota, afim de impregnar o ar com a fragrância do conteúdo. No seguimento, o meu comentário era feito com a cabeça em movimento, volteando no vazio como numa dança dos sufis. O nariz no rasto do aroma que ia ficando. Ou, o mesmo é dizer, da doce ilusão, a que tudo se resumia, naqueles instantes. Poderia ser de outra forma?
3. Ao contrário do que muitos julgam, a cultura e o conhecimento não são simples adornos. Quando evoco no meu íntimo as imagens e as impressões que ficaram de um livro, de um filme ou de um concerto, tomo-as como instrumentos que encorajam a clareza, a proximidade, o músculo interpretativo. Companheiros de viagem que ajudam a errar melhor (grande Beckett), a encontrar os ditosos ruídos que não foram convidados para a festa, a isolar a esperança quando ela se torna simples espera, a instalar-me no mundo para melhor o aceitar. Mais cedo ou mais tarde, tudo isso acaba por ser para os outros. Poderia ser de outra forma?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Menos que Natal

Algures no pó irisado da memória, chega o lugar da gratidão. Por aqueles que nos amaram (poucos, após esticar o balanço com honestidade, mas vendo bem são esses que contam). Por aqueles que não o souberam ou eu não soube. Pelos erros que tão bem denunciaram o caminho. Pelos outros que não passaram de hesitações. Pelas palavras que esperaram por mim, dividido entre o orgulho e a queda. Pelo consolo da ronda à volta do claustro, escutando a brisa a baixar do grande vazio. Pelo fogo que triunfou, por vezes, no cume da insurreição e das sombras. Pelas cinzas que foram ficando, como uma almofada do tempo. Pelos caminhos só ainda depois caminhos. Pela assembleia de convidados que o vento trouxe e o vento dissipou. Pelo orgulho que tudo rasgou. Pela música que não deixa esquecer. Pelos céus de van gogh. Pela poeira onde tudo se irá resumir. E brilhar.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Da vida das marionetas

Tenho saudades dos verdadeiros cartões de boas festas. A maioria com grafismo kitsch, é certo. Não obstante, havia neles uma materialidade piedosa, sincera. Cheiravam a cola, tinham erros, um destinatário certo. Não eram simples impulsos virtuais, mas o sinal de um esforço, de um elo que se robustecia, de um potlach postal onde a generosidade não era palavra vã. Tudo isto desapareceu. Agora valem as "mensagens" de natal, que entopem as caixas de correio electrónico e a memória dos telemóveis. Ao spam das boas práticas comerciais, juntam-se as mensagens individuais de gente pouco recomendável, que assim alivia a sua má consciência. A verdadeira generosidade está ausente, é claro. É que as pessoas já não dialogam. Estamos cada vez mais despojados de tempo para os outros e para nós próprios. Comunicamos cada vez menos. As tecnologias, ao estimularem a preguiça, vieram potenciar o frenesi consumista nas nossas vidas. A realidade dá muito trabalho: visitar os outros, procurá-los nesta quadra propícia, escrever-lhes umas linhas num papel, metê-lo num envelope e depositá-lo numa caixa de correio é quase uma blasfémia. Com os sms e os e-mails vamos dando corda ao vazio, até à queda final.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Notas de Natal

1. Até que nem fica mal agradecer aos 10 visitadores extraordinários deste blogue no dia de Natal. Não sei o que os terá trazido por aqui, mesmo sabendo que as auto-estradas da blogosfera são imprevisíveis. O tédio, a solidão, a irreverência, a curiosidade? Podia ser. Ou não. Quem sabe?
2. Li algures que uma cadeia de hotéis inglesa oferecia a estadia, incluindo ceia de consoada e almoço de Natal, ao casal que se apresentasse no dia 24 e cujos nomes fossem Maria e José. Nem imagino o que aconteceria se uma unidade hoteleira nacional tivesse a mesma ideia...
3. Daqui a pouco, irei finalmente ao CCB ver a colecção berárdica. Afinal, os impostos que pagamos deverão servir para alguma coisa...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Da vida das marionetas

Tenho saudades dos verdadeiros cartões de boas festas. A maioria com grafismo kitsch, é certo. Não obstante, havia neles uma materialidade piedosa, sincera. Cheiravam a cola, tinham erros, um destinatário certo. Não eram simples impulsos virtuais, mas o sinal de um esforço, de um elo que se robustecia, de um potlach postal onde a generosidade não era palavra vã. Tudo isto desapareceu. Agora valem as "mensagens" de natal, que entopem as caixas de correio electrónico e a memória dos telemóveis. Ao spam das boas práticas comerciais, juntam-se as mensagens individuais de gente pouco recomendável, que assim alivia a sua má consciência. A verdadeira generosidade está ausente, é claro. É que as pessoas já não dialogam. Estamos cada vez mais despojados de tempo para os outros e para nós próprios. Comunicamos cada vez menos. As tecnologias, ao estimularem a preguiça, vieram potenciar o frenesi consumista nas nossas vidas. A realidade dá muito trabalho: visitar os outros, procurá-los nesta quadra propícia, escrever-lhes umas linhas num papel, metê-lo num envelope e depositá-lo numa caixa de correio é quase uma blasfémia. Com os sms e os e-mails vamos dando corda ao vazio, até à queda final.