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sexta-feira, 10 de julho de 2009

REFLEXÃO - Sucesso e Sucesso

"O caminho mais curto para o sucesso é sempre tentar mais uma vez."
Thomas Edison


Há algum tempo postei uma interessante história de Thomas Edison e essa citação anterior tem muito do que existiu naquela situação e tem conexão com o que vislumbrei hoje para minha postagem: o que é sucesso? se é feliz com ele, sem ele? existe um preço a pagar? sucesso independe de glamour e dinheiro? é possível ter sucesso em todos os aspectos da vida, inclusive nos pessoais?
Atualmente o mundo tem visto noticiar insistentemente a trajetória do rei do pop Michael Jackson. Também ele teve sua história de sucesso, porém, agregada aos infortúnios da vida particular, que iniciou logo na infância e culminou no uso desregrado daquilo que o mataria ainda jovem, afinal, há tantos exemplos de celebridades que já passaram dos 50, 60, 70 e por aí afora, não? Pena mesmo um talento daquela magnitude ter ficado pelo caminho.
Acredito eu, a geração que o acompanhou em sua ascensão, sentindo o impacto de seus altos e baixos e o viu terminar de modo súbito e, aparentemente, evitável (a morte muitas vezes é assim, sempre se quer justificá-la até que se converta, de algum modo, em vida novamente, até que a dor alivie aqui dentro...) deve questionar muito o que houve, passei por isso com minha mãe e não é estranho entender o choro dos fãs, até o desespero de alguns.
É compreensível a dor, não a menosprezo. Dor e sentimento não se mensuram, por isso muitos desencontros entre nós, seres humanos, tão frágeis, tão complexos, tão fortes... por isso MJ, talvez, em minha pobre filosofia, tenha se perdido e tenha tentado se encontrar sem sucesso. Talvez, por isso mesmo, seu talento musical, a arte de inovar na dança e dominar um palco como poucos tenha se tornado uma espécie de bandeira a encobrir dores e sentimentos. Seus feitos em prol de minorias necessitadas ficam de exemplo para os que podem ajudar mais e nunca o fazem e para os que criticam aqueles que ajudam: não fez mais que obrigação!
Nunca fui dessas que teve um ídolo que me fizesse arrancar os cabelos da cabeça, gritar enlouquecida em meio à multidão e todo tipo de fanatismo que se nota entre várias pessoas. Admito que gosto das músicas e da irreverência com que Michael Jackson se apresentava, cheguei até a usar um de seus clipes "Earth Song" numa de minhas aulas de estágio de Inglês.
Por entre noticiários e outros programas de TV pude notar o mito em que se tornou o referido cantor, e deixando especulações de todo tipo à parte, pude sentir a tristeza junto da família (tão cheia de defeitos como todas as nossas!) e todo sentimento compartilhado pelos amigos. Ali não havia apenas o sentimento de ausência de uma voz de sucesso que se cala diante do microfone e dos holofotes, havia muito mais, havia o choro dos filhos, dos irmãos, das amizades, que bem ou mal, viveram uma história juntos, muito diferente da relação fã e ídolo, compreende? Ídolos vão e vêm, os substituímos, trocamos por novos e, mesmo sofrendo agora, amanhã a vida prossegue porque essa relação se mantém no consumo dos DVDs, dos CDs e de toda coisa que se possa apalpar para matar a saudade. Não discuto aqui o amor dos fãs, é inegável que eles o tornaram no ícone mundial da música pop, refiro-me neste ponto à proximidade, à vivência. Pai, irmão, amigo: era o outro lado ofuscado pelo talento musical e pelas excentricidades de MJ, apesar de toda controvérsia que foi sua vida nos últimos anos, deixa atrás de si essa impressão. Era gente! Não tão somente ídolo afinal! Eis porque o texto que segue abaixo inspirou essa breve reflexão.
Bom final de semana e Sucesso!

Sucesso e Sucesso

Os seres humanos, de modo geral, estão sempre muito preocupados em alcançar o sucesso.
O mundo convencionou que sucesso é o triunfo nos negócios, nas profissões, nas posições sociais, com destaque da personalidade, aplausos e honrarias.
Causam impacto as pessoas que desfilam no carro do poder. Despertam inveja a juventude elegante, a beleza física, os jogos do prazer imediato.
Produzem emoções fortes as conquistas dos lugares de relevo e projeção na política, na sociedade.
Inspiram mágoas aqueles que parecem triunfar na glória e êxito terrestres...
Esse sucesso, porém, é de efêmera duração.
Todos passam pelo rio do tempo e transformam-se.
Risos se convertem em lágrimas...
Primazias cedem lugar ao abandono...
Bajulações são substituídas pelo desprezo...
Beleza e juventude são alteradas pelos sinais da dor, do desgaste e do envelhecimento.
O indivíduo que luta pela projeção exterior, sofre solidão, vazio, frustrações e tédio. Aquele tido pela sociedade como uma pessoa de sucesso não é, necessariamente, uma pessoa feliz.
Todavia, muitos perseguem esse sucesso com sofreguidão, e para mantê-lo desgastam-se emocionalmente, inspiram ódios, guerras surdas ou declaradas, acumulam desgostos.
Entretanto, há outro sucesso efetivo e duradouro que os homens têm esquecido: é a vitória sobre si mesmo e sobre as paixões primitivas.
Dessa conquista ninguém toma conhecimento. Mas a pessoa que a busca, sente-se vencedora por dominar-se a si mesma, alterando o temperamento, as emoções degradantes, e sente a paz disso decorrente.
O indivíduo que experimenta o sucesso interno torna-se gentil, afável, irradiando bondade, e conquista em profundidade, aqueles que dele se acercam.
Quando, no entanto, é externo esse triunfo, a pessoa torna-se ruidosa, impondo preocupação para manter o status, chamar a atenção, atrair os refletores da fama.
O sucesso sobre si mesmo acentua a harmonia e aumenta a alegria do ser, que se candidata a contribuir em favor do grupo social mais equilibrado e feliz, levando o indivíduo a doar-se.
O sucesso de Júlio César, conquistador do mundo, entrando em Roma em carro dourado e sob aplausos da multidão, não o isentou do punhal de Brutus nas escadarias do senado.
O sucesso de Nero, suas conquistas e vilezas, não o impediram da morte infamante a que se entregou desesperado.
O sucesso de Hitler, em batalhas cruéis nos campos da Europa e da África, não alterou a sua covardia moral, que o conduziu ao suicídio vergonhoso.
O sucesso, porém, de Gandhi, -lo enfrentar a morte proferindo o nome de Deus.
O sucesso de Pasteur auxiliou-o a aceitar a tuberculose com serenidade.
O sucesso dos mártires, dos cientistas e pensadores, dos artistas e cidadãos que amaram, ofereceu-lhes resistência para suportarem as afrontas e crueldades com espírito de abnegação, de coragem e de fé.
Sem que nos alienemos do mundo, ou abandonemos a luta do convívio social, busquemos o sucesso - a vida correta, os valores de manutenção do lar e da família, o brilho da inteligência, da arte e do amor - e descobriremos que, nesse afã, teremos tempo e motivo para o outro sucesso, o de natureza interior


Fonte da imagem: Google

Fonte do texto: www.momento.com.br