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terça-feira, 19 de junho de 2012

Caranguejo “Eu Construo uma casa iluminada, e aí construo a minha morada”




O Solstício em Junho (no dia 20 ou 21) é o instante marca o início do Verão no Hemisfério Norte, a entrada do Sol no signo de Caranguejo. É interessante verificar que nos solstícios se celebram duas importantes festas Cristãs; no de Verão a de São João Baptista (para o Cristianismo São João é o testemunho da Luz, introduz o baptismo) e no de Inverno, o Natal, o nascimento de Jesus.
Caranguejo ou Câncer é o quarto signo do zodíaco e forma com Escorpião e Peixes a triplicidade dos signos da Água. É também um dos quatro signos cardeais, juntamente com Áries / Carneiro, Libra / Balança e Capricórnio.

Para os Caldeus e depois para os neoplatónicos, Caranguejo era o Portão dos Homens, por onde a Alma descia das esferas celestes para a encarnação (Liz Green – A Astrologia do destino).
Caranguejo é a primeira água, a água de onde todos vimos. É simbolicamente o ventre materno, a ligação umbilical a uma mãe que nos alimenta, nutre e protege. A ligação a uma “mãe” que nos devolve um sentimento de pertença. E é isso que em Caranguejo procuramos – pertencer. Procuramos o colo que nos nutra e segure.  É a nossa fundação emocional, os nossos padrões.... muitas vezes a sombra das dependências, dos instintos que nos levam a ser reactivos para obtermos alimento … amor.

Na água corre também memória e, por isso, em Caranguejo estão gravadas as emoções vividas em experiências anteriores – daí a sua ligação ao passado, à infância. Na água corre seiva… ADN… karma biológico que nos liga à família.
Caranguejo é sensibilidade, vulnerabilidade, fragilidade… e é aqui que encontramos a ligação ao crustáceo – a necessidade da carapaça, de andar para o lado ou para trás - puro instinto de protecção, de sobrevivência.

Há dois grandes ” cortes” na vida – primeiro com a Causa Primeira, com Deus - experiência de separação. Depois, o cordão umbilical, com a mãe - experiência de separação novamente. E é este profundo sentimento de perda que afinal todos queremos reparar. A necessidade de pertencer a alguma coisa, a procura de um Lar, vem da vontade de preencher uma perda, uma lacuna imensa que nos envolve e enrola, dissolvendo-nos na massa, afastando-nos do que mais procuramos - da ligação.
“Acredito que Câncer é levado a procurar essa fonte Divina: esse é o seu Daimon, imaginado tanto com o começo da vida antes da separação física e do nascimento, como o fim da vida quando a alma mais uma vez se funde com o Um. Assim, é tanto um anseio regressivo pelo ventre, como um anseio místico por Deus. É compreensível que a projecção desse símbolo primordial caia primeiramente sobre a mãe pessoal, e talvez seja por isso que ela tenha um aspecto tão poderoso na vida dos cancerianos, a despeito de ela ser ou não, na realidade e em qualquer sentido objectivo, tão poderosa. O “clássico complexo de mãe” do canceriano não diz respeito à mãe pessoal. É o primeiro estágio de um desdobramento gradual em direcção a uma fonte interior, embora em geral Câncer procure, em diferentes períodos da vida, essa fonte personificada numa pessoa “maternal”, homem ou mulher, que possa cuidar dele e livrá-lo do medo do isolamento e separação” (Liz Green – A Astrologia do Destino).
Enquanto não amadurecermos o arquétipo de Caranguejo em nós, seremos os eternos filhos à procura fora de nós, de quem nos nutra, proteja e segure. Criamos dependências emocionais, impedimentos ao nascimento de uma consciência individualizada, procurando realização num filho, numa mãe, numa família... numa tribo. Desresponsabilizamo-nos de encontrar em nós os alicerces da segurança que precisamos.
Caranguejo é a consciência de massa quando dominado pelo seu regente, a Lua. 


A Lua simboliza a nossa capacidade de sentir e de nos sintonizarmos com o meio ambiente. Representa a nossa vida emocional, o instinto e a auto preservação. Num Mapa Astrológico é símbolo do relacionamento com o feminino, com a imagem da mãe e com a procura de alimento (físico, psicológico, emocional).


O seu símbolo simboliza o vazio que falta preencher para chegar ao todo… carência… mas também receptividade. O semicírculo representa também a alma, o sentir, intuir.

No sistema solar, o Sol é central. Irradia luz, vida. No ser humano, a função que o Sol desempenha é a mesma, ou seja, é o centro integrador da consciência, gerador de luz. No mapa natal, o Sol ajuda-nos a tornarmo-nos nós próprios, é através dele que encontramos expressão. Se o Sol é o princípio masculino activo, Animus, a Lua é o princípio feminino passivo, Anima. Sol e Lua, símbolos da dualidade; dia/noite, feminino/masculino, consciente/inconsciente, activo/passivo, emanador/receptor…

A sua natureza mutável, cíclica, ligou-a desde sempre à ideia de um mundo sempre em movimento, inconstante, ao arquétipo feminino, à maternidade, ao alimento, às emoções e aos afectos. A lua é receptiva e passiva por natureza, não tem luz própria, reflecte a luz solar e serve de mediador entre o Sol e a Terra. A sua natureza nocturna conectou-a com a escuridão, medo, sombra, reserva, perigo. Por isso, num mapa natal, a Lua representa também os nossos medos profundos e os padrões instintivos de comportamento reactivo que adoptamos quando nos encontramos em circunstâncias que põem em causa a nossa segurança emocional. O nosso sistema de segurança emocional, auto-preservação, constitui-se na infância – até aos quatro anos. É a Lua que nos diz sobre que sistema é esse. Nos primeiros meses de vida, na percepção da criança, ela e a mãe ainda são uma coisa só. A mãe é todo o nosso universo, é através dela que captamos o mundo. Somos dos únicos animais que nasce frágil e dependente, precisamos da mãe para sobreviver. Esta dependência é a matriz de nossa consciência lunar. 

E a Lua tem um enorme instinto de posse psíquica, muita dificuldade em “abrir mão”, largar. No homem comum, esta lua traz sensibilidade… mas também, confusão, inconstância e muita subjectividade. Ao deixar-se mergulhar na sua própria subjectividade, fica imerso na multidão, na massa, na família… perde noção de Ser… É, porque ilusoriamente pertence a alguma coisa ou alguém. Este É devolve-lhe solidão. Na dor da solidão reside o seu maior crescimento que conduz ao despertar da Alma. A solidão convida a olhar para dentro de forma a curar o mundo emocional. Convida a perguntar de que forma é que nos relacionamos com as emoções. O que é que precisamos para nos sentirmos seguros? Como é que nos relacionamos com a nossa criança interior. Como é que nos alimentamos emocionalmente? É a partir daqui que o regente esotérico Neptuno começa a actuar. Com Neptuno, Caranguejo desperta para o que está à sua volta, para o conceito de grande família universal. Podemos ver então no Caranguejo a “Mãe Universal” lançando para o mundo os maiores dons deste signo: Nutrimento e cuidado.
Os sentimentos, a sensibilidade antes caóticos passam a ser pura inspiração que escuta a sabedoria da voz interior.
Caranguejo é a percepção da Alma Colectiva.

Frases de Caranguejo:

Personalidade: “Que o isolamento seja a regra apesar de existir o colectivo”

Alma: “Eu Construo uma casa iluminada, e aí construo a minha morada”

Deixo aqui mais uma boa visão de Caranguejo, postada pelo António Rosa no seu Blog Cova do Urso

Vera Braz Mendes