O Solstício em Junho (no dia 20 ou 21) é o instante marca o início do Verão no
Hemisfério Norte, a entrada do Sol no signo de Caranguejo. É interessante
verificar que nos solstícios se celebram duas importantes festas Cristãs; no de
Verão a de São João Baptista (para o Cristianismo São João é o testemunho da
Luz, introduz o baptismo) e no de Inverno, o Natal, o nascimento de Jesus.
Caranguejo ou Câncer é o quarto
signo do zodíaco e forma com Escorpião e Peixes a triplicidade dos
signos da Água. É também um dos quatro signos cardeais, juntamente com Áries /
Carneiro, Libra / Balança e Capricórnio.
Para os Caldeus e depois para os neoplatónicos, Caranguejo era o Portão dos Homens, por onde a Alma descia das esferas celestes para a encarnação (Liz Green – A Astrologia do destino).
Para os Caldeus e depois para os neoplatónicos, Caranguejo era o Portão dos Homens, por onde a Alma descia das esferas celestes para a encarnação (Liz Green – A Astrologia do destino).
Caranguejo é a primeira água, a água
de onde todos vimos. É simbolicamente o ventre materno, a ligação umbilical a
uma mãe que nos alimenta, nutre e protege. A ligação a uma “mãe” que nos
devolve um sentimento de pertença. E é isso que em Caranguejo procuramos –
pertencer. Procuramos o colo que nos nutra e segure. É a nossa fundação emocional, os nossos padrões.... muitas vezes a sombra das dependências, dos
instintos que nos levam a ser reactivos para obtermos alimento … amor.
Na água corre também memória e, por isso, em Caranguejo estão gravadas as emoções vividas em experiências anteriores – daí a sua ligação ao passado, à infância. Na água corre seiva… ADN… karma biológico que nos liga à família.
Na água corre também memória e, por isso, em Caranguejo estão gravadas as emoções vividas em experiências anteriores – daí a sua ligação ao passado, à infância. Na água corre seiva… ADN… karma biológico que nos liga à família.
Caranguejo é sensibilidade,
vulnerabilidade, fragilidade… e é aqui que encontramos a ligação ao crustáceo –
a necessidade da carapaça, de andar para o lado ou para trás - puro instinto de
protecção, de sobrevivência.
Há dois grandes ” cortes” na vida – primeiro com a Causa Primeira, com Deus - experiência de separação. Depois, o cordão umbilical, com a mãe - experiência de separação novamente. E é este profundo sentimento de perda que afinal todos queremos reparar. A necessidade de pertencer a alguma coisa, a procura de um Lar, vem da vontade de preencher uma perda, uma lacuna imensa que nos envolve e enrola, dissolvendo-nos na massa, afastando-nos do que mais procuramos - da ligação.
Há dois grandes ” cortes” na vida – primeiro com a Causa Primeira, com Deus - experiência de separação. Depois, o cordão umbilical, com a mãe - experiência de separação novamente. E é este profundo sentimento de perda que afinal todos queremos reparar. A necessidade de pertencer a alguma coisa, a procura de um Lar, vem da vontade de preencher uma perda, uma lacuna imensa que nos envolve e enrola, dissolvendo-nos na massa, afastando-nos do que mais procuramos - da ligação.
“Acredito que Câncer é levado a
procurar essa fonte Divina: esse é o seu Daimon, imaginado tanto com o começo
da vida antes da separação física e do nascimento, como o fim da vida quando a
alma mais uma vez se funde com o Um. Assim, é tanto um anseio regressivo pelo
ventre, como um anseio místico por Deus. É compreensível que a projecção desse
símbolo primordial caia primeiramente sobre a mãe pessoal, e talvez seja por
isso que ela tenha um aspecto tão poderoso na vida dos cancerianos, a despeito
de ela ser ou não, na realidade e em qualquer sentido objectivo, tão poderosa.
O “clássico complexo de mãe” do canceriano não diz respeito à mãe pessoal. É o
primeiro estágio de um desdobramento gradual em direcção a uma fonte interior,
embora em geral Câncer procure, em diferentes períodos da vida, essa fonte
personificada numa pessoa “maternal”, homem ou mulher, que possa cuidar dele e
livrá-lo do medo do isolamento e separação” (Liz Green – A Astrologia do
Destino).
Enquanto não amadurecermos o
arquétipo de Caranguejo em nós, seremos os eternos filhos à procura fora de
nós, de quem nos nutra, proteja e segure. Criamos dependências emocionais, impedimentos
ao nascimento de uma consciência individualizada, procurando realização num
filho, numa mãe, numa família... numa tribo. Desresponsabilizamo-nos de encontrar em nós os alicerces da segurança que precisamos.
Caranguejo é a consciência de
massa quando dominado pelo seu regente, a Lua.
E a Lua tem um enorme instinto
de posse psíquica, muita dificuldade em “abrir mão”, largar. No homem comum,
esta lua traz sensibilidade… mas também, confusão, inconstância e muita
subjectividade. Ao deixar-se mergulhar na sua própria subjectividade, fica
imerso na multidão, na massa, na família… perde noção de Ser… É, porque
ilusoriamente pertence a alguma coisa ou alguém. Este É devolve-lhe solidão. Na
dor da solidão reside o seu maior crescimento que conduz ao despertar da Alma. A solidão convida a olhar para dentro de forma a curar o mundo emocional.
Convida a perguntar de que forma é que nos relacionamos com as
emoções. O que é que precisamos para nos sentirmos seguros? Como é que nos
relacionamos com a nossa criança interior. Como é que nos alimentamos
emocionalmente? É a partir daqui que o regente esotérico Neptuno começa a actuar. Com Neptuno,
Caranguejo desperta para o que está à sua volta, para o conceito de grande
família universal. Podemos ver então no Caranguejo a “Mãe Universal” lançando
para o mundo os maiores dons deste signo: Nutrimento e cuidado.
A Lua simboliza a nossa
capacidade de sentir e de nos sintonizarmos com o meio ambiente. Representa a
nossa vida emocional, o instinto e a auto preservação. Num Mapa Astrológico é
símbolo do relacionamento com o feminino, com a imagem da mãe e com a procura
de alimento (físico, psicológico, emocional).
O seu símbolo simboliza o vazio
que falta preencher para chegar ao todo… carência… mas também receptividade. O semicírculo
representa também a alma, o sentir, intuir.
No sistema solar, o Sol é
central. Irradia luz, vida. No ser humano, a função que o Sol desempenha é a
mesma, ou seja, é o centro integrador da consciência, gerador de luz. No mapa
natal, o Sol ajuda-nos a tornarmo-nos nós próprios, é através dele que
encontramos expressão. Se o Sol é o princípio masculino activo, Animus, a Lua é
o princípio feminino passivo, Anima. Sol e Lua, símbolos da dualidade;
dia/noite, feminino/masculino, consciente/inconsciente, activo/passivo,
emanador/receptor…
A sua natureza mutável, cíclica,
ligou-a desde sempre à ideia de um mundo sempre em movimento, inconstante, ao
arquétipo feminino, à maternidade, ao alimento, às emoções e aos afectos. A lua
é receptiva e passiva por natureza, não tem luz própria, reflecte a luz solar e
serve de mediador entre o Sol e a Terra. A sua natureza nocturna conectou-a com
a escuridão, medo, sombra, reserva, perigo. Por isso, num mapa natal, a Lua
representa também os nossos medos profundos e os padrões instintivos de
comportamento reactivo que adoptamos quando nos encontramos em circunstâncias
que põem em causa a nossa segurança emocional. O nosso sistema de segurança
emocional, auto-preservação, constitui-se na infância – até aos quatro anos. É
a Lua que nos diz sobre que sistema é esse. Nos primeiros meses de vida, na
percepção da criança, ela e a mãe ainda são uma coisa só. A mãe é todo o nosso
universo, é através dela que captamos o mundo. Somos dos únicos animais que
nasce frágil e dependente, precisamos da mãe para sobreviver. Esta dependência
é a matriz de nossa consciência lunar.
Os sentimentos, a sensibilidade
antes caóticos passam a ser pura inspiração que escuta a sabedoria da voz interior.
Caranguejo é a percepção da Alma
Colectiva.
Frases de Caranguejo:
Personalidade: “Que o isolamento
seja a regra apesar de existir o colectivo”
Alma: “Eu Construo uma casa
iluminada, e aí construo a minha morada”
Vera Braz Mendes