Eclipse Lunar – Oportunidade para
Ser
No próximo dia 4 de Junho vai
ocorrer um eclipse parcial da Lua, com a lua no grau 15 de Sagitário e o Sol no
grau 15 de Gémeos. Um eclipse lunar ocorre por ocasião da lua cheia assim como
o eclipse solar por ocasião da lua nova.
No eclipse lunar, Sol, Lua e
Terra estão alinhadas entre si e a Lua fica imersa na sombra umbral da Terra. A
Terra fica entre o Sol e a Lua. A Lua, não possuindo luz própria, vai buscar o
seu brilho à luz solar. Quando a Terra passa entre os dois astros não deixa que
a luz do Sol chegue à Lua. A Lua fica oculta.
O Eclipse parcial do próximo dia
4 de Junho vai ser visível na Austrália e Oceano Pacífico.
Para os antigos, eclipses eram
razão para grande temor e sinal de catástrofes. Hoje em dia, embora os eclipses
continuem a ser ligados a momentos de crise onde muitas vezes escolhas têm de ser feitas, a nossa percepção mudou e
percebemo-los como pontos focais de evolução.
Num eclipse lunar a lua é
literalmente apagada. A lua, a parte de nós ligada ao inconsciente, às emoções,
ao passado, a parte de nós carente que reage em busca de segurança, é apagada. Num
eclipse lunar o Sol prevalece sobre a Lua. Simbolicamente, é um momento de
pura criação. A ocultação da lua permite criar um estado novo na nossa
consciência. Dá-nos a real possibilidade de subirmos degraus na escada do nosso
destino. Com a ocultação da Lua é como se a memória não funcionasse permitindo-nos
vibrar, durante algum tempo, livres das experiências passadas, livres de
padrões que nos sufocam e condicionam o crescimento. Estando a minha
memória apagada durante algum tempo, o que ganha força é o presente, o aqui e
agora. A Terra, o presente, cobre a lua, o passado, criando e abrindo espaço
para ser quem sou, o Sol, futuro. Este apagão lunar possibilita a criação de um
estado novo. No momento em que a minha memória se desliga, há também uma série
de condicionamentos activados constantemente por ela que são também desligados.
Este descondicionamento, em última análise, permite-me Ser Mais.
Como a Juliana Estevez afirmou
num seminário sobre eclipses que assisti há uns anos atrás; “Entre a ideia de
que tenho que agir para construir o meu destino, ou tenho de aceitar
passivamente aquilo que fui e sou e incorporar o que for que a vida me trouxer,
entre estas duas polaridades, existe o caminho do meio”. O eclipse lunar é o
momento onde existe a possibilidade de integrar de uma forma equilibrada, as
forças do Sol e da Lua, integrar forças opostas que muitas vezes provocam
conflitos, e percebê-las como forças complementares. Há um confronto entre o
passado e o futuro, abrindo real possibilidade para que o presente se cumpra
por inteiro, de forma a que todo o potencial se realize num futuro próximo.
Alguma “tampa” é retirada dando-me a possibilidade de resolver, dissolver,
desconstruir velhas cristalizações, sentimentos e condicionamentos antigos aos
quais estou apegada porque me dão segurança mas que impedem a minha evolução.
Este processo muitas vezes não é consciente. Muitas vezes também não é um processo tranquilo... não estamos habituados ao descondicionamento e, por outro lado, há quem não saiba lidar com ele. Há pessoas que são mais
influenciadas pelo eclipse porque cai num ponto essencial do mapa. As casas
onde aparece o eixo Gémeos/Sagitário no nosso mapa vão ser activadas pelo
eclipse, assim como planetas que estejam principalmente nos signos mutáveis
(Gémeos, Sagitário, Virgem e Peixes).
Embora este eclipse seja parcial,
não tendo tanta força como um eclipse total, não posso deixar de lhe dar
significado e um significado muito positivo e potenciador, porque não posso não
deixar de o relacionar com a Vénus Cazimi, acontecimento de dia 6 de Junho sobre
o qual escrevi no artigo Vénus - Amor no Coração do Sol. Vejo o eclipse como uma preparação para que o evento de Vénus seja ainda mais brilhante. Podem também ler sobre a Lua Nova de Gémeos e o eclipse solar (que aconteceu no dia 20 de Maio) aqui
No eclipse de dia 4, devemos
estar atentos a tudo o que passar na nossa mente; insights, decepções, ideias,
decisões… porque vão ser profundamente desenvolvidas nos próximos meses depois
do eclipse e até ao próximo eclipse lunar. É como se alguma coisa se revelasse,
trazendo algo que é essencial para a integração das energias opostas e por isso
complementares. O impulso para novas possibilidades pode guiar-nos e libertar-nos
porque o peso da memória, do medo, é ocultado.
Grau ocultado pelo eclipse
15 Sagitário
“A marmota procurando sua sombra
no dia da marmota, 2 de Fevereiro
Ideia Básica: O valor da
antecipação de novo rumos dos eventos e da determinação de perspectivas
futuras.
Em nossa moderna sociedade industrial, em que as mudanças e as decisões de política com frequência requerem vários anos até alcançarem sua plena realização, tornou-se essencial planear levando em consideração os prováveis desenvolvimentos futuros. Esse planeamento exige um estudo das tendências passadas e extrapolação dos resultados. O símbolo implica, acima de tudo, uma sensibilidade para com os ritmos sociais ou planetários, bem como a necessidade de garantir uma segurança pelo menos relativa por meio do planeamento que considere o futuro.
…Há algo dos significados dos
quatro primeiros estágios envolvidos no processo que ele sugere. Em sua forma
mais elevada, o conhecimento requerido é “consciência eónica” -, em termos
modernos, a nova ciência Prospectiva”
Grau do Sol
15 Gémeos
“Duas crianças holandesas
conversam entre si, trocando conhecimentos.
Ideia básica: A necessidade de
esclarecer as próprias experiências por meio de contactos reais com indivíduos
que pensem da mesma maneira.
… As experiências transcendentais
e as faculdades paranormais devem ser testadas e esclarecidas através de meios
normais e colectivamente experimentados de comunicação – o que pode significar:
por meio de procedimentos científicos. As “crianças holandesas” parecem ter
sido introduzidas pela mente subconsciente da formuladora do símbolo em razão
de uma associação com a lisura e o espírito aberto de discussão que prevalece
na Holanda. Elas são “crianças” porque as novas experiências ainda são muito
frescas e requerem esclarecimento; isso exige uma mente limpa e aberta, ansiosa
por testar aquilo que é experimentado numa troca de pontos de vista com os
pares.
Este é o último estágio da décima
quinta sequência quíntupla de símbolos. Ele fecha a cena da “descoberta”. Toda a
descoberta deve ser testada, devendo ter sua validade verificada. Nas velhas
culturas tribais, os “grandes sonhos” de um homem eram aceites como válidos e
produziam uma acção correspondente apenas quando os companheiros de tribo
tivessem um sonho semelhante. A necessidade de objectividade tem de ser
satisfeita; isso implica a confirmação de tudo o que for compreendido
subjectivamente a partir de alguma experiência semelhante. Implica ainda o tipo
de dualismo inerente a todas as experiências, assim como conceitos, de natureza
mental.”
In Uma Mandala Astrológica – Dane
Rudhyar
Vera Braz Mendes