A interpretação de um mapa astral
não é ciência, é Arte. A sua construção pode ser ciência, mas a sua
interpretação é arte (Richard Idemon). E como arte, expressa a visão do mundo do artista. Se
tivermos o mesmo mapa interpretado por dez pessoas diferentes, vamos ter dez
interpretações, mesmo partindo dos mesmos pressupostos, do mesmo conhecimento.
Muitas pessoas perguntam-me se a
Astrologia é limitadora. A astrologia não é limitadora… a astrologia, tal como tudo o resto, é
limitadora quando o artista tem numa visão limitada do mundo. E, afinal, astrólogo e cliente são apenas espelhos um do outro.
A vida não é estática, as pessoas
não são estáticas, estão em constante processo. Um mapa ganha vida quando
ligado ao processo de alguém. Até lá, é um conjunto de partes. Só quando
estamos com alguém é que, verdadeiramente, o todo se mostra maior que a soma de
todas as partes. E aí dá-se magia. Num mundo de possibilidades infinitas, onde tudo é energia e
onde quem observa já não é mais observador mas participante, visto que o
observador influencia o observado, ter esta consciência é fundamental para que
a dinâmica se crie e para que a relação produza crescimento em ambos.
Num mapa natal lidamos com uma
quantidade enorme de informação e, como astrólogos, temos que ter uma mente mercuriana para conseguirmos lidar com tanta informação. No entanto, não podemos cair na tentação de
que podemos ver tudo… Não podemos. Cada
pessoa é um mundo interminável de possibilidades e por isso, temos de ser capazes de ver mais além, ver de cima. Ver a folha é importante. Ver a floresta é fundamental. Sermos capazes de
sair da nossa própria pele é crucial. Devemos ganhar a capacidade de jogar
a dança das cadeiras: um jogo de associação/dissociação. Sermos capazes de
estar na nossa própria cadeira, associarmo-nos à cadeira do outro vendo o mundo segundo
o ponto de vista dele, dissociarmo-nos e sermos capazes de ver a dinâmica da relação que se
estabelece é um ponto que, a meu ver, produz crescimento. Muito importante também, é sermos capazes de ver a relação e a vida
do outro num contexto mais alargado, num contexto transpessoal. Mais do que responder a porquês, a astrologia responde-nos ao para quê. E só no para quê, podemos encontrar o como.
Tudo está em constante mudança.
Eu e tu… também.
“You cannot take a person any deeper
than you yourself have gone. You cannot see anything more clearly in another
chart than you can see in your own mind, or in your imagination. The breadth of
your experience, your education, and your insigth into yourself, is what will
enrich you as na astrologer, not further techniques and cookbooks. The deeper
you become – the more broad you become – the better astrologer you will be.” (Não
podes levar uma pessoa mais fundo do que tu mesmo foste. Não podes ver nada
mais claramente noutra carta que não possas ver na tua própria mente, ou na tua
imaginação. A amplitude da tua experiência, da tua educação e do teu insigth, é
o que te vai enriquecer como astrólogo,
não são mais as técnicas e livros de culinária. Quanto mais profundo te
tornares – mais amplo te tornares - melhor astrólogo serás).
In The
Magic Thread – Richard Idemon
Vera Braz Mendes