Eclipse Lunar
Amanhã, dia 28 de Novembro, teremos um eclipse penumbral da
Lua no grau 7 de Gémeos. Um eclipse lunar ocorre por ocasião da lua cheia assim
como o eclipse solar por ocasião da lua nova.
No eclipse lunar, Sol, Lua e Terra estão alinhadas entre si.
Os eclipses penumbrais ocorrem quando a Lua entra na região de penumbra gerada
pela Terra, o que na prática resulta apenas numa variação do brilho da Lua. como explica o Marcelo Dalla no Dalla Blog
A Lua, não possuindo
luz própria, vai buscar o seu brilho à luz solar. Quando a Terra passa entre os
dois astros não deixa que a luz do Sol chegue à Lua. A Lua fica oculta.
Para os antigos, eclipses eram razão para grande temor e
sinal de catástrofes. Hoje em dia, embora os eclipses continuem a ser ligados a
momentos de crise onde muitas vezes escolhas têm de ser feitas, a nossa
percepção mudou e percebemo-los como pontos focais de evolução. E penso que é
bem perceptível para todos, o que, individualmente e colectivamente, o eclipse do
Sol em Escorpião do passado dia 13 trouxe ao de cima para ser transformado…
limpo… finalizado.
Num eclipse lunar a lua, a parte de nós ligada ao
inconsciente, às emoções, ao passado, a parte de nós carente que reage em busca
de segurança, é apagada. Num eclipse lunar o Sol prevalece sobre a Lua. Simbolicamente,
é um momento de pura criação. A ocultação da lua permite criar um estado novo
na nossa consciência. Dá-nos a real possibilidade de subirmos degraus na escada
do nosso destino. Com a ocultação da Lua é como se a memória não funcionasse
permitindo-nos vibrar, durante algum tempo, livres das experiências passadas, livres
de padrões que nos sufocam e condicionam o crescimento. Estando a minha memória
apagada durante algum tempo, o que ganha força é o presente, o aqui e agora. A
Terra, o presente, cobre a lua, o passado, criando e abrindo espaço para ser
quem sou, o Sol, futuro. Este apagão lunar possibilita a criação de um estado
novo. No momento em que a minha memória se desliga, há também uma série de
condicionamentos activados constantemente por ela que são também desligados. Este
descondicionamento, em última análise, permite-me Ser Mais. Por isso, do meu
ponto de vista, não podemos desligar o eclipse lunar na lua cheia, do solar que
o antecedeu na lua nova. Se o eclipse solar traz ao de cima o que não faz mais
falta e ali se semeia uma nova possibilidade, na lua cheia, há uma maturação do
processo. Assim, com a ocultação da Lua, podemos “limpar” o que o eclipse solar
pôs a descoberto.
Como a Juliana Estevez afirmou num seminário sobre eclipses
que assisti há uns anos atrás; “Entre a ideia de que tenho que agir para
construir o meu destino, ou tenho de aceitar passivamente aquilo que fui e sou
e incorporar o que for que a vida me trouxer, entre estas duas polaridades, existe
o caminho do meio”. O eclipse lunar é o momento onde existe a possibilidade de
integrar de uma forma equilibrada, as forças do Sol e da Lua, integrar forças
opostas que muitas vezes provocam conflitos, e percebê-las como forças
complementares. Há um confronto entre o passado e o futuro, abrindo real
possibilidade para que o presente se cumpra por inteiro, de forma a que todo o
potencial se realize num futuro próximo. Alguma “tampa” é retirada dando-me a
possibilidade de resolver, dissolver, desconstruir velhas cristalizações, sentimentos
e condicionamentos antigos aos quais estou apegada porque me dão segurança mas
que impedem a minha evolução. Este processo muitas vezes não é consciente. Muitas
vezes também não é um processo tranquilo... não estamos habituados ao
descondicionamento e, por outro lado, há quem não saiba lidar com ele. Há
pessoas que são mais influenciadas pelo eclipse porque cai num ponto essencial
do mapa. As casas onde aparece o eixo Gémeos/Sagitário no nosso mapa vão ser
activadas pelo eclipse, assim como planetas que estejam principalmente nos signos
mutáveis (Gémeos, Sagitário, Virgem e Peixes).
No eclipse de amanhã, devemos estar atentos a tudo o que
passar na nossa mente; insights, decepções, ideias, decisões… sobretudo no que
se refere aos nossos valores, crenças e principalmente Propósito de vida e a forma como nos relacionamos e comunicamos,
porque vão ser profundamente desenvolvidas nos próximos meses. É como se alguma
coisa se revelasse, trazendo algo que é essencial para a integração das
energias opostas e por isso complementares. O impulso para novas possibilidades
pode guiar-nos e libertar-nos porque o peso da memória, do medo, é ocultado.
E já agora, tenhamos atenção ao que se passou por altura do último
eclipse lunar, no eixo Gémeos/Sagitário, no dia 4 de Junho.
Graus Sabeus do Eclipse
Lua no grau 7 de Gémeos
“Um poço com balde e corda à sombra de majestosas árvores
Ideia básica: A fé primordial do Homem no poder sustentador
oculto na vida
Em contraste com o ambicioso impulso do Homem moderno, na
sua ânsia de poder e riqueza, temos agora a imagem da eterna busca daquilo que
se encontra na raiz de todos os processos vivos, isto é a água. Essa busca também
requer algum esforço – o de levantar o balde cheio de água -, mas esse esforço é
simples e natural, feito à sombra das árvores, que comprovam a presença do
liquido doador de vida. Essa presença depende da cooperação do Céu (chuva) e da
Terra (formação geológica capaz de reter água), devendo o Homem desenvolver o
sentido intuitivo que lhe permita senti-la e torná-la eficaz na sua vida
quotidiana. Ele deve sentir a realidade oculta que preserva, para o uso de
todos os organismos vivos, essa dádiva do Céu, a chuva abundante.
Neste estágio, o poder das energias colectivas e
bioespirituais, que sustentam todas as culturas cujas raízes se acham fincadas
na terra, é enfatizado, sendo contrastado com tudo aquilo que a mente tecnológica
possa tornar disponível para aumentar o seu próprio conforto, bem como o seu
domínio sobre a matéria. O símbolo implica uma CONFIANÇA FUNDAMENTAL NA, E A
COOPERAÇÃO COM A, VIDA."
Sol no grau 7 de Sagitário
“Cupido bate à porta de um coração humano
Ideia básica: A forte activação dos anseios individuais de
amor romântico.
Este símbolo refere-se àquilo que poderíamos denominar
iniciação pessoal por meio de um amor ideal. Este, longe de estar vinculado ao
valor social, tende a exaltar as características individuais, graças ao facto
de glorificar aquilo que parece capaz de atender a necessidades intensas e, com
frequência, inconscientes. Um amor dessa espécie é uma projecção das imagens da
anima ou do animus, que, num certo sentido, complementam o carácter exterior
daquele que ama. Trata-se de um evento subjectivo que tende a trazer àquele que
ama uma crise ou caos emocional. Um tal amor frequentemente se torna a-social,
se não anti-social, sendo bloqueado ou contido pela sociedade.
O amor carregado de grande intensidade romântica não conhece
regras e ignora propósitos colectivos ou ditames da razão. Não obstante, pode
trazer ao individuo uma intensidade de sentimento que nenhuma união de grupo é
capaz de despertar, pelo menos no nível social ordinário. Está implícito aqui
um desafio ao renascimento emocional.”
In Uma Mandala Astrológica – Dane Rudhyar
E hoje, a uma hora do eclipse, venho acrescentar - em relação ao Amor romântico que nos fala o grau 7 de sagitário, sendo Vénus por natureza a "regente" do amor romântico, não nos esqueçamos que no mapa do eclipse, Vénus está em escorpião muito pouco confortável no signo de Marte e pressionada por Saturno. Marte está em capricórino em conjunção a Plutão e ambos regem escorpião, onde está também saturno que rege capricórnio - Há uma recepção mútua. Este amor romântico carregado de intensidade, tem de conhecer as regras de saturno responsabilizando-se assim pela sua acção individual na transformação do social.
E hoje, a uma hora do eclipse, venho acrescentar - em relação ao Amor romântico que nos fala o grau 7 de sagitário, sendo Vénus por natureza a "regente" do amor romântico, não nos esqueçamos que no mapa do eclipse, Vénus está em escorpião muito pouco confortável no signo de Marte e pressionada por Saturno. Marte está em capricórino em conjunção a Plutão e ambos regem escorpião, onde está também saturno que rege capricórnio - Há uma recepção mútua. Este amor romântico carregado de intensidade, tem de conhecer as regras de saturno responsabilizando-se assim pela sua acção individual na transformação do social.
Nota: Na Enciclopédia Psicológica de Charles E. O. Cárter, os
graus 7 de Gémeos e Sagitário relacionam-se com o coração.
Vera Braz Mendes