A Arte de Dar e Receber
Nas Sete Leis Espirituais do
Sucesso, Deepak Chopra desenvolve a visão de que o sucesso pessoal não é o
resultado de ambição, trabalho duro, estratégias e planos, mas antes, o
resultado da compreensão da nossa natureza básica enquanto Seres Humanos e da
profunda compreensão das Leis simples, mas infinitamente poderosas que regem o
Universo e que garantem o seu equilíbrio.
Seja o sucesso o que for para
cada um de nós, quando compreendemos as Leis e as aplicamos na vida tornamo-nos
co-criadores, resgatamos o nosso poder pessoal. Compreender e integrar as Leis
é um caminho de contínuo crescimento pessoal, de contínua expansão da
consciência.
A universalidade das Leis garante
que as possamos reconhecer em variadíssimas religiões, filosofias, modelos …
caminhos. Esta “verdade” emergente da co-criação, da capacidade que cada um de
nós tem de criar a sua vida, está na base de livros como o “Segredo”. A
necessidade cada vez maior e mais urgente de preencher o vazio profundo que
sentimos, faz com que livros como o “Segredo” apareçam como respostas mágicas.
Esquecemo-nos que o “Segredo” trata apenas da Lei da Atracção. Esquecemo-nos
também que a qualidade do que atraímos depende única e exclusivamente da
qualidade do que emitimos… Queremos atrair “ouro”… sem entrarmos na mina.
As experiências que tenho tido
ultimamente com clientes fizeram-me revisitar a segunda Lei Universal do livro
de Chopra; a Lei da Doação. A Lei da Doação diz: “O Universo opera através de
trocas dinâmicas. Dar e receber são diferentes aspectos do fluxo de energia.
Com a nossa disposição de dar o que buscamos, mantemos a abundância do Universo
nas nossas vidas. A força motriz por trás da doação deve ser a felicidade – se
quiser amor, alegria ou coisas boas, dê o mesmo aos outros.”
Dar e Receber. Se todos somos
manifestamente estimulados desde pequenos a dar, o mesmo não me parece que
aconteça em relação a receber. Poucos de nós sabem e ficam confortáveis em
receber. Recebemos nas datas que socialmente foram estipuladas para receber e,
fora delas, ficamos sem jeito e muitas vezes… desconfiados… “Hummm se me está a
dar…o que irá pedir a seguir?” Ficamos ainda menos confortáveis quando
recebemos elogios. Todos queremos ser especiais e, na verdade, quando alguém
inesperadamente verbaliza a nossa especialidade… ficamos sem saber o que dizer,
sem saber o que fazer. Quando alguém nos diz; “Estás tão bem, tão luminosa, tão
gira!”, muitas vezes a resposta é; “…é da roupa…” ou, desvalorizamos ainda mais
dizendo “esta camisola já tem tantos anos, tinha lá no armário… foi tão
baratinha…” Não há roupa nenhuma que nos possa iluminar. Se alguém te diz que
estás luminosa e gira, és TU que estás luminosa e gira!
Dar implica uma acção, uma
exteriorização. Receber implica uma aceitação, uma contracção. Somos tão
estimulados para sermos independentes, activos e para fora, que é natural que o
acto de receber possa despertar em nós sensações de fragilidade, fraqueza,
dependência, e até, sentimentos de não merecimento. Mas, como diz Deepak Chopra,
Dar e Receber são diferentes aspectos do fluxo de energia. Não é melhor Dar do
que Receber. É melhor Dar e Receber. Não pode Dar quem não sabe Receber. Não
pode Receber quem não sabe Dar. Se não houver um equilíbrio entre estes dois
aspectos, procuramos dar para receber de uma forma indirecta o que não
conseguimos receber de uma forma directa e assim, cada vez que damos fazemo-lo
para compensar uma falta, uma necessidade… para receber. Se assim não fosse,
não ficaríamos melindrados quando há falta de reconhecimento do outro pela
nossa generosidade.
“Não é melhor quem dá com
generosidade, nem é pior quem recebe com alegria. O amor é, justamente, fruto
destas duas coisas.” Paulo Coelho.
Se te perguntar se queres
receber, provavelmente vais dizer que sim. Vamos todos dizer que sim. Todos
queremos receber todas as dádivas e bênçãos do Universo… Estamos tão ocupados que nem nos damos conta que
todos os dias há tantas dádivas e bênçãos para ser recebidas.
Revisitar a Lei da Doação, fez-me
dar um mergulho e identificar tantas alturas na minha vida em que eu não soube
receber…
Vou relembrar um exercício. As
três bênçãos.
Arranja um caderno para que
possas todos os dias receber. Escreve diariamente pelo menos três coisas
positivas sobre ti ou que aconteceram no teu dia e pelas quais estás grata.
Vera Braz Mendes
Artigo publicado no Sapo Mulher