Demos as boas vindas à jovem sul-coreana Han-Na Chang. Violoncelista e directora de orquestra. Tem um currículo que dificilmente cabe nos escassos trinta e um anos de vida que conta... o que é perfeitamente normal num post feito de “excessos”.
É excessiva a beleza que Camille Saint-Saens concentrou num dos vários e pequenos movimentos do seu “Carnaval dos animais”... uma peça que fez por puro divertimento e que durante muito tempo, erradamente, pensou que não abonaria muito à sua imagem de compositor “sério”. Apesar dessa humilde desconfiança, até ele achava que este “Cisne” era uma excepção.
É excessiva a perfeição com que os pais de Han-Na Chang passaram do sonho à prática, quando se tratou de “criar” o rosto (e tudo o mais) da filha e seleccionaram os genes que, acrescentado o trabalho técnico necessário... floresceram como génio puro.
É excessiva a qualidade da “alma” que o construtor do violoncelo colocou dentro do instrumento que ela aqui toca... e que resulta neste som fabuloso que exibe no encore de final de concerto.
É excessiva a distância que Han-Na Chang percorre na viagem que a leva lá para onde “vai” enquanto toca. Assim olhando apenas, imagina-se que, para além de longínquo, seja um lugar onde a beleza e o prazer correm... excessivamente.
Bom domingo!
“O cisne” – Han-Na Chang
(Camille Saint-Saens)