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sábado, 16 de novembro de 2013

Rumo a Paris...


Álvaro Cunhal teve uma breve, mas intensa relação com Paris. Ou melhor, com alguns seres humanos que, nessa altura habitavam Paris, uma cidade em que se respirava a liberdade que em Portugal ainda não passava de um projecto dolorosamente trabalhado e incansavelmente sonhado... liberdade da qual, convenhamos, mesmo estando em Paris não podia desfrutar abertamente, já que os olhos e ouvidos da PIDE se encarregavam de vigiar de perto aqueles que tinham emigrado, fosse por razões políticas, fosse apenas para matar a fome.
Dessa “vida de Paris” de Cunhal, vida tão menos dourada do que a de outros conhecidos exilados, não posso falar, por assumida “incompetência” para o fazer. Outros amigos, nomeadamente os companheiros do outro blog onde estas letras serão também publicadas, têm certamente um mundo de estórias e História para partilhar sobre o tema.
Pela parte que me toca, folgo em saber que foi ali criado Le Cercle Álvaro Cunhal” que, entre outras iniciativas, promove um encontro de dois dias, a começar hoje mesmo e a acabar amanhã, Domingo 17, encontro/convívio onde se lembrará o exilado, o lutador anti-fascista, o político, o artista... o amigo comum.
Como podem ver no programa "afixado" aqui em cima, amanhã, Domingo, haverá um déjeuner convivial (gastronomie portugaise). Mesmo atendendo a que o Palais des Congrès de Nanterre fica um pouquinho fora de mão... como resistir a um almoço assim?
Lá estarei, se tudo correr de forma tecnicamente escorreita! Parece que a seguir também haverá umas canções…

sábado, 15 de junho de 2013

Beja é já ali...


Contra ventos e marés, sobretudo os ventos e as marés da inércia – provavelmente os mais retrógrados e desmobilizadores ventos e marés da História – continua a nossa viagem pelo Alentejo e pela memória (e pelo futuro) da Reforma Agrária, esta jornada que dedicámos à figura de Álvaro Cunhal, no Centenário do seu nascimento.
Desta vez é em Beja. Será um acontecimento diferente dos outros nove espectáculos que até agora já fizemos. O nosso reportório será ligeiramente compactado, para acomodar os vários convidados que esta noite especial vai ter. Uns para cantar... outros para falar.
Apesar de já saber que, a menos que tenha recuperado a voz, a fadista Ana Sofia Varela não poderá cantar... tudo o que está no cartaz irá acontecer. Desde os numerosos amigos dos grupos corais, durante a tarde, até ao espectáculo da noite.
Até lá!

sábado, 11 de maio de 2013

Centenário de Álvaro Cunhal





Pelas 16:30 desta tarde, continuaremos a nossa digressão musical por terras do Alentejo, desta vez em Santiago do Cacém, com o espectáculo de que já antes aqui falei por mais do que uma vez.
Não porque tema que venham a pensar que a divulgação nos traz quaisquer mais valias económicas, mas porque estou convencido de que ninguém se deslocará aos locais dos espectáculo por ter lido aqui o anúncio... decidi não insistir demasiado nessa divulgação. Na verdade, este não é um espectáculo comercial e contamos (por vezes sem grandes resultados, admito) com a divulgação local.
Ainda assim... e para arrumar o assunto durante os próximos tempos, aí vai a agenda:
Maio
11- Santiago do Cacém
17- Serpa
25- Mora
Junho
08- Castro Verde
15- Beja
Julho
20- Montemor-o-Novo

... e haverá mais...
Até lá, em qualquer um destes dias e locais!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Continua a viagem


Mais duas visitas a dois municípios alentejanos com o espectáculo “Alentejo – Terra, luta, arte e futuro”, integrado nas comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal.
Hoje, à noite, é no Centro Sociocultural, em Vendas Novas.
Amanhã, dia 25 de Abril, é às 19 horas, na Praça da República, em Vila Viçosa.
Vemo-nos por lá!

sábado, 20 de abril de 2013

Hoje é no Crato!



A bela terra do Crato tem um programa bem recheado, por estes dias, à volta do tema do 25 de Abril. Um dos momentos será garantido por nós, a “troupe” que vai andar por aí lembrando a Reforma Agrária, num espectáculo integrado no Centenário do Nascimento de Álvaro Cunhal, espectáculo de que já antes aqui falei.
Portanto, já sabem! Quem nos quiser ver – e puder - é mais logo, hoje, sábado dia 20 de Abril, depois do jantar, na Praça do Município do Crato.
Quem até quereria ver – mas não pode – tem ainda muitas mais ocasiões em vários outros municípios a anunciar.
Quem puder... mas não nos quiser ver, também não tem nada que enganar: é ficar no sofá a disfrutar uma das cinquenta novelas disponíveis.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Vemo-nos em Santarém?


Esperando que ninguém de entre vós tenha, entretanto, contraído qualquer alergia à minha estimada pessoa... direi que não haverá, então, qualquer desculpa para que aqueles e aquelas que estiverem em Santarém e arredores, não se desloquem ao local indicado no cartaz e à hora anunciada.
A minha presença cantando duas cantigas é apenas uma gota no mar de gente boa que vai ali estar prestigiando com a sua arte, militância e anseio de futuro... um grande amigo comum.
Estamos à vossa espera!
(Entretanto, amanhã, Sábado... vemo-nos no Barreiro)

sábado, 23 de março de 2013

Aula Magna – Sessão cultural


Alguns dos leitores habituais deste blog não irão ler este texto senão lá para as tantas... por uma excelente razão: estarão, exactamente à hora a que este post vai “para o ar”, a instalar-se nas cadeiras da Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, para assistir a uma tarde cultural dedicada à figura de Álvaro Cunhal.
Sobre o homenageado, não preciso de acrescentar, hoje, mais palavras; sobre o elenco presente no palco, passe a imodéstia (dada a minha pequena quota parte no acontecimento)... mas é de peso!
Durante algumas horas vai-se ali respirar um “ar” de primeiríssima qualidade! Porque para alguns de nós a nossa arte não é amorfa, inodora e incolor. Porque a nossa arte se deixa "contaminar" pela realidade e quer "contaminar" aqueles que toca. Porque toda a arte intervém no que a rodeia... dependendo apenas de cada criador a decisão sobre qual o tipo de intervenção em que se quer empenhar.
Maldigo la poesía 

concebida como un lujo 
cultural
por los neutrales, 

que lavándose las manos 

se desentienden y evaden, 

maldigo la poesía 

de quien no toma partido, 
   
partido hasta mancharse
(Gabriel Celaya)

terça-feira, 5 de março de 2013

Viva a Reforma Agrária - Arraiolos


Poderia ter feito assim... poderia ter feito assado... poderia ter escolhido outras canções... no limite, até outra profissão mais “sossegada”. Nada que me possa ajudar nesta fase do andamento do projecto de espectáculo colectivo que me pediram para criar, onde se fala da Reforma Agrária e da sua memória, espectáculo integrado nas comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal.
Agora, o que está feito, está feito. Hoje é dia de “reflexão” e amanhã, dia 6 de Março, rumaremos a Arraiolos para a primeira de uma série de apresentações que fará escala em várias localidades do Alentejo... e desconfio que não só do Alentejo (a agenda ainda tem muitos dias livres!).
Lá estaremos, à noite, acompanhados por uma exposição multimédia (trabalho que tocou a outros companheiros) e com a presença das pessoas que queiram prestigiar a figura de homem, artista plástico, escritor e político que se pretende homenagear e que se sentem afectivamente ligadas à História da “mais bonita conquista do 25 de Abril”... e a algumas canções que formaram a sua banda sonora.
Nestas apresentações de espectáculos construídos para percorrer várias salas, há sempre um conjunto de pessoas que têm o (discutível) “privilégio” de estar na primeira apresentação. Aquela apresentação que, por muito que se tenha ensaiado... é sempre uma espécie de grande ensaio geral com público presente na sala. Aquela com uma dose mais elevada de nervos e inseguranças... justificadas ou não.
Lá estaremos, eu, a Luísa Basto, a Lúcia Moniz (que estará apenas nos espectáculos em que isso lhe for possível, como é o caso amanhã), dando a cara por algumas dessas canções. Acompanham-nos a Beta, a Alexandra e o Paulo, nos coros, o Cândido Mota lendo o guião que vai servindo de fio condutor, o Nuno, o Ivo, o Mil-Homens e o André, tocando os vários instrumentos, os técnicos de som e luz... e todos aqueles de entre vós que quiserem ou puderem aparecer por lá.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O homem que gostava de canções


“Festa de aldeia” – Álvaro Cunhal, in “Desenhos da prisão”

Quando no dia 13 de Abril de 1980 chegou a hora do grande comício de encerramento da 4ª Conferência da Reforma Agrária, em Évora, nem um ano tinha passado sobre o assassinato do “Casquinha” e do “Caravela” às mãos da GNR e a mando do Governo de Maria de Lurdes Pintassilgo, apoiado na lei criminosa de Barreto.
Já se tinha entendido que iria ser muito difícil defender a mais bela conquista do 25 de Abril... mas ainda assim, era o que faltava que se perdesse sem luta! Daí o lema da Conferência, “Defender a Reforma Agrária, prosseguir Abril”. Daí a redobrada importância do discurso que encerraria a Conferência e o comício, proferido por Álvaro Cunhal.
Eu tinha acabado de cantar algumas canções, duas delas (pelo menos) saídas do meu mais recente disco, editado no ano anterior. Palmas... sentei-me no grande estrado feito palco, a alguns lugares de distância de Álvaro Cunhal, que estava a escassos minutos de ir discursar para aqueles milhares de pessoas.
De mansinho, levantou-se e veio, sem dar muito nas vistas, sentar-se ao meu lado. Queria saber como estava a correr a “carreira” do meu disco. Gostava de várias das suas canções (não caiu na tentação de me dizer que gostava de todas!). Deu-me algumas razões técnicas para explicar o seu gosto pela minha canção com poema do AryLlanto para Alfonso Sastre y todos” (a ligação da música com a letra, a cavalgada rítmica que eu tinha decidido compor, a forma de a cantar)... mas preferia, decididamente, “Ao alcance das mãos”. Para meu grande prazer enquanto autor, disse-me também porquê. Uma mão a apertar-me o ombro, a dar-me força... e foi para o seu lugar, praticamente no momento em que o seu nome era anunciado.
Um membro da organização, provavelmente daqueles (já me cruzei com tantos!) para quem os cantores, assim que cantam a última nota com que “abrilhantaram” a sessão para que foram convidados, deixam de ter qualquer utilidade ou interesse... não aguentou a dúvida que o “angustiava” e perguntou-me:
- O que é que o Álvaro tanto tinha pra falar contigo em cima do palco?
Uma das minhas razoáveis qualidades (há horas em que é um defeito) foi sempre a capacidade de responder a perguntas deste “género” com respostas por vezes insolentemente anárquicas:
- Estava a dar-lhe umas ideias para o discurso!
Não lhe dei tempo para “chegar lá” por si... tive pena do seu ar algo perdido e optei por explicar-lhe o que se tinha passado realmente.
Afinal, aquela figura carregada de História, de anos de heroísmo, de algum mistério e mais tudo o que sabemos... era, também, apenas mais um homem que gostava de canções!


Adenda: Entretanto, recebi esta prenda do Monginho (sim, o Monginho dos cartoons do Avante)... que sempre tem mais uma corzinha, como ele diz. Faz toda a diferença! O cartaz é da autoria do saudoso João Martins, outro cartonista, mas este de "O Diário".

Publicado em paralelo no "2013 - Centenário de Álvaro Cunhal"

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Um novo “tacho” – Alô, alô, experiência...


Tenho um novo “tacho”! Fui contratado para escrever e fazer parte da equipa de um novo blogue colectivo... por um ano.
Enquanto processo o orgulho e o prazer proporcionados pelo convite, este primeiro post é o equivalente ao clássico “alô, alô, experiência... isto está ligado?”, seguido das duas ou três pancadinhas no microfone com que alguns artistas menos dados às coisas da técnica presenteiam (e enlouquecem) os técnicos de som.
Vamos ao assunto. O novo blogue, acunhal.blogspot.pt, vai ter a existência de um ano, o tempo que durarão as muitas dezenas e dezenas de iniciativas integradas no Centenário do nascimento de Álvaro Cunhal. É essa a sua única função: noticiar, divulgar, comentar as muitas exposições, colóquios, lançamentos de livros, concertos, edições comemorativas, etc., etc., que essa grande figura do século vinte vai suscitar.
Para além do blogue, vou estar ligado a um grande projecto regional, cobrindo o Alentejo, centrado no fenómeno da Reforma Agrária, um dos “amores” de Álvaro Cunhal... projectomultifacetado de que também irei dando novidades e que me fará entrar em ensaios e estúdio dentro de muito poucos dias, acompanhado de um belo grupo de pessoas.
A característica (que se pretende uma das mais importantes) de todas as realizações que venham a acontecer durante este ano, é o seu carácter aberto a todas e todos, independentemente das suas filiações partidárias.
Conto com a vossa visita e leitura!
Um abraço colectivo,
Samuel
(Post publicado em paralelo com o novo blogue, “acunhal.blogspot.pt” 2013 - Centenário de Álvaro Cunhal)