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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Suécia/Portugal – A História também tem sentido de humor?





Daqui a umas horas joga-se o Suécia-Portugal entre selecções, com vista ao apuramento para uma viagem ao Campeonato do Mundo de Futebol que se realizará no Brasil.
E pronto! No que diz respeito a futebol é tudo o que sei sobre o jogo de hoje. Nem “quatros três três”, nem “losangos”, nem "pressão alta", nem “autocarros” frente à baliza... nada! Como já muita gente sabe, para se ficar “doente” da bola é preciso ser-se mordido pelo “bichinho” da dita ainda muito novo. Não fui! Na verdade, a indiferença é tal, que se ao mesmo tempo que está a passar na televisão uma daquelas partidas que toda a gente considere um grande jogo de futebol e num canal ao lado estiver a ser transmitida uma partida de “snooker” (e nem é preciso que esteja a jogar o Ronnie O'Sullivan)… fico a ver o jogo de snooker.
Sendo assim, perguntarão alguns de vós: por que dianho é que estás a falar do “Suécia-Portugal”? E perguntam com toda a razão! A verdade é que me pelo por uma boa ironia! E assim chegamos à verdadeira protagonista deste texto... e que não é, de todo, a Selecção Nacional de Futebol.
A Vera Guita é uma amiga, natural de Montemor-o-Novo. Filha de professores, Maria Emília e Vítor Guita, criadores de petiscos tão insuperáveis quanto inesquecíveis para todos o que têm o privilégio de pertencer ao seu círculo de amigos. Aluna brilhante. Cantora, desde a juventude, num dos melhores grupos corais amadores que conheço, o Coral de São Domingos. Curso superior de Filologia Germânica (chama-se assim?) tirado com excelência, a que juntou o gosto por mais uns tantos idiomas. Uma inteligência rápida, divertida, atraente. Trabalhadora. Capaz de cativar (como diria a raposa do Principezinho)... e manter amigos e amigas fieis. Professora com gosto de o ser.
Feita esta apresentação da Vera, diríamos que é uma jovem com lugar garantido em Montemor, ou pelo menos, no seu país. Errado! A Vera teve que pegar na trouxa e nas receitas de petiscos do seu Alentejo, mais a memória dos sons da nossa música... e rumar à Suécia, onde depois de dura batalha que já leva dois anos, encontrou o seu lugar de professora de várias línguas que não são a sua.
Então e onde está a ironia anunciada? A Vera é emigrante; e depois?! – perguntam novamente alguns de vós.
A ironia é que esta miúda que o Estado português chutou para fora (ai o futebol!) é que vai estar lá, no estádio sueco, mais logo, se tudo correr como previsto, cantando o Hino Nacional de Portugal antes de começar o jogo (ao que parece, tão importante) entre a Suécia e Portugal. E vai estar muito nervosa e de voz perigosamente embargada e com uma lágrima a querer fugir-lhe... mas linda, desde o alto da grande e admirável ironia do seu gesto!


Adenda:
Última hora!
O convite para a Vera cantar o Hino português foi-lhe feito pela Federação Sueca.
Esse acto da Federação Sueca, oferecendo a “prenda” do Hino cantado por uma portuguesa radicada na Suécia, era um gesto de simpatia para com Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol.
A federação Portuguesa rejeitou a oferta e não permite que a Vera cante o Hino Nacional. Deixando de lado as tricas que parece haver entre federações, alegam que a Federação sueca não os informou atempadamente… 
Lamentando esta maldade indigente que deixou a minha amiga (que já estava no local para ensaiar o som) no estado de espírito que facilmente se imagina, direi que o feio gesto “tuga” não altera nada do que antes tinha aqui escrito.
Nem sobre a Vera... nem sobre os lamentáveis grunhos e burgessos que dirigem o futebol profissional português... nem sobre o próprio futebol.
Que ganhe pois quem calhar… (o voto é secreto)!!!

sábado, 16 de novembro de 2013

Rumo a Paris...


Álvaro Cunhal teve uma breve, mas intensa relação com Paris. Ou melhor, com alguns seres humanos que, nessa altura habitavam Paris, uma cidade em que se respirava a liberdade que em Portugal ainda não passava de um projecto dolorosamente trabalhado e incansavelmente sonhado... liberdade da qual, convenhamos, mesmo estando em Paris não podia desfrutar abertamente, já que os olhos e ouvidos da PIDE se encarregavam de vigiar de perto aqueles que tinham emigrado, fosse por razões políticas, fosse apenas para matar a fome.
Dessa “vida de Paris” de Cunhal, vida tão menos dourada do que a de outros conhecidos exilados, não posso falar, por assumida “incompetência” para o fazer. Outros amigos, nomeadamente os companheiros do outro blog onde estas letras serão também publicadas, têm certamente um mundo de estórias e História para partilhar sobre o tema.
Pela parte que me toca, folgo em saber que foi ali criado Le Cercle Álvaro Cunhal” que, entre outras iniciativas, promove um encontro de dois dias, a começar hoje mesmo e a acabar amanhã, Domingo 17, encontro/convívio onde se lembrará o exilado, o lutador anti-fascista, o político, o artista... o amigo comum.
Como podem ver no programa "afixado" aqui em cima, amanhã, Domingo, haverá um déjeuner convivial (gastronomie portugaise). Mesmo atendendo a que o Palais des Congrès de Nanterre fica um pouquinho fora de mão... como resistir a um almoço assim?
Lá estarei, se tudo correr de forma tecnicamente escorreita! Parece que a seguir também haverá umas canções…

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Emigração interplanetária – Sim, mas...


Dizem-me que foram descobertos uns planetas, não muito longe, apenas uns anos luz (é já ali!) e onde muito provavelmente os seres humanos poderiam viver.
Parece que há água com fartura, os ditos planetas estão “sugadinhos” virados para o seu sol, mas sempre na mesma posição, o que quer dizer que de um lado do planeta é sempre dia e do outro é sempre noite. Além disso, para além de se poder escolher viver de dia ou de noite... também se deve poder escolher lugares com temperatura constante. Para remate, parece que são bem maiores do que a Terra. Magnífico!
Dada a choldra em que a Terra se transformou, poderemos organizar uns valentes grupos de emigrantes/exploradores e partir para um desses prometedores planetas ainda virgens... mas é assim: podemos levar objectos pessoais e gostos pessoais e relações pessoais... e o diabo a sete. Agora o primeiro “cromo” que ponha uma vedação num terreno e diga “Isto é meu!”, leva um tal banano nas trombas, que lhe passa logo a vontade de ser proprietário!
A mesma parvoíce da Terra, outra vez... não!!!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Mudar – Um acto de coragem!


O comissário europeu Lászlór Andor descobriu a pólvora! Diz o génio que uma forma de os trabalhadores contornarem o fenómeno do desemprego nos seus países... é estarem dispostos a ir trabalhar para outro país onde a sua força de trabalho seja necessária.
Feita esta espantosa revelação, em milhares de casas portuguesas há milhares e milhares de pessoas absolutamente estupefactas. Nunca ninguém tinha, até hoje, pensado nessa possibilidade. Quem haveria de imaginar que os milhões de portugueses que, ao longo de décadas e décadas, têm demandado o Brasil, o Canadá, os EUA, a França, a Alemanha, a Suíça, o Luxemburgo, etc., etc, divertindo-se como loucos no seu papel de turistas... poderiam ter aproveitado as estadias nesses países para trabalhar!!!
Agora a sério, também acho importante que, perante a penúria, a fome, ou simplesmente a total falta de horizontes e perspectivas de um futuro, muitos portugueses, para salvar as suas vidas e a das suas famílias, tenham a força e a coragem de mudar de país.
Claro que – mas isso é cá uma coisa minha – mantenho a esperança de que um número ainda muito maior de portugueses tenha a força e a coragem de mudar o país!