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domingo, 3 de março de 2013

Tatyana Ryzhkova – Fantasia…


Eu sei... eu sei que aconteceu ontem uma manifestação, ou melhor, dezenas de manifestação que juntaram para cima de uma quantidade de pessoas de várias idades... as idades físicas e as outras. Disso falarei amanhã, segunda-feira, depois de recobrar o fôlego.
Por hoje, e para não fugir a repetir esta domingueira “experiência que deu certo”, que é, até hoje, a melhor definição de “tradição”, fico-me pela música. Uma sequência de fantasias à volta da “Traviata” do senhor Verdi, inventadas por Francisco Tárrega... compositor e guitarrista espanhol que há mais de cem anos perdeu a possibilidade de me agradecer de viva voz esta escolha musical.
Como aqueles bombons que, mesmo já sendo muito bons, ainda assim vêm embrulhados em invólucros luxuosos, apenas pelo caprichoso bom gosto de quem os oferece, também este momento musical chega pelas mãos da jovem bielorussa Tatyana Ryzhkova, uma recentíssima descoberta deste estabelecimento.
Ainda sem ter chegado sequer aos trinta, Tatyana é uma daquelas guitarristas que faz muitas das guitarras que não tiveram a fortuna de ir morar para casa dela definharem, estalar-se-lhes a madeira… e finarem-se por aí numa vil tristeza (estou neste momento a olhar para uma). Há guitarras muito felizes! Ouvindo e vendo o vídeo, ouvindo e vendo quanto a dona da guitarra se diverte com pequenos pormenores da música e como se transforma e ilumina ao tocá-los... percebe-se porquê.
Bom domingo!
Fantasia sobre temas da Traviata - Tatyana Ryzhkova
(Francísco Tárrega)



domingo, 6 de novembro de 2011

Bolero - Maurice Ravel


O célebre “Bolero de Ravel” não é apenas a infinidade de notas e símbolos musicais que Maurice Ravel arrumou artisticamente em folhas de papel cheias de “riscos” paralelos. Como qualquer música ou outra obra de arte, o “Bolero” é hoje o conjunto de experiências e emoções que fomos vivendo enquanto o disfrutávamos.
A História do “Bolero” é feita de (milhares?) de ousadias mais ou menos privadas e íntimas, mais ou menos públicas... de que destacarei apenas umas poucas.
Tudo começa na bela bailarina Ida Rubinstein, nascida na Rússia em 1885, e que entre as incontáveis ousadias que rechearam a sua vida, como ter posado nua para o quadro que vemos aqui em cima, pintado por Valentin Serov, teve a ousadia (que conta para esta estória) de, em 1928, quando fundou a sua companhia de dança, pedir a Maurice Ravel uma música que marcasse esse acontecimento, em que ela própria dançaria. Pediu expressamente uma música que tivesse qualquer coisa de espanhol...
Ravel, nessa altura um cinquentão que, muito provavelmente, devia pertencer ao enorme grupo de homens e mulheres que não eram capazes de dizer não aos encantos de Ida, escreveu o “Bolero”.
É uma peça musical que deve ser tocada “moderato assai”, o que a faz durar mais ou menos 15 minutos, dependendo do gosto do maestro... ou 18 minutos e meio, numa célebre interpretação do maestro Pedro Freitas Branco, que teve um dia a ousadia de inventar um “moderato” muito mais “assai” do que o costume.
A curtíssima melodia é ela própria de uma tremenda e minimal ousadia. Sempre na tonalidade de Dó (salvo uma pequena ousadia lá para o fim) e repetida até à exaustão. Ravel ousou, e conseguiu, fazer com que essa melodia, sempre igual, “cresça” em dinâmica a cada segundo que passa, sempre, sempre, sempre... até ao fim.
Dando um razoável salto no tempo, foi uma bela ousadia de Maurice Béjart, propor esta música, com uma coreografia ousadamente sensual e solada por um homem, como ponto alto do filme de 1981, “Les uns etles autres”, do realizador Claude Lelouch, proposta que este teve a ousadia de aceitar.
Poderia continuar... mas prefiro saltar para uma última ousadia... esta a raiar a insanidade, cometida por um jovem guitarrista da Coreia do Sul, de seu nome Sungha Jung, que, numa versão curta, ousa tocar o “Bolero”, convocar orquestras invisíveis e contar todas estas estórias, mais as que aqui ficaram por contar, servindo-se apenas dos seus dedos, da ousadia... e de uma simples guitarra acústica.
Bom domingo!
“Bolero” – Sungha Jung
(Maurice Ravel)



domingo, 16 de janeiro de 2011

Ana Vidovic – La catedral


A Ana Vidovic é repetente aqui na casa. Regressa, porque sim! Porque é bom ouvir como ela continua a crescer. Porque por vezes precisamos que a beleza e a luz nos guiem para fora da bruma.
A Ana Vidovic é assim... como o som de um regato de montanha e a transparência de um cristal de rocha. Ana Vidovic é um desses belos e raros seres humanos que não decidiram, um dia, tocar um instrumento... antes se deixaram "tocar" por ele.
Bom domingo!
La catedral” – Ana Vidovic
(Agustin Barrios Mangore)