Depois da vitória da Alemanha nas eleições gregas, fruto de uma intensa campanha eleitoral, vinda de todos os lados, principalmente da própria Alemanha e da sua inefável “frau” Merkel, a favor dos partidos favoráveis... ou para ser mais exacto, lacaios da “troika”, aqui fica uma sequência de reflexões... chamemos-lhes assim.
Milhares e milhares de eleitores gregos foram votar na “Nova Democracia”, de direita, borrados de medo com a ameaça de vitória dos “radicais de esquerda” do “SYRISA”. Um perfeito disparate... já que, não duvidando das simpatias de esquerda de muitos dos ideólogos e militantes daquela coligação/partido, o seu “radicalismo” está bem expresso na forma empenhada como gritaram aos quatro ventos a sua adesão à UE e ao Euro, questionando verbalmente o “pacto de agressão” ao povo grego... mas deixando no lugar as suas causas.
Milhares e milhares de eleitores do “PASOK”, o “PS” lá do sítio, foram votar, a tremelicar das pernas, no “SYRISA”, justamente divorciados do seu partido, fortemente enlameado pelos últimos acontecimentos naquele país.
Milhares e milhares de simpatizantes e militantes do “SYRISA” foram votar no “SYRISA”... e fizeram eles muito bem!
Muitos milhares de eleitores que antes votavam no “KKE” foram votar, a tremelicar das suas convicções, no “SYRISA”, iludidos como tantos antes deles e muitos que virão depois, pela velha e estafada fraude do “voto útil”.
Muitos milhares de simpatizantes e militantes do “KKE”, contra ventos e marés, contra campanhas de terror e difamação, votaram no seu partido... e fizeram muito bem!
1. A “suave” proposta de renegociação (mas dentro do Euro e da UE) defendida pelo “SYRISA”, foi um presente para a “Nova Democracia”, que pôde desta forma também propor, digamos assim, uma coisa parecida... e ficar bem na fotografia, para além de ganhar as eleições, ainda que por uma unha negra.
2. Para o povo grego, principalmente para os seus trabalhadores e grupos de cidadãos mais indefesos, estes resultado eleitoral é a continuação de mais do mesmo. Mais austeridade, mais roubo, mais sacrifícios. Impostos por uma “troika” que continua a ter no governo exactamente os mesmos que colocaram a Grécia nesta situação.
3. Para os agiotas internacionais (e alguns nacionais) que vão continuar a ganhar milhares de milhões com o esmagamento do povo grego, estes resultados eleitorais foram (e perdoem-me o trocadilho)...
“A Syrisa em cima do bolo”