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sábado, 8 de outubro de 2011

UM POEMA DE LI BAI


      Nessa longa espera em Chang'an,

Os gafanhotos tecem sua canção de outono

pelo corrimão dourado do poço.

A geada se deita na minha esteira de bambu,

mudando sua cor com o frio.

Minha lâmpada solitária está apagada,

e quero deixar minhas divagações.

Volto a suspender-me, eu fito a Lua,

e longamente suspiro em vão.

A beleza das pessoas é como uma flor

além da borda das nuvens.

Acima há a noite negra com a altura do céu,

Abaixo há a verde água esvoaçando.

O céu é comprido, a estrada é distante,

a melancolia faz minha alma voar.

O sonho da minha alma não passa,

a passagem da montanha é dura.

Essa longa espera quebra meu coração.


Li Bai
por Gabriel Rübinger

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

UM POEMA DE LI CHANG YIN




As flores murcham e caem 
arrastadas pelo vento de outono.
Para onde foge o perfume delas?



Lǐ Shāngyǐn (c. 813–858)
Tradução de Gabriel Rübinger 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

UM POEMA DE TU FU

Pintor: Katsushika Hokusai.    

Há três noites que sonho contigo.
Estavas em minha porta,
passando a mão pelos cabelos brancos,
como se uma grande pena te amargasse a alma.
Depois de dez mil, cem mil outonos,
não terás outro prêmio
além da inútil imortalidade.

De  Tu Fu para Li Po.
Tradução: Gabriel Rübinger  

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

NUMA FORTALEZA DE FRONTEIRA




Cigarras reclamando das amoreiras magras
na oitava lua pesarosa, no trecho da fronteira.
Pelo portão e atrás, todas juntas na estrada,
nada em nenhum lugar senão a grama e os juncos amarelos
e os ossos dos soldados de You e de Bing
que na areia empoeirada sepultaram suas vidas.

Jamais deixe que um cavaleiro te mova para a inveja,
com a soberba de seu cavalo e sua cavalaria.



WANG CHANGLING

Tradução: Gabriel Rübinger



original:




Imagem: Sangetsu-an,  Tōshi Yoshida.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

BEBENDO À LUZ DA LUA


Um jarro de vinho entre as flores,
bebo sozinho - nenhum amigo me acompanha.
Alço minha taça, convido a lua
e minha sombra - agora somos três.
A lua não bebe
e minha sombra apenas imita meus gestos.
Mesmo assim, são elas as minhas companhias.
É primavera, tempo de festa -
canto, a lua escuta e cintila;
danço, minha sombra se agita, animada.
Enquanto estou sóbrio, juntos estamos os três;
quando me embriago, cada um segue seu rumo.
Selamos uma amizade que nenhum mortal conhece.
E juramos nos encontrar no mundo além das nuvens.


LI PO

Tradução:
José Jorge de Carvalho



original:

花間一壺酒
獨酌無相親
舉杯邀明月
對影成三人
月既不解飲
影徒隨我身
暫伴月將影
行樂須及春
我歌月徘徊
我舞影零亂
醒時同交歡
醉後各分散
永結無情遊
相期邈雲漢


Arte:
Title: "A fairy moon and a lonely shore"
Date Created/Published: [between 1890 and 1940]
Medium: 1 print : woodcut, color ; 11.3 x 17.5 cm (sheet)
Summary: Print shows a man with a shoulder pole walking along a moonlite shore.
Acervo da Biblioteca do Congresso Americano

REVIVALISMO LITERÁRIO


Poesia Retrô é um grupo de revivalismo literário fundado por Rommel Werneck e Gabriel Rübinger em março de 2009. São seus principais objetivos:

* Promoção de Revivalismo;

* O debate sadio sobre os tipos de versos: livres, polimétricos e isométricos, incluindo a propagação destes últimos;

* O estudo de clássicos e de autores da História, Teoria, Crítica e Criação Literária;

* Influenciar escritores e contribuir com material de apoio com informações sobre os assuntos citados acima;

* Catalogar, conhecer, escrever e difundir as várias formas fixas clássicas (soneto, ghazal, rondel, triolé etc) e contemporâneas (indriso, retranca, plêiade, etc.).