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sábado, 24 de julho de 2010

INQUIRIÇÕES APREENSIVAS























INQUIRIÇÕES APREENSIVAS


O que acabrunha uma biografia
Rito incauto de fé mal consagrada
Êxtase conspurco que não desafia
Dolo amoroso na veste esfarrapada

Exora-se bênção em devoluto cobiçar
Crença transmutada na esfera bestial
Que existe acolá do horizonte angelical
Senão voz malfazeja que não quer calar

Doura-se a pílula no poetar de brandura
O logro desfralda-se na face demoníaca
Áugure travestido em roupagem escura
Desdenha amor que deflue da veia ilíaca

Santo, super-homem ou um malquisto ser
Sobrevém do vocábulo existencial escrito
Pouco ou nada, domina sempre o bonito
Deixando o SER predisposto ao objeto TER.


Denise Severgnini

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A PÉROLA DA COROA

























Somos filhos do universo em expansão
Centelha única de amor,define cada um
Luzes brilhantes [faróis], mostrar-se-ão
A dirigir caminhos, a todos ou a nenhum

Na cabeça eterna, os justos ostentarão
A Coroa Mestra dirigente do bem comum
A pérola ínfima abrirá seu puro coração
Resgatando aquele que não foi ao podium
Disseminar a bondade expressa do Mestre
Torna-se missão da pérola da Divina Coroa
_ Colher almas perdidas em jardim agreste
O brilho cintila espargindo imensurável amor

A pérola fraterna utiliza-o e depois o doa
Assim o laurel divinal estará a seu dispor


Denise de Souza Severgnini

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

FENECENDO DE AMOR
























FENECENDO DE AMOR

Inexplicável sentir de mãos que cursam um corpo pausadamente
Desvendando logradouros que ele azado desconhece
Como mapa de thesaurus, vai seguindo,
cursando as veredas que induzem à saciedade soberana.
Como o fulgor que rege o náufrago à existência,
suaves mãos conduzem o corpo ao incomensurável deleite do sentir amor.
Entornam bendições de anseios prestímanos sobre lençóis empíreos.
Duas biografias, num instante fazem-se una – conjunção carnal-,
de onde a alma não permanece abstrusa.
exprime-se na felicidade sentida... Dá para fenecer nesta badalada...

... E morrendo do prazer, render-se a tudo o que te aliança ao ente adorado
Cobiço expirar, perecer de amor, falecer de prazer e ressuscitar cada dia mais,
a fim de viver muito, muito mais amor!

Denise de Souza Severgnini

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Depois do álgido inverno



Lume fúlgido de amor que sempre arde
Num íntimo sem repostas tão finitas
Açoita, acabrunhado, perpetrando alarde
Nos tormentosos negrumes que habitas

Tu não sabes das pulcras ledices benditas
Nem ambicionas apreender, esta verdade:
Lume fúlgido de amor que sempre arde
Num íntimo sem repostas tão finitas...

Para teres tanta expiação, fui covarde
Que te fiz?Foram ações muito malditas?
Abandonei-te! Oh!Querida, será tarde?
Teu jeito femíneo em mim, tu ainda incitas
Lume fúlgido de amor que ainda arde...

Denise Severgnini

Romanesca





Romanesca

Oh!Amado dos mantos em negrumes espectrais!
Dedilho-te em evanescentes filigranas auspiciosas.
Lassidão absorta a tua... Evoco Posseidon nos abissais,
Rogando-lhe tua anátema destas hordas prestigiosas!

Numa abóbada celeste guarnecida de meus fadários
Esquadrinho-te como pulcra figura do bem fantasmal
Não nego amar-te... Pouco de ti apreendo nos hinários
De meu lied conspícuo, entoado a ti no cortejo sepulcral

Nulo ósculo, inexistente amplexo... Somente falácias.
Eternal viuvez de um femíneo íntimo deslumbrado!
Eu: Romântica nas expectativas, dolente nas tuas inércias!
Cavaleiro das plangentes azinhagas, tu és desalmado!

Tombo no vácuo noturno... E o plenilúnio tão denso
Vocifera toda crucificação no feminil cerne sacrificado
Altivo cavalariano, declina do negro corcel e propenso
Oblata amor a esta dama detentora de imo extasiado!


Denise Severgnini

sexta-feira, 5 de junho de 2009

NA BRANCA TERRA DE LINHO*(Para Vincent)





NA BRANCA TERRA DE LINHO*(Para Vincent)

Nívea nuvem sobrevoa a terra crua
A alma plena de saudade nua
Andeja silente na suave brancura
Imersa numa névoa de eterna ternura
A cor surge passo por passo
Escondendo um pouco do cansaço
Da mão trêmula a segurar o pincel
Olhos fundados no entretom pastel
Uma pincelada mais forte desenha o ser
Que dentro de si teima viver
E matizes de tons proliferam de mansinho
Em cores, na branca terra do linho
Manchando o pano o pintor exala
Tudo que seu íntimo cala
A emoção contida casulo oprimido
Para não findar como Vincent, deprimido

*In colors on the snowy linen land
Música Vincent de Don MacLean



Denise Poenise Severgnini

VINCENT




VINCENT


V an Gogh não se enquadra em nenhuma escola de pintura,
I mpressionistas inspiraram-lhe luminosidade e leveza
N ascendo assim, um pintor com mais desenvoltura
C omeçou também a pintar ao ar livre,bem junto à natureza
E strelas desfilam em sua tela Nuit Etoilée à St. Rémy
N os Girassóis travava sua luta contra insanidade
T héo seu irmão mais novo, amparava-o aqui e ali
V igiando seus passos, sustentando suas necessidades
A margou no peito,por Gaugin, impossível amor
N a instabilidade mental, a orelha cortou
G esto impensado, reflexo de toda sua grande dor
O cultou-se em St-Rémy-de-Provence e a depressão amainou
G rande pintor, excepcional talento, reconhecido após sua morte
H oje, apreciar um Van Gogh, traduz-se em pura sorte

Denise Poenise Severgnini

PÁSSARO DA NOITE






PÁSSARO DA NOITE


Adormeci!
Meu espírito, pássaro da noite,
desprendeu-se do corpo físico
acalentado, na linda plumagem do irreal.
Voou alucinada a tua procura!
Foi busca-te na imensidão da madrugada...
Percorreu longos caminhos...
trilhou por planetas desconhecidos...
Viajou à galáxias distantes...
Já cansado, vislumbrou tua alma-criança
repousando em rósea nuvem.
Teu semblante revelava sublime encantamento!
Temendo quebrantar a magia do momento,
acolhi-me, mansamente, junto a ti
e também repousei.
Despertamos!
Tua alma e a minha fundiram-se numa só,
criando um elo tão perfeito que:
uma luz divina clareou todo o universo;
os anjos entoaram cânticos em nosso louvor;
uma emoção maior se fez presente.
Tudo serenou diante à força de nosso amor!
Nossas almas, amantes de tantas e tantas outras vidas,
reencontraram-se uma vez mais.
"Palavras" fizeram-se desnecessárias,
tamanha a intensidade de sentimentos
que emanavam de nossos corpos espirituais.
A aurora, núncia de um novo dia,
enciumada, espreitou-se no firmamento,
manifestando seus primeiros sinais.
Meu espírito, pássaro da noite, assustou-se
ante à claridade repentina.
Desagregou-se, inconformada, do teu.
Era o momento do adeus!
Seguiu viagem rumo ao corpo jazente
no sono profundo, que tentava,
ansiosamente, ao mundo do real retornar.
Despertei!
Tive a doce ilusão de contigo ter sonhado,
sem, contudo saber que,
verdadeiramente,
estivera a teu lado
e não fora um sonho apenas.

Denise Poenise Severgnini

O QUE O POETA AMA




O QUE O POETA AMA

Poeta que é poeta ama mais que as palavras
Ama a mistura de letras em forte conjunção
Ama o sentimento solto ao vento sem travas

Poeta gosta do verso solto, com rima ou não
Gosta da melodia singela que no peito cravas
Ama encontro de notas desenhadas na canção

A quem ou o que o poema ama, é enigma

Poeta ama o amor e todo o seu estigma

Denise Severgnini

ÁLGIDO PANORAMA




ÁLGIDO PANORAMA

Olhos que olham ser ver
Da alma o real sentimento
Não vive, deixa-se acontecer

Fria lâmina do pensamento
Retalha a carne até morrer
Sem dar à pessoa o sustento

Na gélida paisagem, mulher habita

Sem amor e afeto, vive ela solita...

Denise Poenise Severgnini


http://fatamorgana.romanesca.com/snowqueen.jpg

ORQUÍDEA NEGRA




ORQUÍDEA NEGRA


Olha dentro do negro abismo
orquídea negra tenta florescer
As chagas de um mortal egoísmo
Permite a gema flor fenecer

Por falta de profundo idealismo
Há quem procure mais o ter
Olha dentro do negro abismo
orquídea negra tenta florescer

rompendo a estrutura de um dualismo
o mundo avança em direção ao ser
massas violam normas, há cataclismo
Para o amor ainda poder vencer
Olha dentro do negro abismo

Denise Poenise Severgnini

http://fotos.infojardin.com/subir-fotos/images/klz1228190962d.jpg

Estou como nau à deriva...

oi



Estou como nau à deriva...


Oh! Nau perdida assim no mar!
Onde te levarão os fortes ventos?

Nos campos de Posseidon te farão aportar,
Ou sob efeitos Dionísio terás contratempos?

Singrarás oceanos, laurearás eventos,
Se teu timoneiro seguir o luar...
Oh! Nau perdida assim no mar!
Onde te levarão os fortes ventos?


Como caravela sem rumo, meu olhar
Vagueia confuso ante meus tormentos
Eolo brinca com o barco e com meu pensar
Somos dois desvairados em aborrecimentos
Oh! Nau perdida assim no mar!

Edir Pina de Barros(Mote)

Denise Severgnini

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja1v7Lwc5u5VdpBP3Wm5VHZJdjxz4y5_JsFfx4nwzCSc0HOZVav9GhwIDYmjitXcW66DzdouP3knjAQ7du6N6WjaZM_6h-CN_uf94WPaoebUDpX5fRkNIrFzlc7AyNgc6kocsBbE4_Rr8/s320/nau_a_deriva1.JPG

sábado, 30 de maio de 2009

Como chamavam Júpiter




Júpiter e Juno, por Carraci, séc. XVI

Como chamavam Júpiter


Márcio!
Oh, grande Júpiter!
Abre tuas portas a Netuno!

Már_cio!
Teu mar satisfaz meu cio
Teu cio acarinha meu mar.

Márcio,
Deus_Pai do meu Olimpo!

Azul netuno dos meus olhos clama:
Oh, Márcio!

Amo-te!

Denise Severgnini


Imagem:

Júpiter e Juno, por Carraci, séc. XVI

AULÉTICO SER





Aulético Ser


Fauno...Pã...Silvano...
Frauta aterradora
Despudorado
Cobiçava ninfas,
-suas auléticas pernas_

De inferior casta,
Áulico não era...

Aulete de aulo em punho
Depunha medo e pânico inexplicáveis
Deus rebaixado das florestas
Almejava ser áugure...
Mera volição...
Nem auletriz possuía

Invídia, malefício dum ser...
Mata e não engorda o gado...
Apolo, reflexo de sua cobiça...

Com pífaro quebrado,
Nem ferreiro com seu aulo conserta
Então, áulico ser seu concerto tosco é finito!

Um aulido escuta-se na floresta...

Denise Severgnini



Imagem:



Dicionário:

Meandros



Meandros

Constranger depreciativo
Nefelibata volita ao lusco-fusco

Nas entrelinhas, vocábulos
Aquietam - se...
Mudez mordaz
Ação falaz...
Virtualidade do tempo

Boca da noite, funcional
Deitou breu nas letras...

Rainha de copas
Alforriou o sorriso
No gato de Alice...

Tardio entardecer
Murano quebrado
Re_colado ... !!!???
Fotografia rasgada!

Pôr-do-sol derradeiro!
Ocaso caligráfico!
Crepúsculo prosaico!
Anoitecer funesto!

Epístolas jazentes...
Um epitáfio, apenas:
“Fratello” setentri_oriental :
Rosa dos Ventos oscula-te exonerada
Amplexos solares a ti ofertados

Feneceu astro-rei...”Rest in peace”!
Renascerá em outra eternidade!

Denise Severgnini


Imagem:
Pôr-do-Sol em Lomba Grande
Foto de Moisés Braun

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sentindo a morte de perto






Sentindo a morte de perto

Há um beijo que não dei, mas já é tarde
O destinatário partiu faz muito tempo...
Há aquela flor que não reguei... Sem alarde,
Dou-lhe a líquida fonte de vida... Contratempo
Há em mim, aquela dor que não cultivei...
Há no firmamento, A Força Maior,
Que agnóstica, inconsiderada, quase eu repudiei...
Visita-me espectro das sombras... De amor,
Busco roupagem... A disfarçar as mazelas que experimento
De passagem marcada à estação terminal... Repenso!
Escrevo ,eu trabalho, leio estudo,... Pra quê?...Nem minto!
Há ainda lavrado em meu peito aquele verso denso...
Não exaurido, nem sentenciado... Que sem querer eu sinto!
Tenho tempo... Dou-me o tempo... Apesar do desalento
Andejo de mãos dadas com o Criador... Sobrevivendo!
Meu jazigo aguarda-me, mas não agora!Entendendo,
Que há a expectativa do mal, mas a finalização do bem
Vou indo... Escrevendo... Chorando... Com ELE... Até o além!

Denise Severgnini



Costurando meu arremate






Costurando meu arremate

Tempo voeja,
Entranhas em ebulição clamam liberdade
Astrológico ser impetra-me um fadário
De passagem, apanho a bagagem...

Não sei se ainda é tarde, ou se a manhã é morna
Lacrimeja a boca da noite, abluída em sangue posterior
Lápide marmórea e alva aguarda-me...
Senhora das trevas amadrinha-me... Batismo derradeiro!

Visão sem luz!
Em outras searas,
___reconciliar-me-ei com minhas letras!

Presentemente é tarde!
Van Gogh vem dizer-me:_ Starry night!


Denise Severgnini


segunda-feira, 25 de maio de 2009





A Poetisa Fenecida

Expirado o momento d’inspiração
Carnífice martírio de letras soltas
Mal diagramadas numa expiação
Em plúmbeo veludo, já envoltas
Traçam ritos da vate tão exaurida
Harpejam fúnebres árias... Riem
Do seu não ser expresso em vida
Letras malfadadas sobrevivem...

Poetisa serpenteia na soturnidade
Diáfanas vestes encobrem a agonia
Sem sua lira, não há prosperidade
Nem como poder falar de idolatria
Epopéias do desencanto desfraldam
Bandeiras que sacolejam escuridão
Perecidas almas a ela circunavegam
Impingindo um tanto de aliviação...

Não há conforto na palavra oblíqua
Um ego sorumbático nada produz
Nem mesmo um cura a ele se adéqua
Pois ela não se ajoelha ante uma cruz
Sucumbiram quimeras, versos alados
Desalento unânime na incerta essência
Tranquiliza na lápide, ossos cansados
Como epitáfio: Poetisa por excelência!


Denise Severgnini

domingo, 24 de maio de 2009

O beijo que não te dei




O beijo que não te dei



Sibilante, viperina oferenda

Cáustica emenda

Sem aceitação!


Judas a Jesus perpetrou oblação.

Em nossa contenda,

Ignorei-te osculação!


Denise Severgnini

Ósculo Ausente




Ósculo Ausente

Nas cortinas do tempo, bordei minhas quimeras
Templário de sonhos, foste tu, que arquitetei
Observei-te ao longe, já de outras e outras eras
Sorvendo as essências daquele beijo que não dei

Na medievalidade da existência, enclausurei-me
Nos antros de fantasmais e impenetráveis castelos
Oh, Deus!Como não afoitei do cavaleiro achegar-me?
Hodierno estado, são as acabrunhas dos meus anelos!

Símplice plantinha, na estrada, observei tua passagem
E preservei no âmago do meu ser, tua figura heróica
Beijei-te, em filigranas de sonhos, mas sem coragem
Nunca proferi sequer eu te amo, na paisagem bucólica...

Bailaram as sazões, os meses, os anos... Novas estações
Maquiei-me de rugas, encaneceram as minhas melenas
Anego ainda em meu ser ósculo ausente... Tantas ilusões
Rascunhei uma biografia em sonhos!Esperei como Helenas!


REVIVALISMO LITERÁRIO


Poesia Retrô é um grupo de revivalismo literário fundado por Rommel Werneck e Gabriel Rübinger em março de 2009. São seus principais objetivos:

* Promoção de Revivalismo;

* O debate sadio sobre os tipos de versos: livres, polimétricos e isométricos, incluindo a propagação destes últimos;

* O estudo de clássicos e de autores da História, Teoria, Crítica e Criação Literária;

* Influenciar escritores e contribuir com material de apoio com informações sobre os assuntos citados acima;

* Catalogar, conhecer, escrever e difundir as várias formas fixas clássicas (soneto, ghazal, rondel, triolé etc) e contemporâneas (indriso, retranca, plêiade, etc.).