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domingo, 23 de agosto de 2009

Amor em segredo



''Eu imploro para servir, seu desejo é uma ordem
Agora feche esses olhos, deixe-me amar você até a morte...''


Love you to death, Type O Negative.



Já tão crucificado por ilusões

Por um sonho meu coração ainda suspira:

Cantar-lhe, por um momento, ao som da lira

A música sublime das paixões.


Passa o tempo através de estações

Tudo passa, menos o que me inspira:

Um amor secreto, que nunca pedira

Em nenhuma forma retribuições.


Que isto não é como dívidas a serem pagas

É apenas um lótus que flutua nas vagas

E não importa se vai de encontro à Dor...


Saiba que vos amo com ternura imensa,

Chama que cresce, tão intensa,

- Morro por ti, se preciso for...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O juramento de Camille




Por minh'alma sempre perdida

Prometo, agonizante, escrever:

''Sou a que não merece a vida,

Sou aquela que deve morrer...''


Sou aquela que merece

O desprezo de um coração bruto

A quem não se erguerá uma prece

Quando a fronte se cobrir de luto.


Por minha voz que proclama desolação

Prometo, se me inspirar a sorte

Encontrar (um dia) uma razão

Pra não mais cantar a Morte.


Pra não mais cantar as trevas

De minha Via Dolorosa

Permanecer dura como as pedras,

Esquecer a poesia lacrimosa.


Por tudo que o espírito me exalta

Prometo jamais esquecer

Que com a paixão cometi falta

E portanto mereço morrer.


Mereço morrer - E me despeço agora

Sou apenas quem pela Arte enlouqueceu

O martírio que a todo artista devora,

Não é dom, é castigo meu!


sábado, 11 de julho de 2009

ENTREVISTA COM A ESCRITORA CAMILLE CLAUDEL, POR ROMMEL WERNECK



Geovana da Encarnação Loureiro
Mogi das Cruzes – SP. Pseudônimo: Camille Claudel

FORMAÇÃO ACADÊMICA E PROFISSIONAL:

Vou iniciar o quarto semestre da Licenciatura em Artes Plásticas. Já trabalhei também com encomendas de artesanato.

O QUE VOCÊ MAIS ESCREVE?


Camille: Sonetos e poemas.

E A PROSA?

Camille: Gosto de escrever em prosa, embora seja mais difícil eu fazer textos assim, pois me exigem tempo e uma criatividade maior. E os poucos textos que eu tenho em prosa são eróticos, mas às vezes faço contos de terror, crônicas, cartas.

QUANDO VOCÊ COMEÇOU A PRODUÇÃO LITERÁRIA? QUAL FOI SEU PRIMEIRO CONTATO?

Camille:
Sou uma leitora ávida desde criança, aos 13 anos eu tentei escrever uma história, porém, não deu certo, porque naquela época eu não tinha a maturidade e o conhecimento que tenho hoje. Contudo, aos 17 anos fui adquirindo contato com o estilo gótico, a literatura do Romantismo e do Simbolismo, aí sim, eu comecei a escrever com afinco.

COM QUANTOS ANOS COMEÇOU A ESCREVER? HOUVE FASES LITERÁRIAS EM VOCÊ? FALE UM POUCO SOBRE SUA TRAJETÓRIA

Camille: Posso dizer que foi aos 17 anos mesmo que comecei a escrever de verdade. No início, eu me inspirava em Álvares de Azevedo e Fernando Ribeiro, o vocalista do Moonspell, para escrever meus poemas melancólicos. Lógico que eu desabafava muito dos meus sentimentos também nesses poemas, pois comecei a escrever num período complicado da minha vida. Passei por inúmeras fases literárias, até na poesia dada/surrealista eu me aventurei.


COM QUAL ESCOLA LITERÁRIA OU PERÍODO DA HISTÓRIA VOCÊ MAIS SE IDENTIFICA?

Camille: Na literatura, eu me identifico muito com o Ultra Romantismo. Gosto também do Arcadismo e do Simbolismo, mas é na melancolia ultra romântica que eu sinto a beleza da poesia nascer com mais intensidade.

QUAIS SÃO AS SUAS INFLUÊNCIAS LITERÁRIAS E NÃO-LITERÁRIAS?

Camille
: Na literatura, minhas influências poéticas são Florbela Espanca, Álvares de Azevedo, Lord Byron, Cruz e Sousa, Augusto dos Anjos, Junqueira Freire, Bocage, Antero de Quental. Na prosa, a influência vem de Louise May Alcott, J. K. Rowling, Oscar Wilde, Jack London, Mary Shelley, Walter Scott. E outras coisas me influenciam, como sentimentos, frases, nomes , músicas.

QUAL A RELAÇÃO ENTRE ARTES PLÁSTICAS E LITERATURA?

Camille: A arte tem uma ligação forte com a literatura e com a história da humanidade. A temática de alguns quadros, por exemplo, só se tornam mais compreensíveis quando se conhece a ligação literária que há com ele, como no caso da tela A morte de Sardanapalus, de Eugène Delacroix, que foi inspirada numa obra de Lord Byron. É impossível falar de arte sem citar a literatura, os movimentos que surgiram na Arte Moderna deixam isso bem claro.

QUAIS SÃO OS SEUS PROJETOS?

Camille: Me aprimorar como escritora e desenhista. Pretendo escrever um livro sobre lobisomens, e claro, ilustrá-lo.


O QUE VOCÊ PODE FALAR SOBRE O BLOG POESIA RETRÔ?

Camille
: O blog não ajuda apenas os escritores a divulgarem os seus trabalhos, mas também faz com que eles se tornem mais unidos, estabeleçam vínculos de amizade, proponham novas idéias, colaborem. Pra mim, está sendo um prazer conhecer outros escritores, poder ler e comentar seus textos, creio que todo escritor precisa dessa ‘’ bagagem’’.


E QUAL O TEXTO QUE VOCÊ MAIS GOSTA? OU O Q VC ESTÁ CURTINDO NO MOMENTO? UMA VEZ QUE NÓS ESCRITORES SOMOS MUITO CRÍTICOS E NÃO CONSEGUIMOS NOS DECIDIR....

Camille:
Esta é uma pergunta cruel para alguém perfeccionista como eu! (risos). Bom, por isso mesmo considero o meu poema ‘’ Perfeccionista’’ como um dos melhores já escrito. ‘’ Auto-retrato’’, ‘’Poesia Morta’’ e ‘’ Suicidal Dream’’ também admiro. Já os textos que estou curtindo no momento são ‘’Diálogo com um coveiro’’ e ‘’ Dark Sanctuary’’.

E QUAL O ESTILO MUSICAL OU ARTÍSTICO QUE MAIS SE RELACIONA OU EQUIVALE A SEUS TEXTOS?

Camille: Musicalmente, creio que o Gothic rock e o grunge se aproximam dos meus textos. Na arte, os meus textos se encaixariam no Expressionismo.

O QUE UM BOM POEMA GÓTICO PRECISA TER?

Camille: Um bom poema gótico precisa saber expressar a dor, a angústia da vida, os pensamentos sombrios valendo-se de um humor sinistro, egocêntrico, até um pouco narcisista - mas sem fazer clichês, é claro! Um poema gótico acaba saindo assim naturalmente, a gente escreve e só depois se dá conta (pelo menos comigo é assim...), porque quem aprendeu a ver a beleza na dor, na obscuridade, buscando o equilíbrio entre luz e trevas, compreende realmente o que é ser gótico, o que vai muito além desses estereótipos que a mídia impõe.

HÁ QUANTO TEMPO ESCREVE NO RL?

Camille: Escrevo desde o final de 2006, no entanto, por conflitos pessoais, refiz o meu perfil várias vezes.


QUAIS ESCRITORES DO SITE VOCÊ INDICA?

Camille:
Rommel Werneck, Katatonic, Lígia Laginha, Marúcia Herculano, Cretchu, Jacó Filho, Wancisco Franco, G. Rübinger, Suicide Cobain, Mister Adams.


QUAL TEXTO SEU VOCÊ INDICA?


Camille: ‘’Perfeccionista’’, ‘’ Suicidal Dream’’, ‘’Poesia Morta’’ e ‘’ Dark Sanctuary’’.

EU, Rommel Werneck, indico este : GÓTICO http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/1575072


PANORAMA: A autora propõe uma retomada do estilo ultra-romântico.




TEXTOS DA ENTREVISTADA CAMILLE CLAUDEL:

http://recantodasletras.uol.com.br/autores/camilleclaudel


http://recantodasletras.uol.com.br/autores/rommelwerneck

POESIA RETRÔ, A POESIA DE SEMPRE

http://poesiaretroapoesiadesempre.blogspot.com/

TÓPICO DE ENTREVISTAS NO FÓRUM DO RECANTO DAS LETRAS

http://recantodasletras.uol.com.br/forum/index.php?topic=4713.30

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Que me venha a Morte



''Por isso, ó morte, eu amo-te e não temo:
Por isso, ó morte, eu quero-te comigo
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo.''

Morte (Hora de delírio) - Junqueira Freire



Que me venha a Morte, há tanto a espero!
Pois da vida não hei de sentir nenhuma falta
Com tanta dor que no peito me assalta
Se não vier a Morte, eu me desespero!

Que me venha a Morte, com seu negro manto
A fechar-me os olhos, suave, serena
Que leve nos braços minh'alma pequena
Triste e só em meio ao Vale do Pranto.

Que me venha a Morte, que não me há razão
Pra ir seguindo um caminho de misérias
E ter de fazer com elas mil pilhérias
Pra não enlouquecer na escuridão.

Que me venha a Morte - Depressa, venha!
Pois somente ela dará o que preciso
Não me importa Inferno ou Paraíso
Bem-vinda és, nada a detenha!

Que me venha a Morte - A minha única sorte
Seja a chave dos grilhões da existência
Se da vida algoz nunca tive clemência
Que me venha a Ceifeira - Me venha a Morte!


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Éramos felizes



(À uma família em declínio)


Outrora vi um rosto amigo
Quando meus pés tocaram o limiar
De minha casa, o meu antigo lar,
Não havia no mundo melhor abrigo!

Tantas lembranças levo comigo!
Antes de tudo vir a se transformar:
Pois onde a alegria costumava reinar
Agora é mais sombrio que um jazigo...

E não encontro, em nenhum momento
Quem me compreenda o sentimento
De estar só entre tanta gente...

Nos tornamos desconhecidos
Que vão passando, despercebidos
E mal se olham, tristemente...

sábado, 20 de junho de 2009

Camille Claudel




Tive na vida o dom concedido
Àqueles espíritos que nasceram pr'arte
Tive em mim um sonho perdido,
Uma cruz levada em toda parte.
Tive na vida ódio, paixão e loucura
Mais dor do que alguma alegria
E o amor que imprimi na escultura,
Repousa comigo na lápide fria.
Tive em vida pouco reconhecimento
Se me lembram, é no eterno sono
Que ninguém vem por um momento
Coroar de rosas o meu abandono.
O que mais tive na vida? Somente o pranto...
Ah, se tive mais, já não o sei dizer!
Como Werther, que amou muito, amou tanto,
Por Rodin, também me vi morrer!



terça-feira, 16 de junho de 2009

Dark Sanctuary



Há um templo na Colina das Sombras

Encoberto de brumas e signos de mistérios

D'onde ecom sinos tristes, etéreos

Como o réquiem do morto levado pelas ondas...


Ao redor nem crescem alfombras

E as lendas contam destinos funéreos

De quem invadiu o átrio, os impérios

- No edifício, não te escondas!


Morada de corvos, esqueletos e fantasmas

De lá emergem os véus de miasmas

De corpos que dormem em incógnitas eras...


Ornado de elementos medievais

Está escrito em um de seus vitrais:

'' Eis o Santuário das Trevas...''

sábado, 13 de junho de 2009

Diálogo com um coveiro



Diálogo com um coveiro




Estava ele sozinho, a cavar o chão

Quando o vi no Jardim Mortuário

Então pedi ao serviçal funerário:

'' Enterrai o meu coração!''


Ele olhou-me com indagação

Respondendo num tom de censura:

'' É vossa vida tão dura

Que queres enterrar o teu coração?''


Como um servo ao rei, em petição

Adiantei-me, com expressão piedosa

E insisti numa voz dolorosa:

'' Enterrai o meu coração!''


Desejando compreender a questão

Ele tornou a falar outra vez:

'' Criatura, o que é que te fez

Querer enterrar o teu coração?''


Dei-lhe a minha explicação:

'' Se meu amado a Morte levou consigo

A Dor encontrou em mim seu abrigo,

Enterrai o meu coração!''


Ele se põe absorto em meditação

Até afirmar com grande seriedade:

'' Tua alma será vazia de verdade

Se eu enterrar o teu coração...''


Não lhe fiz qualquer objeção

Apenas tiro do peito o tormento

E dou-lhe naquele momento:

'' Enterrai o meu coração!''


Ele o põe num pequeno caixão

Que vai à cova com meu adeus:

'' Descansem em paz, sonhos meus

Que à nada serve o meu coração!''

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Gótico



Consorte das Sombras, à noite vaga

Caminha solitário pelos cemitérios

Meditando sobre a morte, seus mistérios

Em pensamentos obscuros ele divaga...


De trajes incomuns, não se assusta

Com infortúnios que a vida lhe traz

Procura na introspecção alguma paz,

Na dor a sabedoria mais augusta.


Dono de um humor incompreendido

Vê o mundo pelo ângulo da tristeza

Sentimento que reveste de beleza

Com seu coração desiludido.


Rejeita modismos e qualquer estereótipo

Pois ele sabe quem é, afinal:

Apenas um simples mortal

Ao qual intitulam gótico.

domingo, 31 de maio de 2009

Noites d'insônia



Horas de medo - Medo do amanhã

Escudo que me repele a sonolência

Permanece alerta a consciência

Sem sonhos, firme e sã.


Mas vem assombros, trevas e Satã

- Preces aos anjos e paciência!

Pra dormir crio resistência

Vigiar o leito é meu afã.


Apartai-vos de mim, monstros noturnos!

Fantasmas que me rodeiam, taciturnos

E querem roubar minha razão inteira.


O sono me é um delírio de horror

Como se eu visse, sob o cobertor,

A face insana de uma caveira!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Poesia Morta



Ah, tempos sombrios, estes que vivi!

E foram neles que minh'alma foi lapidada

Embora fosse tão triste e amargurada

Os tempos sombrios jamais esqueci.


E tudo passou... No entanto, um dom eu perdi:

Minh'alma não anda mais sempre inspirada

Como fora outrora com sua poesia desolada

E em belo verso melancólico nunca mais escrevi.


Não era isto o que eu queria, oh desgosto e maldição!

Imploro a Álvares de Azevedo que ponha no coração

A antiga beleza que agora estrago numa linha torta.


Dor estranha do que do meu peito se apodera

Seria eu mais feliz se ao menos tivera

Guardado as cinzas de minha poesia morta...

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Suicidal Dream



Sonho de morte, o que tenho agora:
Desejo provar um veneno de amargo sabor
Que espalhe pelo corpo um suave torpor
E leve toda minha vida embora.

Sonho de morte, consuma-se sem demora!
Pois o sepulcro não me inspira qualquer temor
Uma vez que aliviará minh'alma de tanta dor
A agonia que vivo a toda hora.

Meu coração, doente, moribundo
Cansou-se inteiramente deste mundo,
De nele ser uma imagem desvanecida.

No veneno encontrei minha esperança
De tornar-me, por fim, uma lembrança,
A memória de um sonho suicida...


REVIVALISMO LITERÁRIO


Poesia Retrô é um grupo de revivalismo literário fundado por Rommel Werneck e Gabriel Rübinger em março de 2009. São seus principais objetivos:

* Promoção de Revivalismo;

* O debate sadio sobre os tipos de versos: livres, polimétricos e isométricos, incluindo a propagação destes últimos;

* O estudo de clássicos e de autores da História, Teoria, Crítica e Criação Literária;

* Influenciar escritores e contribuir com material de apoio com informações sobre os assuntos citados acima;

* Catalogar, conhecer, escrever e difundir as várias formas fixas clássicas (soneto, ghazal, rondel, triolé etc) e contemporâneas (indriso, retranca, plêiade, etc.).