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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Da justiça emocional

Não sei se existe uma justiça emocional, mas se não existe, inventei-a eu agora ...  O que também não é difícil já que somos meio racional, meio emocional - Damásio dixit. Tenho para mim que por muito que as leis e os procedimentos sejam límpidos e bem definidos, a decisão final tem sempre muito, ou bastante, ou um mínimo de emocional.

Todo este introito para chegar à reflexão que quero deixar hoje aqui: 

Tantas vezes dizemos (e não sou só eu) que os filhos são injustos connosco. Especialmente agora que a vida foi passando e nos fomos tornando emocionalmente mais frágeis, racionalmente mais indecisos.  Sentimo-nos magoados por determinadas circunstâncias ou seja lá por que for e acusamo-los de serem injustos connosco o que nos faz ficar ainda mais magoados. E, fechados no nosso eu, que é único, pensamos «eu não fui assim para os meus pais.» Não teremos mesmo sido?

Quid pro quo - e quantas vezes teremos nós sido injustos para eles sem de tal nos termos dado conta?

Tantas vezes achámos que os nossos pais foram injustos connosco, sem pensarmos quão injusto teremos sido com eles?

E se aquilo que nós - enquanto filhos, ou enquanto pais - tantas vezes achámos injusto afinal - dada a conjuntura da vida - de injusto nada tinha? 

É deste intrincado de julgamentos que nascem tantos conflitos em família (como fora dela...)

A vida não é justa! (Ou será?!)




quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Que fácil é criminalizar os pobres!


As notícias nos nossos telejornais (de todos os canais televisivos) são repetidas à exaustão. São dadas de manhã, repetidas à hora do almoço com as mesmas entrevistas e os mesmos comentários ipsis verbis, depois são-nos servidas requentadas e com sorrisinhos marotos e piscadelas de olho à hora do jantar. E se formos aos canais de notícias, temos de “levar com elas” de hora a hora. Nomeadamente as que pretendem denegrir o atual governo.

Foram os fogos, depois as boas das golas contra fumos (e não contrafogos, como eles quiseram muito fazer crer), seguidamente vieram as greves dos motoristas de matérias perigosas com o inefável Pardal e com os avisos supra alarmistas de que o país ia parar, que íamos ficar trancados em casa ou no Algarve, sem combustível para fazer andar os carros e, para cúmulo, a morrer de fome, porque iam faltar os alimentos nos supermercados.

Agora temos o triste caso das meninas gémeas de 10 anos que viviam e condições sub-humanas numa garagem, sem sequer terem ainda ido à escola. Horrível!

 Mas mau de mais é também estarem sempre a mostrar o local onde aquela família habita como mau de mais é também estarem sempre a repetir aquela miséria e a “entrevistarem” aqueles pobres pais.

Por esta altura, se houver alguém que leia este meu texto, já deve estar com vontade de me “pegar fogo” por estar a tratar aquelas pessoas por “pobres pais” sem os apodar de criminosos. Mas passo a explicar-me: quantas pessoas vivem no nosso país abaixo ou mesmo no limiar da pobreza? Que condições de vida têm? Que instrução/educação têm para se organizarem? Que grau de cidadania os assiste para saberem e conseguirem fazer as coisas direitinhas? Mas isso não interessa nada! O chamado ministério público já vai criminaliza-los, impede-os de contactarem as pobres crianças e pronto – ficamos todos com as nossas conscienciazinhas burguesas acalmadas…

Então e as meninas não tinham sido já sinalizadas em 2013 pela CPCJ? E de novo dois ou três anos depois? E os pais (pobres de dinheiro, de espírito, de educação, de apoio de toda a ordem) vão à escola matricular as crianças e são impedidos de o fazer porque não tinham mais nada senão a cédula de nascimento? Então e quem está à frente das escolas não tem o dever e a obrigação de denunciar esses casos abstrusos à polícia e aos tribunais a fim de serem regularizados?

Então e para que servem as CPCJ?! Faço-me esta pergunta há anos desde que, por inerência de funções, me vi forçada a participar nas reuniões multidisciplinares de um desses organismos! Ah, não temos pessoal! Ah não temos competências! Ah… não têm vontade, força nem sentido de cidadania! – gritei a alguns dos elementos que me contactavam na direção da “minha escola” quando tinham de tratar (ou não…) casos de alunos nossos.

E não se criminaliza aquela CPCJ que ignorou ou nada fez pelas miúdas?! Não! Criminalizam-se os pais que são pobres de tudo, de dinheiro, de comida, de instrução, de conhecimento e é mais fácil!

Que nojo!




sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Sindicato? Que sindicato?

A jovem que me atendeu no balcão do pão foi a mesma que me atendeu na charcutaria. Tão mal-humorada! Não indelicada, mas de cara tão fechada (diria “com umas trombas!”, mas o respeito por ela não mo permite) um ar tão aborrecido! Entende-se – deve ser um daqueles trabalhos temporários que explodem para o ar no verão, especialmente no Algarve.

Sabemos como os jovens são explorados, violentamente explorados nos empregos e não apenas a nível da restauração ou dos supermercados, mas também os jovens engenheiros, os jovens escriturários, os jovens advogados, os jovens economistas, os jovens… Explorados de facto porque a procura é inferior à oferta, porque não há quem os defenda, mas especialmente os “nossos” empregadores são meros patrões(zecos), muito longe que estão, com raras exceções, de serem verdadeiros empresários.

Quando cheguei à caixa para pagar as compras, a joven(zinha) deitava lume pelos olhos e vociferava para a colega da caixa ao lado «adoro estas cenas! Quantas horas mais tens de dar? Das nove às sete não lhe chega…» etc. etc.

O cliente que estava atrás de mim entrou na conversa, que eram realmente muitas horas seguidas e “sempre a bombar”. Aí a joven(zinha) rebentou: «e não temos ordem de ir à casa de banho, nem de parar para beber água, só na casa de banho é que não temos câmaras de vigilância, o almoço é na cave no meio das mercadorias e a correr, não temos direito a receber horas extraordinárias,,, e interrompeu-se porque a senhora que estava a ser atendida já se tinha enganado no código do multibanco.

Quando começou a atender-me, eu apenas lhe disse: «Sindicato, minha querida, sindicato!» E ela, rápida: «Que sindicato?!»

De facto, que sindicato? Sindicatos, agora, só mesmo o das enfermeiras com aquela senhora bem escavacada que grita GREVE! GREVE! Enquanto aumenta o seu ordenadito lá no partido. Sindicatos só mesmo os dos médicos que vêm às televisões apregoar pelo SNS que, pela calada, ajudam a enterrar. Sindicatos só mesmo aquele, inefável, dos professores a gritar GREVE! GREVE! Vamos destituir o ministério como da outra vez…

E eu, tão tonta, de repente, a sentir-me no tempo em que ainda acreditava no Pai Natal e na Fenprof-pré-Mário. Eu a sentir-me orgulhosa por a minha mãe, anos 60, ser professora em colégios e ser sindicalizada… Tão parva! A falar à joven(zinha) em sindicatos…

De facto, agora, que sindicatos? Apenas os do setor público. Os do setor privado não podem, não têm força para regatearem nas televisões a queda de ministros, a queda de governos.

E os trabalhadores do privado, temporários, a recibos verdes, a prazo, se refilam e falam no sindicato, vão para a rua ou para onde os patrões(zinhos) os quiserem mandar…




terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Se não digo, rebento!

Corro o risco de levar os meus queridos seguidores/visitantes a pensar que estou a tornar este espaço mais de registo e discussão dos aspetos negativos do dia-a-dia do que a tratar das maravilhas da vida, da arte, da escrita, das estações do ano, da poesia.

A questão é que, todos os dias os órgãos de comunicação social nos pretendem vender “gato por lebre” e eu não aguento.

Quando eu era tímida e trabalhava na escola, tinha, muitas vezes, de ir a reuniões alargadas com presidentes de outras escolas para discussão de problemas da vida escolar dos alunos. Muitas vezes, tinha opiniões muito diversas das do grupo e eu ouvia, ouvia, e quando “enchia”, pedia a palavra e dizia: «Desculpem, não concordo nada com isso e, se não digo, rebento…»

Assim estou agora: «Se não digo, rebento!»
Então andam mais de não sei quantos funcionários do Ministério Público (seja isso o que for) daqueles com formação (ou sem ela, sei lá!) a fazer inquirições (era o que fazia o Ofício dito Santo e a polícia política do ditador) por causa de dois convites para ir assistir a jogo de futebol e os outros restantes funcionários a inquirir dois antigos secretários de Estado de um governo de há anos porque utilizaram indevidamente o cartão de crédito – não, não foi para comprarem fatos Armani, nem para levarem a família a fazer viagens à Seicheles – para comprarem livros e revistas que levaram para casa quando terminaram o mandato.

 Quantos bilhetes de futebol e quantos livros e revistas se poderiam comprar com os milhões roubados no âmbito do crime financeiro do século no BPN, ou do BES?

Quantos bilhetes de futebol e quantos livros e revistas poderiam ser comprados com as luvas recebidas (e desaparecidas) com a compra dos Pandur e dos submarinos?

Querem fazer de nós parvos ou trata-se apenas de continuar e prolongar sine die o processo de difamação das governações de esquerda iniciado em 2004 com o obscuro e infame caso Freeport?

De nada mais se fala nesta torpe e infame comunicação social. Entretanto, o ex ministro Miguel de Macedo foi hoje ouvido em tribunal sobre o caso dos vistos gold – mas a comunicação social, caladinha. Ontem um dos arguidos da operação FIZZ afirmou em tribunal que tinha provas da manipulação da Procuradora Geral (desta) República e dados sobre quem a PGR tem andado a proteger – mas a comunicação social, caladinha, caladinha…

E querem vocês que eu me cale também? Não posso. Senão rebento!



Nota Final – li agora que o Partido Popular Europeu quer ver discutido o caso dos bilhetes de futebol no Parlamento Europeu!


Aonde vamos parar? 

domingo, 28 de janeiro de 2018

Desculpas frouxas

Volto ao tema do passado dia 25 Impunidade. É que se nesse dia me sentia furiosa, hoje não o fiquei menos com as notícias dos jornais: «MP não está preparado para lidar com casos de violência doméstica» - em grandes parangonas na primeira página.

E continuam: “Os funcionários do MP não têm formação nessa matéria, não lhes é dada por parte do Ministério da Justiça e não existe número de funcionários que permita um atendimento personalizado, nem pelos funcionários nem pelos magistrados.” – afirma o presidente do sindicato.

Para além da minha fúria crescente e incontida, duas observações acorreram, ato contínuo, ao meu pensamento:

             Uma, que tem a ver com a minha vasta experiência de professora enquanto presidente executiva: quando, perante novos projetos, novas tendências pedagógicas, reviravoltas nos programas, os colegas bradavam: “Não temos formação para isso! O ministério não nos deu formação para isso!” – Eu respondia-lhes muito simplesmente: “Há bibliografia sobre o assunto. Há aquilo a que se chama autoformação [já para não invocar o brio profissional!...] Se conseguimos tirar uma licenciatura [e ainda era daquelas de cinco anos…] também conseguimos fazer a nossa autoformação!”

                A outra, talvez mais violenta, é que me parece que o MP só tem formação para averiguar “delitos” de primeira grandeza como o pedido de dois bilhetes para ir ao futebol, ou umas viagens para ir ver o Europeu. “Delitos” que sempre implicam figuras da atual governação. Esta formação que o MP tem em barda esbate-se, esfuma-se, dissipa-se quando estão em causa delitos menores como o caso dos inexplicáveis roubos no BPN, o caso dos submarinos, dos Panama Papers, da Tecnoforma, o caso das adoções feitas a trouxe-mouxe pelos ditos bispos da IURD – só para referir os mais mediáticos.

E, lamentavelmente, tenho de concluir que somos um povo manso que mansamente aceita todas as desculpas frouxas que nos põem pela frente…





quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Impunidade!

Foi logo ao pequeno almoço. A televisão estava a transmitir a notícia da mulher que foi morta à paulada pelo marido.  (mais uma, pois então!)

Há pouco mais de um mês a vítima dirigiu-se ao Ministério Público para apresentar queixa por violência doméstica contra o marido que a espancara e ameaçara matá-la. O Ministério dito Público nada mais fez senão chamar a senhora para ela explicar por três vezes o que queria e sem lhe atribuir o estatuto de vítima. (Se calhar tinha o 5º ano do liceu e por isso tinha mentalidade e conhecimento para se proteger…) Hoje, passados 37 dias sobre a queixa, a mulher foi espancada até à morte. Mais uma!

Sinto-me furiosa. Sinto-me fragilizada. Não temos ninguém que nos proteja! De nada! Mulheres, homens, crianças. Estamos completamente entregues a nós próprios num país implantado no dito primeiro mundo! Instituições não faltam! Cheias de senhoras doutoras e de senhores doutores a ocuparem cargos com nomes por de mais compridos e enviesados para serem designados aqui, agora. Todos sentadinhos às suas secretárias, escondidos por detrás dos seus computadores a fingirem-se muito ocupados, dentro dos seus fatinhos e gravata a condizer ou das suas lindas blusas de seda. Com os ares impantes de quem domina tudo e sabe de tudo. (mas pouco ou nada faz).

Diz o sítio do Ministério dito Público que «O Ministério Público é uma instituição que tem por finalidade garantir o direito à igualdade e a igualdade perante o Direito, bem como o rigoroso cumprimento das leis à luz dos princípios democráticos. A Constituição da República Portuguesa e a lei atribuem ao Ministério Público muitas funções. Por exemplo, exercer a acção penal, dirigir a investigação criminal, participar na execução da política criminal, representar o Estado, defender a legalidade democrática, defender os direitos e interesses das crianças e jovens, exercer o patrocínio oficioso dos trabalhadores e suas famílias na defesa dos seus direitos de carácter social, defender os interesses colectivos e difusos, defender a independência dos tribunais e velar para que a função jurisdicional se exerça em conformidade com a Constituição e as leis. »

Tem-se visto! Palavreado. Nisso é que nós somos bons. No palavreado.

É o MP e é o Tribunal de Menores e são as CPCJ e mais outras quejandas. Cheias de gente com uma capa de impunidade que até assusta. Quando os tristes acontecimentos, os dislates lhes caem em cima, “sacodem a aguazinha dos capotes” Burberries, desculpam-se com o excesso de trabalho e com a falta de pessoal e depois fica tudo bem: nada lhes acontece!

Gentes, podeis continuar a bater a e matar as vossas ex! (o oposto talvez não!) Podem continuar a violar as crianças e a sujeitá-las a toda a espécie de violência bárbara e até a retirá-las aos pais para adoções rendosas que nada de mal vos há de acontecer porque as instituições são lentas, incompetentes e ineficazes.


Impunidade! Impunidade! É a característica mais aberrante, mais abjeta, mais ignóbil e mais difundida neste país. Estou furiosa!




sábado, 30 de dezembro de 2017

Paradoxo

Chamo-lhe paradoxo porque não quero parecer mal educada. Mas na época de ser bom, parece que ainda custa mais saber disto:


Notícia 1

A filha do ex presidente de Angola é a primeira mulher bilionária africana (1000 milhões de dólares).

Notícia 2

A UNICEF precisa de 4 milhões de dólares para salvar as crianças angolanas subnutridas.




domingo, 22 de outubro de 2017

Quem nos protegerá dos moralistas?

Sei que este caso está já estafado de tanto andar pelas chamadas redes sociais, mas, perante a vileza e a sordidez das deliberações dos “juízes” deste nosso país, a minha revolta é tão grande que dificilmente me consigo calar!

A ocorrência remonta a Novembro de 2014, quando um homem solteiro de Marco de Canaveses se envolveu com numa relação extraconjugal com uma mulher de Felgueiras. Quando, ao fim de dois meses, a relação acabou o amante passou a perseguir a mulher, visitando-a no local de trabalho e com envio de mensagens.

A história ganha novos contornos quando, em 2015, o assédio do amante se tornou incontrolável, ao ponto de sequestrar a mulher, arrastá-la até ao local de trabalho do marido convidando-o para um almoço. A mulher acabou agredida pelo marido, com recurso a uma moca com pregos.

O caso foi julgado pelo Tribunal de Felgueiras, que aplicou multas monetárias e penas suspensas com a duração de um ano e três meses e de um ano, para o marido e o amante, respetivamente. O amante pagou também um valor superior a 3500 euros pelos crimes de perturbação da vida privada, injúrias, sequestro e ofensas à integridade física.

Depois de apelar para a Relação do Porto, a mulher viu reforçadas as “penas” aplicadas pelo Tribunal de Felgueiras, tendo-se ainda exposto à maior humilhação que se possa imaginar! (Nem Hawthorne foi tão duro com a mulher adúltera no seu clássico romance “The Scarlet Letter”!)

Então o Tribunal da Relação mimou-a com frases de um moralismo abjeto (e haverá moralismos que não sejam abjetos?) clerical, ruralista, saloio e salazarento – frases como estas:

"O adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem". "Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte". "Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte".

O Tribunal da Relação do Porto lembra também que "ainda não há muito tempo que a lei penal (Código Penal de 1886, artigo 372º) punia com uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando sua mulher em adultério, nesse ato a matasse".


Sim, senhores! São estes os juízes que temos para nos protegerem de quem perpetrar crimes contra nós: cheios de preconceitos, de moralismos de antanho, com uma educação apreendida no catecismo, lançando mão de provérbios e de adágio por falta de uma cultura elevada e séria e formatados pelo ideário «Deus, Pátria e Família».


Mau de mais!!




terça-feira, 11 de julho de 2017

Dois pesos, duas medidas...

Sei que não são muito apreciadas as minhas publicações sobre a atualidade política. Porém, este é um blog multifacetado, daqueles que pretendem transparecer o que vai acontecendo no dia a dia, naturalmente pela minha visão.

Assim, não há forma de ficar indiferente perante toda esta forma dolosa do chamado Ministério Público avaliar a realidade conforme tende para determinada fação político-partidária - a sua - ou para a oposta. 

Para ilustrar esta falta de imparcialidade, fica aqui o texto do meu facefriend Carlos Esperança que é bastante mais equilibrado do que qualquer outro que eu pudesse escrever sobre o assunto.

A Galp, os secretários de Estado e a ética republicana

«A aceitação de uma viagem pública, para ver um jogo de futebol da seleção nacional, pode ter sido uma imprudência ingénua de quem a aceitou, talvez mesmo ingenuidade política, mas não o foi certamente de quem a ofereceu.

A ética republicana é incompatível com a aceitação de almoços, e o ato dos secretários de Estado é politicamente censurável. É pena que pessoas de excecional competência técnica não tenham sensibilidade política equivalente.

Exonerados a seu pedido, é aos Tribunais que cabe decidir se há lugar a sanções penais.

Mas não deixa de me surpreender a investigação tardia de um ato público amplamente divulgado, há mais de um ano, e o conjunto de coincidências que estão a acontecer.

E surpreende-me, sobretudo, por não ter sido averiguado o suborno comprovado pelas autoridades alemãs no caso dos submarinos e a falta de desmentido do desaparecimento dos papéis, bem como o desinteresse sobre 61 mil fotocópias que Paulo Portas levou do ministério da Defesa, quando cessou funções. (Pagando-as, claro).

Surpreende ainda o contraste entre a vigilância às viagens dos ex-secretários de Estado e a indiferença sobre a viagem familiar ao Brasil, em jato privado, para uma estadia numa ilha paradisíaca, de um primeiro-ministro a convite do amigo que tinha negócios com o Estado. E, surpresa maior, o generoso anfitrião protagonizaria, a seguir, o escândalo da compra da Quinta da Falagueira, que um partido da oposição denunciou, com o referido PM a referir-se ao amigo, que lhe hospedara a família e lhe proporcionara a viagem em jato privado, por «conhecido»: “É uma difamação estar a pretender que por ser meu conhecido, isso à partida envolve uma participação que não é correta” – diria o PM Durão Barroso.

Se esta investigação é uma mudança de paradigma, seja bem-vinda. Se é coincidência temporal com a campanha orquestrada pela direita salazarenta contra o atual Governo, é um azar circunstancial. Mas se o atual PR viesse a comprar ações não cotadas em bolsa e as vendesse com mais-valias substanciais, sem a investigação que apurasse a licitude, era motivo de desconfiança.»

A Justiça também está sob escrutínio.»




quarta-feira, 5 de abril de 2017

Desculpem-me!

Pois é! Hoje começo por pedir desculpa. Desculpa pela fúria que posso, inadvertidamente, expelir; desculpa por falar de política partidária; desculpa a quem aqui passar e for admirador incondicional dos partidos em questão.

Até certa altura a gente contém-se, mas há decisões superiores que nos fazem ferver e, como os vulcões, vamos aquecendo e acumulando gases até que chega o momento em que sai tudo: pedras, lava e labaredas!

Sabemos que os bancos, nomeadamente o BPN, têm falido devido aos empréstimos/ofertas milionários feitos a determinadas "altas" figuras, sem quaisquer garantias a não ser pertencerem a um certo grupo fechado que sentiam - e sentem, pois então! - ser os "donos disto tudo". Essas ditas figuras ficaram, da noite para o dia, riquíssimas. Para atirar com poeira para os olhos do zé povinho, abriram-se uns quaisquer inquéritos, não sem antes se assegurar que os que mandam na "Justiça" pertenciam ao dito grupo e depois, passados anos em que nada se fez senão deixar cair tudo no marasmo e no esquecimento, arquivam-se os processos por falta de provas, ou então - mais simples ainda - deixam-se prescrever. 

Muito conveniente!!

Mas, atenção! É mesmo preciso pertencer-se a esse grupo fechado, o verdadeiro 'gang laranja' para que as coisas funcionem assim. Os outros, os que não têm a cor e o sumo da laranja, por oposição, são espremidos até ao tutano, enxovalhados, enlameados, presos para investigações que nunca mais dão fruto e eu sei lá o que mais. 

É a isto que queremos chamar de Justiça? Não! Não me convencem. Por isso, meus caros amigos, estou furiosa e, mais do que isso, apoquentada. De facto, não temos quem nos defenda e nos trate com a retidão do fio de prumo se, alguma vez, tivermos um percalço, uma aflição na vida.

Hoje li uma frase que, breve e certeira, diz tudo: «A corrupção em Portugal não se limpa ... ARQUIVA-SE! »











sábado, 6 de dezembro de 2014

Enigma...

O enigma de hoje é de fácil descoberta - as dicas são por de mais evidentes. Só não vê quem não quer ver...

... que é o caso da nossa (in)Justiça...

Ora aí vai:

VIVE NO ESTORIL...  
E a "justiça" nunca mais o encontra...

Como a memória de alguns portugueses é MUITO CURTA, só se lembra do que se passou ontem, é conveniente que leiam e divulguem! Para avivar as memórias dos mais distraídos...

VIVE no ESTORIL, NUMA DAS CASAS QUE ERA DO EMPRESÁRIO JORGE DE MELO
(na Quinta Patino) e, ao que consta, é também proprietário de mais um lote anexo (tudo em nome de sociedades offshore).

VIVE, SEM SE ESCONDER, numa mansão no Estoril, bem perto da escola de hotelaria: uma excelente piscina sempre aquecida, um jardim, casa de bonecas para a neta, ar condicionado (vindo de um pais nórdico) e um casal de caseiros, vindos da Colômbia expressamente para o cargo (muito úteis, pois não sabem uma palavra de português).
A esposa atual (durante muitos anos, uma das muitas amantes que tinha e a quem oferecia carros topo de gama) esbanja em compras para ela e amigos (botas, roupas, animais - cada coisa na ordem dos 600 euritos, simples prendinhas numa tarde de ida às compras).

Oferece jantares em restaurantes «in», caça no Alentejo com amigos, passeia às descaradas por Cascais e pelo Estoril.

Tem um bruto empreendimento em Cabo Verde, na ilha do SAL
(O Sal é aquela ilha, onde o BPN criou umas "sucursais" e um banco mais ou menos virtual, com que se faziam umas operações de lavagem de dinheiro e fugas ao fisco..).

Esteve, pois, ligado ao BPN, aquele banco que estamos a pagar. E possui uma editora à frente da qual está a excelsa Zita Seabra. Gente ilustre é outra coisa.

MAIS UMAS DICAS:

0 - Tem um processo de investigação em curso
1 - Negou coisas que o seu chefe disse
2 - Esteve muito ligado a um grande partido
3 - Sabe fazer umas cantarolas
4 - Também sabe jogar golfe
5 - Desde há uns meses nunca mais se ouviu falar dele

De quem falamos?

(...ver resposta abaixo...)

Mais umas  para refrescar as memórias:

Há trinta anos, um simples advogado "pé rapado" de Coimbra, a viver atualmente à grande e à fartazana, à custa da impunidade que grassa neste Portugal.

Alguém dá por ele na nossa imprensa?

É fácil fazer esquecer um roubo superior a mais de 5 mil milhões de euros, quando se tem amigos bens instalados.


Trata-se de um dos presentes da foto abaixo. Quem é? Quem é?




segunda-feira, 15 de setembro de 2014

(In)Justiça(s)

(imagem retirada da net)

Os tribunais consideraram que o Estado foi altamente prejudicado por dois antigos ministros de governos do PS e por isso foram exemplarmente castigados e sentenciados pela “Justiça”. Um por tráfico de influências (terá recebido 25 mil euros de não sei quem) e a outra por prevaricação (contratou um advogado do seu partido para fazer um determinado trabalho muito necessário e útil para o Ministério e que, por acaso, ainda está a ser utilizado). 

Pode até haver razões (que eu sou apenas professora e não jurista)

Nos casos de sobreiros, dos submarinos, dos terrenos de Oeiras para erigir um novo hospital de oncologia, nas trafulhices do BPN, banco da família PSD, e nas atuais insondáveis roubalheiras do BES ou GES ou seja o que for, os atropelos do Citius, as criteriosas escolhas dos badamecos dos assessores do actual “governo”, das vendas e desvendas por eles perpetradas que vão retalhando e alienando o país, aí o Estado não está a ser prejudicado!

Vem-me à cabeça aquela frase desconcertantemente sábia de Bertolt Brecht: "Muitos juízes são absolutamente incorruptíveis; ninguém consegue induzi-los a fazer justiça."

E mais não digo!

quinta-feira, 16 de maio de 2013



... Mas eu não estou já a conseguir.

E como poderá alguém conseguir quando ficamos a saber que:



e que: