Não sei se existe uma justiça emocional, mas se não existe, inventei-a eu agora ... O que também não é difícil já que somos meio racional, meio emocional - Damásio dixit. Tenho para mim que por muito que as leis e os procedimentos sejam límpidos e bem definidos, a decisão final tem sempre muito, ou bastante, ou um mínimo de emocional.
Todo este introito para chegar à reflexão que quero deixar hoje aqui:
Tantas vezes dizemos (e não sou só eu) que os filhos são injustos connosco. Especialmente agora que a vida foi passando e nos fomos tornando emocionalmente mais frágeis, racionalmente mais indecisos. Sentimo-nos magoados por determinadas circunstâncias ou seja lá por que for e acusamo-los de serem injustos connosco o que nos faz ficar ainda mais magoados. E, fechados no nosso eu, que é único, pensamos «eu não fui assim para os meus pais.» Não teremos mesmo sido?
Quid pro quo - e quantas vezes teremos nós sido injustos para eles sem de tal nos termos dado conta?
Tantas vezes achámos que os nossos pais foram injustos connosco, sem pensarmos quão injusto teremos sido com eles?
E se aquilo que nós - enquanto filhos, ou enquanto pais - tantas vezes achámos injusto afinal - dada a conjuntura da vida - de injusto nada tinha?
É deste intrincado de julgamentos que nascem tantos conflitos em família (como fora dela...)
A vida não é justa! (Ou será?!)