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segunda-feira, 14 de julho de 2008

A Mãe de Todas as Patranhas

Que os Comunistas queiram fazer das raptoras, assassinas e narco-traficantes FARCs coisa potável, não admira, inventar opressões faz parte do próprio dogma, desde a instilação da consciência de classe como mecanismo de correcção da objectivação marxista da opressão. Agora que façam de megafone a um escrevinhador que quase defende o rapto, por achar que Ingrid Betancourt não quis ser suficientemente mãe é que me deixa de boca aberta. Então que defenderão para as abortistas? A fogueira? Olhando para esta Maternidade, da colecção de Tom MacMahon, apeteceu-me soltar uma interjeição que envolvesse caneco!

Chaves de Uma Comemoração

Pareceria impossível de explicar a razão pela qual uma França orgulhosa faz de uma insubordinação e arruaça em que partes de si se combateram a Festa Nacional. Esta costuma ser, nos países mais sãos, reservada a data de afirmação da independência contra ameaças estrangeiras, não assente e lutas intestinas; mas há um pormenor esquecido que pode explicar. A populaça que tomou a Bastilha, desejosa de substituir um cárcere com sete prisioneiros por masmorras em que milhares transitassem, a caminho da lâmina e do cesto, ofertou ao seu agitador-mor, Santerre, as chaves da famosa prisão, de que a família conservou a posse por quase dois séculos, até que as doou a museu conectado. O contemplado era apenas empregável em excitar ânimos já de si exarcebados, como reafirmaria no tristemente célebre massacre dos Suíços, em que novamente incitou à matança. Feito general, portou-se muito mal na Vendeia e foi acusado por Robespierre de... Monárquico, ele a quem tinha sido confiado o cargo de carcereiro do Rei condenado.
É neste episódio que encontro a simbologia maior do êxito da Revolução e da continuidade do seu festejo, guindada a gigantesca parada de feriado - os motins como pressa de se dar a quem aprisione, desde que seja novidade. E a institucionalização da desgraça cíclica substitutiva, como tentativa de fazer perdurar em sistema a ilusão do novo. Esta é que é a verdadeira servidão voluntária.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Fontes da Maria

Está em cena uma peça que, pelas notícias que chegam, parece ser alegre e librérrimo desvio da História, Nada a obstar, do ponto de vista da Liberdade Artística, mas convém precisar alguns factos, para sabermos que terrenos pisamos.
Por muita protecção que D. Maria II haja dispensado ao Conde de Tomar & Companhia Limitada, na fase inicial do levantamento popular da Maria da Fonte nada se podia ouvir contra a Rainha. Pelo contrário, davam-se vivas a ela e, antes do acaudilhamento da sublevação pelos notáveis, representantes Legitimistas e, depois, pelo Padre Casimiro,o filomiguelismo, contrariamente ao de outras regiões do País, não era reportado directamente à Figura do Rei exilado, mas, despoletado pela proibição de sepultar os mortos nos templos, à rejeição das inovações legislativas abstractas, sob a divisa Vivam a Santa Religião e as Leis Velhas! Morram as Leis Novas!
Nesta viçosa guarda da Tradição por um levantamento inicialmente feminino, o problema da identificação da figura emblemática que lhe emprestou o nome acha-se razoavelmente sintetizado aqui, mas convém acrescentar que a célebre Maria Angelina, de Simães, se apresentou ao Padre Casimiro, reivindicando ser a verdadeira e única Maria da Fonte, contra outras candidatas. E disso o terá convencido, pois por ele foi considerada heroína e gratificada com a quantia notável para o temo de 4$800 réis.
A versão muito popularizada por Camilo deve ser posta de parte, porque assente nos apontamentos que Ferreira de Mello e Andrade lhe transmitiu, os quais, segundo artigo de Francisco M. M. de Oliveira publicado em 1903 afiança, foi-lhe confidenciado pelo Autor serem obra de ficção, coisa corroborada pelo filho do próprio.
Por fim, a questão da Fonte parece de facto encontrar explicação na estalagem da Póvoa de Lanhoso junto de uma, em que se reuniam as revoltosas, embora a sua proprietária Maria Luiza Balaio nunca haja integrado as insurreições, limitando-se a dar coragem às que nelas entraram, O mais provável é a designação ter sido de origem compósita, em que a noção do local de partida e sua dona se amalgamou às Mulheres de Armas que afrontaram o Liberalismo Cartista.




sexta-feira, 20 de junho de 2008

Fuga Sem Arte

20 de Junho é o primeiro do fatal acontecimento de Varennes. Não devemos lembrar tanto o folclore imaginado ou não de ter Luís XVI levantado uma cortina da janela da carruagem e ter sido reconhecido pela efigie nas moedas que corriam. São factos de que os relatos mais autorizados prescindem e, apesar do valor simbólico de a curiosidade ser fatal, para Reis como para o gato do provérbio, bem como de o dinheiro aparecer, recorrentemente como o maior inimigo da Tradição, o que devemos reter, para além da notória incompetência na camuflagem da viatura - que chamava todas as atenções e mais algumas - é que, depois de muito ceder já não rsetava capacidade mobilizadora de outros centros urbanos contra os revolucionários que dominavam totalitariamente Paris. A haver fuga, sempre pior que uma resistência heróica, que tivesse sido no princípio, como nesse Outubro de 1789 em que fora pensada. E não agora, quase dois anos depois, apesar de a mitologia revolucionária da traição cair pela base quando sabemos que a Família Real se encontrava prisioneira de facto, impedida de se deslocar até a cerimónias religiosas como a de Saint-Cloud.
A partir daqui, tudo estava perdido, porue o medo e o fracaso se prestam a todas as caricaturas, como a de a detenção se ter devido a uma permanência excessiva à mesa da hospedaria, já que a gula tinha caução expressa de Nostradamus quando escreveu deste Rei, Roy desrobé, trop de foy en cuisine, num passo próximo da expressa menção de Varennes, o que vai um pouco mais longe que o jogo interpretativo feito de literalidades e simbologias dos ditos proféticos, de modo a fazê-los encaixar.
Não era preciso ser profeta para perceber que a cedência em quem tem responsabilidades é a perda da cabeça. Literal ou metaforicamente.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Princípio da Não-Discriminação

À hora do fecho da edição de hoje ainda não tinha sido possível confirmar a entrada do pedido de explicações do BE na redacção do jornal «A Bola»...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A Democracia às Malvas

Bonaparte Encerrando a Farsa da Igualdade por GillrayÉ sempre reconfortante ver como figuras públicas que ascenderam cantando loas à Igualdade acabam por renegá-la, substituindo-lhe o culto pelo da Eficácia. Ontem foi o Corso, hoje é o Sr. Saramago, que o imita, julgando-se Napoleão.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Terramotos e Cicatrizações

Quem não recorda o exemplo Romano de Marco Cúrcio? Aquele que, perante um horrendo abalo de terra que abrira fenda descomunal na zona do Forum, acrescido do vaticínio dos áugures segundo o qual as terras só voltariam a fechar quando a Cidade lá deitasse o seu maior tesouro, viu este concretizado no valor das armas e corporizado em si, pelo que se precipitou no abismo, operando-se, de imediato, o efeito pretendido.
Na China de hoje procede-se ao contrário. Deixa-se que os pobres pais atingidos pela desgraça de filho morto ou incapacitado pelo sismo mastodôntico que se conhece venham a poder ter mais um. Tentativa de contrapartida da dor, dirão uns, cálculo da melhor maneira de entreter, estagnando vontades insurrectas, desconfiarão outros. Mas a ironia vingadora da questão está em ser o tremor do solo o tímido veículo corrector de um abismo muitíssimo maior - o da limitação oficial da procriação, afinal a paroxística expressão do totalitarismo.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Cosa Che?


Não podendo mais calar a minha indignação contra as campanhas revisionistas que querem fazer do Grande Comandante algo que ele não foi, venho aqui deixar o meu desprezo por aqueles que invocam factos, essas artimanhas do Capitalismo, para o condenar. Todos os revisionismos nos provam que os factos nada são senão mais palavras, portanto não me falem deles! Rousseau tinha razão!
São as palavras que fazem a Revolução. Mas não as dos serventuários do Imperialismo, essas não! Só as dos líderes revolucionários é que contam!
Por isso não quero declarações mentirosas, que não as do Comandante, esse grande jurista que proclamou ser
a prova um detalhe burguês arcaico; que os por si capitaneados executavam por convicção revolucionária. Mas claro que a força da burocracia é muito grande e a Reacção tentará sempre manter o sistema antigo.
Pretendo render homenagem ao tribuno que, em Nova Iorque, na sede desse fórum exemplar que dá pelo nome de ONU, arrancou um imenso aplauso ao dizer que os seus
executavam, sim! E que continuariam a executar pelo tempo que fosse necessário. Que se tratava de uma guerra de morte contra os inimigos da Revolução.
Também queria lembrar o grande construtor de um sistema internacional de segurança que, em entrevista de 1962 ao Daily Worker de Londres, lamentou as cedências de Moscovo, com a doutrina da Coexistência Pacífica, advogando o único remédio eficaz contra os inimigos da Revolução, textualmente, o extermínio nuclear.
E não posso deixar de louvar os membros do nosso Bloco de Esquerda, que colocaram de parte as suas tendências manifestas, como a luta contra a homofobia e a heroicização sublevante das vítimas da SIDA, para homenagearem esse grande clínico que esteve por detrás da criação de campos de concentração cubanos onde, a par dos contra-revolucionários, se internavam os homossexuais e os doentes com certas maleitas venéreas. É só ir à net e ver as homenagens que destacados militantes desse partido, corajosamente, dedicam ao colosso da luta dos trabalhadores, nascido a 14 de Maio.
Por isso não cairei no burguesismo de lhe tirar o chapéu.

Cenas e Biscas

Pena que este País esteja sem Rei nem Lei, nem trunfo que corte as vazas à verborreia da mais folclórica das figuras, de indefinido naipe. O novo parceiro de jogatanas do Sr. Sócrates meteu no mesmo saco Nossa Srnhora de Fátima e um afrontador assumido da Doutrina Cristã. Com o Dom da Profecia, a Virgem já tinha, ao prever os erros que uma Rússia diferente da actual espalharia pelo Mundo, deixado claro que não preza a companhia dos adeptos desses enganos.Mas gostava de ver a cara do ateu marxista de Lanzarote, ao tomar conhecimento das declarações. Se o Diabo foge da Cruz...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Outro Maio

Capitão Laureado Santiago Cortés González, O Paladino da Virgem

Menos conhecida do que a heróica defesa do Alcazar de Toledo, até por não haverem os resistentes sido a tempo libertados, outra epopeia nos deu a Guerra de Espanha, digna de ser hoje lembrada. Com efeito, foi a 1 de Maio de 1937 que finalmente cederam os heróicos Guardas Civis que, sob o comando do Capitão Cortés, haviam resistido a cerco e bombardeamentos prolongados, reabastecidos apenas por via aérea, tendo-se entrincheirado, com muitos civis fugidos aos Vermelhos, nesse Sanctuáro da Virgen de la Cabeza, na Sierra Morena. Cedendo apenas a um ataque final numa desproporção de 150 para 1, permitiram ao seu excepcional Comandante, ele próprio ferido por uma granada de Artilharia que O levaria para o Céu poucos dias depois, responder ao interrogatório que acreditava não haver mais resistência, por se encontrarem mortos ou feridos todos os defensores. Antes, desaparecera a imagem sagrada da Virgem, muito possivelmente ocultada por ordens suas, o que evitou que sofresse a sorte de outra iconografia santa, ali mesmo fuzilada simbolicamente pelos Rojos.
Há que reconhecer que o comandante Republicano Martinez Cartón tratou os prisioneiros com humanidade, protegendo-os dos milicianos que os insultavam e queriam matar os graduados, apesar de alguns subordinados terem morto feridos e desarmados, claramente contra as ordens. Mas não resistiu a dar um sermão em que dizia ser uma ironia que os outros, crentes, tivessem caído nas mãos deles no Dia do Trabalhador. Como se este fosse propriedade prvada dos ateus.
Neste local de aparição medieva de Nossa Senhora a um Pastor, claro precursor de Fátima, o Glorioso Militar Caído comunicava com o Campo Nacional através de pombas que ele próprio lançava. Mais ainda do que a paz por que lutou, eram estas o símbolo perfeito do Espírito Santo que O iluminava.
Imagem original da Virgem da Cabeza, que creio ainda não ter sido encontrada.
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segunda-feira, 3 de março de 2008

O Código Da Venda

Afinal o velho best seller «A Jangada de Pedra» não era um exercício de mera imaginação sobre uma largada da Península Ibérica face à Europa, encerrava era uma críptica antevisão do afastamento do autor em relação ao Comunismo que lhe servia de revestimento.
Ao contrário do crítico que põe a nu a embriaguês de Saramago com o Presidente do Governo Espanhol, ela não me surpreende. Conheço vários tipos de Comunistas, os que acreditam piamente em que a colectivização abolirá a escassez e trará a felicidade, poucos mas consistentes; os que vêem no Partido uma forma de resistênsia à desumanização ultra-privatizadora e lá procuram solidariedades contra o desrespeito pela fraqueza, a grande maioria. Mas o escritor radicado nas Canárias é de uma terceira espécie, bem mais ruim: aquela que vive amarrada aos ódios do Passado e quer viver o que lhe resta em função deles: Zapatero pôs-se a destruir símbolos do Franquismo, a premiar a memória das atrocidades dos Vermelhos e a atacar a Igreja? O facinoroso intelectual sente que está perante um dos seus e engole a beberragem até ao fim. Ao ponto de nem o PCP (o outro) lhe parecer tão vermelhusco, nem a liderança norte-americana tão negra...

domingo, 2 de março de 2008

Dieu et Le Roi!

A Emboscada de Coessin de La Fosse
En 1793, la France faisait front
à l'Europe, la Vendée tenait tête à la France. La France était plus grande
que l'Europe ; la Vendée était plus
grande que la France

Vítor Hugo
Até na atribuição dos começos a História foi injusta para com a Vendeia. Diz, geralmente, que a revolta contra os Revolucionários começou a 11 de Março, quando os primeiros tumultos se deram em Cholet, a 2, numa onda de indignação contra a quebra das quotas tradicionais de serviço de sangue que a Convenção desrespeitara, ao querer lá recrutar parte significativa dos 300.000 homens que se propunha para as malfeitorias conhecidas. Foi sentimento genuinamente popular, os quadros da pequena Nobreza só reforçaram mais tarde a vontade de lutar pela Legitimidade.
O resto é o que se conhece, a erradicação de uma fatia populacional impressionante, por instrumentos vários, de que o mais célebre, tristemente, claro, foi o General Turreau, com as Colunas Infernais. Os métodos dos Chouans, os Guerrilheiros Realistas, também foram duros, mas tinham como alvo o inimigo visível, os soldados e representantes de Paris, enquanto a repressão não olhou a idades, sexo, saúde ou culpas. Reynald Sécher escreveu que a Revolução Francesa foi a matriz de todos os genocídios da História.
E foi-o, ela própria o reconheceu. Não tem cabimento a interpretação dos revisionistas favoráveis aos Revolucionários, que fazem contraditoriamente de Toureau bode expiatório, ou único culpado pela iniciativa própria. O próprio tribunal militar dos seus que o julgou, absolvendo-o, por apenas ter cumprido ordens, o reconhece, já que ainda ninguém expressamente defendeu que as instruções brotem do vácuo. E a tentativa de justificar com a "legalidade revolucionária" é uma agravante, já que uma ordem jurídica só pode ser legítima se corresponder a valores enraizados por uma continuidade cronológica significativa.
Aliás, os delegados do Governo na região, Hentz e Francastel, tinham sido claros no relatório que enviaram ao Comitê de Salvação Pública:
Dar morte, em todas as regiões insurrectas a todos os indivíduos de qualquer sexo que aí se encontrem, indistintamente, e chegar a incendiar tudo. Quando a guerra da Vendeia estiver completamente terminada não ficará habitante que se veja, pois ter-se-á destruído tudo. Assim é impossível que vos ocupeis de uma lei sobre o seu governo. É preciso declarar toda a região confiscada pela República, salvo a indemnização aos refugiados, e o número desses refugiados é pequeníssimo, face ao resto, que é culpado, que pereceu e que perecerá.
Coerentes avós espirituais dos deputados que recusam votos de pesar por assassínios!
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quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Um 31 dos Antigos

A 31 de Janeiro de 1891, no Porto, sucumbia definitivamente a primeira tentativa Republicana séria, após o partido ter ganho audiência, com o Ultimato. A propaganda, que só encontrara até então orelhas moucas, passou a germinar junto das classes citadinas que, por lerem jornais, se consideravam letradas e portadoras da Salvação da Pátria. O grande estandarte haveria de ser a colonização como as dos outros, atacando a política Monárquica de alianças com as chefias indígenas como fraqueza e nem considerando hipóteses de integração como a posteriormente tentada pelo Estado Novo. A incapacidade associada a opção diversa da exploração pura e dura estaria doravante em todos os discursos.
O golpe, propriamente dito, escapando à hierarquia pelas mãos da baixa oficialidade e pela agitação dos sargentos, foi teatral de uma ponta à outra, desde o empolamento do discurso de Alves da Veiga à ideia de desfile armado que brindou a Guarda Municipal, a fiel de todos os governos, com um alvo facilitado.
Mas estava criada uma mitologia mobilizadora, fornecendo a preceito heróis e símbolos. A própria bandeira verde-rubra foi buscar a sua génese à dos revolucionários de então, trazida de um misto de Maçonaria e Positivismo que era o Centro Democrático Federal.
Apresenta-se assim mais uma lição da História: a falta de jeito do momento pode, desde que aplicada nalgum fragor de mudança, vir a ser semente que frutifique. Um exemplo a tomar pela Causa que valha a pena, ou seja, a inversa do acontecimento lembrado.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Os Sentidos Nas Alturas

Sir Edmund Hillary por Edward J. HallidayNuma velha fábula chinesa, usurpada por Mao Tse Tung, o Velho Louco, convencido de que conseguia mudar as montanhas, mandava os filhos desbastarem-nas um pouco cada dia. E quando o Velho Sábio dele troçou, disse-lhe que as elevações não podiam crescer mais, enquanto que as sucessivas gerações que abatessem um pouco de cada vez poderiam acabar por retirá-las do caminho. Tanta perseverança teria comovido Deus, que mandou dois anjos removê-las.
Em período interiormente conturbado não consegui ontem elaborar, como queria, um post em honra de Sir Emund Hillary, entretanto falecido. Faço-o hoje, que ainda é tempo. Para sublinhar as diferenças - onde o revolucionário oriental queria forças que arrasassem o que estava no alto, nivelando horrendamente, o Alpinista Neo-Zelandês procurava no respeito pelo Existente e pelo esforço pessoal, elevar-se a níveis difíceis de atingir. E como o próprio deixou claro:
Não são os picos que se conquistam, mas nós próprios.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Entre Totalitarismos

Leitura de um livro de memórias capital para perceber as conspirações dos meios Monárquicos e Nacionalistas Alemães contra a heresia Hitleriana, ensanduichados entre a insurreição plebeia que fez perder uma guerra e o Império e o plebeísmo de chancelaria que redundou no esquartejamento e submissão do Seu País.
A Autora, Neta do Grande Almirante v. Tirpitz, era Filha do Embaixador em Roma nos primeiros tempos do Nacional-Socialismo, Ulrich v. Hassell, um dos primeiros altos funcionários a atrever-se a criticar publicamente a hegemonia da Cruz Gamada. Simpatizante de Dollfuss, já era tido como autorizada voz da oposição ao tempo do assassinato deste,

numa época em que Mussolini desconfiava de Hitler a bom desconfiar: a fotografia acima data de 1934, do primeiro encontro entre ambos, findo o qual o Senhor do Reich teria dito e redito: estou muito feliz por voltar a Berlim e reencontrar o meu bom amigo o Dr. Goebbels; vejo-o praticamente todos os dias e passo os serões sempre com o mesmo grupo de pessoas. Ao que o Italiano respondera: eu prefiro ver todos os tipos de pessoas. O que dá uma ideia da diferença de largueza de vistas que então separava os dois homens.

Depois foi o 20 de Julho e o Mesmo que figura entre os dirigentes do Eixo viu-se entre os enforcados do julgamento assumidamente partidário que seguiu. Sic transit Gloria Mundi, pois claro, com extensão aos familiares que nenhuma implicação tinham no coup. Diz a Memorialista: De facto, Hitler estava de tal modo obcecado pela ideia de que lhe queriam tirar a vida que deu ordem de eliminar os conspiradores e aqueles que lhes estavam unidos por laços de sangue, aí se compreendendo «os ascendentes ou descendentes directos e os colaterais», em virtude de uma antiga lei bárbara que fazia recair o castigo sobre a família dos criminosos.
Mas a coragem protege os audazes, um Irmão dela, futuro Embaixador alemão, que tentou salvar as Damas da Família apresentando-se no Quartel-General da polícia política, para garantir que só ele tinha estado com o Pai nas vésperas do atentado, foi admirado pelos SS e posto em mera residência vigiada, enquanto que as Senhoras conheceram todas as durezas de Dachau e a subtracção das crianças com o intuito de as separarem delas para sempre.
Grande lição a tirar, quando a letargia atinge as classes aristocráticas ao ponto de não as fazer atalhar as demagogias na fase ascendente, a derrota é certa, em virtude de um tiranicídio ser de duvidoso sucesso, para lá do problema de legitimidade que coloca. Além de que os Nomes Ilustres, com uma rotina de Serviço Público de Séculos, costumam ser muito menos capazes de realizar golpes de estado do que qualquer arrivista coronel centro-americano...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A Recompensa

Um dia que correu mais do que bem, com duas alegriazinhas de tomo: a primeira foi encontrar um livro que buscava há 25 anos, «Hitler e Eu» de Otto Strasser, em versão francesa, procuradíssima nos dois Países. Irmão de Gregor, rival do que veio a tornar-se o Führer, depois da morte do mano na Noite das Facas Longas, assumiria a liderança da facção dissidente do NSDAP, partindo para vários exílios, com passagem por Portugal, onde Schellenberg lhe deu caça, infrutiteramente.
Assalta-me desde logo a memória do relato de Jacques Bergier, o qual, prisioneiro num campo, perguntou a um colega de cativeiro a razão das suas férias forçadas na mesma estância, obtendo, para total espanto, a resposta de que tal se devia a ser um verdadeiro SS, sendo os guardas que os vigiavam impostores. Era um militante da Frente Negra, dos Strasser.
Depois da compra fiquei a cismar sobre se o Mundo teria sido poupado a tanto desastre, caso a luta interna no Nacional-Socialismo tivesse pendido para o outro lado. Isto apesar de a tendência strasseriana ser, prospectivamente, "mais totalitária" do que a vencedora. Mas menos expansionista. Talvez... nunca o saberemos.
Como me pus a reflectir em mais um caso de traição, a de Goebbels, um protegido deles que se passou com armas e bagagens para o estatuto de fiel dos fiéis entre os dirigentes do III Reich. Caso tivesse ficado entre a minoria alfim expulsa, Hitler teria conseguido ganhar, nacionalmente?
E espreitando algumas páginas do volume, não deixei de sorrir ao ver um responsável pela alegada ala esquerda do partido recordar que emendara o emergente Adolfo, o qual achava serem os Três Impérios o de Bismarck, o do Tratado de Versalhes e o próprio, lembrando-lhe que Möller van den Bruck criara a expressão para designar o Sacro-Império Romano-Germânico, o bismarckiano e o que lhes retomasse os valores, ainda a fundar. Ou seja, um esquerdista a remeter para um dos pólos de contacto da Intelectualidade Germânica com a Tradição.
O volumezinho que adquiri vem em encadernação engraçada, com as capas de brochura preservadas. Na lombada as iniciais C. M.. Inquirido o Livreiro, não me soube responder, por, aparentemente, não corresponderem à identidade que vendera a biblioteca. Fiquei-me interrogando sobre o trajecto da compra, antes de à minha mão chegar.
A outra alegria? fica para amanhã, quero variar no próximo postal.

sábado, 17 de novembro de 2007

Pu...ritanismo Que os Pariu

Por falar em ódios e vinganças, sempre detestei os puritanos, pelo instinto vingativo que os inflama. Fosse o malfadado Savonarola, proibindo a dança, os Imperadores Iconoclastas de Bizâncio e Henrique VIII, destruindo imagens sacras ou os Wahhabitas Islâmicos, interditando a Poesia. Cromwell também não era flor que se cheirasse, pois baniu o Desporto ao fim-de-semana, o que, a ser seguido ainda hoje, impediria a Nossa Amiga Luar 2 de poder aplicar sinceridade ao voto que é o Seu cartão de visita e desvirtuaria a imagem típica e invejável do Inglês. Mas teve duas atenuantes de peso: salvou desenhos de Rafael e de Mantegna da sanha do Parlamento e acabou por o dissolver, medida que veio com uma boa década e tal de atraso... Este livro, que recomendo, conta bem da maldade daquela gente, dando razão a uma frase de Walpole lá citada, segundo a qual foi de todas as idades a canalização do ódio da populaça contra os seus governantes para a respectiva pompa. Mas vem desenganar quem ache que o Representativismo partidário é remédio contra esse mal a ideia fixa dos Cabeças Redondas parlamentares em destruir as colecções do Martirizado Rei Carlos I e da Alta Nobreza que o servira. Identificar Arte com pompa, eis uma ignomínia suplementar.
Assim, todas as imagens pintadas ou esculpidas que figurassem A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade e a Virgem Maria foram condenadas ao fogo. E as que não tivessem Tais Conteúdos, pela mesma ordem da assembleia política, vieram a ser vendidas no que foi chamado o Leilão do Século, dando cabo do esforço do decapitado Monarca, perseverantemente dispendido durante seis meses de estadia nessa Espanha onde havia muitos dos melhores Mestres do tempo e o grosso dos mercadores de Arte de importância.
Assim, muitas obras, grande parte delas com retratos de Filipe IV, regressaram à base. Consta que as compras de Don Alonso de Cardenas carregaram dezoito mulas. Mas Evrard Jabach, agindo por conta de Mazarino, como Richelieu coleccionador voraz, as de Cristina da Suécia e do Arquiduque Leopoldo Guilherme, bem como as arrematações de certos banqueiros Holandeses e Alemães acabaram por salvar o resto.
Afinal, os coleccionadores têm qualquer coisa se aproveitável. Mas é preciso estar sujeito aos facínoras da Revolução para o notar.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Resposta Ao Filomeno

Uma aspiração e não mais, porque, apesar de sinistramente concretizada, a dimensão de Castro é indiscutivelmente superior. Respondi à Tua pergunta?

Ex-Votos

A Ex de Paul McCartney, Heather Mills, diz ter um vídeo que prova como o Beattle tomava Viagra para ter relações. A Ex de outra barata, Chávez, Marisabel Rodriguez, veio dizer que a reforma constitucional cavalgada pelo presidente venezuelano é uma forma de esconder a sua ineficácia, quer dizer, leio eu, uma espécie de viagra político. Já todos vimos o filme. Mas as declarações deste brincalhão, após a reprimenda Real, não fizeram senão agravar o caso. Veio dizer que o Soberano Espanhol teve sorte em ele não o ter ouvido mandar calar. Ora, não é a "surdez" repentina que é relevante, mas sim a quebra da mudez do Rei, que não se costuma meter em polémicas dos papagaios políticos. E quando o megalómano que se julga Bolívar, a mania napoleónica lá da terra, acrescenta que eram 500 anos de arrogância imperial explodindo à fala de um índio enterra-se ainda mais: confessa a arrivista falta de carácter do seu poder e invoca uma condição étnica para se proteger, o mesmo que fazem todos os fracos que não se aguentam individualmente.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Lyon Já Está a Arder?

Sabe-se como o General alemão von Choltitz se recusou, durante a Segunda Guerra Mundial, a cumprir a ordem de Hitler concernente à destruição de Paris. Mas terá tido ele um antecedente em Couthon, o triúnviro com Robespierre e Saint-Just que mostrou relutância em levar à letra o édito da Convenção determinando, para desforra da insurreição Monárquica lionesa, a demolição da cidade? Tendo-se limitado a arrasar um edifício, no 26 de Outubro de 1793 sobre o qual passa hoje mais um aniversário, o enviado de Paris foi substituído por executores menos sentimentais, no âmbito de uma repressão que tornou insuficiente a guilhotina e encheu a Capela erguida num dos lados da Igreja de Saint-Pothin de ossadas das vítimas. Infelizmente o desobediente prezava mais as pedras do que as Pessoas e viria a ligar-se às tristemente célebres disposições do Terror. O que vem reforçar a velha semelhança que detecto entre Liberalismo e Hitlerianismo, ambos alçando-se pelos votos e prosseguindo falácias tentadas passar por vontade popular, uns em nome do abuso ostensivo que é o Representativismo, outros por demiurgias no fim de contas semelhantes, delegando no Chefe a adivinhação que desencante o Espírito do Povo. E nos métodos, os quais não se limitam a eliminar opositores, mas, indistintamente, pretendem erradicar cidades inteiras.