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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Paladar Aturado

Os mais clarividentes viram logo que este anúncio retirado, mais do que polémico era um falhanço, já que só se fez notar pela controvérsia relacionada com a venda de imagem de uma harmonia familiar gay, não por eficazmente promover o produto alimentar que o pagou.
É evidente que as contestações dos simpatizantes da causa dos casamentos e adopções homo que vieram papaguear ser o spot o evidenciar de uma realidade existente mas escondida caíram num contra-senso: se a luta deles é para que se permita à tal sexualidade intergénero casar e adoptar, é evidente que é algo que querem implementar, não uma coisa que se pretenda meramente reconhecida.
Está visto que o que se teve em vista foi fazer da Fada da Maionese a madrinha dos três desejos desta gente - fingir que as crianças encararão com naturalidade serem privadas de uma Mãe, a harmonia no matrimónio idealizado da subespécie, contraposto às dificuldades dos hetero e a associação da habilidade extra de um chef de cuisine, como índice de exclência daquelas gentes. Mas a própria protectora mitológica deste molho não parece competente o bastante para os atender.

Aliás é curioso confrontar os protestos habituais das Feministas com a mensagem destas imagens: elas não podem ver uma Mulher com um avental, levando a cabo uma tarefa doméstica, que não se insurjam contra a subalternização da Mulher. Os aclamadores do anúncio não acham nada inverosímil um uniforme de cozinheiro numa residencia familiar e aspiram a essa mesma opressão familiar. É combater um fogo com outro, no paupérrimo cozinhado publicitário que conseguiu o feito de propagandear uma substância pegajosa de forma que não pega.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dourar a Pílula

Adão e Eva de William Blake

Já tenho falado do que penso do casamento homossexual, pelo que não quero repetir-me. Mas acerca das especificidades daquele que fez as manchetes no Brasil tenho um par de apontamentos a realçar.
Constata-se a grande confusão dos nubentes, os quais chegaram ambos quarenta minutos depois da hora, quando a tradição atribui apenas à noiva a incumbência de deixar o pessoal à espera. Terá sido difícil determinar a quem competia o atraso, nem quero pensar na indecisão futura, ao distribuí-los, no sentido fisiológico, como existentes em muita relação hetero.
Depois, um dos unidos veio com a conversinha de Deus o ter escolhido para este passo pioneiro. Deus aqui é mais do que invocado em vão, se quisesse uma revisão destas, a seguir à Eva teria retirado outra costela para criar um Evo.
O que nos leva a outra declaração dos protagonistas. Um deles explicou que as pílulas do Amor que distribuíram aos convidados os fariam sentir a alegria que eles sentiam. Apre, como "alegria" é, muito plausivelmente, tomada como a huuuum qualidade genérica correspondente a estes Gays, sempre será caso de uma pílula que custa muito a engolir. Mal por mal, a que a cobra nos impingiu era muito mais comestível.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

A Culpa Morre Solteira

O Himeneu delícia Pré-Rafaelita de Edward Burne-Jones

O Tribunal Constitucional não vai ter outro remédio senão apreciar o caso de Paixão Pires que quer trazer aos restos que passam pelo pobre País essa candente melhoria das nossas desgraças que seria a possibilidade de celebração de casamentos homossexuais. As vozes do costume voltam à carga, desiludidas por o ocupante supremo do Poder não ter seguido o exemplo zapaterista e continuado a fazer com elas uma agenda comum. Tudo parte de uma concepção completamente errada do casamento, a que o vê como um direito e como um mecanismo de igualização, ou promoção moral. Não deve ser uma coisa ou outra, desde sempre foi pensado como uma forma de a Sociedade disciplinar as uniões, precisamente o contrário do sentimento presente na relações e ralações gay, que brandem há séculos o carácter libertador da subversão e indisciplina face ao padrão maioritário como sua justificação e redenção. Ora, não se pode querer tudo, rebelião e consideração institucional, de um só golpe, com os seus prestígios acumulados.
Eu cá posso bem sobreviver com uma legalização dessas. Desde que a Santa Madre Igreja não estenda, também Ela, essa modalidade ao casamento católico. Até me dava um certo gozo observar muito boa gente a quem a perspectiva repugna, mas que não é sensível ao decadente que é a imitação de milésima ordem de um matrimónio celebrado por um agente da República, ver a dita abençoar parzinhos destes. Fora de brincadeira, a carga de responsabilidade de uma ruptura poderia, historicamente, esperar sanção, mas noutro sentido. A menos que quem opte por essa via queira fazer um upgrade da conversa fiada "sou, mas sou assumido" para "sou, mas sou de papel passado". O que em nada melhora a situação.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Quem Tudo Quer...

Jim Ludtke viu assim a Gula e eu vejo-a, transbordando, nesta notícia: Toda a gente tem direito a dirigir a sua sexualidade para qualquer consensualismo consciente que descubra. Já se sabe que há imitações estatais que transformam o Matrimónio de um Sacramento num contrato. Mas querer, como esta lésbica nigeriana, aproveitar-se das quadruplicantes benesses islâmicas quanto ao número de cônjuges, abstraindo da expressa condenação de "casamentos homossexuais" como pecado grave, segundo a Religião Muçulmana, faz lembrar, no nosso Mundo, aqueles que reivindicam as satisfações de se verem cristianissimamente perdoados, mas que enjeitam o esforço e diligência mínimos na observância do Decálogo.
Em sociedades que não estejam narcotizadas não admira o fervor da reacção. Nas que vêem a laicidade e o igualitarismo como um progresso a cumplicidade com casos repugnantemente risíveis como este é a medida da própria caricatura em que se tornaram.