Mostrar mensagens com a etiqueta Prémio. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Prémio. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Cingir

Lendo a notícia da inclusão do Príncipe William de Inglaterra entre os membros da Ordem da Jarreteira, que, ao contrário da do Soberano e do Príncipe de Gales, não era forçosa, saltou-me à ideia um feixe de reflexões que o tema permite.
Primeiro, a a origem, que muitos espíritos inconformados com a mensagem erótica da lenda não querem ver apenas a galanteria de Eduardo III, apanhando a peça íntima deixada cair pela Condessa de Sallisbury. Desses, uns exergam na divisa Mal Haja Quem Mal Cuide, em francês, expressa uma afirmação dos direitos feudais do Rei das Ilhas a terras gaulesas do continente, para além da razão do baile, que seria a tomada de Calais. Outros, como Margaret Murray, obcecados por tudo explicar pela generalização de prática religisa de fundamento comum, dão o evento como uma negação da bruxaria que à Dama se pudesse atribuir, na vertente de adoradora do Deus Cornudo e de que a jarreteira seria símbolo traidor do segredo.
A explicação alusiva à sexualidade, dada a brincalhona e ostensiva alusão, parece-me, evidentemente imbatível, por mais conforme ao espírito festivo do Tempo, do que Política Internacional e Esoterismos.

Mas há uma cabala em que a Ordem releva: a da campanha insidiosa movida pelos agitadores Republicanos contra D. Manuel II, aqui representado nas insígnias respectivas. Os proopagandistas contra o Trono espalharam. na sua imprensa e pelo boato, que a viagem Real a Inglaterra fora um fracasso, com pouquíssima atenção dada ao nosso Monarca pela Corte e Realeza Britânicas. Quem leia «A Comédia Política», de Joaquim Leitão, verá o testemunho de um elemento da comitiva demonstrando pormenorizdamente o contrário. E não deixa de ser irónico que tenham sido os que viriam a mendigar recepções ao seu infeliz representante em Londres, Teixeira-Gomes, os contrafactores da mencionada falcatrua. Mas para quem ponha em dúvida testemunhos, há sempre a possibilidade de recorrer aos registos deste restritíssimo clube de Honra - o cerimonial completo da recepção no celebrado número dos agraciados, em tempos próximos, só ocorrera, para além do nosso Rei, com o Irmão, D. Luís Filipe e com o Rei da Noruega. E cabeças coroadas de Países bem mais poderosos haviam sido na mesma distinção incluídos.

domingo, 15 de junho de 2008

Feitos

Nunca me apanharão a contestar ou aprovar a concessão de distinções, porque acho que cada hissope é livre de aspergir quem queira. Neste 10 de Junho, por exemplo, a atribuição de um altíssimo grau ao Dr. Almeida Santos servirá mais do que bem para definir os que concedem, em função do hã perfil do agraciado.
Posso, entretanto, fazer considerações de carácter geral, acerca dos peitos cravejados. Churchill dizia que uma medalha brilha, mas traz sempre consigo uma sombra. E claro que ela está na servidão voluntária dos poderes, em troca das chapinhas almejadas. Por tanto aprecio esta pintura, já que, mais do que a ironia apontada a um Ramo militar, sugere o quanto muita cabecita desfralda as velas para aproveitar o sentido do ventinho que permita ser posto a reluzir.
Percebe-se, em consequência, que a distribuição da última semana tenha sido relatada como "deposição de condecorações". Sim, sei que depor também é usado no sentido de entregar ou confiar, mas mais apropriada a casos de que se espere seguimento de acção imediata dos fiéis depositários, por exemplo, a queixa, a pretensão foram depostas junto das competentes autoridades...
Mas claro que está muito certo, depor também significa pôr no lado ou no chão algo que se trazia, o que permite sentidos muito realistamente identificáveis, ao contrário daquele de uso mais costumeiro, impor, que a apetência pelas honrarias faria desatar a rir aqueles que a ouvissem hoje aplicada.
A Marinha Dá Melhores Medalhas de Per W. Petersen
Tendo falecido o Capitão da Guarda Châteaubriand, Francisco I quis dar ao futuro Marechal de Vieilleville o cargo e as honras correspondentes. Perante o espanto geral, a começar pelo Régio, ele negou-se a aceitar. dizendo:
No dia de uma batalha em que Vossa Majestade tenha visto o meu mérito. Mas se eu tomasse essa distinção presentemente, todos os meus companheiros a transformariam em motivo de risota e diriam que me teríeis escolhido por causa do meu parentesco com o Finado. E eu preferiria morrer do que ascender a qualquer condição por um qualquer favor, em vez de pelo meu serviço.
É evidente que isto foi muito antes de as figuras públicas se aparentarem por emblemas partidários.

sábado, 14 de junho de 2008

Pletora de Baba

A Minucha teve a bondade de distinguir este pobre bloguista com imerecido título, de que se publica retrato e se afixa na bateria de condecorações idiaminiana. É pura estima, não crítica imparcial, mas todos temos por muito agradáveis as parcialidades da Vida, quando provenientes de Pessoas Que prezamos.
Liberto da obrigação de, por minha vez, premiar, não aproveitarei o ensejo para evidenciar os Blogues com que mais me enturmo. Esses são facilmente identificáveis por Quem me siga com alguma habitualidade. Mas quero usar a furia condecorandis sazonal para lembrar quatro páginas que me levaram a iniciar-me na Blogosfera.

Pena e Espada - Um Amigo de longos anos, o Duarte Branquinho foi Quem me chamou a atenção para este veículo de abertura ao Outro e intervenção, de modestas dimensões, pese embora, no Mundo.

Nova Frente Desde logo fiquei seduzido pela Qualidade extraordinária da prosa e do Espírito do BOS, como por um universo partilhado de referências literárias, não esquecendo os inestimáveis contributos do Rafael Castela Santos.

O Sexo dos Anjos A atenção ao que nos cerca com uma sistematicidade coerente com um Pensamento sólido, de Mestre Manuel Azinhal, foi o método de que resolvi partir para uma produção a que conferisse o meu próprio cunho.

Último Reduto O Pedro Guedes foi, quer pela finíssima ironia, quer pela erudição em que a alicerça, um dos maiores factores de derrota da preguiça. Tê-Lo recrutado para o meu círculo de Amizades bastaria para justificar estas aventuras.

Numa altura em que lia sobretudo blogues estrangeiros, estes Quatro Mosqueteiros levaram-me à conclusão de que também era possível, por cá, criar sem cedências à padronização. Se por vezes divirjo dos diagnósticos e das soluções para cada caso, nunca me apartei Deles na preocupação enformadora essencial. Por isso, para além das diferenças, são os meus MasterBlogs.
Obrigado.


sexta-feira, 6 de junho de 2008

I Have a Dream

Antevisão do 10 de Junho: não vou ser condecorado pelo Presidente Cavaco, mas por Presidências mais Fugidias, já ostentando, por antecipação as insígnias, ali ao lado. Quanto ao banquete complementar, não bastava ter de comer o equivalente ao prémio do primeiro lugar e ao do segundo que também obtive, a dobrar, portanto, quando verifico nestes comentários que duplicou a possibilidade de fontes ofertantes. Céus! Nem a refeição será uma nódoa, nem eu sou como os Glutões do Presto! Corro o sério risco de acabar o dia a ver a bola neste estado, sem conseguir meter mais uma migalha que seja.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Eterna Insatisfação

Twig Com Chicote de Marc Luscheraqui disse o que me ocorria sobre a orgia masoquista do Presidente da Federação Internacional Automóvel, Max Mosley. E acho uma parvoeira completa a demissão que se prepara, por confundir o público com o privado. Agora, quando ele se queixa de que a revelação das imagens o humilhou, tenho de reconsiderar, será que, conhecendo-lhe os gostos, não estão a tentar dar-lhe mais prazer ainda?

sábado, 24 de maio de 2008

Gáudio


Hoje senti-me um verdadeiro atleta: na sequência de um célebre concurso, vi-me medalhado pela Fugidia com uns portentos de criatividade, para mais atestando o asilo que me concede na Magnífica Toca.
Para o quadro ser perfeito, ainda veio uma Menina entregar-me flores, no caso uma Grande Bloguista que inicia carreira a solo. Há dias em que não só subimos ao topo, como nos quais sentimos, literalmente, estar no Céu

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Prevenção Rodoviária

- Onde é, onde é o restaurante?Só a generosidade da Fugidia, para fazer voltar à Estrada este louco do volante! E não Se preocupe, Querida Amiga, algum dos acessórios da carripana deverá servir para o barbear...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O Presente de Judas

Salto de Mark JustinianiTenho por ponto de honra não comentar a justiça ou injustiça da atribuição de prémios - como de condecorações, ou outras formas de distinção - por achar que ninguém tem à partida direito a elas, exprimindo meros sentimentos de quem os outorga. Ou seja, aquilo que Gracq lhes também lhes censurava, serem a válvula de escape de ódios e cumplicidades, não me perturba, pois é essa, a meu ver, a sua essência. Mais grave pareceria a crítica pelo mesmo Autor desenvolvida, assim como por Luiz Pacheco, de a promoção comercial associada restringir a liberdade criativa. Mas lá está, o meu pesssimismo enraizado leva-me a acreditar que a liberdade não é outra coisa do que a possibilidade de nos encaminharmos para esta ou aquela prisão. No fim de contas acho que escritores de categoria, ao gastarem-se no hipercriticismo dessas mediocridades humanas estão a dar ao assunto maior importância do que julgam. Se aquele não é o melhor bocado, devemos cingirmo-nos a não procurá-lo, pouco importa que outros o abocanhem.
Vem isto ao caso de Doris Lessing haver confessado ter perdido a verve, depois de laureada. Trata-se de caso diferente do das preocupações mais habituais, uma seca a posteriori, em vez de prévia. Lembrei-me deste quadro, em que o que se supõe ser um salto em frente causa a perda do balanço, com os livros a pagarem as favas. Mas, em última análise, aparece como uma boa desculpa, pois seria fácil não atender o telefone.
George Bernard Shaw disse
Eu posso perdoar a Alfred Nobel ter inventado a Dinamite. Mas só um Diabo sob forma humana poderia ter concebido o Prémio Nobel.
Falou o galardoado de 1925, que recusou.

quinta-feira, 13 de março de 2008

O Espadim Desdenhado

A 13 de Março de 1634 teve lugar a primeira sessão da Academia Francesa, precursora de todas as instituições do género e, a partir daí, a mais invectivada mas desejada distinção, por tudo o que saiba, bem ou mal, rabiscar um papel. Quando o critério nem é a qualidade da escrita, ou qualquer outra arte, a orientação consagrada foi de admitir os beaux esprits.
Todas as Academias do Mundo passaram então a ser zurzidas, em nome do anquilosamento e secagem da criatividade, atribuídas com um pedantismo tão evidente como o do fardão à oficialidade, nas Artes & Letras. Mas em breve passou também a ser um truque de muitos que secretamente desejavam a eleiçãozita, confiados em que o masoquismo dos titulares os escolhesse para a confraria. A displicência de Montherlant, dizendo por escrito que não se importaria de ser eleito, no que valeu como a solicitação obrigatória da admissão... o «Marinetti Académico», de Almada...
Um deles e não dos menores, foi Alexis Piron, epigramista émulo de Voltaire, libertino tornado devoto que escrevera na juventude uma frase pouco simpática para a assembleia em que agora queria entrar. Tendo o condutor da votação posto o problema de que, muito embora todos o achassem merecedor, haveria a considerar o óbice da frase desrespeitosa, seguir-se-ia o parecer de Fontenelle:
Ah, se ele a escreveu, é preciso repreendê-lo. Mas se não o fez, não é preciso admiti-lo. O que faz da vontade de domesticação uma imparcialidade, ou vice-versa.
Luís XV acharia melhor substituir-lhe a cadeira por uma pensão, lembrando-se de quão licenciosa se mostrara uma célebre «Ode a Príapo» do Autor», o qual assim se viu traído pelo respectivo instrumento. A pena, claro. Entrou em seu lugar Buffon, que nos ensinou que o estilo é o homem. E de quem ainda se fala bastante mais do que do preterido.

terça-feira, 4 de março de 2008

En Su Sitio

Distante Familiar do Brasil teve a amabilidade de me enviar esta fotografia extraordinária, que suscita reflexão: sendo uma banalidade repisar que na vida nada se consegue sem esforço, adivinho que muitos se revoltarão, ao mirar esta imagem, por algum sofrimento ser acrescido ao previsto. Mas não há almoços grátis, então queriam ficar duplamente perto do Céu, sem a correspondente duplicação de canseiras?

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Imortalização do Instante

Descontemos a malandrice do Autor da pintura de fazer aparecer uma coisa suja como é o dinheiro corrompendo um ideal construído e aplicado como se quer o Beijo. Por toda a reflexão que vem fazendo sobre este, apetece dar esta Bolsa, uma vez depurada, à Fugidia, como objecto de toilette que sirva de prolongamento do efémero. Quem pintou foi Vladimir Kush.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Paridade Que Premeia

Agradecendo ao Carlos Portugal,o meu comentário à cerimónia dos Oscars é um só: se as quotas chegassem aos bonecos dourados a que muito ser salivante tenta lançar a rede, o resultado seria o mesmo - com bonecas douradas vale também Este País Não É Para Velhos.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Traças Com Traça

Já em 1919 a opressão do urbanismo contemporâneo se fazia sentir. Na minha zona foi ao ponto de a Empreza Estoril ter sentido a necessidade de abrir um concurso ente arquitectos nacionais para projectos de Casa Portugueza com que preenchesse o Grande Parque que se planeava, programada e programaticamente mencionando de forma a evitar que n´ele se edifiquem os tais caixotes e gaiolas, que pela linda linha de Cascaes se vêem de Oeiras até àquela vila.
Caso para dizer então, não que o Estoril ainda era o Estoril, antes que tinha passado a sê-lo. Um dos resultados que se evidenciaram foi o da casa que aqui se mostra, mandada construir por Alexandre Nunes de Sequeira, rogando-se aos Leitores que se não mostrem tão tortos como as imagens, e imputem esse desalinhamento à imperícia do digitalizador humano que tento ser.
Acima de tudo: Que sorte o plano não se contar entre os confiados à assinatura José Sócrates!

Posted by Picasa

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O Verdadeiro Prémio

O Meu Amigo José-Enrique Carrero-Blanco Martínez-Hombre levou a indulgência ao ponto de me atribuir um prémio com origem na Página Arte Y Pico, pela "criatividade e design" deste espaço. Não se recusa, aceita ou comenta algo que nos é imposto, foi entendimento que fez carreira. Mas não posso deixar de me congratular com o Afecto de Bloguistas que prezo e admiro, já que a Amizade é a distinção que verdadeiramente conta.
Portanto, àqueles que não gostam da felicidade alheia e estão sempre prontos a invectivar o amiguismo, sugerirei que arrangem amigos e se tornem assim menos infelizes.
Cabendo-me sobrecarregar mais cinco lapelas, faço-o a:

Bic Laranja. Anda toda a gente a premiá-Lo, com grande Justiça e eu invejosíssimo de não poder fazer outro tanto, já que ultrapassado pelos Citados. Desta sou eu que Lhes passo a perna. Palavras para quê? As fotografias são excepcionais e importantes, o estilo é castiçamente erudito, os sentimentos e o Gosto a cereja em cima do bolo. Orgulho-me de O ter por Amigo.

Cocanha. Já disse e redigo que é o melhor Blogue português, onde se aprende sempre qualquer coisa e de concepção originalíssima, requintada e atraente. Para mais a Zazie é uma Jóia e vai-nos ensinando com um humor fabuloso, impedindo a chateza de vencer. O prémio parece feito sob medida para Ela.

Dias Que Voam. A T (re)constrói as memórias e atenção do que nos envolve com dedo de Mestra e os Companheiros de Blogue não destoam. Variedade e fuga ao banal, sem amargura, com imagens que nos cativam. Censuram-me citar Alguém de Que gosto tanto? Ora, a minha selecção de convívio tem também por base o gosto evidenciado, logo seria incoerente não proceder assim, quando ele é transposto para o Blog.

Queridos Gatos. É temático, mas muito versátil, dentro do campo que elegeu. Aconselho todos os amigos dos felinos a passarem por lá.

Luz Acesa. Publica pouco, mas fotografias de Sua própria autoria e sempre de grande sensibilidade. Fica também como incentivo a postar mais.
E pronto!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Verduras da Pós-Juventude

Se entendo estar o Prémio Nobel da Paz muito mais vocacionado para galardoar decisores que põem termo a estados ou ameaças de guerra, percebo perfeitamente a atribuição a lutas mais consensuais. Não interessa aqui entrar nas polémicas da conexão de emissões de gases vários ao aquecimento global. Eliminando-os ou diminuindo-os, mal nenhum viria e poderia vir algum bem. Do que resulta a simpatia com que vejo a distinção com que foi contemplado Al Gore, político com muito mais envergadura do que o Clinton de que foi segundo. É incrível como alguém que poderia desfrutar de um capital de simpatia como ele, filho de um antigo e popular Senador, ex-candidato à Vice-Presidência, atingido pela infelicidade do acidente do filho, não conseguiu despertar afectos entre os seus compatriotas, ao ponto de, em plena campanha, a própria Mulher dizer que para votarem no Marido não era preciso apaixonarem-se por ele, isso tinha ela feito décadas atrás.
Talvez algo dessa incapacidade de suscitar adesões venha dos contributos de campanha que aceitou de interesses em oposição às preocupações que expressava - petrolíferas, indústria química, madeireiras, construtoras polémicas, gigantes agro-alimentares... e ao duro juízo da Mãe, que o dava como um conformista nato. Nos últimos anos tem vindo, por múltiplos empenhamentos agora reconhecidos, a tentar resgatar-se de uma e outra dessas famas. Muito bem, desde que saiba resistir aos cantos de sereia do regresso à Política, através da entrada na corrida presidencial, o que abalaria a sinceridade e desinteresse do combate. Se não... não!