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terça-feira, 15 de julho de 2008

Caminho das Estrelas

Sou e quero continuar a ser absolutamente estranho à adoração da eficiência do sector privado como base de transposição para a intervenção pública. Estruturar um partido como uma empresa, com consultorias e assessorias profissionalizadas em nome de maior rendimento é, a meus olhos, um tropeção mais, impedindo de prosseguir o caminho de disponibilidade e sacrifício, como de fé, que o Serviço Público deve exigir. Se as propostas e posições de uma organização que disputa o poder passam a ser elaboradas por especialistas assalariados, em vez de resultarem, ao menos aparentemente, da carolice de crentes, depressa derruirão as últimas paliçadas contra a identificação que, no imaginário popular, entre partidos e empresas vai vingando: ambos se moverem pelo lucro próprio contra o interesse dos outros.
Não é por fazer o homem comum ver as estrelas, as contratadas e as resultantes deste choque, que uma alternativa de poder ganha o estatuto de nave espacial. A Enterprise só o era de nome.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Tirar Partido

Serão Diplomático de Auguste Louvrier de LajolaisEis uma medida com os termos invertidos, considerando o que devia ser: Quer vedar aos Diplomatas a actividade político-partidária, quando se impunha que vedasse aos partidos a determinação da actividade diplomática. Concebe-se, até um certo ponto, que não se queiram confundidos representantes do Estado na cena internacional e fiteiros em tristes cenas nacionais. Mas não se vê que deva suscitar a mesma medida de interdições que é imposta aos Militares no activo, pois não há a temer quebras de imparcialidade similares em quem não dispõe da força das armas que pode obrigar a conformações unilaterais. Mesmo no caso do meio castrense, no caso dos retirados já será abuso reduzi-los ao silêncio.
Neste âmbito específico parece é querer aliviar os políticos generalistas do peso de críticas qualificadas. É a transposição da facilidade dos exames para os alunos que menos aprendem, a classe (ou falta dela) do Poder.
Porém, se isto fosse aplicado retroactivamente à Dr.ª Ana Gomes, desdizia-me de imediato, com a maior desfaçatez.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Tiros no Escuro

Disparar para todos os lados ainda é a melhor maneira de evitar que a parte dolorosa da notícia, no final do artigo, passasse para o título.De Arlene Amaler-Raviv

quarta-feira, 25 de junho de 2008

(Ab)Usos de Confiança

Confie em Mim de James ConnallyDois terços dos Portugueses não confiam nos seus governantes. Quer isto dizer que o Sr. Sócrates estará prestes a mudar de vida? Nem tanto, as práticas privadas demonstram ser uma importantíssima fatia do eleitorado muito digna dos que nela mandam. E sabe-se como o voto tanto pode ser determinado pela crença na capacidade e honestidade dos mandatados, como na simples circunstância de as gentes se reverem neles. As dentuças escancaradas que pedem que neles confiem podem dar bem lugar ao sorriso próprio de cumplicidades entre sujeitos de uma igualha.

sábado, 21 de junho de 2008

Sub Júdice

D. Sebastião e o Rio


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O Dr. José Miguel Júdice passou metade de uma vida a estudar a Política e a restante a influir nela. Tinha obrigação de saber que não era pelas suas barbas que em matéria de interesses na - mas não forçosamente da - zona ribeirinha de Lisboa o davam como O Desejado. Um governo partidário convidando com os holfotes e microfones orientados uma figura sem o seu cartãozinho, mas recentemente alinhada, decerto quer um idiota útil para cobrir uma arbitrária gestão das acusações de favorecimento. Só não vê quem não quer e arrepiar caminho depois de uns meses mais mão alcança do que cair noutra figura a criar, a do idiota inútil, já que o alinhamento inicial terá produzido muito do efeito que se pretendia.

domingo, 15 de junho de 2008

Cada Um Usa as Armas Que Tem

Quem só deixa ganhar o referendo que lhe seja favorável, mandando repetir os outros, poderá censurar o facínora que diz recorrer às armas caso perca, salvo pela violência empregada? E não se torna suspeito de enveredar pelo mesmo caminho, caso detivesse uma chefia militar no bolso, como Mugabe?
Mas se é assim, para quê organizar sufrágios, caríssimos como são? Há por cá ainda bastantes necessidades a prover, para que o dinheirinho seria precioso. E apesar de tudo, as ferraduras que nos procuram calçar não são tão dispendiosas como os sapatinhos da Primeira Dama do Zimbabwe...
Coforme demonstra o anúncio que segue, a coisa, antes de estar preta, está... castanha, graças a outra graça, a do PM Britânico mais as respectivas pressões.

O resultado do referendo Irlandês foi:

Um incidente (Presidente da França).

Uma dificuldade (Presidente Cavaco)

Um paradoxo jurídico (reporter da TVI)

Uma vontade validamente expressa de acordo com as regras do jogo, sem que isso implique concordância com elas (este Vosso criado).



Deixem, não respondam, ou ainda passo eu por democrata. Não vale a pena insultarem-me assim, promovendo os habituais auto-proclamados da condição.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Princípio da Não-Discriminação

À hora do fecho da edição de hoje ainda não tinha sido possível confirmar a entrada do pedido de explicações do BE na redacção do jornal «A Bola»...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

A Política É Uma Feira

As Duas Carroças (a caminho da Feira de Saint-Germain) de Claude GillotUma olhadela à política substantiva: que grande debate a encontrar? O líder do Partido Popular, visando a demonstração do que é notório, a subalternização da Agricultura e das Pescas na agenda governamental, não se lembra de citar os dramas e declínios que realmente assolam o sector, preferindo denunciar o Primeiro-Ministro por nunca ter dito umas baboseiras sobre o tema, ou não ter até hoje visitado um local de transacções do ramo. Triste evidência da redução da Política às palavras e às digressões ocas que apenas servem para promover políticos, muito mais do que produtos essenciais. Sócrates agradece que em vez de apontar o dedo ao calamitoso Jaime Silva, a oposição se tenha degradado ao ponto de o Dr. Portas apenas censurar ao chefe dele não tomar os mesmos banhos de multidão que o notabilizaram, enfim, não ser um Zezinho das Feiras, à imagem e semelhança do extinto Paulinho.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A Nutrição da Porca

Com esta notícia pode estar em curso uma reabilitação do Dr. Menezes, já que num partido de calotes, tão representativo da importância deles na Economia Lusa, a sua renúncia pode passar a ser vista como sacrifício que permitiu a recolha de fundos, de forma a sair airosammente das sanções a que cofres vazios ameaçavam sucumbir.Mas veja-se o quão divorciados estão partidos e Todo Nacional: nos primeiros uma eleição é factor de enriquecimento, enquanto que os sufrágios respeitantes ao conjunto inteiro não fazem senão agravar a penúria.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Lógica da Língua

Nas duas últimas semanas têm aparecido nos muitos jornais umas curiosas e mais que notórias carpideiras lamentando que os Portugueses, maxime os Jovens, estejam de costas viradas para os políticos. Deixemos a menção às idades mais tenras, explicável por não serem vistas como suficientemente calejadas para resistir aos cantos dessas sereias roucas que pouco dão, para além da própria propaganda. Que motivo há de espanto nesse afastamento? Vox populi, vox Dei, a própria etno-linguística popular nos diz que era antigamente muito usada a expressão ando político com Fulano, segundo Alexandre de Carvalho Costa, como sinonímico de estou de relações cortadas com..., ou ando zangado com...
O mesmo estudioso nos diz que isto teve origem no pluripartidarismo e respectivas discussões, as quais muitas vezes culminavam na extinção da amizade entre os intervenientes. Há, portanto que concluir que nada mais lógico do que andar político com os políticos, pois eles assim andam com o Povo. E se no começo do regime algum entusiasmo ainda existiu, eram os rendimentos que o Estado Novo deixara a falar mais alto, não lembrando as gentes o que houvera antes.
Tudo voltou ao mesmo, para avivar-nos a memória.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Fogo & Frigideira, SA

O Prof. Eduardo Lourenço, por quem tenho tanta consideração intelectual, como de que nutro divergências de posição, diz que o PSD e o PS são alternativas à mesma coisa. A expressão, a princípio, pareceu-me infeliz, pois o que aparentava querer dizer é que não se constituíam, reciprocamente, em alternativa. Depois pensei, o que por estas bandas ocorre sempre com dificuldade. E percebi a razão, claro que ambos são alternativa a uma via sensata e coerente do exercício do Poder. Não estranhamos nós, os que nos situamos de fora do regime, que os seus expoentes sejam duas faces da mesma moeda. Mas quando a melhor cabeça pensante do Sistema vem reconhecer que a moeda está viciada, nem sequer concedendo a possibilidade de um cara ou coroa honesto, o alardeado ponto forte desta opção conbtitucional, a alternância, fica reduzido a cisco. Nunca tendo reconhecido bondade de semelhante proposta, não tenho o que lamentar. Mas é sempre esclarecedor ver explicitado, de facto, o carácter fraudulento do conteúdo ideológico com que tentam enganar o Povo.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

O Vazio Policial

O Senhor Ministro garante que não faltará verba, nem a consequente gasosa nos depósitos das Polícias e eu quero crê-lo com todas as minhas forças. Porém, o «Destak» de hoje, a páginas quatro, diz que, já depois de tão formal garantia, as forças policiais colocam essa possibilidade. Não sou eu, ignorante dessas coisas, que duvido do Governante, são os seus homens no terreno, o que é péssimo sinal.
Lendo o título acima sou inteirado da organização da Polícia na Cidade de Lisboa, no Reinado de D. Luís, em que as doze Esquadras e múltiplas secções cobriam a área citadina não só atendendo às necessidades de então, mas como base do crescimento futuro. Optou-se nesta República partidocrática por fechar postos e confiar a segurança a um elemento mais precário, o da mobilidade que as viaturas facultam. Com uma gigantesca paralisação perspectivada, em caso de crise grave, temo que se pretenda já enveredar pela substituição da frota por veículos fuel-cell, movidos por combustíveis não extraídos do petróleo. E que de restruturação em restruturação, cada vez mais se fique preso ao chão.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Vendetta

A falta de sintonia dos Socialistas com o sentir popular chegou a extremos tais que vemos o que parecia impossível - o PCP, o marxista, a defender as festas de Santo António da fúria perseguidora do PS. Sob o pretexto de míngua de arame, cortaram agora os subsídios aos arraiais dos Santos, há muito a maior ocasião de empatia entre a CML e o Povo de Lisboa.
Como, dos três, é Santo António o que mais ligado está à Capital, sinto reavivados os ataques dos avozinhos desta gente, os Democráticos da I República, que, sem pudor ou talento, fizeram caricaturas pouco escrupulosas, a utilizar um Camões roubado, vencendo o insigne Franciscano como referência mais popular. Este ódio a tudo o que cheirasse a frade passa bem por patologia mental, mas talvez fosse mero desforço tirado. É que as Gentes tinham recorrido ao Taumaturgo, para que as livrasse do mal dos políticos de partidos, como as estrofes seleccionadas de um certo canto oitocentista demonstram:

Nunca entrou no parlamento
E foi um grande orador,
Ninguém falou em São Bento
Com tanto engenho e primor.

Só ele capaz seria,
Ao ver a nação tão torta,
De conseguir hoje em dia
Que São Bento abrisse a porta!

Isto foi no tempo em quê
Nas igrejas havia orações,
Respeito a Deus, já se vê,
Em vez de haver eleições!

Nenhum santo dentre tantos
Praticou milagres tais,
Mas por cá não há santos
Há patifes imortais!

Se ressuscitasse agora
E entrasse no parlamento
Sairia sem demora
Excomungando São Bento!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Portugal Feirático

Na «Sexta» de hoje leio sobre algo que se passou noutra Feira, na Quinta:será que vão passar cartão a um frequentador outrora encartado, o Paulinho das Feiras, ou o Partido Popular (que a feira célebre tomou o nome) disporá de verba para satisfazer as coimas?

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Errar É Humano!

Anuncio solenemente que há hipóteses de eu vir a desdizer tudo o que de mal tenho apontado à Democracia. Basta, para tanto, que o partido desta jovem, Beauties For Britain, se torne maioritário no Reino Unido. A minha preocupação em ver uma vida pública clara pode bem tocar esta Gemma, a Garrett. E a sua plataforma eleitoral é tentadora - tornar mais sexy a política britânica! Como querem que não admire as Ilhas a que pertence tão valente Irlandesa? Por cá, a última vez que alguém fez o mesmo juízo de políticos foi com aplicação, no dizer do Dr. Pires de Lima, ao PP do Dr. Portas. Convenhamos que há uma diferença...

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Esses Bloqueados...

Parece ter sido Joseph de Maistre o primeiro a escrever o que havia muito se intuía, a saber, que cada país tem os governantes que merece. No caso dos sistemas eleiçoeiros essa verdade é erguida em próprio espírito e fundamento do regime, quanto aos que vencem nos votos, pelo que não há razão para admiração de que os deputados gastem o seu tempo em sites como os que se revelam bloqueados na AR. Então não representam um povo que fez explodir os orçamentos de muitos cantos da Função Pública em ligações para linhas eróticas?
Agora, fica é demonstrada a fragilidade da confiança institucional nas autoridades que os nossos eleitos pretendem também ser. Esta censura, não já na produção, mas no consumo, uma espécie de IVA censórico, pode vir a ser erguida em desculpa para incompetências e ineficácias, por lhes "haver sido sonegado o contacto com a realidade". Além de que, em bom rigor, existindo imparcialidade, dever-se-ia impedir o acesso à própria página do par(a)lamento: mesmo os optimistas que não queiram ver nele uma droga, ou conteúdo pornográfico em discursos que sodomizam os eleitores sem encanto, sentimentos, ou história sequer, será impossível negar que é uma jogatana permanente.

sábado, 3 de maio de 2008

Condenação das Propagandas

O Sr. Lavagem ao Cérebro, mural da CalifórniaEdmundo Pedro, homem de mão em vários fretes ao regime, vem opinar que o Parl(a)amento deve explicar às gentes o que foi - na sua óptica - a dita dura. Ou seja, que, em vez de fazerem aquilo para que idealmente são pagos, legislar, os deputados passem a anunciantes de uma imaginada bondade comparativa deste sistema, quando confrontado com o anterior; e que não tenham de pagar por esta publicidade.
Mas a intenção está condenada: se insistirem na tecla de que o regime anterior foi o contrário deles, estarão a presenteá-lo com a mais eficaz das promoções, tamanho o desprestígio que lograram atingir. Ao contrário da associação ao Hitchcock da imagem, não há suspense que lhes possa ser benéfico.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Não Obrigado!

Lá por estes dois objectos terem o mesmo nome, não quer dizer que o monopólio da obrigatoriedade seja retirado ao segundo...
O novo partido nasceu torto. Não por ser mais um, o que bastaria, nem por ter uma sigla (MMS) que a princípio tomei por SMS e é tão dispensável como ela. Mas pelo abuso que consiste em propor um voto obrigatório. Detesto candidatos a qualquer coisa que procurem que lhes sirvam em bandeja de prata o que, por si, não conseguiram obter. Querem tornar pacíficos cidadãos como eu em vociferadores de impropérios, obrigando-os a esborratar os boletins com o que pensamos deles, para os invalidar? Aos boletins, a eles seria chover no molhado.
Se o voto for tornado obrigatório, mudo de nacionalidade. Será que os Papuas podem ficar em casa em dias eleitorais?

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O Convidado de Pedra

Francisco Franco modelando o busto do Estadista, com Ferro a assistir
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Dia do Aniversário de Salazar. Estranho como um Homem com tão pouca biografia para além da dedicação exclusiva ao serviço do País, sacrifício da vida familiar incluído, desperte tanta curiosidade, com os escaparates das livrarias repletos de livros que Lhe tentam captar os mais diversos ângulos. Claro que o mérito é da grandeza do seu consulado. Imagina-se algum interesse equivalente pelas governações do Eng. Guterres e do Dr. Durão, por exemplo? As editoras não dão ponto sem nó. E a anunciada biografia não-autorizada do Sr. Sócrates, a sair brevemente, caso venda, repousará na esperança dos humilhados e ofendidos que muitos de nós vamos sendo, no sentido de descobrir pormenores sórdidos sonegados, cuja publicitação satisfaça inelutáveis aspirações vindicativas. A lenda negra da Longa Noite dá pouco a pouco lugar à descoberta de uma verdadeira paz estrelada, o oposto deste entardecer triste e vil.
escrevi o que penso de Salazar, faz hoje dois anos. Neste momento apenas quero fazer um voto, o de que o convite a essa Figura Maior para a festarola multipartidária se venha a revestir do carácter da imortal ópera «D. Giovanni»: interprete o Génio Político que se expressou no nosso Século XX o papel da estátua do Comendador, incitando esse donjuanesco Poder que tantas forças políticas vem seduzindo, sem se casar com qualquer, a mudar de vida. E que, jocosamente convidado para a mesa do patife, o possa arrastar para os Infernos que, na forma partidocrática, aqule tanto fez por merecer.

sábado, 26 de abril de 2008

Ao Sabor das Viradeiras

Dia que se diz ter sido o da morte de Daniel Defoe. Já noutro lado falei das interpretações que lhe caparam a ironia, coisa que uma vida pública dúplice não fez senão favorecer. Queixava-se de que poucas pessoas, tanto como ele, teriam estado, alternadamente, nos píncaros ou na fossa, mas o certo é que foi fazendo por isso, ao desmerecer, com as transferências de campo sucessivas, quaisquer confiança e defesa firmes na e da sua pessoa. Justificou-se (e ainda hoje os admiradores o repetem), dizendo que procurou, em cada momento, o partido que melhor lutasse pelos seus princípios. Mas, é curioso, achou-o sempre naquele que se encontrava no Poder...
Fez escola, como todos sabemos. Embora a expressão vira-casacas, exprimindo uma realidade velha como o Mundo, lhe fosse anterior algumas décadas. Nasceu da contínua inversão da política de alianças do Duque de Saboia, Carlos Emanuel I, na imagem, que ora alinhava com a França contra a Espanha, ora se coligava com Esta, contra a Nação Gaulesa. Para maior conforto mandou confeccionar uma casaca a que hoje chamaríamos double face. de um lado branca, para os períodos de conluio com Paris, do outro vermelha, para as alturas de harmonia com a Potência Ibérica...

Voltando a Defoe, não conseguiu com a "adesividade" qualquer consideração dos grandes vultos das letras britânicas, de nenhum dos lados do espectro político. Swift, pelos Tories e Addison, pelos Whigs, referiram-se-lhe com desprezo, acentuando-lhe a agravante de escrever mal. Ao ponto de não podermos deixar de interrogar-nos se a sua «História Política do Diabo» não constituiria, igualmente, um episódio de jogo duplo. Ou não fosse o nome que mudou, de origem, Foe. E a quem é que chamam O Adversário, a quem é?
À atenção dos que seguem a vida pública portuguesa, que vai estando a abarrotar disso.