terça-feira, 14 de junho de 2016

águas dos olhos...



meu olhar precisa
dum olhar que o desvende
meus olhos são o mote dum canto
mas que ninguém  entende.
perderam o encanto
sobreviventes do tempo
sempre com uma gota a brotar
são como rio a morrer no mar.

meus olhos são crianças a brincar
pássaros voando nas alturas
sorrindo à natureza
vêem para crer, precisam acreditar,
sorriem para amar.
rasgam horizontes
vão onde o dia morre
aguardam a aurora
enquanto a noite corre,
trazem neles o sonho
de ontem e d' amanhã
olham o mundo com poesia
choram de júbilo
ou de melancolia.

revêem o passado
como lendo livro de sonhos já lendários,
e sempre uma lágrima rola
dolorosa, de saudade e de pranto
saudade da juventude, a mais intíma fonte
onde sedentos vão beber a frescura da aurora
pousados no horizonte...ainda verdes
como outrora...


natalia nuno
rosafogo
poema sem data
em arquivo faz tempo





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