sábado, 15 de outubro de 2011

MEU AMOR

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Meu Amor
Disse-te um dia
Que em meu coração ateáste
Um fogo luminoso.
Apagado e triste o deixáste
Num sopro doloroso.

Não te afastes de mim
Deixa-me ser,
Do teu sol, o último raio
Deixa ser a tua flor de jasmim,
Florescida no mês de Maio

Meu amor
Quero ser o teu poente
O teu mistério ou segredo
O teu rio ou afluente
O teu clamor, o teu medo.

Meu amor
Deixa-me ser
o cansaço onde adormeçes
O teu júbilo ou pesar
O sonho onde tudo esqueçes
E só lembras de me amar.

Meu amor
Deixa que seja
O rítmo do teu viver
Tudo o que o teu corpo deseja
Deixa-me amar-te enquanto o
coração bater.

natalia nuno
rosafogo
imagem do blog imagens para decoupage

MEU CORAÇÃO SE APERTA



Sento-me na margem da tristeza
Em dias de Outono lentos
Enquanto olho a distância
Sopram os ventos da incerteza
A vida avança...
Procuro-me entre os outros,
já ninguém me reconhece.
Caminho de pés nus
Meu coração adormece.

À distância um longo caminho
E o tempo do amor de antes
Palavras mortas em pergaminho
Palavras que se guardarão para sempre
num cantinho do coração amante.

Esquece-se a lágrima de rolar
E o sangue deixa de palpitar
Sonhos da vida, sonhos meus
De forma clara dizendo-me adeus.
A vida foi paridora de sonhos
já cansados.
Agora se arremessa sobre mim
de olhos fechados.

Letra a letra...deixo escrito
Nos muros da minha alma o que vai
O silêncio vazio...o grito
No hoje e no amanhã que de mim sai.

natalia nuno
rosafogo

OS PÁSSAROS PARTIRAM



Já a aurora me abandonou
Os pássaros partiram
Assim a vida me negou
E as gaivotas tristes sentiram,
o silêncio que em mim desceu
Cresceu...cresceu!
E fez de mim o que sou.

Sobem  as lágrimas rasas
a alegria se afastou
Voaram as ideias, sem asas
Assim resta o que de mim sou.

Perdi a firmeza dos passos
A vida bebeu-me a primavera
Abri-lhe de par em par os braços
Voltar atrás quem dera!
Meu coração está a tudo alheio
Já tudo e nada me invade
Mete-se este silêncio de permeio
Já nem sei, se o que sinto é saudade.

Ou será esperança que em mim habita?
Um vento perfumado que se quedou,
Meu coração ainda acredita!
E faz de mim o modo que sou.

rosafogo
natalia nuno
imagens do blog imagens para decoupage.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

MEU SORRISO VERDE, VERDE



Meu pranto é como um rio
Que p'lo rosto se perde
Minha vida por um fio
Meu sorriso, verde, verde.
O orvalho da alma caindo
Meu peito na dor submerso
A dor que estou sentindo?
Deixo na brisa do verso.

Já se fez sombra na tarde
Minha sombra dormitou
Noites e dias viajou
Perdida da realidade.
Tenho ânsia de me deixar ir
Ansia tenho de me deixar ficar
No percurso dormitar
Para de novo amanhecer e sorrir.

Minha cruz já vai distante
Minha vida se inclina
Trago saudade perpetuante
Das lembranças de menina.
Guardo na memória o tempo doce
Menina mansa e cinzenta
Sua boca amarga calou-se
Não há ninguém que a entenda.
Assim o tempo passa!
O sol se põe...
E por desgraça
Seu rosto jamais se recompõe.

rosafogo
natalia nuno
Imagem do blog flores para decoupage.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ERRANTE


Percorri as velhas ruas
Onde habita meu esquecimento
Não encontrei notícias tuas
Voltei nas asas do lamento.
Voaram as dores e as alegrias
Ficou uma névoa na tua ausência
Muito mais tristes meus dias
Uma espada no peito em permanência.

Vivo ao redor duma lembrança
Vou até ao limite do meu anseio
Sou como os que se sentem sempre criança
Com alegria e entusiasmo p'lo meio.
Trago a boca amarga insatisfeita
às vezes me sinto como pedra inútil
Brotando por entre a erva e mal se ajeita
Na esperança teimosa de ser útil.

Vivo ao vento, flor silvestre
Sorrio, estou curada de viver
O tempo? Ai o tempo grande mestre!
Nesta paz me vou deixando morrer.

natalia nuno
rosafogo
imagem do blog vintage

BENDITA A SORTE!


Outra vez, outra vez....
Cada vez mais penosa
A solidão se fez.
A tristeza curiosa
Também apareceu nessse dia
Aplicou o ouvido para ver
se ouvia,
o sossego no fundo do ser.
Ou alguém para lá do Mundo
Mas nada ouviu para além
dum silêncio
profundo.

Silêncio que caía
ao entardecer
Era alguém que morria!
Como um livro inacabado
Ali permanecia, deitado,
Morto sobre o sobrado.

Uma vez, outra vez
A morte astuta se insinua
Quase sempre talvez
Duma maneira dura e crua
Um sossego que parece escutar-se
De alguém que resolveu calar-se
Ou teve vontade de ausentar-se.

E a vida continua a correr
Pelo mesmo carreiro, veloz!
Enquanto a palidez no rosto se estender.
E flores misteriosas crescerem na voz
Aquilo que ouço, ignoro, não quero saber.
Deixo que se erga a tarde
Fumegando de alegria
O estio que meu peito sentia
E a minha voz que desfalecia
São agora goivos florescendo
de alegria.

Deixo para tráz a realidade
Perdida entre rosas silvestres
Os anos e a saudade?
São nossos mestres.
Adormecer na morte?
Bendita  a sorte!

natalai nuno
rosafogo
imagem retirada do blog
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