Estátua do
Atirador de Bebés, no Parque Vigeland, em Oslo
Fico banzado com as certezas de alguns políticos. Assim com a do Eng. Cravinho,
corrigindo o veneno lançado por um político do Passado cujo nome não quero recordar. Como pode ele estar tão seguro de que neste Cantinho cada vez mais murcho e atrofiado não venha a eclodir uma explosão de descontentamento semelhante à da Grécia?
Não procurei as explicações nos jornais do dia. Esses, quando muito, servem para repetir palavras e constatações. Para alguma coisa ser dilucidada é preciso recorrer a taumaturgias mais radicadas na Tradição Popular, por exemplo.
E dei, num alfarrábio de 1909, com a forma como no Algarve se tornavam mansas as crianças de peito, levndo-as as mães no Dia de S. Marcos às ermidas onde é venerado o Santo, encostando então as cabecitas dos pequerruchos à do boi do Evangelista. Mas com a particularidade de, sendo elas raquíticas e enfezadas, atribuindo-o a
bruxas que lhes sugariam o sangue, as terem seguidamente de conduzir a uma encruzilhada com gente da povoação reunida à volta de fogueira, onde um homem que se há-de chamar sempre Manuel o petiz atirará para os braços de uma Mulher que será sempre uma Maria, devolvendo-o esta da mesma forma, ambos gritando à sua vez:
Toma lá M, este engatilhado, este ensarilhado, este engatado. Repetem a prática nas duas encruzilhadas seguintes, ficando o tenro aremessado manso e livre.
Ocorreu-me logo que o bebé se chamasse Portugal e o Manel e a Maria da circunstância fossem PS e PSD, alternando o porte do pequeno. Com a incompetência dos políticos da partidocracia, não admira que só tenham conseguido a metade da cura que mais lhes interessava - ficámos realmente mansos, mas continuamos engatados. Não creio em bruxas, mas que as há...
E com certeza reforçada fiquei da minha interpretação, ao saber da data em que o Pobre S. Marcos é celebrado, mais um martírio a que não O poupam. Convido todos os meus Leitores a abrirem a caixa de comentários, onde, no primeiro, a desvendarei.