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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Campainhas de Alarme

O Tocador de Campainhas, de Victor KatyuschikEstá muito certo que tentem vender uma t-shirt com um dispositivo a aplicar aos consumidores incontinentes, que dispare um sinal sonoro. Afinal, apesar das exortações do Banco de Portugal que passem por novos Elogios da Loucura, os alienados de outrora eram atados a sinetas, nos hospícios, para que os vigilantes soubessem quando se encontravam eles mais agitados. E o excesso consumista é a suprema insanidade da nossa rotina de hoje, logo a fúria controleira...
Mas gostava de ter visto o fair play de facultar o mecanismo descrito, antes da compra da camisolinha. Ou a cessão gratuita dela. Para que a lógica não fosse tanto uma batata!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

La(nça)mentos

Estátua do Atirador de Bebés, no Parque Vigeland, em Oslo
Fico banzado com as certezas de alguns políticos. Assim com a do Eng. Cravinho, corrigindo o veneno lançado por um político do Passado cujo nome não quero recordar. Como pode ele estar tão seguro de que neste Cantinho cada vez mais murcho e atrofiado não venha a eclodir uma explosão de descontentamento semelhante à da Grécia?
Não procurei as explicações nos jornais do dia. Esses, quando muito, servem para repetir palavras e constatações. Para alguma coisa ser dilucidada é preciso recorrer a taumaturgias mais radicadas na Tradição Popular, por exemplo.
E dei, num alfarrábio de 1909, com a forma como no Algarve se tornavam mansas as crianças de peito, levndo-as as mães no Dia de S. Marcos às ermidas onde é venerado o Santo, encostando então as cabecitas dos pequerruchos à do boi do Evangelista. Mas com a particularidade de, sendo elas raquíticas e enfezadas, atribuindo-o a bruxas que lhes sugariam o sangue, as terem seguidamente de conduzir a uma encruzilhada com gente da povoação reunida à volta de fogueira, onde um homem que se há-de chamar sempre Manuel o petiz atirará para os braços de uma Mulher que será sempre uma Maria, devolvendo-o esta da mesma forma, ambos gritando à sua vez: Toma lá M, este engatilhado, este ensarilhado, este engatado. Repetem a prática nas duas encruzilhadas seguintes, ficando o tenro aremessado manso e livre.
Ocorreu-me logo que o bebé se chamasse Portugal e o Manel e a Maria da circunstância fossem PS e PSD, alternando o porte do pequeno. Com a incompetência dos políticos da partidocracia, não admira que só tenham conseguido a metade da cura que mais lhes interessava - ficámos realmente mansos, mas continuamos engatados. Não creio em bruxas, mas que as há...
E com certeza reforçada fiquei da minha interpretação, ao saber da data em que o Pobre S. Marcos é celebrado, mais um martírio a que não O poupam. Convido todos os meus Leitores a abrirem a caixa de comentários, onde, no primeiro, a desvendarei.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Sapatos do Defunto

O mais triste do episódio ridículo do arremesso de sapato ao Presidente Bush no périplo iraquiano nem é a satisfação parcial com que muitos críticos impotentes dele se sentirão vingados, sublinhando o carácter infamante que tem na cultura Árabe o gesto. Não, o que é grave é ter sido um jornalista a fazê-lo. um gentleman of the press tem todo o direito de protestar contra o que queira, mas tem obrigação de fazê-lo por escrito, que é o seu meio de expressão esperado. Degrada-se muito mais do que ao alvo ao, desta maneira, ser apanhado descalço.
Porém, o mau exemplo deu-o, afinal um expoente da classe política, o antigo líder soviético Krushchev, quando, na Assembleia-eneral da ONU, bateu com o seu calçado na mesa, por querer contestar colaboração militar hispano-americana e não o deixarem usar da palavra tão facilmente como desejaria. Em vez de ser a consciência dos governantes, a Imprensa copia-lhes os vícios. Estão bem uns para os outros. Há muito que os vários Poderes, do Mando à Escrita, deixaram de ser exercidos por uma classe caracterizada pela polidez. Bem dizia Alguém importante na minha formação, que jamais confiasse em quem facilmente se descalça em público.
Mas, enfim, há uma alegação que a Defesa pode contrapor - a de ser uma saída natural em quem politica ou informa com os pés. Cheira mal, naturalmente.

sábado, 13 de dezembro de 2008

O Grande Morbo

O Feiticeiro, de Marie-France SolerMuitos se espantarão com esta inventona do Governo Mugabe, versando a delirante introdução pelo Ocidente dos agentes responsáveis por uma epidemia de Cólera. Não eu: é, afinal, o recurso à curandeirice enraizada no País, que culpa os "espíritos maus" dos padecimentos que atingem o Povo. E muito coerente com a destruição do sistema de Saúde de modelo ocidental que empreendeu.
Mas, sabendo que Cólera também tem sentido de Ira ou Raiva, não admira que o presidente do Zimbabwe não a considere um problema: não só a promoveu numa parte da população contra a outra, como conseguiu, de facto, extingui-la: nas palavras dos líderes da Oposição - atirando-lhes com nacos de negociação para Comunidade Internacional ver...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Fura-Vidas!


Peço encarecidamente Àqueles que amanhã me queiram visitar que não venham de transportes públicos. Não, não é (só) snobismo, é que podem arriscar-se a ver os planos saírem... furados.
Falando a sério, esta tara de tentar estender a aprovação de formas de expressão vanguardistas deveria ter em conta que é o interessado que deve ir ter com elas, não o contrário. Claro que este espartilho tormaria o conceito de Vanguarda inconciliável com a Provocação que lhe é subjacente. Mas os artífices de piercings vivem outro perigo, com semelhante iniciativa: o de estender o entusiasmo à massa, coisa igualmente mortal para a liderança elitista da Estética passageira.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Desmentidos, Diz mentidos

Duplicidade, por Anna (Zeku)Não faço a mais pequena ideia sobre se o Ministro Amado (de nome) pediu ou não desculpas ao seu homólogo Sérvio. Mas se não o fez, deveria tê-lo feito, que Belgrado vem sendo tratada pelos Ocidentais de uma forma inqualificável, tanta é a discriminação. E note-se que não tenho qualquer simpatia histórica pela Sérvia, que lembro como causa assassina da Grande Guerra, centro de hostilidade ao Catolicismo Balcânico e aspirante ao domínio num país artificial como era a Jugoslávia. Mas não é justo que paguem os dirigentes de hoje pelos pecados dos pais.
Quanto à nossa política, acharia mais do que natural que se tentasse explicações por uma mudança de comportmento difícil de entender: a adesão tipo Maria vai com as outras que sucedeu a uma inicial e prudente abstenção de reconhecer o Kosovo. E até acho que rima bem com a postura na cena internacional de Sócrates & correias de transmissão, sempre procurando estar bem com Deus e o Diabo, para aderir ao discurso do amigalhaço Chávez, que não obsta à continuação da indiscutível e cordial colaboração - já na evolução semântica de seguidismo - com o Aliado americano.
A Duplicidade em Política Externa (hoje) tem barbas.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O Factor de Alá

Claro que não me parece que as palavras oficiais do Governo Indiano, ao separarem responsabilidades nos atentados de Bombaim dos politicos e dos militares (mais serviços de Inteligência) do Paquistão odiado correspondam ao que pensa. É, acredito-o mais, uma tentativa de quebrar a unidade, logo a força, do vizinho inimigo. Quanto à actual situação em Islamabad, não tenho pingo de optimismo, mas pela razão contrária. Nunca gostei muito de Musharraf, que fazia jogo duplo entre as simpatias pelo islamismo militante da secreta que não dominava e dos meios castrenses cujo controlo Washington o convenceu a abandonar, apenas não o notificando do que para qualquer observador era óbvio, ser essa demissão o prelúdio à retirada do tapete.
Mas ainda considero mais temível o actual regime apadrinhado pelos Americanos. Um governo demagógico como o do Sr. Zardari, a cada dificuldade, quererá tirar-se dela mostrando cara feia que agrade à fervente sentimentalice popular anti-hindu. Como ainda agora, ao recusar extraditar para a Índia qualquer Paquistanês envolvido, limitando-se a admitir julgá-lo pelos seus tribunais se as provas de Delhi forem esmagadoras.
Não deixa de ser irónico que a Índia, durante tantos anos um aliado de facto da União Soviética, seja agora amigo mais fiável para o Ocidente, por via do radicalismo muçulmano armado por ele. A única coisa que me intriga é qual será a posição da China: muito tempo apoiante do Paquistão contra a potência hostil a Sul, en que medida arrefecerá esse junção de vontades com a revolta de agitadores maometanos no seu território?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Sinais dos Tempos

Há no Palácio da Independência, a casa de D. Antão de Almada em que os Conjurados se reuniram, um azulejo que representa o milagre de igual dia, em 1640. Logo após os Restauradores terem cumprido a Sua Missão, enviaram ao Arcebispo de Lisboa mensagem para que viesse tomar parte no Governo da Cidade. E assim o fazendo, o Prelado, não se conteve que não rezasse a Santo António, ao passar na Porta que Lhe levava o nome, pela sorte destes Reinos às Suas Gentes devolvidos. Eis quando os circunstantes viram o braço direito do Cristo do Crucifixo da Cruz Metropolitana do Dignitário Eclesiástico desp(r)egar-Se e fazer sinal por todos tidos como de encorajamento.Que diferença para estes tempos sem Rei nem Lei, em que ninguém já se fia na Virgem para coisa pública e ainda menos corre por ela. Se libertar-se das ordens de Madrid encontrou nos nossos Maiores a vontade de Acção que combina com o Gesto de incitamento da imagem do Salvador, estes esquecidos de Deus que vamos sendo, comodistas ao ponto de não reagirmos contra o domínio de Bruxelas, mesmo que contemplados por Nosso Senhor, na Sua Infinita Misericórdia, com um aceno similar, pondo a mão na consciência, decerto interpretaríamos o movimento como a despedida que fazemos por merecer.
E depois de tão triste confronto não pude deixar de pensar em Bombaim, dado na sequência daquele Primeiro de Dezembro em jeito de moeda de troca de uma Aliança garante. Se tivesse permanecido na dependência da Coroa Portuguesa, a nossa marca civilizacional, que teve o apogeu em Goa, teria impedido a fervura no caldeirão de ódios que levaram aos atentados e morticínios recentes?

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A Sorte Grande e a Terminação

A Dor na Responsabilidade, de Jim Caron

Não tenho qualquer opinião sobre o Sr. João Rendeiro e nem estou certo de haver ouvido falar dele antes da falência que era para ser mas está adida do BPP. O que me parece pouco admissível é a volta por cima que tenta dar, dizendo que está disponível para sair, não querendo fugir às suas responsabilidades. A meu ver, trata-se de confundir responsabilidade com disponibilidade, talvez porque terminem da mesma maneira...
À instituição bancária que não soube gerir, mas, muito mais, ao Estado, saiu a Sorte Grande de uma intervenção, pressionada mas conjunta, dos Grandes Bancos, cheios de medo de contágios, para manter à tona a vítima da gestão calamitosa que fez as coisas chegarem a este beco com pouca saída. Não é pois paranóia de encontrar culpados, mas a obrigação de encontrar os culpados que deve tornar a sua vontade de colaborar, saindo, irrelevante.
Entretanto, o Estrela da Amadora encontrou na Liga o seu "Banco de Portugal", que dá pelas asneiradas tarde e a muito más horas, mas desempenha uma função importantíssima. Contudo, falta-lhe a fortun - em todos os sentidos - do (sub)mundo da Finança, imaginem se fosse pedir ao Benfica, Sporting, Porto e mais algum que lhe viessem pagar vencimentos de atletas com quem nada tenham a ver...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Correntes Fortes

Não me surpreendeu minimamente a maioritária vontade entre os Islandeses de aderirem à UE e ao Euro como forma de superarem a bancarrota. Afinal, dar-se como escravo para ressarcir dívidas era expediente já conhecido na Roma Antiga e entre os Hebreus...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A Diplomacia do Dólar

Parece confirmado o novo rosto:Mas é velho nome, o mesmo associado a desastres arrasadores da ordem estatal em países como a Somália. Espera-se que a impensada política de demissão após a intromissão que levou ao preenchimento do vazio de Poder por salteadores costeiros não venha a reeditar-se na conivência que lhes proporcione presas ricas como vítimas sacrificiais que apaziguem. Se em vez de um policiamento odiado contra todas as forças emergentes e fragmentadas, tivessem restaurado a autoridade do aliado da véspera, Habré, deixado cair quando tido por desnecessário, nada desta ameaça teria ganho força. Agora, ao menos que consertem o mal que geraram.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Nozes e Dentes

O Beijo, de Claude BuckEu não dizia, eu não dizia? "Técnico" para despromover alguma coisa, como se pode comprovar neste texto. No caso, o beijo, que, realmente, associado à (des)qualificação, fica arrasadinho de todo. Agora, aquele Baldwin de água fria... coitadinha da Jennifer! Merece ser perseguido até ao fim do mundo por beijocas fantasmagóricas, como a da imagem. E a ciência que estuda este carinhoso gesto, a Filematologia, bem poderia denominar Complexo de Baldwin o equivalente à impotência neste específico campo.
Falando de coisas mais sérias, a devoradora de homens que foi Cleópatra não terá beijado um único, fazia gala de o dizer. Terá reencarnado neste incompetente?

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Uma Questão de Propriedade

As declarações do Dr. Al Zawahiri são mais do que a necessidade de continuar a ter nos EUA uma cabeça de turco em que malhar Com efeito, que outra coisa poderia ele dizer, depois de o Presidente Eleito Obama ter prometido, como grande inovação relativamente à Administração Bush, em Política Externa... a captura de Bin Laden? Claro que novo, novo, só o resultado, a tentativa é mais do mesmo. E aquele é precisamente o que não se pode garantir.
Quanto às palavras do Egípcio, nem vale a pena lembrar o triste papel que os Árabes a que pertence desempenharam como pioneiros do tráfico de escravos negros. As suas próprias indicam que para ele e os seus o Negro livre é aquele que lhe obedeça. Um caso de disputa de propriedade, não de emancipação, por conseguinte.
Uma última nota: o Director da Cia produziu um testemunho em que reafirmava pela enésima vez que o líder da Al-Qaeda está vivo e cercado, enquanto funcionários seus, sob anonimato, expressaram a convicção de que se encontra morto. Não era preciso terem gasto tanto dinheiro com a Agência, se mo tivessem perguntado eu, fundadamente, teria podido assegurar que era uma dessas duas condições possíveis a do fugitivo. Estes espiões ainda são piores do que os astrólogos de que falava Voltaire, um dos quais previra que certo bebé chegaria à idade adulta, enquanto o outro opinava que ele estava para morrer: ao menos um dos dois estava sujeito a errar!

sábado, 15 de novembro de 2008

Voltar Aos Clássicos

O meu antigo Mestre Ernani Lopes afirmou que a culpa do endividamento dos nossos compatriotas é das famílias, dos governos e dos bancos. Serão certamente repartidos os pecados, porém, assim tão distribuídos, deixam de fora muito pouca gente, apenas aqueles que nunca tenham votado, porque pactuar com um regime que permite destas já é culpa, ela não se restringe aos que cederam o voto aos mandantes dos últimos anos. E a todos os que têm investimentos bancários, porque deram força às instituições concorrentes do sector para fazerem de sereias, cantando aos ouvidos dos protoconsumidores sem outra cheta. Ora o que é de todos passa a não ser de alguém em particular; é, nesta situação o caso da Responsabilidade.
Ao contrário de D. Francisco Manuel de Melo, em quem deviam meditar os que recorreram ao crédito para consumo:
Quem gasta menos do que tem é prudente. Quem gasta o que tem é cristão. Quem gasta o que não tem é ladrão.
Numa sociedade que promove o risco e se descristianizou o que é que sobra, o que é?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Cada...falso!

Como vários dos Amigos que comentaram expressaram alívio, na caixa do postal sobre os penteados setecentistas, por a Moda, nesse campo "ter aligeirado", deixo o alerta para os riscos que subsistem no nosso tempo: quem daria o nó com uma jovem assim arranjada? Aí é que faria sentido o dito dos conhecimentos dele F. já se enforcou...

Uma Lança em África?

Alegoria da África, de BartholdyOntem, ouvindo Miguel Sousa Tavares, no noticiário das oito da TVI, assaltaram-me sentimentos contraditórios: simpatizo com a revolta que exprimiu, por ver as populações de muitos dos Países do Continente Negro entregues aos desmandos de uma classe política insaciavelmente corrupta e, o que é pior, sem escrúpulos de infligir gratuitamente sofrimentos aos que lhes estão submetidos. Isto, apesar de lhe ter escapado uma florzinha falhada, quando, querendo dizer que não o viessem tentar calar com o estribilho da pesada herança do Colonialismo, lhe saiu, em vez, a conversa do fardo do Homem Branco, que foi peditório para que já dei. Esta expressão, como se sabe, foi celebrizada por Kipling e significava o que na presente discussão poderia ser tomado em sentido oposto - a responsabilidade civilizadora transformante que considerava da competência dos Euro-Americanos.
No que não há meio de concordar é com a solução que propôs: a ONU (e a UE!) dizerem aos Estados mais afectados por este flagelo que não podem continuar a governar-se, no seu próprio interesse. Confiar a cura a organizações destas, seria enviá-los para destinos que, em vez de passarem por institutos de regeneração, funcionariam como escolas de crime, isso sim, além de, no caso das Nações Unidas, equivaler a confiar o tratamento a um dos principais responsáveis pelo mal, como prova a vergonhosa avalanche de debates e resoluções da década de 1960´s.
Não se deveria começar por uma reavaliação de presenças europeias históricas como a nossa, muito menos friamente voraz do que outras?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Computador Pifou

Não sei se tenho paciência de voltar.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A Guerra Tépida

Que foi um erro trágico transformar a defesa contra ameaças terroristas numa hostilização da Rússia, defendi-o sempre. Por muito que se papagueie que o opositor esperado é a capacidade da engenharia balística Iraniana, quer a disposição do escudo de protecção, quer a intransigência em não permitir a comunhão de princípios e actos defensivos com Moscovo, mais não fazem do que pôr a grande Nação euro-asiática em brasa.
E foi totalmente gratuito, porquanto se alienou com rabinices um apoio que poderia ser precioso, até por no Cáucaso haver conflito em curso, contra guerrilheiros apoiados pelo inimigo que deveria ser comum. Neste sentido, para além da chamada de atenção que é a disposição de armamento direccionado contra as defesas a instalar na Polónia sem grande vontade desta, a declaração do Presidente Russo tem nítida intenção exploratória do estado de espírito da administração americana que tomará posse em Janeiro. Como que lembrando ao Presidente Eleito que, se quer resolver o problema de Teerão directamente no local, deixa de haver razão para o enfrentamento de alces que são cabeças de mísseis neutralizantes encostadas umas contra as outras.
Mas sempre quero ver se a lógica defensiva não se subordina, no caso, a uma outra, de garantir encomendas bilionárias à indústria de armamento, para não agravar a recessão. E aí, como poderá Obama fazer diferente?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Erro de Cálculo

Tenho como certo que a Política Externa americana não irá mudar, com a eleição de hoje. Mesmo a retirada do Iraque é algo que a actual Administração já programou, embora com calendarização menos apressada do que a que o Senador Obama defende. No que toca ao Irão e à América Latina, aposto como não haverá alterações, ao ponto de o favorito presidencial chegar a sugerir a manutenção do Secretário da Defesa em funções e de se apresentar de Powell ao lado. Por isso devemos buscar as atitudes expressas por Teerão e por Chávez na raiz psicológica da demonização que empreendem. Quando o regime da República Islâmica diz da Federação Americana ser, globalmente, o Grande Satã, encontra-se um corolário esperado na indiferença perante a pugna eleitoral de hoje. Ao contrário, Chávez, porque canalizou toda a sua pitoresca diabolização contra Bush, opta claramente pelo parlamentar do Illinois, ao ponto de chegar irrealisticamente a manifestar esperanças de que ele revogue o embargo que só prejudica inocentes e o Papa João Paulo II, em devido tempo, condenou. A mim, o que parece mais estranho é tanta fé depositada num político que vai fazendo tudo para se vender como um novo Kennedy: é que foi precisamente este que ordenou o bloqueio!