Um motivo de esperança: não deve estar a crise para durar, já que a grande
discussão do momento incide sobre se é
gira ou
sexista a ideia brilhante de se ter concebido um teclado cor-de-rosa com teclas de dizeres provocatórios, alegadamente
para uso de louras. Cliquem para ver melhor, aumentando.
Bem,
sexista não sei como poderia ser, já que apenas estigmatizaria uma parte, por sinal bem minoritária do Género, como demonstra o mapa da Europa mais abaixo. Quanto à
gireza, estamos conversados, a estupidez seria por inteiro atestada por quem os comprasse.
Mas a controvérsia levanta uma lebre que merece exame: a fama de burras das pobres Mulheres com o cabelo mais claro. Eu estou em crer que ela advém em grande parte das personagens de Marilyn Monroe, uma das quais diz expressamente que os homens não gostam de Miúdas muito inteligentes e cultivadas. Claro que a burrice está nos que não temperaram essa patente boutade com as garantias de Wilder e muita Crítica, segundo as quais, para dar credibilidade àquela figura. MM comprovava ser uma actriz muito inteligente.
Outra hipótese seria a relativa raridade da lourice originária levar muita Senhora a pintar o cabelo e isso ser dado como sintoma de miolos em déficite. Também não sigo por aí, porque isso, Nelas, é como em nós deixar crescer um bigode, ou uma barbicha, até podendo passar por saudável sintoma de não estar demasiado satisfeitinho consigo.
O que me leva a outra razão de espanto - a de não ter sido o teclado associado ao que me pareceria mais óbvio, uma opção partidária ou sexual, que as há simbolizadas por tão doce cromatismo. É a injustiça de ligar a falta de intelecto a características não-escolhidas que nada revelam, em vez de o conectar com opções que estão na disponibilidade da parte, resultando de um processo mental, mesmo que diminuto, para muita gente.
Ainda bem que o Benfica já se deixou destas alternativas!