Esterança lançou-me o desafio para falar sobre inclusão social.
Ao longo dos tempos, a humanidade ao viver em comunidade, teve uma tendência para a exclusão social. Se pensarmos à letra neste termo”exclusão social”, significa colocar de lado alguém diferente de nós, por razões variadas, desde razões económicas, culturais, raciais, religiosas… e principalmente por razões físicas, de aparência …
Cada vez mais deparamo-nos com uma sociedade que valoriza a aparência, em detrimento de outros valores, como a solidariedade, integridade, honestidade, competência, conhecimento, humildade... Tudo o que entra em choque com o “padrão”, pré- estabelecido fica automaticamente excluído...
Quando se estabeleceram as “regras”, esqueceram-se de incluir a diferença:
Em pleno séc. XXI, a nossa sociedade tem que aprender a excluir apenas o preconceito e incluir a diferença, como algo natural e tão importante como o ar que respiramos,
porque:
nem todos vivemos, pensamos, vestimos, da mesma maneira;
todos nós somos diferentes por dentro e por fora…mas sentimos da mesma forma a dor, o medo, a saudade, a revolta, , o amor, a amizade…
não existe ninguém perfeito e saudável a 100%...
ninguém tem a sabedoria toda, nem é dono do mundo…
todos somos diferentes, naquilo que somos e como somos e apenas somos iguais, enquanto seres humanos.
É com a diferença que se torna a nossa sociedade mais rica, mais democrática e mais fiel à própria ideia de comunidade. Temos que dar as mãos uns aos outros para construir um amanhã melhor, independentemente que nós sejamos pobres, ricos, doentes, saudáveis, mais ou menos inteligentes, com ou sem mão, andando ou não, acreditando em algo ou não…
É urgente começarmos a olhar em nosso redor, na pele dos que, por força maior, não conseguem ver, ouvir, andar, correr…enfim tudo o que uma pessoa comum consegue…para criarmos formas para elas se sentirem mais independentes, mais capazes de enfrentarem o dia-a-dia sem obstáculos…para que se sintam tão ou mais felizes neste mundo…
Parece ser fácil falar, mas não é, só quem sente verdadeiramente na pele sabe que há muito a fazer para tornar o nosso mundo melhor para todos…
…eu própria já senti um pouco na pele o “preconceito”, onde menos esperei encontrar, por causa de um pormenor, que nunca pensei que pudesse colocar em causa a minha própria profissão… o facto de ter nascido a ouvir menos do que qualquer outra pessoa foi o suficiente para alguém achar que não tinha os pré-requisitos necessários para ser professora, independentemente de ser competente naquilo que fazia…isso deixou-me triste, mas continuei o meu caminho, mesmo com alguns obstáculos, com orgulho de ser quem sou…
Isso é apenas um desabafo meu… para dizer que está nas nossas mãos incluir todos no nosso mundo, sem excepções, de uma vez por todas!