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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Uma beirã com raízes no Rio Dão (2ª parte)


O post que se segue integra-se na Tertúlia Virtual , a última edição deste ano( que pena!!!).
Desta vez, como o tema proposto é livre, convido todos os tertulianos a mergulhar nas vivências e experiências reais de mulheres genuinas das Beiras, sejam elas da Beira Alta, (que abrange o distrito da Guarda e Viseu), Beira Baixa (do distrito de Castelo Branco) ou da Beira Litoral, (distrito de Aveiro e de Coimbra), províncias do centro de Portugal:


Imagem retirada da internet


Feita esta pequena introdução, apresento a segunda parte do testemunho da Drª Claudia Pino, uma beirã de Aveiro com raízes no Rio Dão, do distrito de Viseu (pode ler aqui a primeira parte do testemunho), que partilha connosco sobre o seu percurso e perspectivas de vida, enquanto mãe, dona de casa, esposa e trabalhadora-estudante.


Como qualquer outra rapariga da sua idade, teve uma vida normal até enfrentar o seu primeiro dilema, na hora de escolher um rumo para o futuro ... o que gostava de ser? Ser enfermeira...? O quê?? Não sabia bem o que queria da vida, mas houve um pequeno incidente que, de certa forma a ajudou a decidir o que fazer daí para a frente: para surpresa sua, chumbou a Fisica e Química, a disciplina que gostava mais, obrigando-a a repetir e a trabalhar, no ano seguinte.


Começou por trabalhar numa empresa de Telecomunicações, de dia e de noite estudava. Concluído o 12º, os estudos deixaram de ter prioridade nesse momento da sua vida, pois gostava do que fazia, tinha estabilidade financeira e, aos 21 anos, casou.

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Como recém casada, tinha um projecto de vida: ser mãe de dois filhos e construir uma casa em Aveiro.
Tinha ela 30 anos quando concretizou esse projecto.
Agora era, trabalhadora, esposa, mãe e dona da sua própria casa.
Poderia bastar para ser feliz, mas sentiu que lhe faltava algo.

Sentiu-se vazia e com vontade de criar novas metas para si própria. Nesse momento exercia funções administrativas num Instituto Público e sentia a necessidade de crescer e de evoluir como pessoa; desenvolvenvolvendo outras tarefas, com um grau de responsabilidade e autonomia maior. Para isso tinha que adquirir qualificações superiores.Sendo o relacionamento interpessoal um dos aspectos importantes do seu trabalho, descobriu a sua verdadeira vocação e decidiu fazer uma Licenciatura em Ciências Sociais.

Passados 12 anos, já sabia o que realmente queria fazer e seguiu em frente com esse novo projecto de vida.
Para isso tinha que ter muita a força de vontade e motivação para assumir alguns sacrifícios que isso implicaria para a sua vida pessoal e principalmente, familiar.

Sacrifícios como: deixar de sair com os amigos à noite; não sair em família aos domingos; deixar de dar toda a a atenção aos filhos na hora que eles pedem para brincar... enfim ter que deixar um pouco "pendurada " a sua família, para poder estudar...

Teve momentos em que o peso da consciência apoderava-se de si... Na hora em que resolvia ir às compras ao supermercado e dava por si a pensar que estaria a perder o seu precioso tempo, quando deveria estar a estudar; ou numa situação inversa, sentia-se igualmente mal consigo própria... Houve muitos momentos em que não se sentia bem de forma nenhuma, mas o que a fazia seguir em frente era concretizar o seu objectivo a que se tinha proposto: concluir a sua licenciatura em 3 anos!


Para isso tinha que ter prioridades, estudar e trabalhar muito. De outra forma seria impossível.






A sua prioridade também passava pela gestão e repartição rigorosa do tempo para todas as tarefas do seu dia-dia: durante o dia trabalhava, ao final da tarde dedicava o seu tempo a cuidar dos seus filhos e ao marido; fazia o jantar, arrumava a cozinha e deitava os meninos. Só a partir das 21 horas dedicava 3 horas para os estudos. Aos fins-de-semana, contava com a ajuda do marido e dos seus pais, que muitas vezes davam uma mãozinha na casa e ajudavam a tomar conta das crianças, para poder estudar.





Esta foi a maior lição de vida que teve: nos tempos que correm uma Mulher não pode enfrentar tudo sozinha. Tem que estar acompanhada e rodeada de pessoas que possam dar apoio, para seguir em frente com um projecto desses.


Só assim foi possível concluir com sucesso a licenciatura!




Concretizada a meta, tinha todas as condições para agarrar as oportunidades profissionais e colocar em prática tudo o que aprendeu.


Na hora e momento certo deu o salto que tanto ambicionava: conseguiu alcançar o trabalho da sua vida, como técnica superior, com o cargo de Gerente numa Instituição Pública em Aveiro!


Só com muito trabalho, dedicação, esforço, motivação e o apoio da família seria possível concretizar este sonho. E este sonho não ficou por aqui! Depois da Licenciatura, agora está a fazer um Mestrado...

Porque vale a pena!

Neste momento considera-se uma Mulher feliz, por ter apostado em si e na sua carreira.

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A Drª Cláudia está de Parabéns! Para agradecer a sua coragem e disponibilidade para partilhar um pouco da sua experiência aqui no Clube, ofereço-lhe este lindo ramos de flores "virtual".

[b]Lembrei de você!
Gifs - Flash - Fotos e Videos Para seu Orkut
Gifs, Flash e vídeos para seu Orkut = www.animaorkut.net


Muito obrigada!

E cá estaremos na próxima 4ª feira com mais uma mulher de coragem para partilhar connosco a sua aventura!

Até lá!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Uma Beirã com raizes no Rio Dão

Esta e a próxima semana o Clube das Mulheres Beirãs dedica este espaço à Drª Claudia Pino, Gerente de um Instituto Público de Aveiro, uma grande mulher com profundas raizes na Beira Interior, que prontamente aceitou o meu convite para partilhar connosco o seu percurso e experiência de vida, como filha de pais beirões,(que iremos agora abordar nesta primeira parte) e como mãe, esposa , dona de casa e profissional de sucesso, face a dilemas que enfrenta no desempenho desses papéis (que será abordada na próxima 4ª feira) no contexto das Beiras.

Marcámos o encontro para uma excelente tarde de Domingo, à beira do Rio Dão, nas Termas de S. Gemil-Tondela (Viseu), onde a Drª Claudia e a sua família gostam de tomar o café aos fins-de-semana e nas férias.
Drª Claudia assume-se como uma mulher beirã , de 38 anos, com ligações profundas à linda terra de Tondela, de onde os seus pais são naturais: o pai é natural de Lobão da Beira e a mãe da Lageosa do Dão, ambas freguesias pertencentes a Tondela, Viseu.

De Tondela tem um especial carinho. Grande parte da sua infância, principalmente durante as férias de Verão, era vivida aí. Era aí que brincava e tinha um contacto extraordinário com a natureza,com o rio, com as pessoas e vivia intensamente as tradições da terra. Ainda hoje faz questão de levar a sua família, sempre que pode, a visitar os amigos, a assistir às festas da terra, como foi o caso deste fim de semana, que houve a Festa do Senhor do Calvário ,na Lageosa do Dão, a terra da sua mãe.



Coisas simples como, o sossego, o relaxe, a calma, o ar puro, os aromas, o ambiente, o clima (seco e quente por natureza no Verão), as tradições e, acima de tudo, as pessoas, a seu ver bastante mais calorosas e próximas de si; são razões suficientes para considerar as terras de Tondela como um lugar de eleição para a sua família se descontrair e aliviar do stresse e da rotina que se vive na cidade.
É um lugar onde nunca se cansam de ir.
Dela carrega memórias que certamente nunca mais se repetirão, como as brincadeiras de menina a saltar pelas lajes, enquanto a mãe e a avó colocavam o milho a secar ao sol, ou a apanha das batatas e das uvas, que comia mais do que colhia... Experiências estas que eram levadas sempre na brincadeira, como qualquer criança da sua idade, sem dar o devido valor à vida que os seus avós levavam no campo.

Ao recordar essas memórias, fica a saudade, o seu reconhecimento e admiração pelos seus avós.
Agora que tem uma experiência de vida, e já não é uma menina, sabe qual foi o verdadeiro significado do campo para os seus avós:

Significava um modo de subsistência, um trabalho árduo de sol a sol. E a verdadeira felicidade!
Podiam trabalhar horas a fio, de sol a sol, com poucos recursos, carregando a pé, com o seu carrinho de mão os produtos da terra, mas eram livres e despreocupados, sem prazos para cumprir, sem stresse. Conseguiam viver uma vida calma, pacata e despreocupada, com tempo para conversar à sombra da parreira, no verão e para trabalhar. Mas viviam felizes!

Sente pena por os seus filhos não terem este privilégio, pois os tempos são outros, assim como o modo de vida mudou. Os seus avós já faleceram e os seus pais trabalharam e vivem em Aveiro.

A sensação que tem ainda hoje, sempre que visita das suas terras e gentes é precisamente o relaxe em que estas vivem mergulhadas.



Na próxima semana iremos saber um pouco mais sobre esta senhora, numa outra vertente, enquanto mãe, esposa, dona de casa e lutadora por uma carreira profissional.

Espero que tenham gostado tanto como eu, de conhecer um pouco das suas vivências.
E até à próxima 4ª feira.