O post que se segue integra-se na Tertúlia Virtual , a última edição deste ano( que pena!!!).
Desta vez, como o tema proposto é livre, convido todos os tertulianos a mergulhar nas vivências e experiências reais de mulheres genuinas das Beiras, sejam elas da Beira Alta, (que abrange o distrito da Guarda e Viseu), Beira Baixa (do distrito de Castelo Branco) ou da Beira Litoral, (distrito de Aveiro e de Coimbra), províncias do centro de Portugal:
Imagem retirada da internet
Feita esta pequena introdução, apresento a segunda parte do testemunho da Drª Claudia Pino, uma beirã de Aveiro com raízes no Rio Dão, do distrito de Viseu (pode ler aqui a primeira parte do testemunho), que partilha connosco sobre o seu percurso e perspectivas de vida, enquanto mãe, dona de casa, esposa e trabalhadora-estudante.
Como qualquer outra rapariga da sua idade, teve uma vida normal até enfrentar o seu primeiro dilema, na hora de escolher um rumo para o futuro ... o que gostava de ser? Ser enfermeira...? O quê?? Não sabia bem o que queria da vida, mas houve um pequeno incidente que, de certa forma a ajudou a decidir o que fazer daí para a frente: para surpresa sua, chumbou a Fisica e Química, a disciplina que gostava mais, obrigando-a a repetir e a trabalhar, no ano seguinte.
Começou por trabalhar numa empresa de Telecomunicações, de dia e de noite estudava. Concluído o 12º, os estudos deixaram de ter prioridade nesse momento da sua vida, pois gostava do que fazia, tinha estabilidade financeira e, aos 21 anos, casou.
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Como recém casada, tinha um projecto de vida: ser mãe de dois filhos e construir uma casa em Aveiro.
Tinha ela 30 anos quando concretizou esse projecto.
Agora era, trabalhadora, esposa, mãe e dona da sua própria casa.
Poderia bastar para ser feliz, mas sentiu que lhe faltava algo.
Sentiu-se vazia e com vontade de criar novas metas para si própria. Nesse momento exercia funções administrativas num Instituto Público e sentia a necessidade de crescer e de evoluir como pessoa; desenvolvenvolvendo outras tarefas, com um grau de responsabilidade e autonomia maior. Para isso tinha que adquirir qualificações superiores.Sendo o relacionamento interpessoal um dos aspectos importantes do seu trabalho, descobriu a sua verdadeira vocação e decidiu fazer uma Licenciatura em Ciências Sociais.
Passados 12 anos, já sabia o que realmente queria fazer e seguiu em frente com esse novo projecto de vida.
Para isso tinha que ter muita a força de vontade e motivação para assumir alguns sacrifícios que isso implicaria para a sua vida pessoal e principalmente, familiar.
Sacrifícios como: deixar de sair com os amigos à noite; não sair em família aos domingos; deixar de dar toda a a atenção aos filhos na hora que eles pedem para brincar... enfim ter que deixar um pouco "pendurada " a sua família, para poder estudar...
Teve momentos em que o peso da consciência apoderava-se de si... Na hora em que resolvia ir às compras ao supermercado e dava por si a pensar que estaria a perder o seu precioso tempo, quando deveria estar a estudar; ou numa situação inversa, sentia-se igualmente mal consigo própria... Houve muitos momentos em que não se sentia bem de forma nenhuma, mas o que a fazia seguir em frente era concretizar o seu objectivo a que se tinha proposto: concluir a sua licenciatura em 3 anos!
A sua prioridade também passava pela gestão e repartição rigorosa do tempo para todas as tarefas do seu dia-dia: durante o dia trabalhava, ao final da tarde dedicava o seu tempo a cuidar dos seus filhos e ao marido; fazia o jantar, arrumava a cozinha e deitava os meninos. Só a partir das 21 horas dedicava 3 horas para os estudos. Aos fins-de-semana, contava com a ajuda do marido e dos seus pais, que muitas vezes davam uma mãozinha na casa e ajudavam a tomar conta das crianças, para poder estudar.
Esta foi a maior lição de vida que teve: nos tempos que correm uma Mulher não pode enfrentar tudo sozinha. Tem que estar acompanhada e rodeada de pessoas que possam dar apoio, para seguir em frente com um projecto desses.
Só assim foi possível concluir com sucesso a licenciatura!
Concretizada a meta, tinha todas as condições para agarrar as oportunidades profissionais e colocar em prática tudo o que aprendeu.
Na hora e momento certo deu o salto que tanto ambicionava: conseguiu alcançar o trabalho da sua vida, como técnica superior, com o cargo de Gerente numa Instituição Pública em Aveiro!
Só com muito trabalho, dedicação, esforço, motivação e o apoio da família seria possível concretizar este sonho. E este sonho não ficou por aqui! Depois da Licenciatura, agora está a fazer um Mestrado...
Porque vale a pena!
Porque vale a pena!
Neste momento considera-se uma Mulher feliz, por ter apostado em si e na sua carreira.
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A Drª Cláudia está de Parabéns! Para agradecer a sua coragem e disponibilidade para partilhar um pouco da sua experiência aqui no Clube, ofereço-lhe este lindo ramos de flores "virtual".
[b]Lembrei de você!
Gifs, Flash e vídeos para seu Orkut = www.animaorkut.net
Muito obrigada!
E cá estaremos na próxima 4ª feira com mais uma mulher de coragem para partilhar connosco a sua aventura!
Até lá!