Falta 1 dia para fazer 2 meses que nasceste. No fundo isto é um bocado como uma casa dos segredos. São 24 horas sob 24 horas sempre contigo...2 meses mais parecem 4. O primeiro mês foi tão difícil bisnico. Ainda bem que já passou e que já nos adaptámos um ao outro. Tu ao meu colo, e eu aos teus braços. Mas foi tão complicado amor. Sei que um dia vais perguntar à mãe e ao pai como se fazem os bebes e de onde vieste. Como foi que nasceste? O mais certo será a mãe pintar a coisa de forma muito cor de rosa, porque não vais precisar de saber o quão difícil foi ter-te.
Foi a pior experiência da vida da mãe. Nunca pensei que fosse ser assim mas nada me preparou para o nível de dor que senti e para a quantidade de sentimentos que tive. Se antes a mãe não conseguia falar sobre isso, agora começa a ser mais fácil, por isso, vamos meter tudo cá para fora, porque quando tiveres idade para ler isto, os blogs já não vão existir.
A mãe tinha muitas ideias sobre o parto. Ideias muito bem definidas sobre o que queria e o que não queria que acontecesse no momento em que nascesses. Correu tudo ao contrário. Começou tudo 6 dias antes de tu nasceres. Sim amor. A mãe andou 6 dias a sofrer antes de nasceres. Fui ao hospital fazer uma ultima avaliação antes do parto e, a querida médica realizou um procedimento na mãe que se chama descolamento de membranas. Sem o consentimento da mãe. Todas as mulheres se queixam do toque. Mas o toque não dói. O que dói é quando o médico em questão decide forçar e acelerar o parto. Sem motivo. Percebi logo que alguma coisa estava mal, pois assim que a médica o fez, e desde esse dia, que a mãe começou a perder sangue. Fiquei tão triste com ela, tão zangada. Sempre quis que nascesses quando tu quisesses e não quando um qualquer médico decidisse, apenas porque sim.
3 dias antes de nasceres a mãe começou a ter contracções. Dolorosas, mas irregulares. Um dia antes a mãe foi ao hospital. Já não estava a aguentar; mas sabes o que aconteceu? Mandaram a mãe para casa. Porque estavam sem camas. Perguntaram se me importava...visto que vivia perto. Assim foi. Voltei para casa mais o pai e as horas seguintes foram passadas em stress com dores intensas que se tornavam cada vez mais fortes e regulares. A mãe começou a apontar num papelinho tudo... aguentei 3 horas com contracções a cada 5 minutos, até que tivemos de ir para o hospital. A mamã deu entrada à 13 da tarde e tu nasceste no dia seguinte por volta da 1 da manhã. Foi tão mau bebe. A mãe queria que tu nascesses num ambiente calmo e descontraído, independentemente de saber que ia ser doloroso, se tudo à minha volta estivesse calmo, a mãe era capaz de se manter assim. Durante o trabalho de parto, a mamã ficou num quarto com o pai, sozinhos e descontraídos, a ver as horas a passar, a aguentar as dores. Fui para o chuveiro, brinquei na bola de pilates, ouvi música, brincámos com a situação e sonhámos com o momento em que te fossemos ver.
Quando chegou a altura de nasceres, chegou uma enfermeira parteira. Era ela que ia fazer o teu parto. A mãe pensou que a coisa ia ser mais rápida confesso. Pensei que fazia força 5 vezes e tu nascias. Mas não. Passaram 2 horas e a mãe estava a ficar esgotada. Mas a verdade é que a coisa só começou a correr mesmo mal quando todo o pessoal do bloco de partos, que não tinha mesmo mais nada que fazer, decidiu entrar no meu quarto e assistir. Começaram a brincar com a situação, a fazer jogos umas com as outras. Duas quase que fizeram um dó li tá para decidir quem é que ia tirar-te dentro de mim. Sabes bebe, a mãe não tinha epidural. Senti tudinho e entrei em desespero. Gritei tudo o que tinha para gritar e entrei em pânico, em choque. Lembro-me de ter duas enfermeiras em cima da minha barriga a empurrarem-te. Como não conseguiram, fizeram um nó num lençol para te empurrar. Também não resultou. Chamaram a médica para te tirar com ventosas e lá acabaste por nascer. Era tanta a confusão, tanto o barulho, tanta gente na brincadeira, que a mãe, mesmo depois de te ter cá fora a chorar, continuava a implorar para que aquilo chegasse ao fim. Todas as senhoras presentes continuaram na brincadeira, até que uma diz: acho que a mamã está em choque. E foi quando se lembraram que eu tinha exigido que viesses para os meus braços assim que nascesses. Só me acalmei, e só caí em mim, quando finalmente te recebi nos meus braços e te pousei no meu peito. Senti o teu cheiro e olhei bem nos teus olhos, que me fitaram com uma intensidade tal, que posso seguramente dizer, que nunca ninguém olhou assim para mim. Troquei contigo mil palavras em silêncio que ficaram todinhas guardadas para mim e montanhas de carícias. Quase 2 meses e nunca mais te quis largar.
Hoje tive de te deixar pela primeira vez sozinho com o pai durante umas horas. Passei o tempo todo a pensar em ti; todo o meu corpo reagia só de te imaginar. Enfim. Está a ser a experiência das nossas vidas meu amor, onde cada dia é uma descoberta para os dois. Amo-te incondicionalmente, cada dia mais e mais... acho que este amor nunca vai ter fim.
Foi a pior experiência da vida da mãe. Nunca pensei que fosse ser assim mas nada me preparou para o nível de dor que senti e para a quantidade de sentimentos que tive. Se antes a mãe não conseguia falar sobre isso, agora começa a ser mais fácil, por isso, vamos meter tudo cá para fora, porque quando tiveres idade para ler isto, os blogs já não vão existir.
A mãe tinha muitas ideias sobre o parto. Ideias muito bem definidas sobre o que queria e o que não queria que acontecesse no momento em que nascesses. Correu tudo ao contrário. Começou tudo 6 dias antes de tu nasceres. Sim amor. A mãe andou 6 dias a sofrer antes de nasceres. Fui ao hospital fazer uma ultima avaliação antes do parto e, a querida médica realizou um procedimento na mãe que se chama descolamento de membranas. Sem o consentimento da mãe. Todas as mulheres se queixam do toque. Mas o toque não dói. O que dói é quando o médico em questão decide forçar e acelerar o parto. Sem motivo. Percebi logo que alguma coisa estava mal, pois assim que a médica o fez, e desde esse dia, que a mãe começou a perder sangue. Fiquei tão triste com ela, tão zangada. Sempre quis que nascesses quando tu quisesses e não quando um qualquer médico decidisse, apenas porque sim.
3 dias antes de nasceres a mãe começou a ter contracções. Dolorosas, mas irregulares. Um dia antes a mãe foi ao hospital. Já não estava a aguentar; mas sabes o que aconteceu? Mandaram a mãe para casa. Porque estavam sem camas. Perguntaram se me importava...visto que vivia perto. Assim foi. Voltei para casa mais o pai e as horas seguintes foram passadas em stress com dores intensas que se tornavam cada vez mais fortes e regulares. A mãe começou a apontar num papelinho tudo... aguentei 3 horas com contracções a cada 5 minutos, até que tivemos de ir para o hospital. A mamã deu entrada à 13 da tarde e tu nasceste no dia seguinte por volta da 1 da manhã. Foi tão mau bebe. A mãe queria que tu nascesses num ambiente calmo e descontraído, independentemente de saber que ia ser doloroso, se tudo à minha volta estivesse calmo, a mãe era capaz de se manter assim. Durante o trabalho de parto, a mamã ficou num quarto com o pai, sozinhos e descontraídos, a ver as horas a passar, a aguentar as dores. Fui para o chuveiro, brinquei na bola de pilates, ouvi música, brincámos com a situação e sonhámos com o momento em que te fossemos ver.
Quando chegou a altura de nasceres, chegou uma enfermeira parteira. Era ela que ia fazer o teu parto. A mãe pensou que a coisa ia ser mais rápida confesso. Pensei que fazia força 5 vezes e tu nascias. Mas não. Passaram 2 horas e a mãe estava a ficar esgotada. Mas a verdade é que a coisa só começou a correr mesmo mal quando todo o pessoal do bloco de partos, que não tinha mesmo mais nada que fazer, decidiu entrar no meu quarto e assistir. Começaram a brincar com a situação, a fazer jogos umas com as outras. Duas quase que fizeram um dó li tá para decidir quem é que ia tirar-te dentro de mim. Sabes bebe, a mãe não tinha epidural. Senti tudinho e entrei em desespero. Gritei tudo o que tinha para gritar e entrei em pânico, em choque. Lembro-me de ter duas enfermeiras em cima da minha barriga a empurrarem-te. Como não conseguiram, fizeram um nó num lençol para te empurrar. Também não resultou. Chamaram a médica para te tirar com ventosas e lá acabaste por nascer. Era tanta a confusão, tanto o barulho, tanta gente na brincadeira, que a mãe, mesmo depois de te ter cá fora a chorar, continuava a implorar para que aquilo chegasse ao fim. Todas as senhoras presentes continuaram na brincadeira, até que uma diz: acho que a mamã está em choque. E foi quando se lembraram que eu tinha exigido que viesses para os meus braços assim que nascesses. Só me acalmei, e só caí em mim, quando finalmente te recebi nos meus braços e te pousei no meu peito. Senti o teu cheiro e olhei bem nos teus olhos, que me fitaram com uma intensidade tal, que posso seguramente dizer, que nunca ninguém olhou assim para mim. Troquei contigo mil palavras em silêncio que ficaram todinhas guardadas para mim e montanhas de carícias. Quase 2 meses e nunca mais te quis largar.
Hoje tive de te deixar pela primeira vez sozinho com o pai durante umas horas. Passei o tempo todo a pensar em ti; todo o meu corpo reagia só de te imaginar. Enfim. Está a ser a experiência das nossas vidas meu amor, onde cada dia é uma descoberta para os dois. Amo-te incondicionalmente, cada dia mais e mais... acho que este amor nunca vai ter fim.