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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

CHORA A NATUREZA...

...E a espuma deita-se no colo do mar!
O céu carregava um fardo imenso de nuvens cinzentas formadas por castelos de algodão arrastados pelo ar revolto.
O vento assobiava num silvo contínuo chamando pelas forças que alimentavam também as marés.
As árvores sacudidas pela ventania, ficavam cada vez mais nuas, descarnadas.
As folhas que antes as enfeitavam, deixavam a descoberto um corpo agora esguio.
A roupagem de outrora, dava agora lugar a camadas sucessivas de chuva que escorria contínua nos esqueletos arbóreos. E elas sempre lá, sempre firmes, sem hostilidades.
Acatam o tempo e os tempos! Lições de vida...
...E as folhas despedem-se num último adeus ao laço que as prendia...
...E rolam pelo chão e voam pelos ares à mercê da vontade do vento. O chão já não é tapete de folhas. Agora é tapete de lama.
...Enquanto na terra tudo se transforma, no oceano tudo se agita, numa espécie de revolta...pelos fios da chuva!
...E o vento vai-se encarregando de trazer nas asas, as nuvens cinzentas, pesadas, que vão de encontro à terra, precipitando-se em pingas cada vez mais grossas, cada vez mais atrevidas, cada vez mais azedas...
...E magoam as poucas flores outonais acostumadas aos beijos mansos do outono leve, calmo...
...E ficam amuadas por tão pouca delicadeza, tombando sobre si mesmas...(continua)
...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ORVALHO

Os pensamentos são agora uma nuvem de pó que vai caindo lentamente no chão à espera de vida.
Misturam-se com pétalas de rosas, sorridentes e frescas num tapete onde o coração se abandona.
E respiro o cheiro das flores que se mistura com orvalho da alegria...
Vai-se construindo um jardim dentro de mim ...assim... com raios ausentes do sol que se escondem num dia cinzento. Porque a mente também cria realidades que amenizam teias imprevisíveis em molduras de telas abstractas...
...E deixo cair o pó no meu chão e o sol na minha alma...
...Deixo cair o orvalho fresco nas flores das minhas mãos caladas ...
...E vou deixar banhar-me em pétalas de rosas, envolvendo-me no seu aroma...
...E vou deixar que a vida me sinta e me vá chamando, porque amanhã é outro espaço...
...Não quero, não vou deixar vencer-me pelo cansaço!
Agora...quero ficar aqui...
...No tapete que teci!..

sábado, 8 de janeiro de 2011

TON NOM...



Le soleil s´endormait
Tu venais la nuit
Au clair de la lune...

...Et j´écrivais ton nom...


Puis la nuit, elle s´endormait
Aussi
...Tendrement sur les eaux de la mer
Tandis que j´écrivais ton nom!


Et je me réveillais le petit matin
Quand le soleil se levait doucement...

...Et j´écrivais ton nom!


Cependant les jours et les nuits
Sont alors le chemin de l´avenir...
...Et voilà...je suis pressée
D´oublier ton nom...

...Et j´ai oublié ton nom!
Mais
J´éssaie ne pas oublier ton nom...

Manuela.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

ONTEM

Doces flores desenharam uma imagem...
...E as pétalas viçosas de maio florido, exibiam com o seu charme, a alegria da vida.Todo o seu esplendor se prolongava também no sol de junho, com cores mais densas do que nunca...
... Era o deslumbramento da beleza escondida dentro da corola fechada em si mesma com a timidez de quem vem fora de tempo...
O dia levantava-se preguiçoso como uma criança e a flor crescia maravilhada em simplicidade e candura. A sua graça e delicadeza eram as pérolas feitas gotas de orvalho como um beijo que atravessava o ar da neblina matinal!
E o dia crescia e pensava na noite.
No silêncio da noite. Nos segredos da noite. Nos sorrisos da noite...
...E a noite dormia com a flor e com o dia.
...E a noite sorria nos sonhos inacabados onde navegava em"péniches" e gôndolas...
...E o tempo parava na noite e a noite parava o tempo!
...E o sorriso da noite era agora um vulcão de alegria.
...E os segredos da noite eram a consonância de pensamentos e desejos...
...E o silêncio era o mundo onde cabiam todos os sonhos...
Agora é no silêncio onde se guardam todas as memórias...
...E é neste mundo hermético onde me fecho, me aprisiono, me oprimo, me cmprimo, me deprimo e...afirmo...
...As noites morrem no sono...
...Os dias morrem sem flores...
...Noites e dias já não têm as mesmas cores!...
...
" Tudo o mais se renova..."
E também virá a cura...
...Como as flores
E a fruta doce, madura!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO

E...
Cada dia brotam flores
Cada dia é Novo Ano
Cada dia é cada noite
Cada dia desce o pano!
E enquanto o pano desce
Brindemos com energia
Aos amores e amizades
Parte da nossa alegria!
UM FELIZ ANO!
Manuela Barroso