Um bosque tem o seu quê de mistério.
Fiquei prisioneira de uma espécie de estado de êxtase, numa visita feita a um parque algures numas férias de verão. Um lago, uma ponte, árvores ancestrais e silêncio!Nas águas paradas espelhavam-se as folhas enormes e raízes aéreas que desciam verticais dos troncos que subiam nas margens do lago dando um ar de austeridade e respeito numa linguagem muda mas bem perceptível .O céu era recortado por uma abóbada de folhas, emprestando a este espaço um pouco de mistério e misticismo! A luz era coada por este conjunto arbóreo, reflectindo-se timidamente na água escurecida. Na ponte, encostada ao corrimão, olhei para cima tentando compreender melhor o silêncio e a linguagem que me envolvia...Aquietei o meu pensamento porque, por momentos pareceu-me perceber que as árvores também falariam a sua linguagem...E senti uma espécie de estranho arrepio que ainda não se apagou da minha memória.
Retirei-me pensativa e serenamente como quem sai de um Santuário!