Robert Hagan |
Deito-me no sol amarelo, já cansado do dia.
A porta da minha casa, faminta de luz,
abre-se com o cintilar das estrelas que nascem
enquanto morro um pouco na noite.
Não me sinto e não me vejo.Vagueio por espaços
interestelares à procura de mim. Do outro eu que
não encontro. Mesmo na morte do dia que sempre
espera renascer de novo com a vida da noite.
Neste caminhar contínuo, cansam-me os minutos
infindos, nesta perene peregrinação. Procuro o colo
da lua e protejo-me das tempestades noturnas onde
os mistérios se adensam na incógnita da escuridão.
da lua e protejo-me das tempestades noturnas onde
os mistérios se adensam na incógnita da escuridão.
E repouso o medo que entretanto me adormece.
Manuela Barroso, in "Inquietudes"- Edium Editores