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domingo, 17 de julho de 2011

Cartas...


A cidade repousava agora no deserto da ausência das capas negras dos estudantes.
Férias.
O cheiro do monte atraía agora, como o pólen que se desprendia das corolas atrevidas das flores.
A aldeia tinha o mistério da abundância dos pássaros insectívoros, atravessando em flecha ou em voo picado, as flores  do jardim.
Verão.
O sol picava as pétalas das flores e da pele.
A adolescência aceita desafios exigentes...
E era sob esta inclemência abrasadora, que me passeava gostosamente pelos canteiros geométricos do meu jardim.
A impaciência pedia a urgência do carteiro, que esperava com ansiedade e palpitações inquietas...
E naquele lugar, áquela hora, ele aparecia meio escondido, como anjo mensageiro de boa nova...
E, por entre os desenhos dos portões de ferro forjado, este anjo trazia uma das mais belas recordações que guardo no cofre da alma : as primeiras cartas de amor que não eram nunca ridículas!
...E primeiro, olhava longamente a letra que me falava tanto!
Depois, lia as palavras que embalavam meus sonhos de menina...
...E o papel tinha aquele cheiro especial que me enfeitiçava! E tudo era mágico!
E sorria!
E, no refúgio do laranjal, saboreava o sonho de um amor proibido, por ser, tão simplesmente tão menina!
O tempo filtrou recordações.
Mas não matou a saudade que ainda vagueia como uma luz, por entre as rosas do meu jardim!
O carteiro, esse, ficará para sempre no meu imaginário como o anjo da alegria que me entregava pedaços de amor!
...E não há luar como o de janeiro...

Manuela Barroso

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Primavera, saudade



E a Primavera voltou com o sol tocando a harpa da nossa alma!


É a época em que tudo fervilha: as flores, plantas, e hormonas! Sim, as hormonas!Os jovens abrem -se para a vida com as suas roupas mais sensuais, redescobrindo as sensações reprimidas pelo inverno cinzento!


E cruzam-se os olhares furtivos, trocam-se palavras enigmáticas...


...e lêm-se os pensamentos que se escondem, até de nós!


Mas será que Agora, "esta primavera" terá o mesmo encanto ,o mesmo mistério como tinha a minha primavera?




Até logo, saudade!


quarta-feira, 7 de abril de 2010

AGORA


Mas afinal voltei às recordações. Ficamos agarrados a elas ou elas a nós como tatuagens que nos prendem ao passado. Mas há o passado da saudade e o passado da revolta.
Revolta, de quê?
Ah, de ser proíbido viver com alegria, amar com alegria,divertir com alegria!
Hoje, o passado ficou oco e pobre.Inacabado...
Agora só posso construir com a minha independência ,liberdade e sensatez os sonhos maduros da sabedoria adulta!
Mas é tão bom mesmo assim, voltar a sonhar!
Até logo tristeza!
Bom dia saudade!