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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Para quem ainda não percebeu o que se passou

Deixo a notícia do Mais Futebol. Vejam lá se metem na cabeça que o clube perdeu a maioria na SAD, a não ser que recompre as VMOCS nos próximos cinco anos. Como já explicámos muitas vezes e não vale a pena estar a repetir, o veto não vale nada na gestão operacional do futebol. O presidente demitiu-se um dia depois desta operação ter sido aprovada. O que aconteceu não teve nada que ver com a família, a Juve Leo, as pressões, nem o Catita nem com mais nada. Os negócios estão feitos. Ou melhor, faltam os "direitos de superfície do Estádio José de Alvalade".

Apesar de em cinco anos os bancos BES e BCP poderem ficar com a maioria do capital da SAD do Sporting, o clube manterá o controlo estratégico da sociedade. A garantia foi dada à agência Lusa por uma fonte próxima do processo, que releva a existência de 8,79 por cento de acções especiais na posse do clube.

Ora essas acções especiais garantem ao Sporting o direito de veto, que lhe permitem ter a última palavra em qualquer decisão. De resto, o Sporting pode também recuperar parte da posição que se tornará maioritária por partes dos bancos, tendo para isso de exercer a opção de compra sobre os valores agora negociados.

Os bancos adquiriram na semana passada 99,7 por cento dos 55 milhões de euros em valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis em acções. Quando esses valores se converterem em acções, o que acontecerá durante um prazo de cinco anos, os bancos ficarão com 58 por cento do capital da SAD.

Outra alternativa nas mãos do Sporting, no caso de não querer exercer a opção de compra sobre os valores convertíveis em acções, passa pelo aumento de capital através da cedência em espécie dos direitos de superfície do Estádio José de Alvalade, que estarão avaliados entre os 15 e os 18 milhões de euros.

domingo, 24 de outubro de 2010

mártir prestes a espetar-se com camião de pesados e há quem ache isto tudo normal que o problema são os fiéis

Hoje estou à vontade para dizer que disse à minha família: a probabilidade de espetanço é de 90 por cento. E espetando-me no Sporting a 90 por cento estou morto para o resto da carreira. Mas quando percebi que ninguém queria o lugar - porque aquilo a que assisti foi a desculpas esfarrapadas - era preciso alguém que assegurasse a parte do bater no fundo para depois vir um verdadeiro Messias.

JEB, n'A Bola, trecho disponível na versão online (quanto baste, diga-se, não vá acontecer alguém ir comprar o pasquim..), em entrevista aos amigos Serpa e Delgado que tão bem o apoiaram na campanha e que, com tanta pérola atirada e matéria por sacar, vêm confirmar que das duas uma: ou as perguntas estavam previamente aprovadas e não havia direito a mais ou continuam grandes amigo.

sábado, 2 de outubro de 2010

Medidas anti-crise II

Alguém aqui na Roulote tinha escrito em tempos, durante outro momento da crise, que isto ainda ia sobrar para o Paulinho. Claro que a realidade ultrapassa sempre a imaginação, e hoje sobrou mesmo para o Paulinho.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mais um pratinho ali para o menu degustação

Depois veio Roquette. Primeiro com Santana como fantoche, depois ele próprio como mestre da banda. Vinha o mundo das SAD e da gestão profissional. O argumento era simples: o futebol moderno era uma indústria e o clube tinha de ser gerido como tal. Uma indústria que pressupôs ser visionário, antecipar o futuro, transformar o clube numa empresa, primeiro, e num conjunto de empresas, depois. Todas elas com activos tangíveis e intangíveis, capitais, accionistas, balanços, empréstimos obrigacionistas, dívida financeira, passivo corrente, passivo não corrente, VMOCS, enfim… um fartote. O adepto comum não percebeu nada. Ouviu falar num estádio novo, numa academia, na aposta na formação e na projecção do Sporting como grande emblema nacional do século XXI. E nisto o povo português é fodido: cheirou a modernice, o verbo era erudito, a malta tinha pinta de perceber do assunto e até era descendente de fundadores, portanto… vai de aceitar tudo.

Quantificar a esperança

No dia em que o presidente do clube e da SAD vem mais uma vez responsabilizar as vozes críticas de dentro clube pelos maus resultados (sim eu admito, foi a minha maledicência que trocou o Pongolle por seis milhões e meio), queria fazer um pequeno inquérito aos nossos leitores. É certo que sentimentos como o amor não se quantificam, embora a SAD bem o tente fazer, não é? Toda a filosofia da maior rendibilidade do segundo lugar do campeonato em relação ao título assentava no pressuposto dessa mesma mensurabilidade, vero? Então, como não pode ser só o poder a produzir saber, a resistência também procura quantificar sentimentos. E claro, se o amor não se compadece com o frio e cínico cálculo económico, já a esperança é todo um outro negócio. Isto é, toca a quantificar a esperança que esta SAD, esta direcção, este treinador e este plantel são capazes de mobilizar. Isto é, quem é que pôs o dinheiro onde temos a esperança?
- De que é que este labrego, atrasado mental, do Luisinho está a outra vez falar, que não se percebe nada outra vez, caralho?, interroga-se o leitor mais incauto, e esperançoso de que a roulote se tenha transformado num espaço de optimismo em vez do antro de bota-abaixismo que é.
O Luisinho explica. Quem é que comprou o pacote Sporting Allez para a Liga Europa?
Vá toca de responder. Está na hora de quantificar esperanças. Aliás, a própria direcção da SAD aposta num falhanço da equipa na Liga Europa, não é? Se não porque raio é que haviam de especular financeiramente com esse falhanço, não é? Assim, ao menos ainda dá para fazer uns trocos não é? Vá lá malta, quantos Sporting Allezes é que andam aí? Quem é que acredita mesmo que o Sporting faz pelo menos três joguinhos terminada a fase de grupos da Liga Europa? Quem é que meteu dinheiro nisso, hã seus garanhões?

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A reestruturação financeira trocada por miúdos

Directa e integralmente retirado do Ser Sporting.
Por João Mineiro.
Tenho visto na blogosfera leonina, assim como nos jornais desportivos, muita falta de informação (ou desinformação consoante os casos), sobre o que é verdadeiramente o projecto de reestruturação financeira – tal como vem proposto desde o tempo de Filipe Soares Franco. Antes do mais há que esclarecer três pontos:

- Este projecto nada tem de semelhante com o que foi inicialmente negociado em 2005, ao contrário do que deixa entender aqui um blogger anónimo.

- O controlo da SAD não fica assegurado com 51% do capital, uma vez que não estão garantidos 51% dos direitos de voto mas apenas 26,33%.

- A reestruturação financeira não permitirá investimentos avultados no futebol, como adiante se mostra, ao invés do que é dado a entender em asneiras difundidas pela Lusa e publicadas em diversos meios de comunicação.

A operação, tal como estava anteriormente planeada, processar-se-á em 3 passos.

Passo 1 – Operação Harmónio

Uma operação harmónio é uma operação através da qual uma empresa reduz parte do seu capital para cobrir prejuízos acumulados, aumentando-o em seguida através da emissão de novas acções. No fundo, é o assumir da incapacidade de recuperar prejuízos passados, “limpando” os mesmos dos capitais próprios através de uma redução de capital.

Desgraçadamente, esta é a segunda operação do género que a SAD leonina propões aos accionistas em apenas 6 anos. Já em 30 de Junho de 2004 o capital social foi reduzido de 54,9 M.€ para 22 M.€, sendo a diferença de 32,9 M.€ destinada à cobertura de prejuízos acumulados nos exercícios anteriores…

É necessário esclarecer que a operação harmónio agora proposta, com uma redução de capital de 21 M.€ e um novo aumento de capital de 18 M.€, não irá traduzir-se numa entrada de fundos uma vez que o Sporting (Clube) irá participar no aumento de capital através de novo financiamento bancário. Os recursos postos à disposição da SAD serão utilizados para abater dívida bancária no mesmo montante, no âmbito da reestruturação. Trata-se portanto de uma mera operação de recomposição de capitais e absorção de prejuízos.

Passo 2 – Emissão de VMOC (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis)

Por sua vez a emissão de VMOC (não são mais que obrigações que pagam juro até à conversão em acções) representa, apenas, substituição de dívida – obrigações emitidas para pagamento de dívida bancária. As obrigações permitem uma maior folga na tesouraria da SAD, através da redução anual do reembolso de capital em dívida de 55 milhões de euros, mas quase nenhuma poupança de custos/juros nos próximos anos. Imagine-se, a título de exemplo, que a entrada de fundos substitui dívida bancária com um prazo de reembolso de 20 anos – em média reduz-se o reembolso durante esse período em 2,75 M.€ por ano. Ou seja, 10% do investimento realizado em jogadores nos últimos meses !!! Ver aqui… Outra opção seria investir este dinheiro em jogadores e galopar em direcção a um passivo de 450 M.€, o que é impensável.

Essa folga de tesouraria, tem no entanto um custo brutal para os Sportinguistas. Ao emitir os VMOC, o Sporting perde a maioria do capital da SAD se não entregar os seus últimos activos à sociedade. As contas são as seguintes:

- Sporting detém actualmente 68,60% do capital da SAD de 42 M.€

- Sporting passará a deter 83,09% do capital da SAD após operação harmónio (assumindo que subscreve a totalidade do aumento de capital), do novo capital social de 39 M.€ (41 – 21 + 18)

- Sporting passará a deter 34,47% do capital da SAD após operação harmónio e emissão de VMOC, do novo capital social de 94 M.€ (39 +55)

A forma “encontrada” para garantir 51% do capital da SAD na posse do Sporting é um novo aumento de capital em espécie, ou seja, a entrega de activos à SAD por parte do SCP. O valor desses activos (X) pode facilmente ser calculado resolvendo a seguinte equação:

[(34,47% * 94 M.€) + X] / (94 M.€ + X) = 50,01%

Ou seja, X = 29,2 M.€.

Estima-se portanto que a SAD irá ficar com um capital final de cerca de 123 M.€.

Passo 3 – Integração da Academia e dos direitos de superfície do Estádio

Conhecendo a avaliação feita à Academia de pouco mais de 20 M.€ – cujo relatório nunca foi público – mas que assumia incompreensivelmente que o novo aeroporto em Alcochete não traz valor acrescentado aos terrenos, e uma vez que esse valor não perfaz os 29 M.€ acima calculados, resta ao Clube passar também para a SAD os direitos de superfície do Estádio José Alvalade.

Resultado final da reestruturação proposta

Antes ainda de revermos as consequências um facto: é absolutamente inaceitável que toda esta engenharia financeira nunca tenha sido claramente explicada aos sócios.

- No Congresso Leonino, realizado em Santarém, José Castro Guedes, mentor do projecto, limitou-se a mostrar alguns slides com as contas da reestruturação financeira numa base de caixa, recusando-se a entregar esses mesmos slides aos 50 sócios/delegados presentes, bem como qualquer outro elemento contabilístico do Grupo Sporting, conforme requerido por 8 delegados presentes, representando 200 votos de sócios. Esse requerimento nunca teve resposta, prevalecendo em Santarém a exposição contabilística de “mercearia”;

- A Sporting Comércio e Serviços foi vendida à SAD sem ser conhecido sequer um balanço da sociedade; a avaliação da Academia nunca foi tornada pública; a autorização para a redução de participação na SAD e trespasse da Academia nunca tiveram aprovação em AG;

- As Assembleias Gerais têm sido um desfilar de silêncios, justificados com a necessidade de “não maçar os sócios”, ou por “falta de condições de segurança”;

- Os pedidos de elementos informativos, ao abrigo do art.20º/1/d dos Estatutos, são constantemente ignorados, motivo mais que suficiente para impugnar qualquer Assembleia Geral. Este pedido e consequente recusa, assinada pelos serviços do Clube, são apenas um triste exemplo;

- A informação enviada para as redacções deixa entender que tudo não passa de uma operação para “dotar a SAD da capacidade necessária de investir na sua equipa de futebol“.

Ora sendo o futebol a única actividade capaz de gerar mais-valias regulares que nos levem à redução do passivo, a venda da sua gestão e capital a terceiros tem de ser explicada de forma transparente. Uma opção pela privatização da principal modalidade do Sporting e pela venda de 50% dos activos que lhe restam exige clareza.

Neste cenário final o Sporting e a intervenção dos sócios ficam limitados a:

- Gestão das modalidades;

- 25% das quotizações dos sócios,

- 50,1% de uma SAD que deixa de controlar – onde terá direito a apenas 26,3% dos direitos de voto. Note-se, a título explicativo, que as acções do tipo B estão limitadas a 10% dos direitos de voto e o Sporting apenas detém 16,33% de acções do tipo A, sem limitações de voto, conforme resulta do artigo 13º dos Estatutos da SAD.

É isto que os sócios querem?

Alternativas

Finalmente chegamos à questão final: existe alternativa?

Claro que sim.

Toda a reestruturação montada não vai permitir mais que uma ligeira redução dos encargos de tesouraria, implicando um custo imediato de alguns M.€ em custos bancários na montagem da operação, obrigando a uma perda total de poder por parte dos sócios com e ao esvaziar do Clube dos seus activos.

Por forma a conseguir o mesmo efeito de tesouraria há que renegociar a dívida bancária para prazos mais alargados, ajustando os reembolsos de capital aos anos de venda de jogadores da formação e oferecendo em contrapartida novos colaterais aos credores. Ou reduzir a massa salarial do Grupo Sporting em 200 mil € /mês. Ou criar um Fundo de Investimento para os passes da formação. Ou criar fundos de Fomento Desportivo. Ou vender o “naming” do estádio durante alguns anos, por doloroso que seja. Ou recuperar a dinâmica de merchandising do Clube através da rede de Núcleos do Sporting.

Ou, a hipótese mais valiosa de todas, com um efeito equivalente à reestruturação proposta pela “Geração da Dívida”. Recuperar/angariar 20.000 sócios – a base de todo o programa Ser Sporting.

Não seria essa verdadeiramente a solução de futuro que o Sporting necessita?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Fim-de-semana fora

Por acaso, vou estar fora este fim-de-semana. Isto significa que não vou à bola. A malta do marketing do Sporting pelos vistos conhece a minha vida já que não se deu ao trabalho de me fazer chegar a gamebox até ao momento em que escrevo. Está tudo calculado! Menos a possibilidade de passar a gamebox ao meu pai - lagarto de longa data, detentor durante muitos anos de um lugar cativo na bancada central, que desde que a SAD e a Sport Tv conjugaram esforços se dedica essencialmente ao Sporting a partir do sofá.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Cooperação estratégica

Depois de feito o negócio segue-se a assadura dos concorrentes, como lhes chamou Bettencourt na AG, em lume brando. Ontem, Dias Ferreira, numa tentativa de limpar um bocado o negócio, já havia referido a possibilidade de Moutinho usar algumas das cláusulas de desvinculação introduzidas nos últimos anos pela FIFA. Não percebi muito bem, mas aparentemente por Moutinho já ter mais de cinco anos de contrato cumpridos poderia sair pagando o que faltava do seu contrato mais uns trocos. Mas o que é verdadeiramente interessante é a ofensiva mediática de hoje. Olhando para o DN, o JN e o Jogo assistimos a um relato meticuloso das incompetências que possibilitaram este negócio. Até o habitualmente solícito Jean-Paul Lares desta vez malha forte. O mais curioso é reparar na propriedade dos referidos órgãos de comunicação: todos pertencem à Olivedesportos, que por sua vez detém 20% da SAD por via directa e mais 10% por via da Nova Expressão, empresa desse grande sportinguista que dá pelo nome de Pedro Baltazar. Para cúmulo, refira-se que, ao contrário do que sucede com o Benfica, que está a pedir 40 milhõs, a SAD já negociou e vendeu os direitos televisivos até 2019, por 15 milhões de euros à mesma Olivedesportos.

Para memória futura



segunda-feira, 5 de julho de 2010

Autolink

Para não dizerem que não vos avisámos: aqui, aqui e aqui. É claro que a subserviência ao FCP ainda merecerá rios de tinta, mas para já ficamo-nos pelos arquivos.

P.S. Informação útil para quem seguir o primeiro link. O Portsmouth, como sabem, já está na segunda e na falência.

O bode expiatório

Como de costume, e agora que a transferência de Moutinho para o Porto está consumada, mais um jogador da formação do clube vai ser transformado em bode expiatório para os insucessos e boneco de vudu para os tempos livres. Para a malta que gosta do mambojambo é mais do que suficiente. O problema no clube, como no mundo, são os traidores. O que estas pessoas não percebem é que o problema não é o Futre, o Figo, o Simão, o Quaresma, o Hugo Viana, o Carlos Martins ou o Moutinho. É o padrão que permite que isto suceda. Perceber as suas causas e definir um plano estratégico para o futebol do clube é uma prioridade neste momento. A explicação que eu encontro para estes sucessivos fracassos está, em parte, no desprezo a que o clube vota a formação. Desprezo este que é disfarçado com médias de idades e dois jogos por época onde jogam oito putos da formação. Bettencourt e Costinha já vieram dizer que a aposta na formação é para acabar. Agora vai ser um fartote: depois de João Pereira, Pedro Silva, Grimi, Purovic, Pongolle, entre muitos outros que custaram uma pipa de massa, já aí vêm Alan e Valdés, jogadores do caralho como toda a gente sabe. Easy come, easy go: os dez milhões vão brevemente ser transformados em merda. Claro que a malta que vai à bola para esvaziar os tomates está toda contente: pode fazer o número do amor à camisola no início da época e depois pode insultar o Moutinho cada vez que ele vier a Alvalade. Muitos parabéns e façam bom proveito do Maniche, esse sim, um jogador do caralho. Entretanto os cofres vão continuar vazios, a academia mais pobre e a equipa principal cada vez mais medíocre. beijinhos a todos.

sábado, 3 de julho de 2010

O estalar do verniz

A Assembleia-Geral que se realizou na passada quarta-feira foi uma AG histórica e pena é que os níveis de participação que se observaram nos últimos anos não se tenham mantido para esta AG. Em causa estava a aprovação do orçamento para a época 2010/2011 e a cooptação dos novos membros do Conselho Leonino e de Nobre Guedes, aliás Castro Guedes, para o Conselho Directivo. E a que é que se assistiu? Bem, o orçamento passou com cerca de 65% de votos favoráveis, 28% votos contra e 7% de abstenções. A prenda de anos do conselho directivo para o Sporting Clube De Portugal foi o "Trespasse da Academia e cedência do respectivo contrato de Leasing para a Sporting SAD a realizar em 01 de Julho de 2010". Os votos de um feliz aniversário, portanto. Para além desta vergonha, e entre inúmeros episódios, destaco mais um dos efeitos perniciosos da simples existência da SAD: o orçamento do Sporting Clube está neste momento reduzido a cerca de 16 milhões de euros e no relatório e contas o futebol, isto é, a SAD está completamente ausente, CMVM oblige. Portanto, doravante o futebol torna-se inexcrutinável pelos sócios do clube, que no relatório e contas não tiveram também direito a qualquer esclarecimento sobre a situação das empresas nas quais o Sporting detém participações. Resultado: 35% dos votos não foram favoráveis ao orçamento apresentado. Quem é que se lembra de um valor destes na história não só do Sporting mas do futebol português? Já Castro Guedes foi aprovado por ainda menos gente: 50%.
Por fim, aquela que começou por ser uma pacífica assembleia-geral acabou em quase estado de guerra civil com Dias Ferreira e Bettencourt a sistematicamente serem rudes, mal-educados e desrespeitosos para os sócios. Isto é, os sócios interessam à SAD enquanto clientes, veja-se a nova campanha das Gameboxes centrada em torno da ideia do amor à camisola, mas enquanto parceiros na governação do clube parecem ser um empecilho. O ar de frete de Bettencourt não enganava. Aquilo a que em dia do aniversário do clube se assistiu no auditório de Alvalade foi uma vergonha. Pelos vistos continua. Vamos aguardar pelos acontecimentos das próximas horas.

O momento da noite: Muitos momentos memoráveis numa AG histórica. Um deles foi quando Dias Ferreira do alto do seu racismo de classe perguntou a um sócio o significado da palavra falacioso, que este havia utilizado para descrever as justificações que Dias Ferreira dava para os procedimentos da AG. Mas o grande momento da noite foi quando Bettencourt disse qualquer coisa do género "no Benfica uma coisa destas era aprovada em 10 minutos" referindo-se à trabalheira que deu e vai dando a tentativa de alienar a Academia de Alconhete. Largas secções da AG responderam com um sonoro "Vivó Benfica!".

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Relatório e Contas 3º Trimestre

A CMVM afinal serve para alguma coisa. Nomeadamente para os sócios terem acesso aos relatórios e contas da SAD que não são devidamente disponibilizados nas Assembleias Gerais. Disponíveis aqui, aqui e aqui. Ainda não tive tempo para olhar para eles, mas podem encontrar uma primeira análise no Bancada de Leão. A nota mais saliente são os 14,8 milhões de prejuízo, a acreditar na leitura que o Record fez do relatório. Gestão racional, portanto. Portanto, as bolas bateram na barra e as contas deram negativo. O Projecto Roquette tinha isto tudo pensado e calculado. Agora vêm aí a reestruturação financeira (oh não, outra vez não) e uma catrefada de jogadores do Braga para garantir mais classificações merdosas, mais saída de dinheiro e mais prejuízo que por sua vez vão levar a mais uma reestruturação financeira. Valem-nos as modalidades - até quiseram acabar com elas, não é? - para uns momentos de pausa e para dar tempo para respirar fundo até nos afundarmos outra vez.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Obrigado CMVM

A organização que dá pelo nome de SPORTING - Sociedade Desportiva de Futebol, SAD acabou de informar a CMVM que Villas-Boas (mais um com uma dupla consoante) não será o próximo treinador do Sporting. Fico feliz que assim seja e agradeço, por uma vez, a existência da CMVM. Como dizia o Zé Diogo Quintela uma dia destes numa crónica qualquer o Sporting, ou a organização que gere o seu futebol, contacta mais com a CMVM do que com os seus sócios. Ainda assim, sou assaltado (que criativo e original hã?) por uma dúvida, se calhar um bocado fora de tempo, mas talvez ainda pertinente: se a rescisão do Villas custava um milhão e não havia guita para o ir buscar de onde é que apareceram 10 milhões para estoirar com o Pongolle e o Pereira? e já agora, o que é que se passa com o Pongolle que há uma data de dias que não se treina por andar a resolver questões pessoais? e se havia guita para estes senhores porque é que não houve para o Villas?

E em jeito de promessa, ou ameaça, entendam como quiserem, e se o tempo assim o permitir, e se deus assim o quiser, a partir desta semana início ou iniciamos aqui na roulote uma nova série intitulado Jorge Mendes Watch. Vamos tentar manter-nos a par de todos os nomes associados a Jorge Mendes que vão ser associados ao Sporting e no fim, para isto não ser só conspiração, ver a quantidade de dinheiro que vai circular no triângulo SAD, Mendes e outro sítio qualquer mais ou menos indefinido.

domingo, 4 de abril de 2010

Outsourcing ou o adepto, ao contrário do presidente, não pode tirar férias

Ainda não vi o livro de Soares Franco mas não é possível deixar de notar que quem o escreveu foi Tavares Telles, O pato. É sintomático, por um lado, da iliteracia funcional que grassava por aqueles lados. Por outro lado, revela as boas relações que a nossa direcção, no formato anterior, ou no mais recente mantém com os corruptos do Porto. Boas relações que se manifestam igualmente no apoio a Fernando Gomes à presidência da Liga de Clubes.

Um outro número de variedade diz respeito à forma como a direcção tem tratado Carvalhal. Como se não chegassem as declarações do Ravanelli da gestão sobre Paulo Bento, a cena de batatada que envolveu o anterior director desportivo, as atitudes de prepotência que caracterizam o novo director desportivo, a relação da "nossa" direcção com a CMVM é um estudo de caso digno de registo. É que quando estavam nos bancos e nas empresas de consultoria e puseram o país e o mundo à beira da falência cagaram de alto para a CMVM e até para o sindicato dos bancos que em Portugal dá pelo nome de Banco de Portugal, cujo presidente teve como prémio pela grande gestão da crise uma promoção para o Banco Central europeu... mas, dizia eu antes de entrar na tangente, quando estão à frente de clubes de futebol avisam com três meses de antecedência que não vão renovar com o treinador. Caso único no futebol português.

E depois, claro, como se não chegasse, chegaram à conclusão que a gestão financeira é com eles. então vai de fazer outsourcing da gestão desportiva. Agora quem vai mandar no futebol do Sporting é Jorge Mendes. Que assim seja é problemático, que se assuma isso é revelador não só de falta de escrúpulos como de inteligência. Mas o adepto interroga-se? Mas não é bom que assumam que não percebem nada disto e deleguem em quem sabe? E respondo eu: não. E o adepto procura novamente um conforto: mas assim ao menos eles podem concentrar-se no plano de reestruturação financeira. Ao que o Luizinho, qual Jardel, a falar de si próprio na terceira pessoa responde: - Então mas se o plano era urgente, porque é que ainda não foi implementado?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Jornal do incrível

Leio mas não acredito. A sucessão de disparates tem um novo ponto alto. Compram-se jogadores medíocres pagos a preços de véspera de Natal e depois afinal vai-se a ver e não há cheta. Então, e para construir uma equipa competitiva no próximo ano, trata de vender a preço de fim de saldos e segunda baixa de preços um dos três ou quatros jogadores de real e indiscutível qualidade do plantel. Não só um jogador consistente e regular mas um tipo porreiro. Em relação a jogadores como Izmailov, Liedson, Moutinho ou Carriço deixei de ter ao longo destes meses qualquer problema em deixá-los sair caso assim o entendam. Estilo carta de foral. É complicado para gente decente viver no meio daquela bandalheira. Portanto, se Izmailov quer sair não vou impedir. Como dizia um amigo no dia da goleada com o Porto: "O Izmailov não merece o que lhe está a acontecer". E você, caro leitor, troca um Izmailov por um pacote com Pongolle e João Pereira e uma dívida de 3,5 milhões?

O Izmailov é isto:
"Estou muito impressionado com a atitude dos adeptos e, em verdade, não fiz nada de especial para merecer isto."
"No Lokomotiv também tive sempre boas relações com os fãs e recebi muitas cartas. Mas lá era alguém da casa, enquanto aqui sou um estrangeiro. Por isso, é que este apoio é tão tocante".

Por uma vez, um jogador faz um elogio genuíno aos adeptos, para lá das tiradas de ocasião extraordinariamente irritantes do Salema, e a primeira coisa que a direcção (?) do clube faz é por o homem no mercado. Por mim, despachem logo também os outros três e acabem de vez com a nossa agonia.

O Sporting hoje é isto, e nada mais do que isto:
A urgência do Sporting em concretizar um encaixe financeiro significativo legitima a inflexão na recusa da proposta de seis milhões de euros do Lokomotiv de Moscovo por Izmailov, declinada em Janeiro, mas entretanto entendida como viável pelos responsáveis da SAD leonina para que a transferência do influente médio russo se consuma.