FIM DO INVERNO...NINHO DE PÁSCOA

Os dias correm e já vem aí a Páscoa!
O Inverno foi longo, chuvoso e frio. A Primavera surgiu ainda receosa, com raios de Sol contrastando com  véus cinzentos...
Mesmo para quem gosta desta Estação do Ano, quando ela é demasiado longa, também farta.
Mas não nos podemos esquecer de que também pode ser um sinal de fartura. Por isso procurei na minha colecção de Provérbios relacionados com a Vida no Campo, e trago-vos alguns que me pareceram mais interessantes.

"Medra o trigo debaixo da neve como o carneiro debaixo da pele."
"Janeiro frio e molhado enche a tulha e farta o gado."
"Janeiro muito frio é sinal de muito trigo."
"Janeiro seco, boa colheita de cereais."
"Quando o Fevereiro for muito frio, é preciso capote em Agosto."
"Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado nem bom centeio."
"Em Fevereiro neve e frio, é de esperar ardor no Estio."
"Carnaval na eira, Páscoa na lareira."

Se for verdade que "Voz do Povo é Voz de Deus", tenhamos esperança em que dias de mais fartura virão.
E como não tivémos Carnaval na eira porque choveu bem e fez um frio de rachar por essa altura, espero que a Páscoa seja cheia de Sol para todos e sinal de Ressurreição em todos os corações!
Lembrei-me, por isso, de vos trazer uma receita simples mas sempre alegre, para enfeitar a mesa do Dia de Páscoa.

   NINHO DA PÁSCOA

Para o bolo:
4 ovos
125 g de açúcar
125 g de farinha de trigo
raspa de 1/2 limão
margarina (líquida) para untar a forma

Para o creme:
125 g de manteiga (ou margarina) à temperatura ambiente
60 g de açúcar em pó
125 g + 125 g de chocolate preto (70% cacau)

Para decorar:
1 pacote de amêndoas (tipo Francês)
150 g de fios de ovos (de pastelaria)


Preparação:
Unte uma forma de buraco com margarina e polvilhe com farinha.
Misture os ovos com o açúcar e a raspa de limão e, com a batedeira ou com vara de arames, bata até obter um creme grosso e esbranquiçado, com o dobro do volume inicial.
Com a ajuda de um passador de rede, deite a farinha em chuva e envolva suavemente, de baixo para cima.
Deite o preparado na forma e leve ao forno prèviamente aquecido a 180°, durante 25 a 30 minutos.

Entretanto, prepare o creme de chocolate:
Coloque 125 g de chocolate partido aos pedaços num tacho e leve ao lume em banho maria até derreter.
Numa tigela, junte a manteiga (ou margarina) com o açúcar em pó e amasse muito bem até que amoleçam e possam ser trabalhados com as varas de arame ou a batedeira; junte-lhe o chocolate derretido e bata até obter um creme homogéneo.

Desenforme o bolo e deixe arrefecer.
Com a ajuda de uma faquinha afiada, apare  o bolo na parte interior da chaminé, para lhe dar o aspecto de um ninho. Coloque as aparas de bolo a tapar o fundo, no centro.
Barre o bolo todo com o creme de chocolate. Com uma faca, raspe o restante chocolate em tablete, de modo a obter limalhas ou fitas finas de chocolate. Com a ponta de uma espátula, vá colocando as aparas de chocolate a toda a volta, segurando-as no creme.
Pode polvilhar com açúcar em pó (facultativo). Por fim, coloque os fios de ovos e as amêndoas, dando-lhe o aspecto de um  ninho.

Notas: - Ao derreter chocolate em banho maria, não deixe o fundo do recipiente tocar na água e use
          lume brando para que a água ao borbulhar não salte para dentro do recipiente.
           - Não precisa ferver  a água do banho maria para o chocolate derreter.
           - Nesta receita convém deixar arrefecer um pouco o chocolate para que não derreta o creme de           manteiga.
           - Receita do Chefe Silva na primeira Teleculinária da Páscoa, nos anos 70 (1977 ou 78)
 
Um agradecimento a todos os que me visitam. Beijinhos da

Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima

RECEITAS...COM ÁGUA OXIGENADA... E ÁLCOOL EM GEL

Hoje há ÁGUA OXIGENADA no Meu Estaminé!
Resolvi deixar aqui "na montra" principal, umas quantas curiosidades e outras tantas receitas.
Lembram-se de vos ter dito que as receitas nem sempre seriam de Culinária? Pois é o caso de hoje.
A Água Oxigenada é dos mais baratos descolorantes e desinfectantes que devemos ter sempre em casa.
Numa solução com água a 3% é um dos mais potentes desinfectantes que existem.
- Uma colherada de água oxigenada no copo dos dentes e utilizada para fazer bochechos, mata os germes bucais e branqueia os dentes.
- Manter as escovas dos dentes numa solução com água oxigenada, conserva os pelos livres de bactérias que causam gengivites e outros problemas bucais.
- As tábuas da carne e colheres de pau ficam bem desinfectadas e limpas depois do seu uso, se forem lavadas com água oxigenada. O produto mata qualquer bactéria, incluindo salmonella.
- Um pouco de água oxigenada num pano, desinfecta melhor uma superfície, do que qualquer outro produto. É excelente para usar nas cozinhas e casas de banho.
- Misturada com 50% de água pura (meio por meio), pode ser goteada no nariz em caso de resfriados e sinusites. Esperar 5 minutos antes de se assoar de novo. Isto mata os germes e micro-organismos nocivos.
- Aplicada em banhos nos pés, evita problemas de fungos e mau odor.
- Coagula hemorragias e ajuda à cicatrização. Quando há hemorragias nasais, nada melhor do que um pequeno tampão de algodão embebido em água oxigenada, para fazer estancar ràpidamente o sangue.
- Um pouco de água oxigenada na água do banho ajuda a manter a pele saudável. Também pode ser usada em lavagens, em caso de fungos ou micoses.
- Roupas como toalhas, lenços, lençóis e todas as que estiverem em contacto com secreções corporais ou sangue, podem ser totalmente desinfectadas se se demolharem numa solução com água oxigenada, antes da lavagem normal.
- Use a água oxigenada moderadamente.
- Preserve-a da luz solar. Mantenha-a sempre em lugar escuro e em frasco de plástico. Nunca em embalagem de metal porque o corrói.
- A água oxigenada perde a validade alguns meses após a abertura do frasco. Nota-se, quando ao aplicar deixa de fazer "borbulhas".

A água oxigenada tem um efeito branqueador muito semelhante lixívia, especialmente em tecidos que a não admitem.. Por isso, na roupa de cores é preciso ter cuidado. Na roupa branca pode usar-se para tirar algumas nódoas, sobretudo as manchas amareladas da roupa guardada.

E agora falemos de Álcool em Gel. Todas nós já ouvimos e lemos inúmeras informações sobre a Gripe A.
Com ou sem "bluf", também sabemos que a protecção é o maior meio de combate aos vírus. Como tal, e devido ao facto deste produto ter triplicado de preço, deixo-vos aqui a receita para poderem fazer em casa
Álcool em Gel.

 ÁLCOOL EM GEL (Atenção, não se come!)

2 folhas de gelatina incolor e sem sabor (das de culinária)
1 copo de água quente para dissolver a gelatina.
Deixar arrefecer.
Acrescentar 12 copos de álcool a 96% e mexer.
Está pronto o álcool em gel . Deite em frascos e rolhe bem (tampe).

Nota: - Esta receita circulou na Net e não refere a medida do copo. Como um copo de água leva cerca de 2 dl, precisaríamos de 2,4 l de álcool. Se quiserem fazer só com 1,2 l de álcool, usem meio copo de água quente (1 dl) e 1 folha de gelatina.

E por hoje é tudo. Beijinhos da

Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima

CURIOSIDADES ACERCA DO PÃO...E FOLAR DA PÁSCOA

Não sei se já repararam como a palavra pão está tão arreigada no nosso vocabulário. Quer seja no dia a dia,  em frases idiomáticas ou até em Provérbios populares.
Aqui há tempos fiz uma pesquisa e vejam o que encontrei:

Pão Ázimo - pão sem fermento.
Pão Celeste - Eucaristia.
Pão da Vida - Palavra de Deus.
Pão da Rua - pão melhor que o caseiro.
Pão de amargura - coisa que aflige.
Pão de Milho - broa.
Pão de Munição - pão que se fabrica para dar aos soldados.
Pão de Proposição - diz-se dos 12 pães que se ofereciam a Deus, na Antiga Lei (Antigo Testamento), nos dias de sábado e que só os Padres e Levitas podiam comer.
Pão do Altar - Hóstia.
Pão do Espírito - Instrução.
Pão dos Fortes - o Evangelho para os Cristãos.
Pão Francês - pão fino, de sabor excelente.
Pão Molete - pão alvo, no Norte de Portugal.
Pão Sagrado - pedaço de cera benta que se encaixa nos relicários.
Pão Segundo (ou de segunda) - pão escuro trigueiro, nas Beiras; no Norte é chamado de "sêmea".
Pão Terçado - pão de mistura de trigo, milho e centeio.
Terra de Pão - seara.

Claro que não se esgotam aqui. Se conhecerem outras e quiserem partilhar, eu agradeço.
Agora vejam algumas frases que considero idiomáticas:

"Comer o pão que o diabo amassou" - passar muitos trabalhos e dificuldades.
"Estou no meu pão pingado" (Alentejo) - estou como quero.
"Ganhar o pão com o suor do seu rosto" - trabalhar muito para alcançar o salário.
"Pão pão, queijo queijo" - diz-se de quem é franco e diz o que pensa sem rodeios.
"Estar na mó de baixo" - estar sem dinheiro.
"Meter as mãos na massa" - trabalhar.
"Picar a cevada na barriga" - ter a mania das grandezas.
" Sustentar burros a pão de ló" - dar coisas boas demais a quem não agradece.

E como os Provérbios àcerca do Pão são muitos e eu não vos quero enfadar, deixo-vos só quatro, para terminar.

"Mesa sem pão, é mesa de ladrão".
"Caldo sem pão, só no inferno dão".
"Não é pela côdea que se avalia o pão".
"Pão com olhos, queijo sem olhos e vinho de arregalar os olhos."

Como vem aí a Pascoa e nem sempre há tempo para fazermos tudo o que queremos, deixo-vos  aqui uma receita prática de Folar da Páscoa retirada da Revista do Clube de Consumidores da Lusitana, ou seja das Farinhas Branca de Neve e Espiga.

FOLAR DA PÁSCOA

1 embalagem de farinha Branca de Neve para Pão de Brioche
3 ovos cozidos
1 ovo
Geleia para pincelar
Fios de ovos para enfeitar

Aqueça o forno a 200°. Forre um tabuleiro com papel vegetal (Glad).
Prepare a massa com a farinha Branca de Neve para Pão de Brioche, seguindo as instruções da embalagem.
Deixe levedar em local quente até atingir quase o dobro do tamanho inicial. Retire cerca de 150 g da massa para decorar e com a restante, molde uma bola. Coloque-a no tabuleiro.
Disponha os ovos cozidos no centro e calque-os um pouco. A seguir pincele com parte do ovo batido.
Com a massa que reservou, molde tiras e coloque-as à volta e por cima dos ovos, como que a prendê-los.
Deixe levedar novamente em local quente até atingir quase o dobro do tamanho. Pincele com o restante ovo e leve ao forno a 200°, durante cerca de 40 minutos. Retire depois de cozido, deixe arrefecer e pincele com geleia. Finalize a decoração do folar com fios de ovos à volta.

Notas: - Esta receita tanto pode ser feita "à mão" como na MFP.
           - A receita pede apenas para juntar à farinha de brioche, 220ml de água morna (o que a torna muito prática) mas eu uso apenas 200 ml  porque de outro modo ficava muito mole e tinha de ir acrescentando mais farinha ( na MFP).
           - Ligue só o forno quando faltarem 15 minutos para meter o folar. É suficiente.
           - Na receita original pede um tabuleiro untado com manteiga e polvilhado com farinha. Se forrarem com papel vegetal Glad, poupam esse trabalho e ficam com o tabuleiro limpo e pronto a arrumar.

Obrigada aos 2500 leitores (e leitoras, claro) que nestes dois meses de existência, me deram a honra da sua visita. Um agradecimento especial a todos/as quantos enriqueceram O Meu Estaminé com os seus comentários. E não podia deixar passar sem referir o quanto me tocou, o facto de o blog COZINHAR COM OS ANJOS ter experimentado e publicado com as fotos, algumas das receitas aqui apresentadas. Obrigada, Isabel!
Para todos, um grande abraço da
Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima

PRIMAVERA, CASA FINA, E ...SNICKERDOODLES

Chegou a Primavera! Um pouco receosa no primeiro dia, ainda vestida de cinzento escuro e muito molhada, para logo a seguir nos mostrar uns raios de Sol a despontar por entre núvens que, a pouco e pouco, parecem querer dissipar-se.
É o tempo de aclamar o Sol e dar uns bons passeios sempre que isso for possível...
E de lanchar fora de vez em quando, por que não?
Sabem? É que eu fiz uma descoberta e quero partilhá-la convosco.
Descobri que aqui na minha zona de Sintra (no Mucifal) há uma Fábrica de Biscoitos, Bolos e Compotas Gourmet! A CASA FINA.
Não vos conto a história, para poderem saboreá-la em
www.casafina.net
"Um jovem casal, pegou nos segredos das Avós e reinventou uma fábrica de bolachas artesanais. Hoje, os frascos da Casa Fina vendem-se em Lojas Gourmet em todo o país. A última criação são as Bolachas de Cerveja...."
Mas não são só bolachas, são também Compotas e Geleias artesanais. E vendem-se em mais de 80 Lojas, de norte a sul. Só em Castelo Branco é que não há, mas...quem sabe, quando eu  for de Férias Grandes (he,he, férias de férias!!!), talvez possa "puxar para lá a brasa à minha sardinha"!

E, já que estamos a falar de Bolachas, vou dar-vos uma receita de umas bolachas americanas deliciosas e que os meus nètinhos adoram. A receita foi-me dada e traduzida pela minha Nora A.

      SNICKERDOODLES

115 g de manteiga
200 g de açúcar
1/4 de colher de chá de bicarbonato de sódio
1/4 de colher de chá de cremor tártaro
1 ovo
1/2 colher de chá de essência de baunilha
190 g de farinha
2 colheres de sopa de açúcar branco (granulado)
1 colher de chá de canela

1 - Numa tigela média, bata a manteiga com uma batedeira eléctrica, em velocidade média ou alta, durante 30 segundos. Adicione o açúcar, o bicarbonato de sódio e o cremor tártaro. Bata até todos os ingredientes se encontrarem combinados, raspando os lados da tigela, ocasionalmente. Acrescente o ovo e a baunilha. Incorpore a farinha que conseguir com a batedeira eléctrica. Usando uma colher de pau, adicione a restante farinha. Cubra com um pedaço de "film" e leve ao frigorífico durante 1 hora.
2 - Numa tigela pequena, misturar as duas colheres de sopa de açúcar com a canela. Forme bolinhas de massa com 2,5 cm de diâmetro. Role-as na mistura de açúcar e canela até se encontrarem completamente revestidas. Coloque-as num tabuleiro forrado com papel vegetal, deixando entre elas um intervalo de 5 cm.
3 - Coza em forno pré-aquecido a 190° C, por 10 a 11 minutos, ou até que as bordas fiquem douradas.
Transferir para uma grade para arrefecerem.

Notas: Rende cerca de 24 bolachas.
           Cá em casa usamos apenas 150g de açúcar.
           Pode substituir o bicarbonato e o cremor tártaro por 1 colher de chá de fermento em pó.
           Depois de frias podem guardar-se num frasco ou caixa hermética.

EDUCAR...E OVOS COM COGUMELOS EM TIGELINHAS

Ainda a propósito de Educação...
"Conta-se que o Legislador Licurgo foi convidado a proferir uma palestra a respeito de Educação.
Aceitou o convite mas pediu, no entanto, seis meses para se preparar. O facto causou estranheza pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições, de falar a qualquer momento. E por isso o tinham convidado.
Transcorridos seis meses, compareceu ele perante a assembleia em expectativa.
Postou-se à tribuna e, logo em seguida, entraram criados trazendo quatro gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães.
A um sinal prèviamente estabelecido, um dos criados abriu a porta de uma das gaiolas e uma pequena lebre branca saiu a correr, espantada.
Logo em seguida, o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada correria, ao encalço da lebre. Alcançou-a com destreza, trucidando-a ràpidamente.
A cena foi dantesca e chocou todos os presentes. Uma grande comoção tomou conta da assembleia e os corações pareciam saltar do peito.
Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão.
Mesmo assim, ele nada falou. Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão.
O povo mal continha a respiração. Alguns mais sensíveis levaram as mãos aos olhos para não verem a "reprise" da morte bárbara do indefeso animalzinho, que corria e saltava.
No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, e em vez de abocanhá-la, deu-lhe com a pata e ela caiu. Logo se ergueu e pôs-se a brincar. Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranquila convivência, saltitando de um lado para o outro.
Então, e somente então, Licurgo falou:
- Senhores, acabais de assistir a uma demonstração do que pode a Educação. Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim, igualmente, os cães.
A diferença entre eles reside simplesmente, na Educação.
E prosseguiu vivamente o seu discurso, dizendo das excelências do processo educativo.
A Educação, baseada numa concepção exacta da vida, transformaria a face do mundo.
Devemos educar o nosso filho, esclarecer a sua inteligência, mas antes de tudo devemos falar ao seu coração, ensinando-o a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos que a Sabedoria consiste em nos tornarmos melhores."

Licurgo foi um Legislador grego que deve ter vivido no séc. IV antes de Cristo.
O verbo educar é originário do latim educare ou educcere e quer dizer extrair de dentro.
Percebe-se, portanto, que a educação não se constitui num mero estabelecimento de informações, mas sim de se trabalhar as potencialidades interiores do ser, a fim de que floresçam, à semelhança da bela e perfumada flor.
 - Texto retirado de um Pps. da internet.

E, em homenagem a todas as jovens Mães ou Pais que  me visitam, gostava de acrescentar:
Nós esquecemo-nos de que somos Animais. Racionais, é certo, mas não deixamos por isso de pertencer à grande família dos Animais. Como tal, temos de ser ensinados desde pequeninos, a falar, a comer, a utilizar objectos, etc. E, porque somos racionais, criámos regras que ajudam a que haja boa convivência entre todos.
É isso a Educação: um conjunto de regras e prácticas que promovem o indivíduo de Animal a Ser Racional.
Para educar é preciso contrariar certos instintos como aquilo a que chamamos "a lei do menor esforço", ou o "salve-se quem puder desde que eu fique bem", etc.
Todos os animais aprendem por imitação, mas com os Racionais, isso só não chega. Como têm compreensão, precisam de perceber as regras e de as cumprir.E, porque vivemos em sociedade, imperativo se torna esse cumprimento, sob pena de sermos rejeitados ou em casos extremos, castigados pela sociedade.
Ora, quando somos pequeninos, não sabemos o que fazemos (somos como animais) e os pais ensinam.  E nós desobedecemos (gostamos de medir forças com os adultos) e explicam-nos "que não porque..." e o menino teima. E deve ter castigo imediato para perceber que errou.
Se este processo for rigorosamente cumprido desde os primeiros tempos, em breve a criança se habituará a cumprir regras e a respeitar os Pais.
Uma criança que não foi habituada a cumprir regras vai ser uma pessoa insegura para toda a vida. Nunca respeitará os Pais (nem ninguém), nem mesmo a si própria.
Felizmente, hoje já há muitos Psicólogos que estão a chamar à atenção para esta problemática. E já há muitos Pais conscientes de que é preciso e é urgente mudar as práticas.
Ainda espero ver mudar a Legislação que retira aos Pais a autoridade para educar os Filhos!

E agora, uma receitinha rápida e simples para principiantes ou para quando apetece fazer fim de semana ...de cozinhar (he, he).
Vamos precisar de 4 tigelinhas de pirex ou de porcelana, um tacho largo para cozer os ovos dentro das tigelinhas, uma pinça boa ou pegas para retirar as tigelinhas do tacho.  

           OVOS EM TIGELINHAS, COM COGUMELOS

Para duas pessoas:
60 g de margarina
100 g de cogumelos frescos
125 g de natas frescas
4 ovos
sal e pimenta q.b.

Lave muito bem os cogumelos em água fria, limpe-os da parte escura do pé, reserve 4 inteiros e corte os restantes em lâminas finas. Deite num tachinho a margarina e os cogumelos cortados e leve ao lume a refogar.
Vá mexendo e, quando estiverem a querer alourar, adicione as natas, mexa e deixe ferver 3 minutos em lume moderado. Retire do lume e tempere de sal e pimenta.
Com uma colher, divida os cogumelos pelas 4 tigelinhas. 
Parta os ovos um a um para uma chávena e vá deitando um de cada vez em cada tigelinha.
Deite num tacho largo água quente com cerca de um dedo de altura e coloque  lá dentro as tigelinhas com os ovos, ao lado umas das outras. Tape e leve ao lume para assim cozerem em banho-maria. Depois de levantar fervura, conte 7 minutos. Se gostar bem passados, deixe cozer um pouco mais (10 minutos).
Retire as tigelinhas com a pinça, com precaução para não se queimar.
Coloque cada uma num prato sobre um guardanapo e sirva imediatamente.

Notas: - Acompanhe com meios pãezinhos frescos, levemente torrados.
           - Com uma salada ou uma sopa simples no princípio e fruta no fim, terá uma refeição completa e económica.
          - Pode acrescentar aos cogumelos cubinhos de fiambre ou bacon.
          - Receita da Teleculinária n° 156 de 1980.

Bom fim de semana. Beijinhos da
Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima

ENSINO, EDUCAçÃO...E BOLO DE CLARAS E NOZES

Já vos tinha dito que no Meu Estaminé não havia só produtos comestíveis.
Assim sendo, não resisti a trazer aqui para o "placard", um recorte de jornal (não sei qual) que recebi há dias.
Como ainda não sei fazer"copy" e "past" aqui no blog, vou ter de escrevê-lo à mão, he,he!

"SÉQUESSO"
 A Pátria adora conversar sobre professores. A Pátria, porém, nunca fala sobre educação.
Portugal ainda não arranjou coragem para lidar com este facto: os alunos acabam o secundário sem saber escrever. Parece que os professores vão fazer uma "marcha da indignação". Pois muito bem. Eu também vou fazer uma marcha indignada. Vou descer a avenida com a seguinte tarja: "Os alunos portugueses conseguem tirar cursos superiores sem saber escrever".
A coisa mais básica - saber escrever - deixou de ser relevante na escola portuguesa.
De quem é a culpa? Dos professores? Certo. Do Ministério? Certo. Mas os principais culpados são os próprios pais. Mães e pais vivem obcecados com o culto decadente da psicologia infantil. Não se pode repreender o "menino" porque isso é excesso de autoridade, diz o psicólogo. Portanto, o petiz pode ser mal educado para o professor.
Não se pode dizer que o "menino" escreve mal porque isso pode afectar a sua auto-estima. Ou seja, o rapazola pode ser burro, desde que seja feliz.
O professor não pode marcar trabalhos de casa porque o "menino" deve ter tempo para brincar. Genial: o "menino" pode ser preguiçoso, desde que jogue na consola.
Ora este tal "menino" não passa de um mostrengo mimado que não respeita professores e colegas. Mais: este mostrengo nunca reconhece os seus próprios erros: na sua cabeça, "sexo" será sempre "séquesso".
Neste mundo Peter Pan os erros não existem e as coisas até mudam de nome. O "menino" não escreve mal: o "menino" faz, isso sim, escrita criativa. O "menino" não sabe escrever a palavra "recensão", mas é um Eça em potência.
Caro leitor, se quiser culpar alguém pelo estado lastimável da educação, então, só tem uma coisa a fazer: olhe-se ao espelho. E, já agora, desmarque a próxima consulta do "menino" no psicólogo.

 Henrique Raposo

Embora eu subscreva quase tudo o que aqui é dito, estamos perante dois problemas diferentes. Um é do Ministério da Educação e não dos Professores, e está relacionado com os Programas e com o Sistema de Avaliação. O outro é de Educação (moral e cívica) e compete aos Pais em primeiro lugar,  e só depois às instituições escolares.
Quando, nos anos 50, andei na Escola Primária (Primeira), no exame do  4° ano quem desse mais de 4 erros e 4 faltas de acento gráfico, reprovava e tinha de repetir o ano.
Em 1963 comecei a trabalhar como professora e algum tempo depois, os alunos passavam no exame com 9 erros ortográficos. Todas achámos um exagero, mas "manda quem pode e obedece quem deve"! E a razia na Língua Portuguesa continuou com a saída dos Programas do Ensino Primário, no que toca às Preposições, Conjunções e tempos verbais do Conjuntivo.
Disseram-nos que passariam para os primeiros anos do Liceu. Mas duvido que isso fosse verdade. Hoje ninguém sabe escrever dissesse ou comesse e confunde com disse-se e come-se.
E toda a gente sabe que é nos primeiros 10 anos de infância, que a Memória funciona como uma esponja e absorve tudo o que lhe dermos...
Já depois da adesão de Portugal à CEE, implementou-se um novo Sistema de Avaliação em que os Professores passaram a não poder "reter" um aluno, sem autorização prèvia dos Pais. Agora digam-me quais são os pais que autorizam o professor a chumbar um filho. Eu nunca vi nenhum.
Nesse mesmo Sistema, dizia-se que um aluno até aos 14 anos, idade em que terminaria o 9° ano de escolaridade, apenas poderia ficar retido uma vez, sob pena de lhe ser passado um "atestado" de frequência  em vez do Diploma de Estudos.
Estou fora do "sistema" há dez anos, mas duvido que algo tenha mudado para melhor...
 
E vamos a um docinho, que isto hoje já amargou o suficiente!
Até é saudável pois não leva gemas nem manteiga e faz-se com pouco açúcar.

      BOLO DE CLARAS E NOZES

6 claras
6 colheres de sopa de açúcar
100g de miolo de nozes picadas na 1.2.3.
30 g de farinha de trigo com fermento
margarina para untar a forma
açúcar para polvilhar

Primeiro barre uma forma redonda média com margarina e polvilhe-a com açúcar.
Misture as nozes moídas com a farinha.
Bata as claras em castelo bem firme, começando a juntar-lhes o açúcar quando estiverem quase levantadas e batendo sempre para ficarem bem fortes.
Mexendo de baixo para cima, envolva a mistura de nozes e farinha.
Deite o preparado na forma e leve a cozer em forno médio, durante cerca de 20 minutos. Faça o teste do palito.
Deixe arrefecer e desenforme num prato. Regue com um pouco de açúcar em caramelo, se desejar.

Notas: - É um  bolo delicioso, mas não cresce quase nada; conserva apenas o volume que leva quando vai ao forno.

Beijinhos
Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima

AVENTURAS OU DESVENTURAS NA COZINHA...CALDEIRADA DE ENGUIAS

O que eu me ri com o comentário da Isabel do blog COZINHAR COM OS ANJOS, só de imaginá-la garotinha, na cozinha, com as enguias a fugir por todos os lados!
Agora imaginem-me a mim, já senhora casada, numa cena daquelas, a clamar pelo marido para vir apanhar do chão e da bancada, as ditas que teimavam em contorcer-se, a ver se conseguiam fugir dali para fora...
Eu que nunca gostei de cobras nem de mexer em corpos viscosos, caí na patetice de comprar umas enguias para um almoço de sábado. Mas como a inexperiência era muita, julgava que era como o outro peixe, que era só amanhar e eu isso gostava de fazer. Só quando as despejei do saco para dentro do alguidar é que vi que vinham vivas!!! E teve de ser o marido a cortar-lhes a cabeça (acho que lhes agarrou com um pano) e só depois dessa tarefa é que eu as meti no tacho. Do resto já não me lembro, mas acho que as fiz de caldeirada. Foi a primeira e a última vez. A partir desta odisseia, quem quiser enguias tem de ir comê-las ao restaurante (he,he)!
Mas já que se falou de enguias, iroses ou eiroses, vou deixar aqui uma receita da Confraria de S. Gonçalo de Aveiro. Retirei-a do livro de Amílcar Malhó, intitulado CHEFE SILVA, O SENHOR TELECULINÁRIA, em homenagem aos seus 74 anos de vida intensa.
O Chefe Silva foi um dos meus Grandes Mestres quer através dos seus programas televisivos, quer com a revista Teleculinária que, a um preço reduzido e perfeitamente comportável pela bolsa parca dos ordenados de antigamente, se ia coleccionando semanalmente.

                CALDEIRADA DE ENGUIAS

2 cebolas
800g de batatas
1 kg de enguias
3 dentes de alho
1 ramo de salsa
1 folha de louro
1 dl de azeite
Água q.b. (2 ou 3 litros)
Açafrão em pó q.b.
Gengibre em pó q.b.
Sal e pimenta q.b.

"Atenção porque nem todas as enguias fazem boa caldeirada. Esta deve ter pelo menos 75% de brazinos
que são enguias de pele escura."

Amanhadas as enguias (peçam na peixaria), tira-se-lhes a galheira ou ranheta , lavando-as pelo menos em sete águas, ao mesmo tempo que se esfregam com as mãos e só com as mãos. A espinha das enguias também deve ser bem raspada com a unha.
Descasque e lave as batatas, as cebolas e os dentes de alho. Corte as batatas e as cebolas em rodelas e pique grosseiramente os alhos.
Num tacho fundo, disponha camadas alternadas de cebola, batatas e enguias. Junte-lhes os alhos, um ramo de salsa, o louro, o azeite, pimenta e água suficiente para a caldeirada e para a sopa. Leve a cozer em lume brando.
Quando estiver a ferver, retire a espuma que vier ao de cima. Tempere depois com sal e pó de enguia (açafrão e gengibre). Depois de apurada a caldeirada, tira-se a água para a sopa e para a moira.
A moira é feita num tacho à parte, juntando à água da caldeirada, vinagre e sal a gosto, com que se regam as enguias no prato de cada um.
A sopa de enguias é feita da água tirada da caldeirada, à qual se junta pão duro partido à mão, aos bocados. Junta-se um pouco de vinagre a gosto. O tempero desta sopa resulta dos ingredientes postos na caldeirada.

Beijinhos da

Bombom= Tia Fátima = Avó Fátima

BRINCANDO AOS JANTARINHOS...E GORAZ EM CAMA DE PRATA

Das imagens mais longínquas que tenho na memória, fazem parte as brincadeiras às cozinhas e aos cozinhados. No quintal apanhava pequenos cacos e logo arranjava uma baixela e com água e terra amassava "os comeres" . Depois, claro, havia "molho" mas era por me ter sujado toda, (he,he)!
Já mais crescidita, acompanhava a Tia Carolina às compras na Peixaria da Senhora Rosa.
Em bicos de pés já conseguia ver se nas caixas do peixe havia caranguejos ou peixinhos pequeninos, daqueles que vinham misturados e ninguém queria. E vai de pedir se a Sra Rosa mos dava! A Tia não gostava muito, mas eu vinha toda satisfeita com uma mão cheia de peixitos em miniatura para os jantarinhos!
Outras vezes era a minha mãe que me dava uns baguitos de arroz e umas massas, mais um pedacito de batata ou de cenoura a sério e era uma festa!
A primeira sopa que fiz devia ter uns oito ou nove anos. Na altura havia uns fogareiros de barro que funcionavam a carvão e onde se assavam as sardinhas. Tinham-me oferecido um, em tamanho mais pequeno, e eu acendi-o, pus-lhe uma panelita que a minha mãe me emprestou com água e uma batata a cozer e preparei uma mão cheia de feijão verde partido para a sopa. O pior é que aquilo nunca mais fervia! Acho que levou mais de uma hora, porque o tempo não passava, escorria... Por fim, consegui amassar a batata com um garfo e meti-lhe o feijão verde. Não me lembro nada de lhe ter posto cebola, que tanta falta faz nas sopas, mas pus-lhe um pouco de azeite e sal.
No fim daquela odisseia, dei-a a provar aos meus pais e ainda me lembro dos elogios que o meu Pai me deu!
Claro que fiquei contente, mas não me esqueço que me perguntava, como é que ele podia ter gostado daquela coisa horrível que só sabia a feijão verde cru!...

E já que falámos em peixes, vou dar-vos a receita do "Goraz em Cama de Prata". É uma receita da Teleculinária Especial da Páscoa de 1977 e é do Chefe Silva. Hoje chamam-lhe a "técnica do papelote" que é mais fino, mas vai tudo dar ao mesmo.
É uma receita muito simples, mas muito requintada e vistosa e tem a vantagem de conservar todo o aroma até ao momento de servir.

                  GORAZ EM CAMA DE PRATA

2 folhas de papel de alumínio 20 cm mais compridas que o peixe
1 folha de papel vegetal grande (onde possa embrulhar o peixe)
1 goraz com cerca de 1,200 kg
100g de margarina ou manteiga
1 cebola picada finamente
1 raminho de salsa picada
1 limão
sal, pimenta e noz moscada q.b.


Amanhe, lave e limpe muito bem o goraz. Dê-lhe um golpe ao longo do lombo e corte-lhe a cauda.
Tempere com o sumo de metade do limão, umas pedras de sal e pimenta.
Amoleça a margarina e amasse-a muito bem com a cebola e a salsa picadinhas, junte mais um pouco de sal, pimenta, noz moscada e sumo do meio limão restante. Faça uma espécie de papa e com ela barre o peixe de ambos os lados e por dentro da barriga.
Estenda sobre a mesa uma folha de papel de alumínio, sobreponha-lhe a folha de papel vegetal e sobre esta coloque o peixe.
Embrulhe-o no papel vegetal de modo a ficar um pouco folgado e tendo cuidado para as "arestas" do peixe
não furarem o papel; se tal acontecer, arranje outro papel vegetal.
Coloque-lhe por cima a outra folha de papel de alumínio. Una primeiro os lados das duas folhas, um com o outro. Aperte muito bem nas pontas, dando-lhe o feitio de um barquinho. Deve ter o máximo cuidado para que o papel de alumínio não seja furado e fique bem apertado, para abafar o peixe.
Com jeito para não rebentar nenhum papel, coloque-o num tabuleiro e leve a assar em forno quente durante 15 a 20 minutos. Sirva bem quente, levando o próprio tabuleiro à mesa, sobre qualquer resguardo. Nesse momento, com uma tesoura dê um corte a todo o comprimento na folha de cima e com um garfo abra-a para os lados. O vapor e o aroma que se evolam, são o melhor estimulante para uma óptima refeição.

Notas: - Costumo pôr mais salsa do que a indicada (um raminho).
           - Deixo assar por cerca de 30 a 35 minutos a 180°.
           - Acompanha com batata cozida ou puré de batata e salada mista.
           - Para variar, pode acrescentar à margarina, uma colher de chá de pó de caril.
           - Pode usar outros peixes, tais como trutas ou robalinhos, mas deve embrulhá-los individualmente.

Desejo-vos uma boa semana. Beijinhos

Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima

TEMPERAR CHOCOLATE...E MOUSSE INTENSA DE CHOCOLATE NEGRO

Já quase todas nós derretemos chocolate para enfeitar bolos ou para escrever Feliz Aniversário. Se repararem, esses enfeites ficam baços e sem brilho. É porque o chocolate não foi temperado.
Em termos simples, temperar chocolate é sujeitá-lo a várias temperaturas de modo a estabilizar as moléculas de manteiga de cacau que o compõe.
Há que derretê-lo inicialmente, para que as moléculas se afastem, arrefecê-lo de seguida para que se juntem e aquecê-lo novamente à temperatura chamada "a ponto", diferente para cada tipo de chocolate, para que se agrupem as moléculas (cristalização). Em resumo, teremos depois a estabilização das moléculas agrupadas, dando lugar à textura, brilho e consistência necessárias ao melhor aproveitamento do chocolate.
Parece fácil, mas o controle destes parâmetros requer grande exactidão, pois variações aparentemente pequenas produzirão grandes diferenças no resultado final. O elemento mais crítico é a temperatura, que tem uma margem de erro muito pequena.

Temperar Chocolate                        
Chocolate Preto: derrete a   40° a 45°      arrefece a  25°            temperado a 31° a 32°
Chocolate de Leite: derrete a   40° a 45°  arrefece a 28°             temperado a 30°
Chocolate Branco: derrete a   40°             arrefece a  27° a 28°   temperado a 29°

Para esta operação é necessário um termómetro.
A temperatura ambiente adequada a este trabalho situa-se entre os 17° e os 21°.
Precisamos de uma bancada de mármore lisa e muito bem limpa.

Derrete-se o chocolate em banho maria ou no microondas, à temperatura indicada na tabela.
Verte-se dois terços do chocolate na mesa de mármore e com uma espátula mexe-se o chocolate continuamente, (levantando e baixando a espátula). Com o arrefecimento pode ver como o chocolate vai ficando espesso.
Quando o chocolate estiver à temperatura indicada na tabela como arrefecer, verta-o novamente no recipiente original, juntando-o com o chocolate que lá ficou.
Mexa bem e aqueça novamente em banho maria com muito cuidado e controlo da temperatura até que este apresente uma aparência homogénea e a temperatura seja a referida na tabela como temperado.
Se tudo correr bem, o chocolate está pronto a ser utilizado em aplicações de pastelaria que exijam este processo.
Para testar, molhe um pedaço de papel vegetal no chocolate temperado e coloque-o em cima de uma superfície de plástico ou madeira. Dentro de 3 a 5 minutos deverá apresentar a consistência, brilho e textura desejados.
Se assim não acontecer terá de repetir o processo desde o início.
Para manter a ponto, deverá manter a temperatura enquanto estiver a trabalhar na confecção da receita.

Como vêem, não é assim tão fácil trabalhar o chocolate. Requer muita prática e paciência para fazer e refazer até dar certo.
Muito mais haveria a dizer sobre este tema, mas acho que vos transmiti o essencial. Se ficarem com alguma dúvida ou se quiserem saber mais, enviem um "mail".
Hoje deixo-vos a receita de uma Mousse de Chocolate retirada do "site" da Lindt, que é uma marca de chocolate Suiça e que possui uma Escola de Chocolateria.

                MOUSSE INTENSA DE CHOCOLATE NEGRO
                                                           -  LINDT
Ingredientes:
200g de chocolate Lindt 70% cacau
150 g de natas
1 vagem de baunilha
50 g de manteiga cortada em cubinhos
3 ovos
30 g de açúcar em pó

1 pitada de sal

Derreter o chocolate em banho maria ou no microondas e reservar.
Num tachinho, levar a ferver as natas com a vagem de baunilha partida ao meio no sentido do comprimento (sem sementes).
Deitar as natas sobre o chocolate derretido, mexendo cuidadosamente.
Incorporar a manteiga em cubinhos e levar ao lume mexendo sempre até obter um creme liso. Deixar arrefecer.
Á parte, separar as gemas das claras.
Bater as claras em castelo com a pitada de sal. Juntar o açúcar em chuva e misturar até as claras estarem bem firmes.
Juntar as gemas de ovos ao chocolate, mexendo com uma espátula.
Deitar uma colherada de claras no creme de chocolate e misturar.
De seguida, acrescentar metade das claras e envolver cuidadosamente.
Incorporar as claras restantes do mesmo modo.
Levar ao frigorífico 12 horas ou de um dia para o outro. Servir frio.

Notas: Para melhores resultados, usa-se muitas vezes açúcar em pó ou xarope de glucose, em muitas preparações de chocolate.
As melhores marcas de chocolate de que eu ouvi falar nos cursos que fiz, são o Valrhona e o Callebaut, em "callets" (moedinhas de chocolate já semi-temperado e mais fáceis de trabalhar). São muito difíceis de encontrar no mercado: a Callebaut só vende no mínimo 10Kg; o Valrhona vende-se em tabletes de meio quilo no Gourmet do El Corte Inglês.
O chocolate Valrhona é amargo, necessitando de mais açúcar. O Callebaut é semi-amargo, portanto, mais doce.
O Lindt postres 70% cacau e o Nestlé para culinária satisfazem perfeitamente.
A Nestlé tem um chocolate em callets, nuns saquinhos de papel que são óptimos para cobertura de bolos: é só juntar leite e levar ao microondas.

Bom fim de semana. Beijinhos da

Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima


































                                                                                                                                              

CACAU - COLHEITAS E LOTES...TARTE DE CHOCOLATE E CASTANHAS

Ainda a propósito do CHOCOLATE.
O Cacaueiro é uma planta frágil que exige climas tropicais específicos. Exige chuva regularmente, temperaturas quentes e estáveis, humidade elevada e constante. Tem de ser cultivado em conjunto com outras plantas de folhas grandes, para ficar protegido da luz directa do sol, prejudicial ao seu desenvolvimento. As regiões onde ele se dá bem são as da linha do equador, sempre em altitudes elevadas. Quando o clima ajuda, o cacaueiro dá frutos todo o ano, uma vez que nas regiões equatoriais não há Inverno.
Há três tipos de planta:
- A planta original que os Aztecas plantavam chama-se Criollo. É a variante mais frágil e sensível, mais rara e a que menores colheitas produz. No entanto é a que dá grãos mais aromáticos e requintados e que vai dar origem aos melhores chocolates.
Note-se que o chocolate é, normalmente, resultado da mistura de vários lotes de várias colheitas, sendo mais raro ainda um chocolate feito só de grãos da variedade Criollo.
- Mais produtiva, a variedade Forastero é a mais cultivada, principalmente em África, e é a base da maioria do chocolate comercializado. Original do norte da Amazónia,  Forastero é o mais resistente dos cacaueiros, mas também o que produz cacau mais vulgar e menos interessante em termos de aroma. No entanto as plantações africanas produzem colheitas bastante apreciadas. Nos lotes para o fabrico do chocolate é o mais presente, em quantidade, misturado com as outras variedades.
- Finalmente a espécie Trinitário, é um cruzamento das anteriores, e combina as suas características, associando o requinte e aroma da primeira, à produtividade da segunda. O nome vem-lhe do local onde surgiu, Trinidad.
A maior parte do chocolate comercializado resulta da mistura de colheitas destas três variedades e de cruzamentos entre elas. São muitas as semelhanças entre o cultivo do cacau, o cultivo do café e o cultivo das vinhas, na forma como o clima, o terreno e a planta influem no produto final, além da mistura de colheitas em lotes. Também no chocolate há boas e más colheitas, bons e maus anos.

Como o saber não ocupa lugar, pareceu-me que seria interessante partilhar convosco estes conhecimentos.
Retirei-os de uma pequena brochura intitulada CHOCOLATE, que foi edição especial da Revista Inter:magazine no ano 2003/04, uma revista para Profissionais do ramo de Hotelaria. Foi-me oferecida na Feira do Chocolate de Óbidos que já vos referi.
E, como não poderia deixar de ser, trago-vos uma receita a condizer. Foi-me dada num workshop que fiz através da Cozinhomania, com a Chef Apolónia, e a receita é da sua autoria.

                     TARTE DE CHOCOLATE E CASTANHAS

Base:
65 gr de avelãs picadas na 123
120 gr de farinha
60 gr de manteiga derretida
3 gemas de ovos

Recheio:
220 gr de chocolate negro semi-amargo, 70% cacau, de boa qualidade
3 colheres de sopa de água
375 gr de natas + 3 colheres de sopa de açúcar
1 e 1/2 latas de puré de castanhas (400 / 500g)
Chocolate em pó q b (para polvilhar)

Misturam-se as avelãs com a farinha, junta-se a manteiga derretida e as gemas e amassa-se bem. Estende-se com a ponta dos dedos no fundo da tarteira e leva-se a cozer em forno médio durante 10 minutos. Deixa-se arrefecer.

Parte-se o chocolate em pedaços pequenos, mistura-se com 3 colheres de sopa de água, e leva-se a derreter no microondas (ou em banho maria). Reserva-se.
Batem-se as natas com o açúcar até obter chantilly e junta-se ao chocolate.
No fundo da tarteira espalha-se o creme de castanhas. Por cima põe-se a mistura de chocolate e natas. Leva-se ao frigorífico de um dia para o outro.
Na hora de servir, polvilha-se com chocolate em pó.

Notas: Esta Tarte como sobremesa é muito agradável e desenjoativa pois não é muito doce.
O chocolate utilizado era Callebaut, mas pode usar-se Valrhona, Lindt postres 70% cacau, Nestlé ou qualquer outro de boa qualidade.
Se o chocolate utilizado for amargo, terá de se acrescentar um pouco mais de açúcar ao chantilly (5 colheres de sopa).
O puré de castanhas vende-se em supermercados, na zona das frutas. Vem em latas  com cerca de 350 g e há diversas marcas.
Eu usei só uma lata e ficou bem . Só se a tarteira for muito grande é que é preciso 1 lata e meia.
Beijinhos da
Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima

HONRAS AO CHOCOLATE!...E CHOCOLATE Á ESPANHOLA

O nome original do Chocolate, THEOBROMA, significa Alimento dos Deuses.
Teobroma Cacao é o nome científico do grão do cacau. É a combinação da palavra grega "theobroma" e uma antiga palavra azteca "cacahuatl" que se tornou cacau no idioma dos conquistadores espanhóis.
O chocolate é um alimento altamente energético: 100 gramas de chocolate contém 500 Kcal.
Para as eliminar terá de andar a pé durante 1 hora (he,he, para não serem gulosos)! Isto só para reafirmar que não devemos exagerar comendo uma tablete de cada vez!!!
Utilizado com moderação, é um alimento muito saudável. É rico em flavonóides que são substâncias anti-oxidantes que eliminam os radicais livres que provocam o envelhecimento das células e o cancro. Têm efeito benéfico sobre as doenças cárdio-vasculares através da inibição da agregação das plaquetas no sangue.
Este efeito só se verifica no consumo de chocolate negro, uma vez que a presença do leite diminui a absorção e o efeito dos flavonóides.
Há estudos que revelam que o consumo de chocolate negro melhora a resistência à insulina e diminui a pressão arterial sistólica, pensando-se que poderá ter um efeito benéfico sobre indivíduos com diabetes, desde que o consumo seja moderado (chocolate negro sem açúcar).
O chocolate possui ainda:
- Feniletilamina - a mesma substância que o organismo liberta em situações de excitação e prazer. Por este motivo, as pessoas carentes comem chocolate.
 - Teobromina - tem um efeito estimulante mas muito inferior à cafeína do café ou do chá. A cafeína do chocolate está presente em quantidades muito pequenas.
- Ácido oleico (monoinsaturado), conhecido pelos seus efeitos benéficos sobre o colesterol.
- Sais minerais como Potássio, Magnésio, Cálcio, Sódio, Ferro, Ácido Oxálico.
- Vitaminas do complexo B e E.

E agora, como o tempo continua fresco e desagradável, que tal uma bebida quentinha e reconfortante?
Era a que eu fazia quando os filhotes eram pequenos e que aprendi com o Chefe Silva, um dos meus Mestres na Cozinha: Teleculinária do Natal de 1977.

          CHOCOLATE Á ESPANHOLA

2,5 dl de leite (250ml)
2 colheres de sopa de Chocolate doce em pó
1 gema de ovo

Numa chávena desfaça o chocolate com um pouco de leite frio e leve o restante ao lume a ferver.
Logo que ferva, junte-lhe o chocolate mexendo bem. Continue a mexer e deixe ferver durante 30 segundos.
Retire do lume, desfaça a gema com um pouco de chocolate quente e misture tudo. Conserve quente até ao momento de servir.

Antes de terminar tenho de pedir desculpa por uma incorrecção na escrita de "à espanhola" no título e no nome da receita de hoje. É que, como o meu computador é suiço e "fala" francês, não me deixa pôr acentos graves nas letras  maiúsculas...e lá tive de pôr acento agudo!!!
Bom fim de semana. Beijinhos da

Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima

VIVA O CHOCOLATE ! TORTA DE CLARAS COM MOLHO DE CHOCOLATE

De 4 a 14 de Março decorrerá a FEIRA DE CHOCOLATE DE ÓBIDOS.

Sempre apreciei chocolates, mas o Chocolate foi para mim, uma paixão tardia, he,he! Já estava aposentada e foi depois de visitar uma Feira de Chocolate em Óbidos, que me deu vontade de aprender a trabalhar o chocolate. Foi aí que pela primeira vez ouvi falar em temperar o chocolate, através de uma pequena revista que me ofereceram com muita História e diversas receitas.
Procurando na Net por Cursos de Chocolate, encontrei um na Escola Superior de Hotelaria do Estoril, com direito a Diploma. O único senão destes cursos, é não ter aulas práticas, pois sem elas  é mais difícil perder o medo. Custava na altura 85 euros e demorava cerca de 2 meses. Foi no ano de 2007.

Alguns dados interessantes sobre o CHOCOLATE:
- O cacaueiro teve origem na região que é hoje o México e Guatemala.
- Supõe-se que o uso do cacau na alimentação tenha tido início com a civilização Olmeque, que habitou e região centro-americana entre 1200 AC e 600 DC, embora só o povo que lhe sucedeu, os Maias, tenham deixado vestígios conhecidos através de gravuras de cerca do ano 500, numa taça descoberta na Guatemala.
- Estes povos fermentavam as sementes e secavam-nas ao sol. Torravam-nas e esmagavam-nas até obter uma pasta. Depois preparavam uma bebida misturando água ou vinho e algumas especiarias, como baunilha ou pimenta.
- Para estas civilizações, como para os Aztecas que se lhes seguiram, o cacau era um produto valioso, não só na preparação dessa bebida revigorante, fortalecedora e afrodisíaca que curava diarréias e desinterias, mas também como moeda de troca. Dez grãos compravam um coelho.
- Os seus Reis, considerados divindades pelos seus súbditos, eram os maiores consumidores da bebida, o que terá ajudado à áurea de produto divino que o cacau tinha.
- Em 1502 Cristóvão Colombo recebeu como oferta de índios centro-americanos, grãos de cacau, mas não lhes ligou importância.
- Quem primeiro trouxe o produto para a Europa, foi o conquistador Hernán Cortez que em 1528 ofereceu ao seu rei Carlos V, grãos de cacau.
- Só em 1585 se procedeu ao primeiro carregamento oficial em grande quantidade.
- O primeiro país africano onde se plantou o cacaueiro foi S. Tomé e Príncipe em 1822.

E agora aqui fica uma receita para aproveitarem claras de ovos e se deliciarem com um Molho de Chocolate.
Foi tirada do site da Margarina Vaqueiro.

                             TORTA DE CLARAS COM MOLHO DE CHOCOLATE

Vaqueiro líquida para barrar
7 claras
70 g de açúcar
100g de amêndoas finamente raladas
50 g de amêndoas em falhas

Molho de chocolate:
100g de chocolate preto
30 g de margarina Vaqueiro 
1 dl de natas
2 colheres de sopa de licor de cacau

Ligue o forno e regule para 180°C.
Forre o tabuleiro com papel vegetal Glad e pincele com Vaqueiro líquida.
Bata as claras em castelo, junte-lhes o açúcar e continue a bater até estarem bem firmes (tipo merengue).
Reserve 1 colher de sopa de amêndoa ralada. Adicione a restante às claras, em chuva , e envolva cuidadosamente.
Espalhe o preparado no tabuleiro alisando a superfície e leve ao forno por 8 minutos.
Prepare uma folha de papel vegetal para desenformar. Desenforme a torta e polvilhe com a amêndoa ralada reservada. Enrole com a ajuda do papel vegetal, coloque sobre uma torteira e deixe arrefecer.

Parta o chocolate em pedaços. Junte a margarina, as natas e o licor de cacau. Leve ao microondas na potência máxima durante 40 segundos e mexa com uma espátula a cada 15 segundos para envolver e não queimar. Retire e deixe arrefecer um pouco.
Leve as amêndoas em lâminas a alourar numa frigideira anti-aderente em lume brando e reserve.
Quando a torta arrefecer, regue-a com um pouco de molho de chocolate e salpique com as amêndoas torradas.

Beijinhos da
Bombom = Tia Fátima = Avó Fátima