Meu Querido Estaminé
Há quanto tempo não te visito e tenho muitas saudades.
Não, não teve nada a ver com a pandemia, embora isso tivesse provocado uma grande alteração na minha vida.
Para fugir ao vírus, fomos viver um ano para a aldeia, longe do bulício de Lisboa e arredores, onde sempre estivemos mais protegidos. Só regressámos em Maio para sermos vacinados.
Como sabes, as Lojas e supermercados estiveram encerrados e tu levaste por tabela.
Também sabes que isso não é desculpa, porque a verdade é que eu, aos 78 anos, já não tenho muita paciência para receitas complicadas. E também não tenho os filhos nem os netos em casa para me estimularem a vontade.
Mas fazes-me muita falta. Quando te criei, tinha ficado surda subitamente e tinha muita necessidade de interagir com pessoas, por escrito, para evitar a solidão. Foste o meu braço direito - ou os meus ouvidos - a porta de acesso a tantas amigas que me visitaram e deixaram comentários animados que me fizeram esquecer a deficiência e alegraram os meus dias, muitas delas até hoje.
Hoje digo-te que a minha vida deu uma grande volta, pela positiva: mudei de casa e de terra.
Vim viver para Évora, para estar mais perto de um dos filhos (o outro vive e trabalha no estrangeiro).
Adaptámo-nos rapidamente e estamos a gostar muito. Cada dia descobrimos mais um recanto, nesta cidade cheia de História, que em breve partilharei contigo.
Estou feliz e dou muitas Graças a Deus.
Até breve. Volto já!
Beijinhos da Bombom
- quarta-feira, outubro 20, 2021
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