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outubro 05, 2024

[Ebook] Into the Water - Paula Hawkins

Título: Into the Water
Ano da edição original: 2017
Autor: Paula Hawkins
Editora: Transworld Publishers

"Just days before her sister plunged to her death, Jules ignored her call. Now Nel is dead. They say she jumped. And Jules must return to her sister's house to care for her daughter, and to face the mystery of Nel's death. But Jules is afraid. Of her long-buried memories, of the old Mill House, of this small town that is drowning in secrecy . . . And of knowing that Nel would never have jumped."

Jules é uma mulher insegura, com excesso de peso e que vive sozinha, longe da única família que lhe resta, a irmã mais velha Nel, com quem tem uma relação complicada, recheada de traumas, rancores e mal-entendidos e, longe da sobrinha, agora adolescente e que praticamente não conhece.

Jules regressa a casa dos pais, onde Nel e a sobrinha viviam, quando sabe que Nel se atirou ao rio da sua infância, morrendo afogada. O rio, conhecido na cidade por Drowning Pool, é temido por Jules desde um episódio traumático em criança, em que quase morreu afogada.

Este regresso traz de volta a Jules memórias de tempos menos felizes e que preferia não ter de desenterrar. Mas a morte repentina e suspeita da irmã e, a necessidade de cuidar da sobrinha, não lhe permitem fugir para voltar à sua vida.
Jules não acredita que a irmã se tenha suicidado e, na tentativa de perceber o que aconteceu, vai ter de enfrentar os seus traumas de infância e as memórias do que aconteceu e que a levou a afastar-se da irmã. 
É no decorrer desse processo que Jules se vai apercebendo de que, o que recorda pode estar distorcido pela visão da pré-adolescente insegura e inadaptada que era na altura. É com tristeza que se vai apercebendo que, provavelmente, foi injusta com a irmã e, é também por isso, que não a pode abandonar mais uma vez. Quer que toda a verdade seja descoberta e poder ajudar a sobrinha a ultrapassar a perda da mãe. 

É um livro que, mais uma vez, toca no tema da memória e na forma como recordamos o que nos acontece. Até que ponto o que retemos é ou não fiel ao que efectivamente se passou. Estará a nossa memória condicionada pelo nosso estado de espírito e preconceitos? 

É também um livro que fala da violência contra as mulheres e do muito que há para ser feito na prevenção e na proteção das vítimas. 

Paula Hawkins tem sido uma boa surpresa. É consistente na qualidade dos livros que já li dela e dos quais gostei mesmo muito. Gosto da escrita, das temáticas que aborda, da forma como nos vai desvendado as coisas e das personagens que cria. Resumindo, gosto de tudo. :)

Recomendo sem qualquer hesitação. 

Boas leituras!

Excerto:
"There's was something you wanted to tell me, wasn't there? What was it you were trying to say? I feel like I drifted out of this conversation a long time ago. I stopped concentrating, I was thinking about something else, getting on with things, I wasn't listening, and I lost the thread of it. Wells, you've got my attention now. Only I can't help thinking I've missed out on some of the more salient points. 
When they came to tell me, I was angry. Relieved first, because when two police officers turn up on your doorstep just as you're looking for your train ticket, about to run out of the door to work, you fear the worst. I feared for the people I care about - my friends, my ex, the people I work with. But it wasn't about them, they said, it was about you. So I was relieved, just for a moment, and then they told me what had happened, what you've done, they told me that you'd been in the water and then I was furious. Furious and afraid. 
I was thinking about what I was going to say to you when I got there, how I knew you'd done this to spite me, to upset me, to frighten me, to disrupt my life. To get my attention, to drag me back to where you wanted me. And there you go, Nel, you've succeeded: here I am in the place I never wanted to come back to, to look after your daughter, to sort out your bloody mess."

janeiro 17, 2018

[Kindle] The Girl on the Train - Paula Hawkins

Título original: The Girl on The Train
Ano da edição original: 2015
Autor: Paula Hawkins
Editora: Riverhead Books

"Rachel catches the same commuter train every morning. She knows it will wait at the same signal each time, overlooking a row of back gardens. She's even started to feel like she knows the people who live in one of the houses. 'Jess and Jason', she calls them. Their life - as she sees it - is perfect. And then she sees something shocking..."

Depois de ter passado a febre que rondava A Rapariga no Comboio, achei que já tinha condições para o ler sem ser influenciada por tudo que se dizia sobre o livro. 

A Rapariga no Comboio é uma espécie de thriller psicológico bastante bem conseguido. 
Rachel é uma jovem mulher que nos é apresentada por todos à sua volta como alcoólica, emocionalmente desequilibrada, obcecada pelo ex-marido, mentirosa e violenta. No entanto, à medida que vamos conhecendo a história que a própria Rachel nos vai contando algo parece  não bater certo.
Rachel tem um problema com a bebida, não há dúvidas quanto à isso. Bebe até perder os sentidos e, quando recupera a consciência, pura e simplesmente não se lembra de nada do que aconteceu. Onde esteve, com quem e o que fez. Horas e horas da sua vida completamente apagadas da sua memória. O pior é que, nessas alturas o mais provável é que tenha regressado à sua antiga casa, onde agora o ex-marido vive com a atual família, a mulher e a filha. A atual mulher de Tom não a suporta e já fez queixa à policia. Tom parece tentar desculpar o comportamento de Rachel, tenta afastá-la mas ao mesmo tempo  parece continuar a preocupar-se com ela. 

Rachel está desempregada mas apanha apanha o comboio, todos os dias, como se fosse trabalhar. Todos os dias o comboio pára durante alguns segundos, às vezes minutos, num sinal, o que lhe permite observar as casas da rua onde morava. Há uma casa em particular que lhe desperta a atenção. Nela, todos os dia, ela observa um jovem casal, cuja vida ela de certa forma inveja. São jovens, bonitos e parecem apaixonados. A vida que ela consegue vislumbrar do seu lugar à janela do comboio parece-lhe perfeita. Não os conhece e por isso baptizou-os. Para ela são a Jess e o Jason e são tudo aquilo que desejou para ela e para Tom e que Anna conseguiu roubar. 
Rachel é uma mulher profundamente triste, sozinha e confusa. Vive entre a vontade de prosseguir com a sua vida e o desejo doentio de se manter perto de Tom.
Um dia, depois de mais uma noite complicada, ouve nas notícias que Jess está desaparecida. Rachel não faz ideia do que aconteceu, mas na noite anterior, a última lembrança que tem é de ter saído na estação de Witney, a estação que a leva à rua da qual parece não conseguir afastar-se. Ela não se lembra de nada, mas tem um mau pressentimento sobre aquele fim de tarde. Acha que não está a conseguir lembrar-se de algo muito importante. 
O que será que incomoda tanto Rachel? Porque é que tudo o que lhe dizem que ela faz quando está alcoolizada lhe parece tão desfasado do que ela sente? Rachel tem dificuldade em reconhecer-se naquela pessoa. A confusão é tanta, as perdas de memória de tal maneira graves que já nem Rachel sabe quem é.

Paula Hawkins conta-nos uma história onde nem tudo o que parece é. Gostei da escrita dela e da forma como nos vai envolvendo na história de Rachel. A confusão e a tristeza desta mulher são quase palpáveis. Mesmo com tudo o que se dizia dela, não deixamos de criar empatia com ela e queria muito que tudo lhe corresse bem.

Gostei bastante. Acho que Paula Hawkins é bem capaz de entrar para a minha lista de escritores a seguir. :) 

Recomendo sem qualquer hesitação e sem qualquer restrição. 

Boas leituras! 

Excerto:
"Something happened, I know it did. I can't picture it, but I can feel it. The inside of my mouth hurts, as though I've bitten my cheek, there's a metallic tang of blood on my tongue. I feel nauseated, dizzy. I run my hands through my hair, over my scalp. I flinch. There's a lump, painful and tender, on the right side of my head. My hair is matted with blood."