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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Vagarosa ao vivo: os variados tons de Céu

Atualizada em 20 de outubro.

Hoje na noite chuvosa do Rio de Janeiro:

Obs: leia sobre este show no último parágrafo deste texto


Há discos cuja sonoridade não pode ser reproduzida ao vivo. Limitações que poderiam representar uma perda significam renovação. Era o caso do disco de estreia de Céu. Ganhava em densidade em proporção idêntica ao que perdia em delicadeza e se transformava em outro, como à época falamos por aqui. O DJ Marco era o elemento catalisador da banda, fazendo as funções de multi-instrumentista, soltando os vocais de apoio, os metais, além dos scratches.

Vagarosa, o disco, é diferente. Como Céu mesmo afirmou em várias entrevistas, ela buscou uma sonoridade mais orgânica e elétrica, com menos beats eletrônicos e instrumentos acústicos. Na transposição para o palco as músicas novas estão mais próximas das versões de estúdio, mesmo que a banda tenha perdido um integrante. O antes percussionista Bruno Buarque assumiu a bateria no lugar de Serginho Machado, transferindo ao DJ Marco a responsabilidade por fazer os contrapontos ritmícos que anteriormente lhe cabiam. Guilherme Ribeiro agora reveza-se entre o seu teclado usual, a guitarra e o acordeon, por vezes trocando-os durante a execução de uma mesma música. Lucas Martins não larga o baixo.

A intensidade dos arranjos continua a mesma, embora as poucas canções do primeiro disco incluídas no repertório do show tenham ganhado nova roupagem. Destacadamente "10 Contados", agora com a base harmônica lindamente levada no acordeon, realçando ao vivo a delicadeza registrada em estúdio.

Mais de oito shows assistidos na esteira do lançamento de CéU, Pindzim conferiu até agora dois espetáculos da turnê atual: a estreia, no dia 27 de agosto, no Bar Opinião, em Porto Alegre, e a segunda de três noites no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, no último sábado, 4 de outubro. Entre um e outro, bateu a saudade. Vagarosa(s), show e disco, são o que de melhor apresentou a música brasileira neste ano, o que não é pouco, considerando-se os grandes discos já lançados e aqueles ainda por sair.  Futuramente 2009 será lembrado tal qual 1959 (marco inaugural da bossa nova) ou o biênio 1967/1968 (consolidação e glória de uma nova geração formada por Chico, Gil, Caetano, Gal, Mutantes, Paulinho da Viola, etc), mas isso é outro assunto.

Vagarosa Tour
Um vídeo promocional da Natura, patrocinadora da turnê, com belas imagens e pouco conteúdo, em que Céu divaga sobre a sua música, anuncia que o show está para começar. Enquanto os músicos se posicionam, o DJ solta a vinheta de abertura - "Sobre o Amor e seu Trabalho Silencioso". A cidade e a casa onde acontece a apresentação dão o tom do que se verá a seguir.

Em Porto Alegre, mesmo sem a guitarra de Fernando Catatau, os primeiros compassos de "Espaçonave" causam estardalhaço preparando a cena para a entrada de Céu. Pisando macio, discreta sob a penumbra, ela toma a cena e sorri. Já iluminada, no centro do palco, deixa-se balançar ao ritmo da música, canta os primeiros versos e assume o comando da nave mãe com a qual nos conduzirá pela próxima hora e meia de viagem na mais alta classe sonora.

Céu está cada vez mais a vontade no palco. Se antes parecia utilizar a dança como um refúgio nas passagens instrumentais, agora os movimentos do corpo acompanham os versos, se expandem e se retraem instintivamente, sem muita racionalização. Só no meio da primeira música, ela faz uma rápida saudação ao público gaúcho. Acabado o primeiro número, sorri e, antecipando-se à banda, que se apressa a segui-la, emenda: "A comadi é ponta de lança". Algumas vozes na plateia a acompanham como se fosse um clássico, que, se ainda não se pode dizer que já é, certamente um dia será. Domínio público, festa de rua. Na boca da cena, os mais animados caem na dança.

Em Porto Alegre, Céu dedica "Cangote" a Gigante Brazil, que tocou a bateria no disco

Em São Paulo, o Auditório do Ibirapuera confere um ar solene ao espetáculo. Comportadamente sentados na sala lotada, todos estão ali para vê-la e ouvi-la com atenção. Cria-se uma distância entre os músicos e o público e, mesmo em casa, Céu começa o show menos confortável do que na estranha Porto Alegre, nem sempre receptivas aos músicos e bandas que trabalham reprocessando e subvertendo as tradições da música brasileira.

Já na largada, "Espaçonave" e "Comadi" ganham o reforço de Pupillo e de Fernando Catatau. O primeiro, baterista da Nação Zumbi, além de exímio musicista do ritmo, é um dos grandes produtores em atividade na borbulhante cena atual; o segundo, cabeção central do Cidadão Instigado, é um compositor de peças conceituais que fazem jus à melhor tradição pop das operas-rock do Pink Floyd e do The Who, e ainda por cima um dos dois guitarristas mais originais da cena, posto que divide com Lucio Maia.

Está certo que ambos fizeram parte da banda de Otto, ou seja, não é tão incomum vê-los juntos no palco. Mas é diferente. Não estão ali pela fanfarra. É uma cantora quem está a frente da banda, uma daquelas que é injustamente associada à incontível proliferação de cantoras ao mesmo tempo festejadas e criticadas, dependendo do gosto do freguês, apesar dos detalhes cosméticos de perfume, cabelo, caras e bocas que (não) as diferenciam uma das outras. Está claro que Céu não precisa deles no palco para além da celebração de estarem reunidos para tocar aquelas músicas juntos. Músicas sobre as quais anteriormente eles trabalharam juntos em estúdio para dar-lhes a forma final. Ela se sai muito bem somente com os usuais companheiros de banda.

Quando anuncia a participação dos dois, ambos já saíram do palco e nesse momento deixa transparecer um certo nervosismo inexistente durante a execução das músicas. É o primeiro momento em que se dirige aos presentes e a comunicação com o público não é algo que Céu encara com naturalidade. O lance dela é cantar e fazer um som: na sequência emenda "Lenda" e "Malemolência". Depois de cantá-las, as dedica ao parceiro Alec Haiat, presente no recinto, e os últimos fiapos de tensão se dissipam.



"Grains de Beaute" segue o roteiro impresso no programa, tal qual em Porto Alegre, porém, quando logo em seguida Céu conta que foi surpreendida por um telefonema de Siba presenteando-a com uma letra para o  novo álbum, "Nascente" é a segunda pista de que aqueles três shos do Ibirapuera são, na verdade, uma mini-temporada especial. Rasgue-se o programa. No Auditório do Ibirapuera, Céu, banda e convidados tocaram todas as músicas de Vagarosa.

Com letra de Siba, "Nascente" foi incluída no roteiro do show a partir do Ibirapuera


"Vira Lata" não contou com o contraponto grave da voz de Luiz Melodia e ela lamentou a ausência. Por outro lado, como no disco, teve a graça do cavaquinho de Rodrigo Campos, anunciado como o compositor de um dos melhores discos de 2009 - São Mateus não é um Lugar Tão Longe Assim. Assino embaixo. Rodrigo assume o pandeiro em "Visgo de Jaca" e enquanto a banda estende a parte instrumental no final da canção, Céu deixa o palco para trocar de roupa e voltar com Anelis Assumpção, Catatau e Pupillo na "Bubuia". No sábado, Thalma de Freitas não apareceu, ao contrário de sexta e de domingo. O trecho que ela canta ficou de fora. Reverência bonita à terceira coautora da canção, pouco notada diante da sintonia entre a dupla presente.

Logo na estreia, em Porto Alegre, ficou evidente que Céu está muito a vontade com o repertório de Vagarosa e isso tem reflexo naquilo que é o mais importante para uma cantora: a voz. Está mais segura, límpida e potente. No palco, Céu continua se mostrando mais compositora que intérprete, focada no som, sem grandes salamaleques para com a platéia, mas em "Cordão da Insônia" e "Two to Tango" chega a ser performática. Esta última, pinçada de um disco que reuniu Ray Charles e Betty Carter, reafirma sua sensibilidade para escolher músicas alheias para o seu repertório.

Com um vocal no melhor estilo Motown sobre uma base de ska e uma breve citação ao tango do título da canção, Céu reafirma que mesmo quando assume o papel de intérprete não deixa de lado sua veia autoral. Suas versões para músicas alheias as transportam para o seu domínio particular de renovação inovadora. Fato raro no panorama da música brasileira, mais ainda quando ela transgride sobre patrimonios do samba ("Visgo de Jaca") e do reggae ("Concrete Jungle"), gêneros sobre os quais os puristas costumam renegar aquilo que não se enquadra fielmente à tradição.

Antes de ir embora, no Ibirapuera, ela chama todos os convidados especiais ao palco para uma versão estendida e festiva de "Rainha". Cumpridos os rituais de agradecimento e despedida, fica a expectativa pelo bis. Porto Alegre teve "Bobagem" e a repetição de "Comadi". Em São Paulo, a volta com Pupillo e Catatau não chega a ser uma pista, mas o instrumental etéreo que sai das caixas entrega: para o derradeiro final Céu guardou "Rosa, Menina Rosa" e aí dispensam-se palavras. Fiquem com as imagens e o som:



Menos de uma semana depois, Céu veio tocar no Rio. Era uma sexta-feira chuvosa, véspera de um fim de semana estendido pelo feriado de 12 de outubro. Realizou um desejo antigo: o de subir no palco do Circo Voador. A celebração festiva que se seguiu à sua entrada em cena, da primeira à última música, mostrou que ela estava certa em sua intuição. E o Rio de Janeiro, indiferente à decadência cultural a que atravessa - ainda mais agora, com a elevação da autoestima proporcionada pelo triunfo olímpico - mostrou que nem toda sensibilidade carioca está perdida. Se ainda faltava uma apresentação apoteótica para confirmar aquilo que é óbvio (Céu: a melhor cantora do Brasil), depois do 9 de outubro no Circo Voador não falta mais. O show no Rio de Janeiro foi a consagração definitiva, a lona mambembe em frente aos seculares arcos da Lapa tem uma nova dona. Céu, quando quiser é só chegar, a casa é sua.

terça-feira, 28 de julho de 2009

CéU anuncia datas da turnê de Vagarosa no Brasil

De volta ao Brasil depois dos shows de lançamento de Vagarosa nos Estados Unidos, CéU divulga em sua página no Myspace as datas de sua primeira turnê brasileira. Embora tenha tocado em grande parte das cidades pela qual o show passará neste segundo semestre, nunca o fez em um pequeno espaço de tempo como agora.

A estreia acontece no dia 27 de agosto em Porto Alegre, no Bar Opinião. Em São Paulo serão três noites no Auditório do Ibirapuera, com a participação de convidados, como a cantora e compositora Anelis Assumpção. Realização de um antigo desejo, no Rio o show será no Circo Voador. Veja abaixo as apresentações já confirmadas.

27 de agosto - Bar Opinião - Porto Alegre (RS)
28 de agosto - John Bull Music Hall - Curitiba (PR)
18 de setembro - Teatro da UFPE - Recife (PE)
19 de setembro - Centro de Convenções - Fortaleza (CE)
24 de setembro - Teatro Paulo Pontes - João Pessoa (PB)
26 de setembro - Concha Acústica - Salvador (BA)
2 de outubro - Auditório Ibirapuera - São Paulo (SP)
3 de outubro - Auditório Ibirapuera - São Paulo (SP)
4 de outubro - Auditório Ibirapuera - São Paulo (SP)
9 de outubro - Circo Voador - Rio de Janeiro (RJ)
27 de novembro - Music Hall - Belo Horizonte - (MG)
28 de novembro - Teatro Brasília - Brasília (DF)
3 de dezembro - Teatro Amazonas - Manaus (AM)
5 de dezembro - Teatro Gasômetro - Belém (PA)

Vale lembrar que antes disso, no dia 13 de agosto, CéU se apresenta em São Paulo na choperia do Sesc Pompéia em noite de comemoração pelos 10 anos do projeto Prata da Casa.

terça-feira, 21 de julho de 2009

CéU: músicas de Vagarosa no show do Roxy LA

O show que CéU fez no último dia 17 no Roxy em Los Angeles foi bem documentado. Até agora, surgiram no Youtube cinco vídeos da cantora e sua banda interpretando músicas de Vagarosa.

Os melhores, em termos técnicos, estão logo abaixo. Primeiro, um trecho de "Comadi", parceria com Beto Villares que atualiza a influência da música de tradições populares, dita de domínio público, que CéU assume como uma referência importante na construção de sua musicalidade.


Em seguida, "Bubuia", que no disco tem a participação das coautoras Anelis Assumpção e Thalma de Freitas. Ao vivo, CéU canta sozinha, com o acompanhamento do coro comandado pelo DJ Marco nas pick ups.



Por fim, "Cangote" para ir preparando o clima para a volta de CéU ao Brasil, mais especificamente no dia 13 de agosto, na choperia do Sesc Pompéia em noite dividida com Lucas Santtana.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

CéU de volta aos palcos em Seattle

Já que neste mês, CéU tem sido presença constante por aqui, voltemos a ela. Há poucas horas surgiu no Youtube um vídeo de sua primeira apresentação no Triple Door, em Seattle (hoje tem de novo), que marca o retorno da cantora aos palcos após o lançamento de Vagarosa.

É um trecho pequeno, pouco mais de um minuto, de "Takes Two to Tango", de Ray Charles, postado via iPhone por Karen, americana moradora de Seattle. Por isso, talvez, tenha um estranho formato vertical. Não fosse a excelente qualidade do som, mal seria possível identificar CéU.

Da banda, ouvem-se as intervenções de um DJ fora de quadro, provavelmente Marco, que a acompanha desde os primeiros shows; não fica claro quem é o baterista, mas no baixo está Lucas Martins; em frente a um teclado, porém tocando acordeon, parece ser Guilherme Ribeiro. Bem interessante o uso deste instrumento, raras vezes incorporado aos arranjos de CéU, seja no palco ou em estúdio. Até então aparecera exclusivamente em uma versão ao vivo de "Valsa pra Biu Roque". Casa bem com a sonoridade etérea de algumas canções do novo disco, especialmente aquelas com vibrações jamaicanas.

Mas chega de conversa, vamos à música:

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Pelas Tabelas: Céu, Beto Villares, o novo e o antigo


Quando gravamos o Pelas Tabelas com CéU e Beto em abril, as últimas sessões de Vagarosa ainda estavam rolando, então eles não quiseram revelar detalhes do disco lançado nesta semana. CéU o definiu como jamaicano, mais banda e com menos beats pré-gravados. A primeira colocação cabe bem ao EP Cangote, mas não compreende o conjunto das canções, vai além. A segunda é irrefutável, mas estes trechos da entrevista acabaram de fora da edição que vai ao ar hoje, logo mais às 21h, no Canal Brasil.

O pouco material diretamente relacionado ao disco aparece em trechos do making of da gravação das faixas "Bubuia" e "Cordão da Insônia". A linha narrativa do programa parte das primeiras notas musicais de ambos, CéU já pensando em ser cantora, descobrindo-se compositora e as experimentações sonoras que resultaram na mais interessante carreira feminina da música brasileira atual; Beto descobrindo a guitarra como porta de entrada para o irrestrito universo sonoro sobre o qual viria a trabalhar como produtor e compositor.

Afirmando estar em uma nova fase na carreira sem oferecer muitas pistas para a compreensão do que viria a ser esta nova fase além das quatro músicas do EP. Mesmo assim, para nós, em nenhum momento ficaram claras as diferenças entre uma fase e outra. E agora, ouvindo o novo disco na íntegra, entende-se que nem para ela mesma. Com sua visão geral de produtor, Beto já identificava algumas das conexões - e também das rupturas - entre o álbum de estreia e o seu sucessor.


É nas entrelinhas, quando o assunto sai do específico e versa sobre o processo criativo colaborativo que rola entre os dois que se pode captar as sugestões evidenciadas pela audição de Vagarosa. Jorge Ben, a música brasileira de domínio público magistralmente registrada por Beto no projeto Música do Brasil, os jogos vocais de coro e resposta. A fase é diferente, mas tais elementos, por ela reconhecidos no disco de estreia, e que à primeira vista ela não identificava durante o processo de gravação do novo trabalho, estão lá.

Na relação musical desenvolvida por eles, cada novo trabalho é um processo de descobertas norteado pela imaginação de sonoridades. Não apenas uma, mas várias, fruto do reprocessamento de influências diversas, que se abrem também aos demais colaboradores. No caso de Vagarosa a lista é extensa. A unidade e o sentido vão ser encontradas no futuro de uma obra ainda tão nova mas que já fez por merecer a classificação de clássica e atemporal.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

CéU: Vagarosa já está na rede

Antes mesmo do lançamento oficial no exterior, o segundo disco de CéU, Vagarosa, já bastante comentado aqui, vazou na rede.

Ainda não deu tempo de ouvi-lo, mas quem quiser pode ir se adiantando. O segundo disco da cantora e compoitora já pode ser baixado no Som Barato.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

CéU: disco na rede em julho, show no Brasil em outubro

A capa é esta aí do lado. Vagarosa já está em pré-venda nos Estados Unidos, com lançamento marcado para o próximo dia 7, através da Six Degrees Records. No Brasil, não se sabe o quanto vai demorar apesar da promessa de que sai ainda neste mês de julho, embora deva cair na rede tão logo o primeiro fã tenha acesso a ele.

Através da Amazon.com é possível ouvir uma prévia das 13 músicas que compõem o álbum - três delas presentes no EP Cangote ("Visgo de Jaca", em boa rotação na rádio carioca MPB FM ficou de fora). Informações sobre as faixas podem ser encontradas no site da gravadora.

A produção, conforme revelado aqui anteriormente, é dividida entre Beto Villares, Gustavo Lenza, Gui Amabis e integrantes da Nação Zumbi. Sob a alcunha de Los Sebozos Postizos, eles formam a banda de apoio de CéU em "Rosa Menina Rosa", pinçada do repertório de Samba Esquema Novo (1963), de Jorge Ben. Embora na bateria haja participações do finado Gigante Brasil em suas últimas gravações em estúdio ("Cangote" e "Papa"), de Curumin ("Nascente", "Grains de Bauté" e "Cordão da Insônia") e de Serginho Machado ("Sonâmbulo"), Pupillo é presença recorrente no comando das baquetas. Em "Ponteiro", com a companhia do baixo de Dengue.

"Espaçonave" é uma parceria com Fernando Catatau, do Cidadão Instigado, que além de tocar guitarra nesta faixa, participa também de "Bubuia", composição coletiva de CéU, Anelis Assumpção e Thalma de Freitas.

Outras participações especiais são de Luiz Melodia em "Vira Lata", que CéU compôs especialmente para a voz do cantor. Guizado toca trumpete em "Nascente", cuja autoria é dividida com Siba. O cavaquinho de Rodrigo Campos está presente na vinheta de abertura "Sobre o Amor e Seu Trabalho Silencioso" e em "Vira Lata".

Para promover o disco lá fora, no dia 10, CéU dá início a uma breve turnê pelos Estados Unidos, cujas datas são as seguintes:

7/14 - The Triple Door - Seattle, WA
7/15 - The Triple Door - Seattle, WA
7/17 - The Roxy - Los Angeles, CA
7/18 - Herbst Theatre - San Francisco, CA
7/21 - The HighLine Ballroom - New York, NY

Os primeiros shows anunciados no Brasil serão no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, nos dias 2, 3 e 4 de outubro. Não é certo que seja a estreia em terras brasileiras, embora seja bem provável. Os ingressos já estão a venda.

Abaixo, as músicas que compõem Vagarosa:
1. Sobre o Amor e Seu Trabalho Silencioso (0:56)
(Letra e música: Céu)
2. Cangote (4:02)
(Letra e música: Céu)
3. Comadi (3:29)
(Letra: Céu / Música: Céu e Beto Villares)
4. Bubuia (3:14)
(Letra e música: Céu, Anelis Assumpção e Thalma de Freitas)
5. Nascente (3:19)
(Letra: Siba / Música: Céu)
6. Grains de Beauté (3:34)
(Letra: Céu / Música: Céu e Beto Villares)
7. Vira Lata (3:37)
(Letra e música: Céu)
8. Papa (1:20)
(Letra e música: Céu)
9. Ponteiro (3:38)
(Letra e música: Céu)
10. Cordão da Insônia (2:42)
(Letra e música: Céu e Beto Villares)
11. Rosa Menina Rosa (4:41)
(Letra e música: Jorge Ben)
12. Sonâmbulo (3:50)
(Letra: Céu / Música: Céu, Serginho Machado, Bruno Buarque, Lucas Martins, Guilherme Ribeiro e DJ Marco)
13. Espaçonave (3:35)
(Letra: Céu / Música: Céu e Fernando Catatau)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

CéU: segundo disco sai em julho

O nome é Vagarosa, referência ao tempo "caymmiano" de levar a vida e a carreira próprio da cantora e compositora. E o lançamento do segundo disco de Céu está previsto para o fim do mês de julho, através do selo Urban Jungle, com distribuição da Universal Music.

Quando estive em São Paulo gravando com Céu e Beto Villares para o Pelas Tabelas, em abril, ela pouco falou sobre a musicalidade do segundo disco, além de que se tratava de uma nova fase musical - em uma palavra, definiu-a como "jamaicana". Mas assumiu estar em dúvida sobre a melhor maneira de lançar o novo trabalho.

Céu e Beto Villares no estúdio Ambulante

As sessões de gravação ainda rolavam na noite de 29 de abril, com a participação de integrantes da Nação Zumbi, quando, antes de abrir as câmeras, conversando informalmente sobre o disco, ele colocou em cheque a viabilidade econômica (incluídas aí as questões de logística de lançamento e principalmente de distribuição) de lançar o novo disco de forma independente. Mais do que isso, na atual fase de transição do modelo de negócios da música, que tanto ela quanto ele consideram inexoráveis, em que o suporte físico vem sendo trocado pelo digital e a pirataria é um vetor fundamental ao sucesso e à propagação das músicas, Beto se revelou confuso sobre a melhor forma de lançar o novo conjunto de canções. Se diretamente pelo sistema de download legal - como acabou sendo feito com o EP Cangote nos Estados Unidos, através da Six Degrees Records -, cedendo os direitos de distribuição a uma grande gravadora, ou simplesmente disponibilizando as canções aos poucos através do site do estúdio.

A única certeza era de que o selo Ambulante havia ficado pequeno para lançar o novo disco. Não tem a estrutura necessária para divulga-lo e distribui-lo, dado o patamar alcançado por Céu entre o primeiro disco e agora. A estreia, de 2005, fora lançada pelo selo oriundo do estúdio Ambulante, que Beto mantém em parceria com Antônio Pinto. Depois de ultrapassar a marca de 12 mil cópias vendidas, passou a ser distribuído pela Warner, que, muito antes fizera uma proposta, recusada por Céu, para que ela assinasse contrato com a gravadora.

No dia seguinte, Céu revelou ainda o porquê de o disco dos Sonantes não ter sido lançado no Brasil. A banda preferiu recusar um contrato de lançamento que repassaria à gravadora os direitos sobre o disco do que lançá-lo com uma tiragem de mil cópias que, uma vez esgotada, significaria o engavetamento do disco por tempo indeterminado. Então, está na rede, grátis, pirata e perene, ao alcance de quem quiser.