Para inaugurar este espaço em 2010, o último trabalho realizado no ano passado. Trata-se do video release ou EPK (eletronic press kit) de Correnteza - segundo disco do compositor carioca Edu Krieger. Foi realizado em parceria com o companheiro de todas as horas Pablo Francischelli, com quem dividi a direção, o roteiro e a fotografia. Apenas a edição ficou a cargo exclusivamente dele. Contamos ainda com a participação especialíssima de João Donato, que toca piano na faixa "Sobre as Mãos", de Edu e Zé Paulo Becker.
Com a palavra, Edu Krieger:
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Pelas Tabelas - compositores da cena atual no Canal Brasil

Desde a postagem sobre o carnaval de rua carioca, este blog andou abandonado e Pindzim ausente do mundo virtual. Agora, na próxima sexta, virá à luz a razão de tamanho hiato. Estreia no Canal Brasil, às 21h, o programa Pelas Tabelas, do qual sou idealizador e diretor ao lado de Pablo Francischelli. Foram três meses de trabalho ininterrupto que absorveram todas as nossas atenções e energias.
Trata-se de uma série de 13 programas que retrata 27 compositores da atual geração da música brasileira. Em cada episódio, uma dupla é convidada. Na estreia, Edu Krieger e Rodrigo Maranhão falam sobre o desenvolvimento de suas carreiras em paralelo, passando pelos tempos de estudantes de música na Unirio, onde tocaram juntos no Mafuá, grupo que tinha entre os seus integrantes Pedro Holanda, Rubinho Jacobina, Raphael Gemal e Carlos Pontual (os três últimos têm também seus próprios programas na série), a revitalização da Lapa e do carnaval de rua do Rio e os seus trabalhos autorais como compositores.
As duas últimas postagens, com CéU e Siba, já eram uma pista do que vem por aí. Nos próximos meses, além de postagens sobre o que rolou durante a produção do programa, notícias sobre os participantes devem ir pintando aqui e ali. É quase certo que o espaço aqui vai ficar mais movimentado.
Pelas Tabelas vai ao ar semanalmente, às 21h de sexta-feira, com reprise aos domingos, às 12h. Contamos com a audiência de todos!
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Edu Krieger e a marchinha vencedora
Edu Krieger foi o grande vencedor do 4º Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas edição 2009. "Bendita Baderna" foi a escolhida entre 843 marchinhas oriundas de 25 estados brasileiros. Entre as dez finalistas, havia músicas do compositor pernambucano Siba ("Canoa Furada"), e de Eduardo Dussek ("Todo Mundo Nu"), que em todos os anos chega à final, mas ainda não conquistou o título.
Fiel à tradição musical e galhofeira do gênero, "Bendita Baderna" associa o dia da criação ao fim da paz celestial, apelando à bendita baderna carnavalesca para livrai-nos do mal e do juízo final. Veja a letra abaixo e a interpretação do próprio compositor aqui.
Um dia Deus estava entediado
sentado em seu trono de cristal
olhando a imensidão, naquela solidão
cansou da santa paz celestial
E num momento de rara inspiração
criou planetas, cometas e animais
pra finalizar a criação
fez o ser humano e nunca mais dormiu em paz
Agora já era o juízo final
bendita baderna livrai-nos do mal
relaxa pai nosso, libera geral
sem culpa ou remorso, hoje é carnaval
Fiel à tradição musical e galhofeira do gênero, "Bendita Baderna" associa o dia da criação ao fim da paz celestial, apelando à bendita baderna carnavalesca para livrai-nos do mal e do juízo final. Veja a letra abaixo e a interpretação do próprio compositor aqui.
Um dia Deus estava entediado
sentado em seu trono de cristal
olhando a imensidão, naquela solidão
cansou da santa paz celestial
E num momento de rara inspiração
criou planetas, cometas e animais
pra finalizar a criação
fez o ser humano e nunca mais dormiu em paz
Agora já era o juízo final
bendita baderna livrai-nos do mal
relaxa pai nosso, libera geral
sem culpa ou remorso, hoje é carnaval
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Edu Krieger e Rodrigo Maranhão juntos no palco (e nas telas)
Se este Blog do Pindzim andou abandonado no mês de abril, a culpa foi da dupla Edu Krieger e Rodrigo Maranhão. Mas por um bom motivo. Pindzim, em sua identidade física, está trabalhando em um projeto audiovisual que reúne a dupla de compositores. Por enquanto, trata-se de matéria para discussões na ilha de edição, ainda sem previsão de chegar às telas.
Por coincidência, ou não, Edu Krieger e Rodrigo Maranhão já tinham em mente a realização de um show em parceria cujo formato havia sido experimentado na véspera do carnaval deste ano em uma apresentação no Mistura Fina. Para os shows no Cinemathèque, convidaram o integrante comum às suas respectivas bandas - Marcelo Caldi acrescentou o acordeon aos arranjos de voz, violão e, as vezes, cavaquinho. Não houve necessidade de ensaios, já que o repertório de um é dominado pelo outro e vice-versa. O que se viu no palco foi um encontro de amigos, talvez no clima dos velhos tempos do jardim da Unirio, só que agora, muitos anos depois, diante de uma platéia cativa.
Quando as luzes se acendem, a sétima corda do violão de Krieger faz a marcação para o "Recado" de Maranhão. O samba sem instrumentos de percussão abole as convenções do gênero. Não há apoteose, apenas a canção. Segue assim com a melancolia de "Samba de Um Minuto". O contraponto entre o estrilar agudo das cordas do cavaquinho em oposição a gravidade do 7 cordas aproximam as músicas de sua essência harmônica e melódica. Seriam as composições completamente nuas, não fossem os floreios da baixaria e as variações rítmicas do cavaco. Então, Marcelo Caldi é convidado ao palco com seu acordeon, e o vai e vem do fole com seus altos e baixos constitui o magma sonoro do arranjo instrumental.
Desafio (Edu Krieger)
Por coincidência, ou não, Edu Krieger e Rodrigo Maranhão já tinham em mente a realização de um show em parceria cujo formato havia sido experimentado na véspera do carnaval deste ano em uma apresentação no Mistura Fina. Para os shows no Cinemathèque, convidaram o integrante comum às suas respectivas bandas - Marcelo Caldi acrescentou o acordeon aos arranjos de voz, violão e, as vezes, cavaquinho. Não houve necessidade de ensaios, já que o repertório de um é dominado pelo outro e vice-versa. O que se viu no palco foi um encontro de amigos, talvez no clima dos velhos tempos do jardim da Unirio, só que agora, muitos anos depois, diante de uma platéia cativa.
Quando as luzes se acendem, a sétima corda do violão de Krieger faz a marcação para o "Recado" de Maranhão. O samba sem instrumentos de percussão abole as convenções do gênero. Não há apoteose, apenas a canção. Segue assim com a melancolia de "Samba de Um Minuto". O contraponto entre o estrilar agudo das cordas do cavaquinho em oposição a gravidade do 7 cordas aproximam as músicas de sua essência harmônica e melódica. Seriam as composições completamente nuas, não fossem os floreios da baixaria e as variações rítmicas do cavaco. Então, Marcelo Caldi é convidado ao palco com seu acordeon, e o vai e vem do fole com seus altos e baixos constitui o magma sonoro do arranjo instrumental.
Desafio (Edu Krieger)
Encerro estas linhas com um número representativo do clima de intimidade em que transcorreu a noite do último sábado no Cinematèque. Trata-se de uma música de um jovem compositor, ainda nos seus 15 anos, com uma poética baseada em imagens aparentemente desconexas unidas apenas pela beleza e pela delicadeza dos versos. "Três Marias" veio a lembrança de Krieger como a primeira música apresentada por um então recém conhecido colega de faculdade chamado Rodrigo Maranhão. Já foi possível a ele reconhecer ali uma identidade estética e musical ainda inconsciente ao próprio compositor.
Três Marias (Rodrigo Maranhão)
Foi uma noite em que Edu Krieger e Rodrigo Maranhão abriram suas intimidades ao público. Brincadeiras a parte, o que se sobressaiu foram as músicas. Juntos, eles recriaram suas músicas de forma a destacar a carpintaria da composição. Krieger brilhou em seu momento solo e teve "Novo Amor" e a "Lua é Testemunha" entoadas em coro pela platéia. Maranhão cantou com os olhos fechados, um convite à transcendência, e apresentou novas canções - "Passageiro" e "Samba de Mar" - que deixam grandes expectativas pelo porvir. O que aqui não foi dito fica por ser visto e ouvido no próximo dia 24. Ao vivo não tem explicação!
domingo, 24 de junho de 2007
Edu Krieger abre as portas do Canecão

Edu Krieger não é uma novidade na cena musical carioca. Ao contrário, é um músico forjado nos palcos da cidade. Lançou seu primeiro disco no ano passado sem grande alarde. Um conjunto de belas canções inoculadas por diversos regionalismos cujo reconhecimento vem se dando de forma gradual e progressiva. Sua "Ciranda do Mundo", gravada por Maria Rita e Pedro Luis e a Parede, escapou à sua autoria e incorporou-se ao domínio público. É uma daquelas canções que se espalham de boca em boca, seja na voz de crianças celebrando as festas juninas ou na interpretação distorcida dos paraíbanos do Cabruêra, sem que se dê crédito ou reconhecimento ao autor. Uma peça musical que transcende à propriedade intelectual pela sensibilidade com que toca os ouvintes a ponto de estes a reproduzirem instintivamente por puro prazer, como se há muito fizesse parte da memória coletiva.
Nesta semana que finda, Edu se apresentou pela primeira vez no palco do Canecão. Quem conhece a mística da casa, sabe que se trata de uma chancela à carreira de um músico brasileiro. Um rito de passagem a um estágio maior de reconhecimento e envergadura. E o público que preencheu grande parte da casa o recebeu com as honras merecidas.
Não foi a primeira vez que assiti a um show de Edu, mas com certeza foi a primeira vez que dediquei total atenção à sua performance musical e à sonoridade da sua banda sobre o palco. O compositor exerce um pleno domínio sobre as tradições da música brasileira, do samba à ciranda, do jongo ao choro canção, alinhavadas por uma poética cuja identidade se constrói no perfeito encaixe entre letra e melodia, uma a serviço da outra, como se elas nascecem juntas, indissociáveis, na imaginação do autor. A boa voz e o domínio vocal do cantor possibilitam com que ele explore as nuances melódicas que cada verso propicia, ora aprofundando certas extensões, ora contido pela melancolia dos acordes menores, outrora explorando os desvios das dissonâncias. O violão de 7 cordas é usado de forma reverente, basicamente como um instrumento ritmíco, vez ou outra arriscando-se na baixaria, traçando a linha mestra das canções sobre a qual todos os outros instrumentos se arranjam.
Mas são justamentes os demais ingredientes que diminuem o sabor do delicioso caldo musical de Edu Krieger. A bateria se impõem como força maior no campo rítmico abafando as sutilezas da percussão, a qual poderia agir subliminarmente sobre a estrutura das canções tirando-lhes o peso e conseqüentemente torando-as mais arejadas, com maior espaço para a harmonia. A guitarra discreta, de seu irmão Fernando Krieger, preenche os espaços deixados pelo violão sem exercer de fato um contraponto. Um segundo violão, dedilhado, seria mais efetivo nesse sentido. Isso porque a flauta transversa de PC Castilho, quando em evidencia, evoca a tradição dos regionais chorando pela companhia de mais um pandeiro, um cavaco e um tamborim. O mesmo vale para Marcelo Caldi, dividido entre o teclado e a sanfona. Quando debruçado sobre as teclas, passa desapercebido. Ao ficar de pé no manejo do fole, ele abre novas possibilidades tanto harmônicas quanto melódicas. Prova disso é o momento em que ele e Edu ficaram sozinhos no palco na interpretação de "A Mais Bonita de Copacabana". O mesmo aconteceu no final do show, quado a banda se retirou e ele recebeu Geraldo Azevedo para uma participação especial e os dois puseram seus violões a dialogar. Juntos, tocaram "Temporais", uma parceria, e a clássica "Moça Bonita". A parte estes momentos, o formato quase pop da maioria dos arranjos contribuiu para a planificação de uma obra cujo alcance tem tudo para se expandir cada vez mais. A bela "Novo Amor" estará no aguardado segundo disco de Roberta Sá, Que belo e estranho dia para se ter alegria. Edu agradeceu à cantora que estava presente na platéia, e exaltou por pelo menos quatro vezes o também presente Rodrigo Maranhão como mais um representante da excelência criativa desta geração que vem definitivamente conquistando o seu espaço.
Assim, me despeço deixando a vocês três momentos de Edu Krieger ao vivo na Tuba do Pindzim:
"Moça Bonita", com Geraldo Azevedo no Canecão. "Novo Amor", com sua banda, no mesmo show do Canecão. E, por fim, "Ciranda do Mundo", em participação no show de Rodrigo Maranhão no Centro Cultural Carioca.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Noite de celebração para Rodrigo Maranhão
Pode parecer exagero duas postagens subseqüentes sobre um mesmo artista, mas não quando se trata de um compositor da estatura de Rodrigo Maranhão. Após uma estréia embargada pela emoção de estar levando ao palco pela primeira vez o show do lançamento de Bordado, seu primeiro disco solo, ele voltou ao palco do Centro Cultural Carioca mais a vontade na quarta-feira, dia 23. No final, a apresentação foi coroada pela entrega do Grammy de Melhor Canção Latina que lhe é de direito, oficialmente recebido por Maria Rita, por “Caminho das Águas”. Uma das primeiras cantoras a reconhecer o talento do compositor, ao gravar “Baile da Pesada”, Fernanda Abreu foi quem entregou a Rodrigo Maranhão o gramofone dourado sob louvação do público, interrompida apenas pelo segundo bis da noite. Antes de cantar seu maior sucesso, divertiu-se revelando se tratar de um prêmio tardio aquele, uma vez que a canção foi composta quando ele tinha 18 anos, inspirada por cânticos de roda de capoeira, no caminho entre a sua casa e a praia. Na dúvida entre gravá-la ou desfrutar dos prazeres imediatos do sol e do mar, optou, ainda que inconscientemente, pela futura consagração.
Acompanhado por seus companheiros de Bangalafumenga – Tiago Di Sábato na guitarra, Dudu Fuentes e André Moreno na percussão -, mais Marcelo Caldi no acordeão, Rodrigo Maranhão amplia no show o repertório do disco. Partindo de “Baião Digital”, música que originalmente daria nome ao disco e batiza o show, eles tocam todas as músicas de Bordado, exceto “Olho de Boi”. Um set solitário contempla os sambas “Pra Tocar no Rádio” e “Recado”, ao vivo acrescida de violão. Em seguida, ele recebe Edu Krieger para juntos, sob o choro da sanfona, cantarem “A Mais Bonita de Copacabana”, presente em Samba Novo, projeto coletivo produzido por Maranhão. Já com a banda de volta ao palco, levam “Ciranda do Mundo”, música do convidado que, como o próprio contou orgulhoso, não é mais atribuída a ele. Tornou-se de domínio público.
Canções que não entraram em Bordado reafirmam a unidade de uma obra ancorada na beleza das diversas tradições regionais da música brasileira e fazem crescer a expectativa de que as nossas intérpretes continuem recorrendo ao baú do compositor para trazer à luz mais alguns destes tesouros guardados. Entre os destaques, “Samba de Um Minuto”, com sua viola delicada tal qual a de Paulinho, que ontem contou com a participação especial de Zé Renato e faz parte do repertório de shows de Roberta Sá, e uma canção espiritual, com menções divinas, a qual me falta o nome, que guarda parentesco com a fase mística de Gilberto Gil.
Assistindo à interpretação do autor ali no palco, fiel ao disco na simplicidade dos arranjos acústicos construídos a partir do violão, ou seja, da essência das canções, tem-se a certeza de que se está diante não só de um magistral compositor, mas de um dos grandes artistas da música brasileira atual. Já se dizia de Caymmi que ele é imbatível na interpretação de suas próprias canções. Seja ao vivo ou em estúdio, o mesmo pode ser dito de Rodrigo Maranhão.
Assistindo à interpretação do autor ali no palco, fiel ao disco na simplicidade dos arranjos acústicos construídos a partir do violão, ou seja, da essência das canções, tem-se a certeza de que se está diante não só de um magistral compositor, mas de um dos grandes artistas da música brasileira atual. Já se dizia de Caymmi que ele é imbatível na interpretação de suas próprias canções. Seja ao vivo ou em estúdio, o mesmo pode ser dito de Rodrigo Maranhão.
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