Ele havia aberto as portas para o Brasil invadir a Fórmula 1.
Ninguém imaginava que aquele rapaz que desembarcou no aeroporto de Heathrow
em 1969 faria história nas pistas da Inglaterra.
No início ele encantou Jim Russell e Colin Chapman.
Depois o mundo.
No início dos anos 80 ninguém mais se lembrava de nada.
Emerson Fittipaldi havia perdido tudo.
Sua reputação e seu dinheiro.
O amor pelas corridas parecia estar no fim.
Talvez por isso retornou ao Kart.
Um encontro com as raízes.
Em 1984 ele disse que queria voltar à Fórmula 1.
As grandes equipes se fizeram de surdas.
Apenas a pequena Spirit Hart demonstrou interesse.
Os testes em Jacarepaguá foram um desastre.
Faíscas para todos os lados.
Emerson acusou o motor.
A pequena escuderia inglesa falou que o brasileiro só queria se promover.
No box ao lado a Toleman havia montado seu acampamento.
Também equipada com o motor Hart.
Vibrou com os tempos de outro brasileiro.
Ayrton Senna destruiu.
E foi 4 segundos mais rápido do que o bicampeão.
Todos acharam ser o fim.
Mas Emerson pensava diferente.
"Eu ainda posso vencer."
Partiu então para os Estados Unidos.
Ele queria reescrever sua história.
Na Indy teve que aprender a domar os ovais americanos.
Ficava impressionado como Mario Andretti corria tirando tinta dos muros.
Os americanos o abraçaram.
Enxergaram a humildade.
Através disso a adaptação veio depressa.
E com ela vieram as vitórias.
Em 1989 ele terminou de construir a ponte que ligava a saga americana ao seu
passado vencedor.
O título foi importante.
Mas a vitória nas 500 milhas de Indianápolis foi o ápice.
Ele havia liderado mais de 150 do total de duzentas voltas.
Faltando 5 para o final, Al Unser Jr. conseguiu facilmente ultrapassá-lo.
A equipe havia colocado combustível demais em sua última parada.
O carro mais pesado se tornou uma presa fácil para o adversário.
No entanto o templo de Indianápolis já havia escolhido seu herói.
Faltando 3 voltas, Al Unser Jr. se complicou ao tentar passar os retardatários.
Fittipaldi apertou.
E chegou no americano.
Os carros ficaram lado a lado.
Paro por aqui.
E deixo para os dois pilotos terminarem de contar essa história...