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sábado, 22 de abril de 2017

As curvas do sonho. Contraplacado. (actualizado)




Pergunto-me pelo fundamento de tanto optimismo dos curadores e das suas hostes.
Surpreende-me a inesperada vitalidade financeira que manifestam tantos municípios da área metropolitana de Lisboa a realizar obra por estes meses.
Assustam-me as mansas (mas mais ruidosas) reivindicações corporativas.

Só quando contemplo estas tabelas compreendo.
São os mágicos de serviço - os tecnocratas dos bancos centrais e seus associados políticos - a dar vida a esta economia colossal. Onde não há critérios de análise objectiva, não há independência dos seus agentes, onde o (suposto) regulador está investido nas entidades que é suposto regular.
Nada disto passa de uma economia de contraplacado. De uma economia sonhada, de contraplacado bem pintado e promissor. Mas que não pode resistir ao mais pequeno (mas sério) desafio.

Importa não esquecer, todavia, é que o BCE terá atingido a margem máxima de compra de títulos portugueses. O mesmo está prestes a acontecer a outros países europeus - como a Itália. Cuidado com ela. Mais preocupante que a Grécia.

Por muito sérios que possam ser os resultados das eleições francesas, quem vencer terá de enfrentar estas condicionantes. Elas são inescusáveis.
Para onde iremos a seguir?

Actualização: O Banco Central Europeu acaba de avisar que está preparado para a possível turbulência após as eleições em França - "está preparado para injectar dinheiro nos bancos franceses".
Ver aqui

sábado, 24 de setembro de 2016

Quando? - Actualização


Será um técnico head-and-shoulders em formação, aquilo que se mostra no canto inferior direito do gráfico?
Podemos, a partir da confirmação desse indicador técnico, induzir uma quebra de valor e confiança no sector bancário europeu?
Irresistível?

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Quando?


Podemos fazer algumas perguntas - quando vai o Deutsche Bank ser comercializado abaixo dos dois dígitos? - por exemplo.
Mas o que importa na actual situação do projecto europeu é saber: quando vão os líderes políticos dos países que têm estado sob programas de assistência ou vigilância, por parte dos "duros" dos alemães e holandeses, usar este caso do DBank para ferir aquela dureza?
Irresistível, não?
Considere-se, por exemplo, Mateo Renzi (o sector bancário em Itália está na rua da amargura, não esqueçamos), procurando uma projecção de força e insuflar a "boa consciência" do seu país, vai deixar escapar esta oportunidade de atingir o "norte da Europa"?
E com isso dar início à derrocada das peças do dominó europeu?
Irresistível.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Uma espreitadela ao esquema - que continua e cresce

Fonte

Desde 2012 que o negócio acima exemplificado se vai concretizando. Com os resultados que os mais recentes índices bolsistas dos bancos italianos demonstram.
Isto depois de mais um "pacotinho" de ajuda do BCE em Junho último.
Se juntarmos os problemas políticos latentes em Itália (também em Espanha, onde os seus bancos também estão sob pressão, ou na Alemanha com, pelo menos, dos seus maiores bancos a descer nas avaliações de mercado), então o cenário está montado para uma boa tragédia.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A Europa face aos Estados Unidos: independência ou vassalagem?

A NATO foi criada em 1949 no contexto da Guerra Fria superveniente à II Guerra Mundial. Hoje, após a implosão do império soviético e consequente dissolução do Pacto de Varsóvia (fundado em 1955), a sua actuação alargou-se progressivamente a leste chegando hoje a meridianos tão distantes como os do Mar Cáspio e do Afeganistão. Vai bem distante o âmbito do Atlântico Norte... como distante e letra morta ficou o compromisso estabelecido entre a administração Bush I e Gorbatchov em 1990 - o de que a NATO não se expandiria para leste caso Moscovo permitisse a dissolução pacífica da URSS. O texto que segue, da autoria de Eric Margolis, é de há dois meses atrás mas mantém, creio, a sua plena actualidade. A tradução, bem como a introdução de links e a referência a um vídeo muito especial, são da minha responsabilidade.
12 de Julho de 2014
Por Eric Margolis

A Europa continua como em 1945 - na perspectiva de Washington
(It’s still 1945 in Europe – in Washinton's view)

Qual é exactamente o grau de independência da União Europeia? Considerando os acontecimentos recentes envolvendo os Estados Unidos e os seus aliados europeus, não é possível evitar a pergunta.

Eric Margolis
Primeiro, foi o caso das descaradas escutas, por parte da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), ao telemóvel privado da chanceler alemã, Angela Merkel, e, muito provavelmente, a muitos mais VIP na Alemanha, um aliado chave dos EUA e a nação mais importante da Europa.

Washington e a NSA minimizaram este incidente terrivelmente embaraçoso com o habitual "bem, todos fazem o mesmo".

Não é verdade. Imaginem o alvoroço furibundo que teria ocorrido caso tivesse sido a Alemanha a escutar o Blackberry do presidente Barack Obama. A chanceler Merkel sofreu uma humilhação mas fez por minimizar o escândalo, sem disposição ou capacidade para castigar os EUA através de uma qualquer acção punitiva real - como, por exemplo, determinando o encerramento de uma das bases militares norte-americanas estacionadas na Alemanha desde há 69 anos.

sábado, 23 de agosto de 2014

Estilhaços e realidade


Aceder à realidade

Os nossos leitores já devem conhecer Ambrose Evans-Pritchard e os seus artigos. Seja pelas citações que dele se fazem no blog ZeroHedge ou, directamente, porque conhecem a sua coluna no The Daily Telegraph. O editor de Negócios deu uma entrevista muito esclarecedora acerca das encruzilhadas em que nos encontramos – todos, países desenvolvidos e emergentes, norte e sul – nos planos político e económico. De seguida apresentam-se algumas passagens dessa entrevista. Não posso deixar de recomendar vivamente a leitura integral da mesma.
A tradução e a edição destes parágrafos são da minha responsabilidade. Espero que possam ser uma ajuda para podermos reconstruir adequadamente os pedaços estilhaçados da nossa pobre realidade. Aquela que está para lá do nevoeiro pestilento a que nos conduzem políticos, comentadores e selectos especialistas.

"(…)
Ambrose: Todo o sistema económico e financeiro está mais alavancado do que estava em 2008, quando as instituições como o FMI ou BIS disseram que era realmente perigoso. E nós estamos a ver os sinais dessa efervescência quando as taxas dos maus (junk) créditos baixam a níveis históricos, ou seja, os investidores estão a assumir risco sem fazerem perguntas.
Nós já vimos esta volatilidade antes, por isso aquelas instituições começam a defender que estamos, basicamente, a caminhar para uma crise de proporções gigantescas. (...) A Europa precisa de um programa QE [injecção de liquidez por parte do BCE - nt] semelhante ao americano e numa larga escala. Apesar das objecções alemãs – o BCE tem de assumir isso rapidamente. (...)
Draghi quer, desesperadamente, iniciar um programa QE. Ele deseja um euro muito mais fraco só que, sendo presidente do BCE, ele não o controla. São os alemães, em última instância que o controlam. Eventualmente, o euro irá baixar de valor, mas é necessário explicar a situação com mais detalhe. Os rácios de dívida dos países do sul da Europa estão a aumentar muito, mesmo com toda a austeridade – veja-se a Itália [ incluo aqui o caso português que, como sabemos, viu a dívida pública aumentar de 132,4% do PIB para 134% no final do primeiro semestre deste ano - nt]. Isto é um círculo vicioso.
Por outras palavras, esse rácio está a subir, em larga medida, por causa das políticas de austeridade. É uma mistura explosiva: inflação nula e recessão.

David: A razão pela qual não se fala em reestruturação ou reescalonamento da dívida nesses casos é que os países perderam autonomia quando passaram a fazer parte da União Monetária?

Ambrose: De facto, os países perderam o controlo e a soberania. Já não têm banco central, não têm uma moeda e não controlam a política macroeconómica. A dificuldade está agora no facto de que, não tendo soberania monetária, os países podem mesmo falir, pois não podem imprimir moeda para evitar essa falência. (...) É apenas quando se entra para a União Monetária que os assuntos da falência, da reestruturação da dívida passam a fazer parte da discussão com os parceiros dessa União. É aí que a Itália se encontra agora.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Limites



De acordo com a Bloomberg, o governo italiano (no respeito integral das exigências da UE) irá proceder a alterações nos seus procedimentos de contabilidade e vai "melhorar" os números do PIB… incluindo a prostituição e o consumo de drogas.
Limites? Que limites?

quinta-feira, 27 de março de 2014

Veneza e o movimento secessionista

Como tinha anunciado, depois de ter apresentado uma visão pessimista de Pat Buchanan relativamente ao futuro da Velha Europa, de que a emergência dos movimentos secessionistas e potencial fragmentação do status quo dos estados correspondentes seria um evidente sinal, eis um artigo que, a propósito do referendo de Domingo passado em Veneza, olha para o conceito de secessão como algo para além do benévolo - para o desejável. Para o efeito, Ryan McMaken socorre-se de Hans-Hermann Hoppe.

Actualização ex ante: especialmente para os cépticos do significado jurídico do referendo, ler aqui.
24 de Março de 2014
Por Ryan McMaken

A secessão de Veneza da Itália, Hans-Hermann Hoppe e os estados-nação

Com uma expressão maioritária de 89%, os eleitores de Veneza optaram pela secessão da Itália. Na prática, o que isso significa é que os venezianos pretendem deixar de remeter a receita fiscal para Roma. Aparentemente, os venezianos, que habitam a capital histórica de uma das repúblicas mais ricas e florescentes da humanidade, não pretendem continuar a subsidiar os burocratas de Roma, famosos pela corrupção. Há muito que a Itália do Sul é considerada pela mais rica, mais limpa e mais eficiente Itália do Norte como um sorvedouro dos seus recursos. Pelo menos de acordo com o Daily Mail, já se fala também em alargar o movimento de secessão a outras áreas do Norte.

Um dos pró-secessionistas parece-se mesmo com um Hoppeano:

Um dos activistas do movimento pela secessão, Paolo Bernardini, professor de História Europeia na Universidade de Insubria, na região do Como, no norte da Itália, disse que chegara "a altura" de Veneza se tornar novamente num estado autónomo.
"Embora a história nunca se repita, estamos agora a assistir a um forte regresso das pequenas nações, dos pequenos e prósperos países, capazes de interagir entre si no mundo global."
“O povo de Veneza percebeu que somos uma nação (digna de) se auto-governar e que está a ser publicamente oprimida, e o mundo inteiro está a caminhar em direcção à fragmentação - uma fragmentação positiva - onde as tradições locais se misturam com os mercados globais.”
Naturalmente, os grandes estados-nação da Europa odeiam e temem desenvolvimentos como este. Mas para quem consiga lembrar-se da História, há nela pouca "tradição" que os estados-nação possam reivindicar. A Itália é um país inventado, tal como a Alemanha, amalgamados à força no século XIX por poderosos políticos autoritários como Otto von Bismarck, que, evidentemente, odiava o liberalismo clássico e o capitalismo com toda a força do seu ser.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Pat Buchanan e o movimento secessionista na Europa

E, "de repente", o movimento secessionista na Europa vê-se significativamente reforçado com o resultado iniludível do referendo em Veneza, ainda que não vinculativo. Se a ele juntarmos o mais que provável "sim" por parte da Escócia no próximo Outono, conjugado no tempo (Novembro) com um outro relativo à Catalunha marcado por fortes tensões com o governo central, não me espantaria que a chama secessionista se alastrasse rapidamente no continente europeu (com a Bélgica e outras regiões da Itália, como a Sardenha,como sérios  candidatos.

Pat Buchanan, em artigo que achei oportuno traduzir, procura explicar as razões desta irrupção que, na sua leitura, são sinais de um problema mais vasto que o autor abordou em Suicide of a SuperPower referindo-se naturalmente aos EUA: a "centrifugação" dos EUA decorrente da não miscigenação das últimas gerações de imigrantes no que até então tinha sido o grande e bem-sucedido melting pot.

Não partilho inteiramente das teses de Buchanan embora tenda a concordar que os modernos estados de bem-estar - que alguém, em última análise, terá sempre que pagar - forneçam incentivos à imigração em massa e, com isso, se abram caminhos a verdadeiros combates demográficos e consequentes tensões culturais e religiosas. Só não os verá quem não quiser ver.

Num próximo post, e relativamente ao movimento secessionista, irei reproduzir um ponto de vista bem mais optimista que o de Buchanan que o encara, tal como eu tendo a concordar, como algo de bem positivo como já tive oportunidade de o escrever.
25 de Março de 2014
Por Patrick J. Buchanan

Os laços europeus começam a desvanecer-se
(Europe’s Bonds Begin to Fade)

Patrick J. Buchanan
Há uma semana atrás, no Salão de São Jorge no Kremlin, a elite russa aplaudiu e chorou quando Vladimir Putin anunciou a reanexação da Crimeia. Sete em cada 10 russos aprovam a governação de Putin. Na Crimeia, a maioria russa ainda não parou de celebrar. A reconquista aproxima-se da conclusão. No leste da Ucrânia, os russos começaram agora a promover a agitação pela anexação por Moscovo. O nacionalismo ucraniano, manifesto no golpe anti-Rússia verificado em Kiev, provocou a inevitável reacção entre os russos. Apesar de elogiar os ucranianos que foram até à Maidan protestar pacificamente, Putin disse que aqueles por trás dos acontecimentos decisivos "recorreram ao terror, assassinato e tumultos. Nacionalistas, neonazis, russófobos e anti-semitas levaram a cabo este golpe". O Kremlin irrompeu em aplausos.

Mas não é apenas na Ucrânia que o nacionalismo étnico está a crescer.

"A votação na Frente Nacional atordoa Hollande" [registo prévio necessário] foi a manchete do Financial Times relativa às eleições municipais francesas no Domingo. Embora a FN de Marine Le Pen, filha do fundador do partido Jean Marie Le Pen, não se tenha candidatado em muitas cidades, ela ganhou em definitivo a corrida à presidência da câmara em Henin-Beaumont e ficou em primeiro ou segundo lugar numa dúzia de cidades de média dimensão, pelo que disputará a segunda volta nas eleições de 30 de Março. "A Frente Nacional alcançou o estatuto de grande força independente - uma força política nos planos nacional e local", declarou Le Pen.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A bomba nuclear do FMI: um confisco generalizado

Recorro com frequência à leitura dos escritos de Juan Rámon Rallo, doutor em economia, colunista e director do Instituto Juan de Mariana, com sede em Madrid, para tentar não me deixar adormecer pelo torpor e engano. Tendo ainda ontem aqui recordado qual foi a origem do FMI (como já tinha feito com Rallo neste curto vídeo), vem a talhe de foice assinalar a publicação de dois documentos pelo FMI onde se aventa a hipótese de avançar com um imposto sobre a riqueza das famílias como forma de "resolver" a gigantesca dívida pública acumulada (que não pára de subir tanto em Espanha como em Portugal). Num artigo cujo título roubei para encimar este post, Rallo volta a profetizar que "a insustentável acumulação de dívida pública terminará com o saque dos cidadãos", encontrando nos próprios documentos do FMI uma sustentação à outrance dessa tese. Rallo escreve especificamente sobre o caso espanhol mas a situação espanhola não difere muito da nossa pelo que me pareceu útil promover a divulgação do seu artigo. A tradução é da minha responsabilidade.
"O FMI, essa daninha burocracia internacional que deveria ser encerrada o mais rapidamente possível, alertou na semana passada para os problemas de sustentabilidade da dívida das empresas em Espanha, Itália e Portugal. No juízo desta organização [documento 1], a alavancagem de uma parte das nossas empresas continua demasiado elevada para que possam, folgadamente, fazer frente às suas obrigações; debilidade financeira que, por sua vez, continua a comprometer a credibilidade e a solvência dos seus principais credores, ou seja, dos nossos bancos.

Documento 1
Não tardou que a imprensa aproveitasse as críticas do FMI para repetir essa litania tão recorrente nos últimos anos: os problemas de Espanha devem-se à sua dívida privada, não à sua dívida pública. Litania que, com o passar dos anos, se foi revelando bastante menos certeira: sim, a crise deveu-se a uma acumulação desproporcionada de dívida privada orquestrada por esse monopólio público chamado banco central; e sim, mesmo hoje o nosso sobreendividamento privado continua a ser um dos principais responsáveis pela nossa estagnação; mas o problema do endividamento privado irá permanecer, ano após ano, um problema comparativamente menor face ao cada vez mais explosivo problema da dívida pública.

Sem ir mais longe, no final de 2008, 48% de toda a dívida não financeira de Espanha era dívida das empresas; 34% era dívida das famílias e apenas 18% era dívida pública. Desde então, porém, a situação mudou radicalmente: a dívida das empresas e das famílias diminuiu em 325 mil milhões de euros, enquanto a do Estado aumentou em 515 mil milhões. Note-se, de resto, que se trata de dívida não financeira, ou seja, dívida que não inclui a dos bancos (não é verdade, portanto, que a dívida privada se tenha reduzido quando a dívida pública aumentou em resultado dos resgates [bancários]). Temos assim que a dívida das empresas representa hoje 36,3% do total, a das famílias 28,5% e a pública 35,2%. O mais preocupante, no entanto, é que esta última continua a crescer à velocidade de cruzeiro, sem que se antecipe um fim para esta tendência.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

segunda-feira, 4 de março de 2013

As eleições em Itália e o pânico da elite

Quando ontem anotei isto, não tinha dado conta da vergonhosa capa da Economist que a revista dedicou ao resultado das eleições italianas e que reproduzo de seguida:

 
Faço minhas as palavras de Robert Wenzel: "It's not at all clear that Grillo or Berlusconi have any idea how a currency or economy should be run, but it is always fun to see the banksters in panic.The Economist cover signals they are in serious panic".
_______________________
Nota 1: conforme se recorda no Zero Hedge, será de ter em conta que a revista The Economist é detida pelo Finantial Times, pela Cadbury e pelas famílias Rothschild, Schroder e Agnelli;

Nota 2: assim se vai reforçando a ideia da justeza do meu "divórcio" com a revista centenária cujo património os seus responsáveis (accionistas e redacção) vão destruindo.

domingo, 3 de março de 2013

E o palhaço é ele?!


Beppe Grillo, o líder do movimento 5 Estrelas que ficou em terceiro lugar nas eleições italianas, em entrevista à revista Focus alemã, citada pelo Público: "Estamos esmagados - não pelo euro, mas pelo nosso endividamento. Quando os juros atingem os 100 mil milhões de euros por ano, isso significa que estamos mortos". "Não há alternativa [à renegociação da dívida]". Mais à frente, comparando os títulos da dívida pública às acções emitidas pelas empresas, afirma: "Quando eu compro uma acção de uma sociedade e esta vai à falência, não há nada a fazer. Arrisquei e perdi". 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Algo de bom deve ter acontecido em Itália

Só pode. Para sustentando esta tese bastará tomar o conteúdo do Público de hoje (títulos em itálico com links apenas disponíveis para assinantes da versão digital do jornal):


Na capa, o título é: "Instabilidade política em Itália ameaça reacender crise da dívida na Europa"; no interior, na página 2, Sofia Lorena, de Roma, escreve que "Barsani estende a mão ao movimento antipartidos de Grillo"; na página 3, Teresa de Sousa, inconsolável, escreve que "A Europa derrotou-se a si mesma" (link não disponível;) na página 4, de Bruxelas, Isabel de Arriaga, titula: "Zona euro teme que a instabilidade em Roma reacenda a crise da dívida"; por fim, na página 5, Jorge Almeida Henriques não vai por menos pedindo emprestado o título "Uma catástrofe institucional" a um tal constitucionalista (espécie também pela Bota muito ubíqua) de seu nome Nicolò Zanon".

Monti, o arquétipo do homem "íntegro", "tecnocrata competentíssimo" que, ao serviço do seu país, "tem realizado um trabalho notável para a Itália e em favor dos países vítimas dos mercados usurários", ainda que "suspendendo a democracia" por um período indeterminado, teve um resultado risível. Alguém ainda se lembra dos seis meses que Manuela Ferreira Leite "reclamava" em 2008 (reiterada de forma indirecta recentemente)? Ai o "relativismo"...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ficamos muito mais descansados

Itália não vai precisar de ajuda externa, diz Mont. Voltamos assim à conhecida fórmula: "a Itália não é a Espanha".

A Grande Insanidade (2)

Nigel Farage sublinha a Grande Insanidade: a "genialidade" de conceber um esquema de resgate à banca espanhola que, por exemplo, põe a Itália a pedir emprestado a 6% (para contribuir com 20% do empréstimo a Espanha) para receber juros a 3%. Recorda que, acaso a Grécia saia do euro, será o próprio ECB que terá ser alvo de um bailout por parte dos restantes membros da zona euro (entre os quais, Portugal, Irlanda, Espanha, Itália...). E termina de forma demolidora: "the Euro Titanic has now hit the Iceberg and sadly there simply aren't enough lifeboats."