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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Duplo padrão - ou a utilidade dos avisos


O artigo do BCE apresenta uma lista dos pecados que os países têm praticado nos últimos anos. Seleccionou-se a passagem acima por causa da referência a Portugal. 
Então, vejamos: só é pecado quando são os governos nacionais ou os bancos a fazer "engenharia financeira"? Quem tem alimentado a mentira acerca da salubridade do sistema económico e financeiro europeu?

Tanta má-fé que é de ficar tonto.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Por cá? Futebolando.



Por cá, as "novelas desportivas" (e são várias!) ocupam a atenção. A manobra de condicionamento que envolve a selecção nacional de futebol também já começou.
Mas a realidade segue imparável.
A Argentina já pediu apoio (outra vez!) ao FMI. Será que a Turquia lhe segue o passo?

E que dizer dos tweets do sr. euro-ministro Centeno? Toda uma postura, um registo de linguagem... imperdível. Mas só para estômagos fortes.
Uma aldeia Potemkine, só pode. Quem virá a seguir?

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Para lá do contraplacado



Depois das "boas notícias" aos bons alunos e da soberba dos políticos nacionais, a realidade mostra-se bem mais difícil de domesticar. Por maior que seja a carga de napalm-liquidez que se largue do computador do BCE.
"Adoramos o cheiro da intervenção pela manhã."

Saberemos o que está para lá do contraplacado?

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Momento pseudo-Magritte


Mario Draghi no seu mais recente número de artes performativas está a tentar condicionar expectativas. E o incrível é tem resultado. Até quando?

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Cogitações (9)

Por cá, os curadores de serviço, plenos de soberba e preocupações altruístas, estão determinados em baixar os encargos das famílias com a habitação. E apresentam algumas das suas brilhantes ideias - reduções de impostos e estímulos -, que nada mais são que distorções do mercado e, não há como negar, mais esforço contributivo a prazo.

E estas ideias são apresentadas como grandes contributos para a melhoria das condições de vida das populações. Pois...

Mas não há quem lembre que tal mal - o aumento dos custos com a habitação para as já apertadas famílias - resulta, de entre outras causas, de anos e anos de políticas de incentivo à construção, ao crédito para aquisição e investimento em imobiliário?? Ao que se podem juntar o aumento de procura externa, digamos, pelo aumento da procura turística ou até os programas de atribuição de vistos especiais a quem "invista" (ui, ui) em imobiliário. Tudo isto são distorções do mercado e os curadores sempre evitaram considerar as consequências não intencionadas. Agora apresentam-se como paladinos do altruísmo e vão ajudar as famílias... com mais distorções.

Que bonito círculo.

Noutro sector e a outro nível - o europeu - as inteligências (que convivem muito mal com a crítica e com a liberdade de pensamento, diga-se) que definem as políticas monetárias e financeiras da União Europeia estão a pensar resolver o problema da dívida soberana e do balanço da banca europeia. Como? Criando uma plataforma de obrigações (Euro Bond) com duas grandes categorias (sénior e júnior). Porém, a venda dessas obrigações seria feita com porções conjuntas dessas obrigações (júnior, que rima com junk, misturada com a sénior e mais segura). Onde já vimos isto? Onde?
Na crise de 2008! A solução nada mais é do que um Credit Default Obligation (CDO). O sonho de qualquer malabarista, pois há quem vá ganhar com a manobra, não esqueçamos.
Mas e o resto da sociedade? As famílias? As pessoas?
O que oferecerão estas inteligências a seguir? O que farão para restaurar os estragos que eles mesmos provocam?

Esta gente não aprende.
O pior, é que nós também não. Certo?

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Citação do Dia (200)

"Estes não são tempos normais. As taxas de juro das obrigações alemãs estão tão baixas que até as maturidades a 30 anos, com taxa de 1,14%, traduzem-se em rendimentos reais negativos.

Retornos livres de risco, de facto."



James Grant, "Almost Daily Grant´s", 30 de Agosto de 2017

Tradução e itálicos da nossa responsabilidade.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Consequências lógicas

Com as primeiras chuvas damo-nos conta da realidade necessária. Daquela que, logicamente, tem de seguir-se quando são tomadas determinadas decisões.
A muitos deve espantar a generalizada subida nos custos associados às contas bancárias (a começar pela DECO, pelos vistos), mas apenas a distração que nos embala durante o Verão ou - quem sabe -, o desconhecimento do complexo sistema e políticas monetárias e financeiras nos pode causar espanto. Então, as taxas de juro vão a zero (ou são negativas) por obra e graça das visões de Draghi, o que até aos bancos coloca em situação desconfortável, e não haveriam os clientes de ver reflectido em si esse desconforto?
Este generalizado "acerto de custos" não é política comercial (de um mercado onde a concorrência deve ser compreendida no seu sentido mais ténue), mas uma resposta à actual conjuntura do sistema bancário e das políticas monetárias e financeiras do BCE.
Foi precisamente disso que me lembrei ao ler os títulos de hoje. E que associei ao seguinte artigo.
Trago à consideração dos leitores parte de um artigo de Charles Gave (Evergreen Gavekal), que traduzi (negritos e adaptações são da minha responsabilidade).
Naturalmente a leitura integral é vivamente recomendada.

"O estrangulamento do dinamismo económico

No mundo actual, aqueles que podem aceder ao crédito para comprar os activos existentes são as grandes corporações com fluxo de caixa positivo (ainda que com um crescimento débil) e os seus accionistas – os ricos. Estas corporações endividam-se para recomprar as suas próprias acções ou outros activos disponíveis, como imobiliário. Isto aumenta o endividamento não produtivo no sistema através destas grandes companhias, ou através de clientes dos bancos de investimento (...), que não poderia existir e prosperar se as taxas estivessem nos 4% ou 5%.

Em contraste, os empresários, aqueles em quem a economia pode contar para construir os activos de amanhã, não conseguem obter capital, pois o sistema bancário considera menos arriscado destinar esse capital a uma General Electric para que esta possa recomprar as suas próprias acções do que emprestar a um lunático com o projecto bizarro de contruir uma nova armadilha para ratos ou um computador quântico, ou qualquer outra coisa de útil. Escusado será dizer que esta combinação de aumento do endividamento financeiro e declínio do investimento produtivo, aumenta muito a vulnerabilidade do trabalhador comum, bem como dos mais pobres quando um abrandamento económico ocorrer.

Em conclusão:
- Baixas taxas de juro não são mais do que uma forma de capitalismo para os amigos (crony capitalism). Quanto mais próximo se estiver do banco central ou do governo, mais lucro é possível concretizar, como bem mostrou Richard Cantillon no séc. XVIII.
- Baixas taxas de juro beneficiam os ricos que são proprietários de activos.
- Baixas taxas de juro conduzem a um declínio na taxa de crescimento estrutural da economia.
- Baixas taxas de juro aumentam muito a fragilidade do sistema através de um aumento generalizado do endividamento nos segmentos da economia que não produzem riqueza.
- Baixas taxas de juro impedem a destruição criativa, em particular a manutenção das companhias que não são saudáveis, encurralando o trabalho e o capital em projectos sem viabilidade económica.
- Tudo isto conduz ao aparecimento dos demagogos.

É difícil imaginar uma política mais desastrosa."


Charles Gave, "Strangulation of enterprise", 25 de Agosto de 2017.

domingo, 16 de julho de 2017

Radar


As recentes manobras de charme de Macron junto dos líderes europeus está a acelerar a concentração. Do projecto europeu. Parece estar em desenvolvimento adiantado a criação de um Fundo Monetário Europeu (concorrente do FMI). Alguns vêem já a hipótese de um verdadeiro Tesouro Europeu.
Pergunto-me: alguém discutiu isto? Houve algum referendo que legitimasse tal aprofundamento político, económico e financeiro?
Ninguém responde.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Citação do dia (199)

"A liquidação de um banco cujo valor estava nos milhões de milhões em pleno mercado vigoroso e uma economia a crescer?
Um raro e estranho avistamento, seguramente.

O anúncio de hoje de que o Banco Popular Espanhol SA seria absorvido pelo mais sólido Banco Santander, sob os auspícios do Banco Central Europeu pelo preço de um euro, aviva a memória relativa a Março de 2008, do Bear Stearns e de J.P.Morgan."

James Grant, "Almost Daily Grant´s", 7 de Junho de 2017

Tradução e itálicos da nossa responsabilidade.

sábado, 22 de abril de 2017

As curvas do sonho. Contraplacado. (actualizado)




Pergunto-me pelo fundamento de tanto optimismo dos curadores e das suas hostes.
Surpreende-me a inesperada vitalidade financeira que manifestam tantos municípios da área metropolitana de Lisboa a realizar obra por estes meses.
Assustam-me as mansas (mas mais ruidosas) reivindicações corporativas.

Só quando contemplo estas tabelas compreendo.
São os mágicos de serviço - os tecnocratas dos bancos centrais e seus associados políticos - a dar vida a esta economia colossal. Onde não há critérios de análise objectiva, não há independência dos seus agentes, onde o (suposto) regulador está investido nas entidades que é suposto regular.
Nada disto passa de uma economia de contraplacado. De uma economia sonhada, de contraplacado bem pintado e promissor. Mas que não pode resistir ao mais pequeno (mas sério) desafio.

Importa não esquecer, todavia, é que o BCE terá atingido a margem máxima de compra de títulos portugueses. O mesmo está prestes a acontecer a outros países europeus - como a Itália. Cuidado com ela. Mais preocupante que a Grécia.

Por muito sérios que possam ser os resultados das eleições francesas, quem vencer terá de enfrentar estas condicionantes. Elas são inescusáveis.
Para onde iremos a seguir?

Actualização: O Banco Central Europeu acaba de avisar que está preparado para a possível turbulência após as eleições em França - "está preparado para injectar dinheiro nos bancos franceses".
Ver aqui

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Radar

Num gesto raro e até surpreendente, Otmar Issing faz a sua radiografia do projecto europeu. Sem receios de encarar a visão consensual que a burocracia europeia tem de si mesma e do conjunto dos dogmas que suportam o projecto, Issing diz coisas como (traduzo): "Um dia o castelo de cartas vem abaixo". Ou que "o euro foi traído pela política".
Descontando a aparente inocência daquelas palavras, estas declarações são importantes para ilustrar o estado do projecto europeu, especialmente depois do Brexit e das manobras de bastidores para prevenir outras saídas.
Declarações que Issing fez à publicação Central Banking e que Ambrose Evans-Pritchard contextualiza no artigo deste domingo.
O despertador está a tocar. Será que alguém o ouve?

domingo, 16 de outubro de 2016

Alívio ou "o folgar das costas"


Depois de Centeno ter sido avisado pela agência de rateio que a situação fiscal era confortável (e por isso se manteria a avaliação de Portugal), nota-se um ligeiro suavizar da percepção da doença de que padecemos.
Essa suavização não é genuína, não nos enganemos.
É apenas a condição para que o BCE se mantenha "a pagar a festa". E como é preciso manter os espíritos alegres e plenos de esperança, impõe-se a manutenção da parada.

Aliás, o nosso governo fará a sua parte e dará cumprimento à "expansão económica" (note-se as aspas) pela força de... impostos. Por outro lado, não obstante as pressões alemãs, o investimento público avançará em sectores que revelem bom retorno. Político, bem entendido. Mas tudo se fará pela folga que o BCE garante. Como de resto mostra a segunda imagem.
Há alguma margem, comparando com as congéneres, para o BCE continuar a intervir.
Até quando?

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

E se...


Apenas uma agência internacional mantém as obrigações portuguesas com estatuto de investimento suficiente para que o Banco Central Europeu as continue a comprar. Até quando?
Até ao agravar da discussão em torno do orçamento?
Até à próxima corporação levar a cabo uma qualquer estratégia de extorsão?

Uma nota para o excelente serviço da equipa do "The Daily Shot". Passará (a partir de Novembro) a estar associado à subscrição de um grande jornal americano. Deixarei de acompanhar a equipa e o seu trabalho.
Godspeed.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Crises de Identidade - actualização



Os gráficos ilustram bem o caminho a seguir por parte do BCE quanto ao Programa de Compras para o Sector Público (obrigações), mas também quanto ao Programa das Garantias de Crédito/Liquidez dos Mercados.
Os limites estão à vista, mas ainda há algum espaço para manter o Jogo.
O que acontece se chegarmos a esse limite e os resultados continuarem a ser tão pobres? Ou caso a situação se agrave?
Há, sabemos, o poder para estes génios dobrarem as vicissitudes quando elas são obstáculo à manutenção da Narrativa do sucesso. Isso já sabemos.
Mas quem garante que os restantes jogadores não começa a duvidar da sanidade da jogada?

Crises de identidade - a paródia de um sistema


Quando podemos ver para além do faz-de-conta, beneficiando de um salutar distanciamento, é fácil identificar a natureza bipolar, digamos, é possível vislumbrar as mutações forçadas por que passam os curadores de serviço.
Mal que, por natureza, infligem a si mesmos. E que nos faz vítimas.
Pela Europa já assistimos à "Japanização" do mercado bolsista e, à distância num horizonte não muito longínquo, sabemos que os estímulos dados por (Super Mario) Draghi aumentarão. Fantástico. Não deve haver problemas. Nenhum mesmo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Pensamento mágico - uma viagem contada

"Os nossos tempos não são diferentes dos antigos"

A mais recente reflexão de Ben Hunt foi publicada (aqui) e ela dá o título para esta entrada. Publicamos abaixo a entrevista que o autor também publica quinzenalmente e que, desta vez, dedicou precisamente ao seu último relatório. Estas gravações, incorporando outros exemplos e argumentos, facilitam o alargamento do público para as suas reflexões.
Não posso deixar de recomendar ambas, ainda que prefira as notas escritas.

Assim, esta entrevista visa mostrar que o tempo presente não é, do ponto de vista antropológico, diferente de épocas passadas. No que diz respeito a mecanismos estruturais da relação entre o homem e o real, das relações de poder entre pessoas e instituições e do modo como estas instituições legitimam e exercem o poder, as semelhanças, segundo Hunt, são inegáveis. E quanto mais depressa admitirmos isso, mais facilmente podemos provocar ou acelerar a mudança para uma nova etapa.

De Claude Levi-Strauss, a Piaget e aos espectáculos televisivos que resultam de cada reunião de governadores dos bancos centrais em pouco mais de quarenta minutos. Não esquecendo Woody Allen (através do seu filme "Annie Hall"), Orwell, as entrevistas dos colossos jornalísticos do presente, bem como o funcionamento da "canalização" sagrada das nossas omnipotentes instituições financeiras e monetárias.
Compreender o propósito dos mercados de financiamento de curto prazo? O propósito dos mecanismos da taxa LIBOR? Com inteligência, ironia e bom-humor?

A ouvir e apreciar criticamente.

Votos de um excelente fim-de-semana.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O deleitoso faz-de-conta



Não esqueçamos que o Verão está a acabar. Que se aproxima a altura das colheitas. Não me refiro às vindimas, mas à colheita das tempestades que se semearam. De natureza política, económica e financeira.
Vai ser interessante ver as voltas que hão-de dar os curadores de serviço para preparar as negociações relativas ao próximo orçamento de estado português. Assim como a situação da banca europeia - e é necessário manter a atenção a todo o sector na Europa: Portugal, Espanha, Itália... Alemanha.
Por isso é que o faz-de-conta se vai intensificar. Em várias frentes.
Haja saúde!

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Radar

Já com uns dias (data de 28 de Julho), o Gabinete de Avaliação Independente do FMI tornou publica a sua avaliação da acção do Fundo Monetário nos últimos anos. Especialmente, a sua conduta, pressupostos e resultados do programa de apoio à Grécia, Irlanda e Portugal. Pode aceder-se a uma síntese aqui.
Ou aceder ao reltório completo e escolher os capítulos mais interessantes aqui.
Para aguçar o apetite, partilho aqui duas conclusões: houve falta de transparência e os pressupostos da acção da Troika foram demasiado optimistas, não tendo considerado a experiência adquirida em situações anteriores.
Dois artigos de análise do relatório e das suas conclusões: Evans-Pritchard e Frances Coppola.
Se a coligação governamental lê estes materiais...