Hoje (12Fev2024) saiu uma sondagem muito pequena.
Tem apenas 504 respostas o que a torna na mais pequena sondagem que foi publicada desde que o governo caiu.
Como é pequena, não tem capacidade para alterar de forma significativa o que sabemos sobre as intenções de voto nas próximas legislativas.
A primeira indicação é que o aumento das intenções de voto no PS foi apenas devido a oscilações estatísticas próprias do processo aleatório das sondagens.
Dividindo as 14 sondagens que já foram publicadas, nas primeiras 7 a AD tem uma vantagem de 0.7 pp e nas últimas 7 sondagens a desvantagem aumentou para 1.9 pp, uma ridicularia atendendo à aleatoriedade do processo de amostragem.
Assim, cada vez mais vemos que o PS está empatado em intenções de voto com a AD.
Apesar de as últimas duas sondagens terem sido um pouquinho mais favoráveis à AD, está tudo dentro das normais flutuações estatísticas.
O o PS e a AD "dançam" em torno dos 30% e o CHEGA subiu uns pontinhos (em termos "centrais", subiu de 15% para 18%) não conseguindo identificar quem desceu (a estatística tem destas limitações, em que se conclui que um sobe de forma significativa mas não se identifica nenhum que desça de forma significativa).
Vamos agora aos deputados.
Por causa do CHEGA estar a subir, vou considerar apenas as últimas 7 sondagens (que somam 5546 respostas) e comparar com as primeiras 7 sondagens.
Como já referi, apenas o aumento no número de deputados do CHEGA é estatisticamente significativo, estando todas as outras variações dentro do erro de amostragem mas posso fazer uma leitura em "termos médios".
Vejo que a AD perdeu 4 deputados (de 79 para 75) e o PS ganhou 3 deputados (de 77 para 80 deputados). Este resultado mostra um empate total entre AD e PS mas com vantagem estatística para o PS (o PS tem 90% de probabilidade de ganhar as eleições).
O CHEGA ganhou 9 deputados à custa principalmente do IL e do BE.
A probabilidade de o Livre e o PAN manterem o deputado é cada vez mais pequena (está nos 20%).
E como fica o Montenegro?
Recordo que para ser o próximo primeiro ministro, a AD tem de ganhar e AD+IL tem de ter mais deputados que o PS+BE+PCP+Livre (tiro o PAN porque pode dar para qualquer lado). Neste cenário, o Montenegro acredita que o CHEGA se vai abster.
A probabilidade de o Montenegro ser o próximo primeiro-ministro está abaixo de 1%.
O conselho que deixo aqui ao André Ventura para a noite de 10 de Março.
Na campanha eleitoral o André Ventura não diz coisa com coisa mas isso de pouco interessa. O que interessa saber é que é um homem de direita, liberal em termos económicos e ligado ao cristianismo mas que procura cativar votos na esquerda. Faz muito bem, só mostra ser inteligente (os esquerdistas fazem o mesmo com a separação entre "grande capital e as multinacionais" que têm de pagar a crise e desaparecer e as "micro, pequenas e médias empresas" que têm de ser ajudadas).
As intenções de voto indicam que o PSD+CHEGA tem 99.8% de probabilidade de conseguir a maioria absoluta o que aumenta para 100% se o CDS se abstiver.
O meu conselho é que o CHEGA indique logo na noite das eleições que tem capacidade para formar governo de maioria absoluta em que o primeiro-ministro é o Passos Coelho e o André Ventura é o vice-primeiro ministro. Quanto a ministros, o PSD indica 60% dos ministros (12 ministros onde se inclui a Justiça, Administração Interna e Defesa) e o CHEGA os restantes 40% dos ministros (8 ministros).
Penso que o PSD vai abraçar esta proposta (e deitar o Montenegro para o buraconegro) e Sua Excelência Marcelo vai ter mesmo de indigitar esse governo PSD+CHEGA.
Hoje (1 Fev 2024) saiu a sondagem da ICS-ISCTE onde o CHEGA parece estar em crescendo.
Mas como já repeti 11 vezes, temos de ver se esta última sondagem altera, com significância estatística, os resultados. Olhando para o gráfico com as 12 sondagens, anda tudo a oscilar mas parece tudo na mesma (com excepção do CHEGA que parece estar a subir).
Em termos médios, o PS está 1.3 pontos à frente da AD
Com 12 sondagens continua a parecer que a AD se está a fundar relativamente ao PS mas continuam a ser apenas oscilação estatística (Tendência= -0.005743; t-stat =-1.665; Pr(>|t|)=0.127). Neste momento a AD está 1.3 pontos abaixo do PS quando estava a 1.4 pontos.
Como está a evolução do CHEGA?
Com 12 sondagens a subida do CHEGA já está quase significativo a 5% (Tendência= 0.004087 ; t-stat =2.173 ; Pr(>|t|)=0.0549) mas ainda falta um bocadinho para podermos ter a certeza.
Mas mesmo sem tendência clara, o CHEGA está com 17.5% de intenções de voto o que é uma enormidade.
Vamos agora aos deputados
Análise dos resultados
Mais uma sondagem (22 Dez 2023) e parece que a AD está a cair
Cada sondagem que sai, os analistas tentam ver coisas novas mas está tudo na mesma.
Como disse o meu companheiro, apenas é notícia se houver alterações substanciais nas intenções de voto. Desta forma, apesar de a comunicação social tentar ver muitas coisas a mudar, estatisticamente está tudo mais ou menos na mesma.
A AD está a cair um poucochinho e o PS está a subir um poucochinho.
Mas grau a grau, enche o papo a galinha
Em termos de tendência, logo após a demissão do António Costa, a AD estava ligeiramente à frente do PS, 2 pontos percentuais. Decorridas 11 sondagens, a AD está abaixo de PS cerca de 5 pontos percentuais.
No espaço de apenas 2 meses, a vantagem da AD caiu 7 pontos percentuais, o que é muito, diria que a AD, conduzida com uma gritaria de promessas, se está a fundar.
Vir prometer diminuir o IRS, o IRC e aumentar as pensões, os salários dos polícias, dos médicos, dos professores e não cortar em nada não parece credível.
Os partidos marginais, podem prometer tudo a todos porque nunca liderarão o governo. Já quem ambicionam liderar um governo não podem vender água sem caneco.
Em Portugal só vingam os lambe botas e o Montenegro, como bom português, foi escolher a dedo "sábios economistas lambe botas" que dizem o que ele pensava ser impossível de cumprir mas, se os sábios dizem que sim, então, é possível, "eles fizeram as contas".
Mas o povinho já ouviu essas promessas vezes sem conta e, no fim, não foram possíveis de concretizar por uma razão qualquer, numa dela a frase foi "estamos de tanga".
E o que diz a estatística?
Para não ficar sujeito ao meu enviesamento, mostro os resultados do estimados (WLS).
A estimativa é uma queda de 0.7125 pp a cada sondagem com t-student de -1.75.
Ainda não podemos rejeitar que a tendência é espúria e resultado das oscilações que acontecem no processo de amostragem (a t-student tem de atingir -1.98) mas já diz algo o PS estar 5 pontos percentuais acima da AD.
E o que faz a AD em resposta à queda nas intenções de voto?
Promete ainda mais cortes nos impostos e mais subidas na despesa pública, ao mesmo tempo que diminui a dívida pública e não cortam em nada!
Querem fazer do povinho parvo.
"É preciso diminuir o IRC".
Dizem os sábios economistas do PSD que é preciso diminuir a taxa de IRC para captar investimento. Mas logo depois, os mesmos sábios, defendem que as barragens devem passar a pagar milhões de euros de IMI.
Afinal, é o mesmo truque do António Costa que diminuiu i IRS para aumentar o ISP.
Os sábios economistas do PSD diminuem a taxa de IRC e logo aumentam o IMI das empresas de forma, que no fim, ainda ficam a pagar mais impostos.
É que o milagre da multiplicação dos pães é uma coisa tão rara e difícil de acontecer que, decorridos 2000, ainda se fala disse (e nunca mais consta que se repetiu).
Anunciam aumentos na despesa de um lado, omitem cortes da despesa noutro lado.
Anunciam cortes nos impostos de um lado, omitem aumentos nos impostos noutro lado.
É o que temos.
Hoje, 23 de Janeiro 2024, saiu a décima sondagem, da Intercampos.
Se olharmos para o gráfico da variação dos resultados ao longo do tempo, a AD está-se a afundar de forma expressiva. De uma tendência de 31% em meados de Novembro, ainda com a demissão do Costa quente, decorridos 2 meses perdeu 2.7 pontos percentuais (9% das intenções de voto).
Testando estatisticamente no R com o código seguinte, a tendência é negativa em 0.3pp a cada sondagem mas não é estatisticamente significativa (t value de -0.958).
AD=c(26.6,31.6,29.0,35.0,29.7,32.8,28.5,27.4,30.4,24.8)
CHEGA=c(13.5,16.0,16.2,17.2,15.0,15.2,11.6,16.3,18.0,16.6)
pesos=c(604,1102,802,575,803,803,611,805,801,637)
dados=data.frame(x=1:10,AD,CHEGA)
summary(lm(AD ~ x, data = dados,weights=pesos))$coefficients
summary(lm(CHEGA ~ x, data = dados,weights=pesos))$coefficients
Parece-me "de que" no PSD uma récua aconselha uma burrada.
Os especialistas catedráticos em economia não sabem nada de nada, dizem que vão pegar numa varinha marinha, dar um coice e dois pinotes, publicar duas portarias e três diplomas, e o PIB passa do crescimento de 0.85%/ano verificado nos últimos 20 anos para 3.50%/ano a verificar nos próximos 8 anos.
Se a Nossa Senhora de Fátima permitisse que a economia funcionasse assim, não haveria países pobres.
A AD mais não é do que uma récua a aconselhar uma burrada.
O Buraconegro ao dizer que "o PSD precisa de fazer as pazes com os reformados e pensionistas", pura e simplesmente,deitou para o lixo todo o trabalho patriótico feito pelos Passos Coelho no seu governo de salvação nacional e a dizer que o Costa esteve sempre certo, afinal havia outro caminho que não a austeridade para retirar Portugal da bancarrota. O caminho era dar tudo a todos a toda a hora.
Cambada de chulos.
Voltemos aos resultados
Esta última sondagem ainda não muda os resultados.
Como mostrei, apesar de parece que a AD se está a afundar, como o processo de amostragem é "especulativo" os resultados mantêm-se mais ou menos iguais.
Posso então agregar as 10 sondagens.
Comparando com os totais calculados com as primeiras 9 sondagens, as maiores movimentações são a descida da AD em 0.5 pp (de 30.2% para 29.7%) e a subida do CHEGA em 0.2 pp (de 16,8% para 17,0%).
Passo agora ao cálculo dos deputados.
Os resultados em termos de deputados não mostram alterações significativas.
A AD fica, em termos médios, com um deputado abaixo do PS quando estava 0.2 acima (mas esta alteração não é estatisticamente significativa).
Qual a probabilidade de o Buraconegro ser primeiro ministro?
O que é significativo é que o Buraconegro nunca vai chegar a primeiro-ministro.
A condição de só ser primeiro-ministro se a AD tiver mais votos do que o PS (já condescendo pois a afirmação foi "o PSD ganhar") e a Direita sem o CHEGA ter mais votos do que os esquerdistas do PS+PCP+BE+Livre e PAN está em 0.6%.
Uma hipótese em 160 de vir a ser primeiro ministro!!!!!!!
Lá volta ele ao mamarracho de Espinho.
Qual a probabilidade de o Passos Coelho ser o próximo primeiro ministro?
A probabilidade de o PSD mais o CHEGA ter pelo menos 115 deputados (ter maioria absoluta ou empate) está nos 98%.
Está tudo bem encaminhado para nos vermos livres da récua.
Saiu hoje, 19 de Janeiro de 2024, a nona sondagem sobre as legislativas de 10 de Março 2024.
O efeito da AD foi linear.
Isto é, a fusão dos três partidos apenas juntou as intenções de voto no PSD, CDS e PPM (0.0% de intenções de voto). Desta forma e como anteriormente previ, a AD terá um ganho positivo de 3.5 deputados, 2 para o CDS e 1.5 deputados para o PSD.
A probabilidade do Montenegro formar governo está em 1.1%.
Se cumprir a promessa de só querer ser primeiro ministro se o PSD tiver mais votos que o PS e o PSD+CDS+IL ter mais deputados do que o PS+BE+PCP+Livre+PAN (contando com a abstenção do CHEGA), então, apenas tem a hipótese um em cem de o conseguir.
Se considerar que a vitória da AD face ao PS é suficiente, a hipótese aumenta para um em 20.
A probabilidade do PSD+CHEGA ter maioria absoluta está em 95%.
Engraçado que o Montenegro tem 1 hipótese em 20 de ser primeiro ministro mas o PSD+CHEGA tem 1 hipótese em 20 de não ter maioria absoluta.
Nunca, jamais o PSD vai deixar o Montenegro apoiar um governo esquerdista com esta maioria absoluta.
Lá teremos novamente o Pedro Passos Coelho.
O Pedro Passos Coelho não tem aparecido e faz bem.
A campanha eleitoral está-se a transformar numa licitações de promessas totalmente irrealistas, cortar impostos e dar tudo a todos, a polícias, professores, médicos, jovens, velhos, activos, reformados, homens, mulheres e outros.
Quem faz tamanhas promessas não pode ser governo porque não vai poder cumprir o que promete.
O Passos Coelho sabe que as promessas do PSD são irrealistas pelo que, aparecendo, tinha de malhar no Montenegro e nos "economistas" que apoiam o programa de governo da AD.
Como o Passos Coelho não aparece, não precisa de malhar no Montenegro nem de prometer nada, faca de mãos livres para governar de forma racional. E o André Ventura, como vice primeiro ministro, tem a desculpa "Não sou eu o primeiro-ministro, se fosse, ..."
Vamos crescer 3.5%/ano como?
Os "economistas sábios" do PSD dizem que vamos crescer 3.5%/ano mas como será isso possível se nos últimos 20 anos crescemos 0.86%/ano?
Seria bom mas o que propõem o "economistas sábios" do PSD para fazerem Portugal mais do que quadruplicar a taxa de crescimento dos últimos 20 anos?
Porque não prometem que vamos crescer 5%/ano? É um número como outro qualquer.
E toda a política de "dar tudo a todos e diminuir impostos" assenta neste crescimento económico totalmente irrealista.
Actualizado em 01/01/2024
O Montenegro está cada vez mais longe de ser primeiro-ministro.
A probabilidade do Montenegro ser primeiro ministro está em 0.05%!!!!
Com 7 sondagens depois da demissão de António Costa.
Probabilidade de o Montenegro ser o próximo primeiro-ministro é de 1.7%.
Juntando as 5 amostras, obtenho uma estimativa para os deputados que cada partido vai eleger:
Cenário 1: Abstenção do CHEGA
PSD+ IL+CDS > PS+BE+PCP+PAN+Livre
Probabilidade de 18%
Cenário 2: Governo de maioria absoluta com Passos Coelho + André Ventura
PSD+ CHEGA > 115
Probabilidade de 98%
Cenário 3: Governo minoritário de Luís Montenegro
Junto ao cenário 1, a condição PSD > PS
Probabilidade de 17%
Cenário 4: Governo de maioria absoluta com Pedro Nuno + André Ventura
Este cenário nunca irá acontecer mas foi teorizado por um comentarista :-)
PS+ CHEGA > 115
Probabilidade de 199,5%
Será que as sondagens se podem juntar?
Para juntar tenho de garantir que não existe uma tendência de mudança. Para isso tenho de calcular a estatística t-student.
Peguei nas 5 sondagens, calculei a tendência temporal e o desvio padrão relativamente à linha de tendência.
Obtive a estatística t-student dividindo a tendência pelo desvio padrão e calculei a significância unilateral (linha a amarelo).
Para as amostras traduzirem que houve uma alteração significativa das intenções de voto, na linha amarela os valores teriam de ser menores do que 5%. Não sendo, podemos rejeitar que entre o dia 28 de Novembro eo dia 22 de Dezembro aconteceram alterações nas intenções de voto.
As diferenças é flutuação aleatória por, em cada sondagem, serem inquiridas pessoas diferentes.
Método de Hondt e o negócio PS+CDS
A distribuição dos deputados a partir dos resultado eleitorais utiliza o Método de Hondt.
Vamos supor um circulo eleitoral com 11 deputados.
O primeiro deputado será atribuído ao partido mais votado. Depois de atribuído, os resultados são divididos por (1 + deputados já atribuídos) e atribui-se com os "novos resultado" o segundo deputado.
Este processo continua até todos os deputados terem sido atribuídos.
Podemos ver que, com os resultados da macro-sondagem da Fig.1, o BE não elege nenhum deputado com os seus 7.0%.
Daqui, é unânime na comunicação social que o Método de Hondt prejudica os partidos pequenos.
Mas é uma conclusão totalmente errada.
Acho estranho nunca ninguém o ter dito mas os partidos pequenos são "prejudicados" apenas e tão só porque há círculos eleitorais pequenos e não pelo Método de Hondt.
Se houvesse apenas um circulo eleitoral com 230 deputados, usando o Método de Hondt, cada partido teria os deputados proporcionais à sua votação o que prova que este método mantém a proporcionalidade.
Como podemos ver no quadro seguinte, os partidos pequenos são prejudicados por haver circulos eleitorais e não pelo Método de Hondt.