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terça-feira, 24 de outubro de 2017

O Costa à moda do Guterres

O Costa pediu ajuda ao Guterres.
O Costa, à moda do Sócrates, baseia a sua vida nos amigos íntimos.
Até numa escuta, num negócio de cobrança de uma dívida à Venezuela (que, no meu intender, não tem nada de criminoso), o Sócrates falou que "o Costa foi o número dois do meu governo".
Sendo que a sua vida foi pedir ajuda aos amigos, soube eu pelo CMTV que, depois dos fogos florestais, o Costa telefonou ao Guterres.
 
-Está lá? António? És tu António?
-Yes yes, who is talking? 
- Sou eu, o António, o teu amigo íntimo de quando usavas bigode.
- My friend? António Banderas?
- Não pá!
- António Seguro?
- Não pá, como dizem aí na América "dei cabo do Seguro" é o meu nome do meio, sou o António Costa pá.
- Aahhhhhhh, queres me dar os parabéns por eu ser melhor que o Ronaldo, pá?
- Também pá, mas é mais porque preciso da tua ajuda!
- Oh pá, não me peças nada que estamos a ser escutados pelo Correio da Manhã!
- Não é isso, quero-te perguntar como me posso safar desta merda dos incêndios. é que tu, quando caiu a ponte de Entre os Rios, safaste-te à grande!
- Isso é fácil. Primeiro, arranja um ministro que se vá embora e, depois, manda massa para essa merda, anuncia que vais dar milhões para tudo o que mexe. Deixa-te dessas merdas que o dinheiro não é teu. Eu meti logo 10000 contos para cada morto e mais uns milhões para obras.
- Oh pá, muito obrigado, vou então anunciar uns 4 milhões.
- Não sejas burro, anuncia 400 milhões e depois logo se vê, o povo esquece.
 
Será que as medidas vão servir para alguma coisa?
Vão servir para que, nos próximos meses (por ser inverno) mais ninguém diga que o Costa não fez nada.
Se vierem umas inundações, ataca com "são os efeitos dos incêndios do verão passado mas já tomamos medidas"e, não havendo nada, ataca com "já estamos a resolver os problemas".
Assim, até junho do próximo ano, por este lado não virá mais problema nenhum.
 
Qual é o problema dos fogos florestais.
Não é feita uma análise Custo-Benefício.
Tem que ser ponderado o efeito de cada euro que se gasta no combate aos fogos florestais e, sem essa análise, não se pode duplicar a despesa em meios de combate.
Estamos a proteger o quê?
Qual o ganho que temos por cada euro que se gaste em prevenção e combate aos fogos?
Como nada disto foi feito nem vai ser feito, tudo o que foi dito e feito será sem sentido.
 
Vejamos esta análise Custo-Benefício.
Resumidamente, um homem bateu numa mulher.
A mulher foi para o hospital mas nada de grande monta, não partiu dentes, não perdeu visão nem audição, não ficou manca nem com um braço diminuído.
A violência doméstica é punida com pena de prisão entre 1 e 5 anos mas, juntando Posse de Arma Proibida, Fraude Fiscal, Tráfico de Influências, Branqueamento de Capitais, Usurpação de Funções, Homícidio na Forma Tentada, Atentado à Auto-determinação Sexual, Sequestro e mais uma lista enorme de coisas de que o ministério público é especialista em fazer Copy+Past, as esquerdistas esganiçadas pediam que o homem apanhasse pelo menos 5 anos de cadeia.
O problema é que Portugal já é um dos países do Mundo com mais presos e ter um homem um dia na cadeia custa 50€ aos contribuintes pelo que, se o tal meliante estivesse preso 5 anos, teríamos que pagar mais 91250€.
Será que se justifica que nós contribuintes paguemos mais 91250€ porque um homem não gostou de ser corneado?
O juiz teve toda a razão.
O melhor  é mandar o corno em paz com o conselho "Para a próxima, arranje uma mulher muito feia a ver se não é novamente corneado".
 
Qual é o problema da nossa floresta.
É económico.
Um hectare de floresta rende 200€/ano e "limpar" o terreno de forma a evitar a propagação rápida dos fogos florestas custa entre 500€/ano (terreno plano) e 1000€/ano (terreno acidentado).
Porque é que o Estado não "limpou" o Pinhal de Leiria?
Porque as nossas autoestradas têm as margens cheias de vegetação alta?
Porque custa muito dinheiro cortar e, com o nosso clima, aquilo rebenta e, passados alguns meses,  volta tudo ao mesma.
 
Terá solução?
Como diz o povo, tudo tem solução, mais não seja, a morte.
Neste caso, também tem solução.
 
Questão importante: não interessa que arda menos.
Em média, todos os anos arde cerca de 1,5% do nosso território, cerca de 65000ha de matos e 65000ha de floresta.
No mato cresce vegetação rasteira (tojo e giestas) e arbustiva (loureiro, carvalhadas e, cada vez mais, alta e densa por causa das acácias).
A floresta é um mato onde alguns carvalhos, pinheiros ou eucalíptos conseguiram vingar, normalmente, com pouca densidade, menos de 100 árvores por hectare.
O que interessa não é que arda menos mas antes que, ardendo esta mesma área (ou até maior), o prejuízo causado seja menor e o custo de prevenção e combate também seja menor.
 
Fogo tático.
Pelas imagens da TV, os bombeiros deixam que os incêndios se propaguem de mancha floresta em mancha florestal pelas zonas de mato.
Então, o que é preciso é que em Março-Abril-Maio se queimem as zonas de mato.
Bem, era isto o que os pastores faziam!
Para isso é preciso que os bombeiros (ou empresas privadas certificadas) promovam e apoiem a queima controlada de mato, à força toda, nunca menos que 130000ha por ano.
 
 
Vejam esta conta.
Tal como a UE dá um subsídio de 400€/ha/ano para ter silagem, dá 200€/ha/ano para os terrenos de pastagem ficarem incultos, também pode subsidiar os matos que vão ser queimados, com 200€/ha/ano (que é a rentabilidade média conseguida na floresta).
Pagar 130 000ha de matos para queimar serão 26 milhões€/ano em subsídios aos proprietários que comparam com os mais de 200 milhões €/ano que se gasta em combate aos incêndios.
Parece-me mais produtivo e os donos dos terrenos ficarão muito mais contentes.
E nesses matos queimados, pode ainda surgir o pastoreio como actividade secundária.
 
Contra fogo.
Uma vez começado o fogo, tem que se usar contra-fogo de forma massiva e nunca bombeiros que mais aprecem baratas tontas, a arriscar as suas vidas com uma mangueira que dá umas mijadelas.
 
Não se pode aceitar que um incêndio atravesse uma autoestrada de 6 faixas, mesmo que ladeada por acácias.
 

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Tanto Estado e, afinal, o povo tem que se desenrascar?

Já não sei se esta geringonça é de direita ou da esquerda. 
Os de Direita, dizem que o Estado não pode tomar conta das pessoas. Como diz (ou pensa) o Trump, cada um que se aguente como puder, se está doente e não pode pagar por não trabalhar nem se esforçar, que morra longe para não pegar a peçonha.
Mas em Portugal, contra o neo-liberalismo, apareceu a geringonça a dizer que o Estado, com mais e mias impostos, vai resolver todos os problemas de toda a gente.
Não é agora que.em, face do falhanço do Estado nos incêndios, vem a ministra d administração interna dizer que "as populações têm que se tornar resilientes às catástrofes?"
Então para que são os nossos impostos? Para meter nas contas da Suíça do Carlos Santos Silva?

O Obamacare e a procura de trabalho.
O Estado Americano pode bem pagar a assistência médica aos pobrezinhos e desempregados mas a questão não é essa.
É que quem tem emprego, tem seguro de família e a falta de assistência médica para os pobrezinhos desempregados é apenas uma pressão para que procurem emprego.
Bem sei que os esquerdistas gostam muito de anunciar o "estado social" mas estão todos contentes por o pagamento do Subsídio de Desemprego estar a diminuir.
Porque será que o subsídio de Desemprego não é pago aos desempregados de longa duração?
Por é que a geringonça não estende o prazo do subsídio de desemprego?
Porque, se o aumentar, o povinho não procura emprego.

O assédio sexual.
É por todos sabido que, em igualdade de competência, as mulheres bonitas têm mais sucesso que as feias.
Naturalmente, têm mais sucesso porque se insinuam junto dos homens.

Faz-me lembrar uma adivinha.
Qual a diferença entre uma puta e uma esposa?
A esposa tem contrato sem termo.

Mas vamos ao Weinstein.
A sexualidade é uma vulnerabilidade dos homens e uma arma das mulheres.
Interessante que, quando subiram depois de se deitarem, nenhuma dessas mulheres disse que as prejudicadas foram as que não se deitaram e que elas passaram à frente.
Nenhuma disse "Eu consegui este papel no filme passando à frente centenas de pessoas melhores do que eu porque sou uma puta e descobri que o Weinstein é um fraco."
Porque é que essas mulheres não se puseram ao fresco?
Porque queriam o dinheiro e aquilo não se rompe.
Atacaram o coitadinho como antes atacaram o Dominique Strauss-Kahn ou o Carlos Cruz.
Nós homens temos que ouvir essas acusações com muita reserva e não embarcar na caça às bruxas porque essas mulheres não passam de umas putas.

O que terá a sexualidade de tão especial?
Nós vivemos num mundo perigoso.
A sexualidade é uma coisa como outra qualquer.
Um homem (ou uma mulher) sentir-se sexualmente atraído por uma mulher (ou por um homem), são coisas totalmente naturais e, se uma mulher se mete debaixo de um homem para subir na vida, isso é o pão nosso de cada dia.
O Weinstein tinha um negócio privado, onde metia os atores que bem quisesse e, se os filmes não prestassem, era ele que tinha prejuízo.
Se a fama dele era que se mandava às atrizes, que fossem para outros filmes, de outros gajos.

Imaginem os filmes pornográficos.
Não acham natural que, chegando lá uma atriz para fazer o casting, tenha que tirar a roupa fora e fazer uma cena adequada ao filme?
Se o produtor se meter em cima dela, será apenas para ver se a coisa enrola ou desenrola.
Vir depois a atriz dizer "Quero um milhão de euros porque fui engana. Como o filme se chamava "Mulher com boca divina", pensei que era para ler a Bíblia".

As férias.
Um casal de classe média/baixa estava na brincadeira e a mulher disse:
- Sabes amor, há tantos anos que não vamos comer a um restaurantes, já não tiramos férias há mais de 10 anos, gostava tanto de ir a algum sítio como a nossa vizinha!
- Mulher, realmente tens razão, também tenho andado a pensar nisso e penso que tenho a solução. A começar hoje, sempre que fizermos amor, meto uma nota de 5€ na gaveta e, quando chegar a Julho, vemos se o dinheiro dá para irmos a algum sítio.
Os meses foram passando e, chegado Julho, o homem lembrou-se que era tempo de ver o saldo da gaveta.
- Amor, é hoje que vou ver o dinheiro que temos para as férias, pelas minhas contas, se comermos sandes e fizermos campismo, dá para tirarmos 7 dias no Algarve.
- OK? Devemos ter dinheiro para passar um ano no Rio de Janeiro num hotel de 5 estrelas com tudo incluído. Abre lá a gaveta!
A gaveta lá tinha meia dúzia de notas de 5€ e muitas mais, dezenas, de 20€, 50€, 100€ e até tinha uma de 200€.
- Mas mulher, como é que tem aqui estas notas tão altas?
- É que nem todos são forretas como tu.

É como no meu judo.
Na minha primeira aula de judo eu achava que era forte, já tinha feito 3 anos de Kung Fu, tinha andado uns meses em Luta Urbana ...
Então, o Mestre mandou-me fazer um combatezito com uma mocinha que, na minha óptica, tinha um "bocadinho" de peso a mais o que, entre outros sítios, se traduzia numa mamas muito avantajadas.
O Mestre disse-me, e por isso é que ainda estou vivo, "quando não puderes respirar ou achares que o braço vai partir, bate com a mão para avisares a Mafalda".
Eu pensei "O Mestre está maluco, algum dia este moça me vai derrotar"
Começamos, ela no espaço de 5 segundos, manda-me ao chão e, quando dou conta, estou a asfixiar porque ela prendeu-me pelo cinto na posição Norte Sul (Kami Shio Gatame) e tinha metido as mamas em cima da minha cara tapando-me a boca e o nariz.
Eu bem tentei gritar mas não saiu nada.
Lá me lembrei de bater com a mão nas costas dela que parou. Senão fossem as palavras do Mestre ...

Mas vamos aos incêndios.
Naturalmente que os incêndios traduzem incompetência.
Quando ardem milhares e milhares de hectares, morrem dezenas e dezenas de pessoas e continua tudo na mesma.
Quando o presidente da liga dos bombeiros vem dizer que "a ciência não serve para nada no terreno, que venha quem vier, vai arder na mesma" e continua lá.
Se ninguém (que lá está) consegue fazer nada, naturalmente, seria tempo de dar lugar a outros.
E dar lugar à experimentação de novas metodologias de combate e controle dos fogos.

Os bombeiros fazer lembra os Vietcoms (uma arma dava para 10 combatentes) pois uma mangueira ocupa uns 10 bombeiros, todos a perder tempo, água e a exporem-se ao perigo de forma desnecessária e sem resultado

Vamos ao problema.
O incêndio tem uma Frente entre a área queimada e a área virgem.
A Frente tem chamas altas e a área queimada não tem chamas mas está em combustão lenta nas raízes e na madeira carbonizada, que vai durar horas a extinguir-se.
Quando os bombeiros atacam a frente, apagam apenas as chamas altas de forma que, se não ficar terreno livre entre a zona queimada e a zona virgem, passado um bocado, acontece um re - acendimento.
É um erro, é deitar água fora, tentar parar a progressão da Frente no meio do matagal porque vai tornar a arder.
Tem que se usar as estradas, caminhos, rios e outros locais sem vegetação para local de ataque à progressão da Frente.
Eu já fiz queimadas e isto parece-me elementar.
Não compreendo como milhares de bombeiros no terreno não compreendem isto, que estão a perder o seu tempo e a dar caminho livre aos incêndios.
Apagam e logo recomeça e volta a apagar e volta a recomeçar até que vem a chuva.

A Frente é muito quente.
Ninguém consegue fazer frente à Frente de fogo num dia de calor e vento.
Então, tem que se fazer um contra-fogo a começar no local onde existe a barreira sem vegetação.
Mete-se uma barreira com tecido que não arda e começa-se o contra-fogo à força toda.
E os meios, em vezes de tentarem apagar a Frente, ficam a controla a progressão do contra-fogo que é muito mais fácil de fazer que apanhar de frente com a Frente de fogo.
Isto, não é preciso tirar uma licenciatura em Proteção Civil para saber isto.
E não em venham dizer que é por causa das equivalências.

Isto vai cair nos mais desfavorecidos.
Quem é que vai apanhar com a fava do fogos florestais?
Os velhotes que têm um terrenito perdido no meio de nada.
Vão chumbar com taxas, impostos, multas e ainda com cadeia.

Sabem porque este fim de semana houve tantos incêndios?
E isto porque as Câmaras estão a mandar centenas de cartas a ameaçar "Ou limpam os terrenos ou apanham com uma multa que até lhes vão cair os dentes."
Os velhotes aproveitaram o anúncio de que viria um furação para queimar o mato.
E queimou mesmo, já estão limpos.

Qualquer dia!
Não estranhem se, qualquer dia, começarem a aparecer licenciados em Bombeiro com mestrado em Mangueirista e doutoramento em Ramos (a bater nas chamas).
Como dizia a minha mãe (Deus lhe dê muitos anos de vida) "Meu filho, arranja qualquer coisas no Estado que és tão malandro que não te safas em mais lado nenhum."
Bombeiro parece-me bom, meia dúzia de incêndio em que, se não fizer nada, será dito que nada poderia ser feito e, o resto do ano, a assobiar para o ar. E, depois, tem noites e horas extraordinárias.

A Mata de Leiria ardeu!
Então é culpa dos velhotes não limparem as matas ou é culpa do Diabo?
Como podem as mesmas pessoas que deixam as matas do Estado arder virem dizer o que os privados devem fazer para evitar os incêndios?

Dá para asfixiar

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Fogos florestais: o progresso obriga à mudança

A "tecnologia" do incêndio florestal. 
As árvores são formadas por celulose (tem outras moléculas mas simplifiquemos) que é açúcar  polimerizado que oxida continuamente (é o normal envelhecimento da madeira e de tudo que é orgânico), libertando energia:
      (n)C6H10O5 + O2 => CO2 + H2O + Energia (4kcal/g)
Esta reação nas condições normais de humidade e temperatura é muito lenta, demorando milhares  de anos a oxidar uma simples folha de papel (que é feita quase integralmente de celulose).
Claro que existem fungos que conseguem realizar esta oxidação muito mais rapidamente (o apodrecimento) e mesmo animais (por exemplo, as térmitas) mas, mesmo assim, a oxidação ocorre de forma muita lenta e incompatível com um incêndio pois, a 60.ºC, os seres vivos morrem (acontece a pasteurização).

Aumentando a temperatura, a velocidade de oxidação acelera.
Se abaixo dos 100.ºC a oxidação é muito muito lenta, acima dos 300.ºC a celulose começa a decompor-se muito mais rapidamente em carvão (sólido) e em gases (simplificadamente, metano e monóxido de carbono).
      C6H10O5  + Calor => Carvão (C) + gases (CH4 e CO)
Quando mais elevada for a temperatura, mais rápida é esta decomposição que se chama "destilação".
Agora, o carvão arde ficando em brasa (a combustão mantém-se estável porque a camada exterior da "pedra" não deixa o oxigénio  entrar) mas os gases ardem muito rapidamente chegando a explodir.
A elevada temperatura, uma folha de papel que demoraria milhares de anos a oxidar, oxida numa fração de segundo.

Um incêndio é um "reator" com uma reação em cadeia.
Para que aconteça a decomposição da madeira, a temperatura tem que se manter acima dos 300.ºC o que acontece quando o carvão está a arder "por baixo".
Sem a temperatura fornecida pelo carvão, a madeira não liberta gases e não se transforma em mais carvão necessário para alimentar o "reator".
Os gases, porque atingem elevadas temperaturas, também ajudam a fornecer o calor necessário para que a madeira se continue a decompor.

 Fig. 1 - Esquema de uma fogueira ativa

A frente de fogo.
Tem a vegetação rasteira, muito fina e seca, a fornecer calor para que os arbustos e copas das árvores libertem gases inflamáveis que vão criar temperaturas muito elevadas (por irradiação) que ajudam a propagação do incêndio junto ao chão.
A dinâmica é favorecida em terrenos a subir e a favor do vento.



Fig. 2 - Esquema da frente de incêndio

Qual o efeito da água no "reator"?
A água arrefece o "reator" o que, por um lado, para a reação acelerada de oxidação do carvão e, por outro lado, evita que a madeira liberte mais gases combustíveis.
É semelhante a, quando no campismo fazíamos uma fogueira (bem sei que agora é proibido), ao efeito de espalharmos o material (deixaria de haver temperatura suficiente para a reação em cadeia continuar).

O contra-fogo é a tecnologia "inversa" à água.
Não arrefece a "reação em cadeia" na hora em que ela está a acontecer mas, queimando previamente parte da vegetação rasteira, deixa de haver densidade de combustível suficiente para que a temperatura atinja os valores necessários para que o fogo se auto-alimente.
Assim, quando a frente de fogo chegar a uma área previamente "tratada" com o contra-fogo, não consegue continuar.

Agora, a minha proposta para controlar os fogos florestais.
Usar água é pouco eficiente no combate aos fogos florestais porque:

A) A água tem pouca capacidade de apagar fogos o que obriga a transportar continuamente grande quantidades e a grandes distâncias (em camiões e aviões).

B) Tem que haver estradas até ao local o que é impossível porque a frente de fogo é dinâmica, e o transporte aéreo é muito caro.

C) O dinamismo da frente de incêndio obriga a que seja preciso repetidamente combater o incêndio (o que regamos agora de nada vai servir daqui a um minuto porque o fogo caminha para a frente).

D) Como a dinâmica é incerta, não é possível fazer um planeamento dos meios (os bombeiros têm que ficar à espera da chegada da frente de fogo).

Contra-fogo com uma tela de pano ignífugo.
Um pano ignífugo é uma tela feita em fibra de vidro, leve e barata, que serve de barreira à propagação de calor, chama e não arde.
Quando temos uma "estrada" estreita onde se vai fazer o contra-fogo, há o problema de haver um atravessamento ao longo da linha em chamas e ainda de o sapador sofrer muito calor.
O pano ignífugo vai fazer uma muralha com 3 metros de altura e uma extensão de 100 metros o que dá tempo para que a linha de contra fogo se afaste da "estrada".
Como o pano evita a passagem de calor, a necessidade de meios para evitar os atravessamentos tornam-se muito reduzidos podendo mesmo ser feito sem necessidade de água.
Naturalmente, eu proponho uma tela com 3 metros de altura e 100 m de extensão mas isso terá que ser determinado por experimentação no terreno.
Esta tela não será de difícil uso (mesmo com vento) porque pode ser usado na horizontal (deitada sobre o material a queimar).

Fig. 3 - Esquema de contra-fogo com tela ignífuga


Quanto custará a tela ignífuga?
Estive a ver uns preços e anda na ordem dos 5€/m2.
3 m x100 m = 300 m2 que custarão 1500€.
Pensando que terá um sistema de suporte e controlo (pegas, pilares e apoios), ficará nos 3000€.
E a tela pode ser usada vezes sem conta.

Na frente de fogo.
E tecnologia da tela ignífuga também pode mesmo ser usada como auxiliar das mangueiras de água na frente de fogo, situação em que será apenas necessário usar água no que passar por baixo da tela e não a apagar o fogo diretamente.

Fig. 4 - O contra-fogo faz-me lembrar que nem tudo o que está queimado é feio





quinta-feira, 27 de julho de 2017

O modelo de combate aos fogos florestais está errado

🙏A floresta não rende quase nada.
As estatísticas mostram que a área florestal e de mato ardida tem uma média de 125 000 ha por ano o que representam 1,4% do território nacional (ver).
Estes 1,4% traduzem que um terreno arde a cada 70 anos.
Em termos económicos, se tivermos um pinhal de 10000m2 com 500 árvores com 30 anos avaliados em 4000€ (um rendimento de 133€/ano) e a madeira queimada perder 50% do valor, um seguro contra incêndio custará qualquer coisas como 30€/ano/ha.
Comparando com a despesa de "limpar o mato", é melhor gastar os 30€/ano no seguro pois este dinheiro só dá para 3 horas/ano de limpeza que não dá nem para aquecer a roçadoura.
Resumindo, em termos médios, um hectare de pinhal rende 100€/ano.
Para se ver quão miserável é o rendimento da floresta, para cobrir o meu custo salárial seriam precisos 650 ha de pinhal o que é uma enormidade.
E eu a trabalhar 24h por dia, 7 dias por semana não conseguiria limpar esses 650ha de pinhal de forma a evitar o risco de haver um incêndio florestal!
 
Fig. 1 - O meu custo salarial corresponde a um pinhal do tamanho de grande parte da Cidade do Porto
 
Gastam-se 200 milhões€/ano em combate florestal.
Se a floresta, como dizem, rende 1300 milhões €/ano este custo corresponde a 15% do rendimento da floresta o que traduz que o decisor político pensa que os meios de combate reduzem a área ardida em pelo menos 90%.
Vejamos de onde tirei este número.
Para ser economicamente racional, gastam-se os 200 milhões porque, se não se combatesse os incêndios, o rendimento da floresta seria inferior a 1100 milhões€.
  Rendimento Potencial sem incêndios = 1300/(1-1,4%) = 1320
Daqui tira-se que o risco de incêndio, x, resolve a desigualdade seguinte
  1320*(1-x) < 1100  <=> x > 1100/1320 - 1 =16,7%
A redução terá que ser de pelo menos 16,7%/(16,7%-1,4%) - 1 = 91,5%

Venham mais 4 aviões.
O Costa resolveu a guerra da propaganda encomendando mais 4 aviões com capacidade para combater fogos florestais.
Mas ninguém ainda deu conta que o modelo de combate aos fogos florestais está errado?
Que daqui a nada se gasta mais dinheiro a combater os fogos florestais que todo o prejuizo possível de acontecer?
Se um ha rende 100€/ano, como se pode obrigar os velhinhos do interior a cortar o mato?
E para quê gastar tanto dinheiro se o mato não tem qualquer valor?
 
Ordenar a floresta não é destruir o coberto vegetal.
Ordenar será dividido a zona florestal em favos e desenhadas "faixas de corta-fogo" onde, em caso de incêndio num favo, possa ser garantido que o fogo não sai dessa área.
Se os favos tiverem 1000 ha e a faixa de conta-fogo de 25 metros, teremos um desmatamento de 1,6%.
Naturalmente, o combate ao incêndio seria apenas na faixa de corta-fogo e o corta-fogo feito contra o vento e a subir.
Deixar os bombeiros à espera que a frente de fogo chegue é uma perda de tempo pois vai passar e um perigo de vida.

Fig. 2 - O contra-fogo deve ser feito contra o vento para "cortar" o caminho à frente de fogo.
Os bombeiros garantem com os auto-tanques que o contra-fogo não atravessa a "faixa de contra-fogo" o que é muito mais simples do que enfrentar a frente de fogo.
 


 Fig. 3 - Em terreno inclinado, o contra-fogo deve ser feito a subir (e contra o vento).
É mais fácil um contra-fogo em terreno acidentado (exactamente o mais difícil de apagar com meios convencionais) porque a inclinação ajuda a encaminhar o contra-fogo.
 
Será que alguma vez veremos corta-fogos?
Não acredito nisso.
Claro que deveria ser feito um ensaio de combate com contra-fogo massivo mas não temos governantes com estaleca para isso.
O que veremos é mais e mais aviões, helicópteros, autotanques e bombeiros.
E também veremos mais e mais incêndios florestais porque há cada vez menos pessoas nas zonas florestais e a floresta cada vez rende menos.
 
Fig. 4 - Só vos peço que não pensem mais em fogos e que descansem a mente com um pouco de ioga.
iooooooooooooooooooooooooooo
Que par de pés ;-)

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