sábado, 17 de março de 2012

Eu estive a ler o prefácio do Cavaco Silva

Aquilo é tão chato.
Repete, repete, repete, mastiga, mastiga, mastiga, e pouco diz. É um bom exemplo de como escrever mal. O melhor será o Cavaco, doravante, pedir à professora que ajudou a Carolina Salgado a escrever o Eu Carolina que lhe reveja os escritos. Concerteza que passarão a ser mais interessantes.
A coisa é tão chata que não será difícil escrever qualquer coisa mais interessante.

Valerá a pena ler o dito cujo?
Falar do Benfica é deprimente (está equiparado ao Braga), do Porto dá stress (parece sempre que vai perder), de mulheres boas entristece (vemo-las ao longe) pelo que fica o prefácio do Cavaco. Mas como aquilo é tão chato, tão chato, tão chato, de certeza que ninguém vai ler aquilo pelo que a comunicação social pode falar do assunto sem ler a coisa. Como ninguém vai ler, vão-se criar múltiplas interpretações sobre "o que o fulado disse sobre o que o Cavaco terá escrito". Mas ler, nem pensar pois, quem o tentou,  adormeceu para um estado de coma profundo.

O Cavaco pediu para que o povinho lesse o prefácio
Diz ele que são poucas páginas. Já nem pediu que lêssemos o livro tudo, contentando-se com o prefácio.
Se as entradas são tão chatas, imagine como será o prato principal. Deve ser capaz de fazer adormecer profundamente um ciclista enquanto pedala a subir a Serra da Estrela.
Ahhhhh, agora percebi. Quando Jesus foi ressuscitar o Lázaro, de facto ele não estava morto. Tinha começado a ler o prefácio do Herodum Cavacum, estadista similar ao nosso presidente. Na processo de reanimação, Jesus ameaçou,
- Levanta-te Lázaro senão eu leio mais um pouco do livro
- Nãããããaaaaaa, gritou imediatamente o comatoso Lázaro Santos Pereira ficando logo vivinho da silva.

Primeiro, o título do livro, Roteiros IV é aziago.
Faz lembra o famoso PEC que arruinou o Sócrates, o PEC IV.
O Cavaco deveria fazer como na tropa onde os mancebos passam do número 10 para o 12 ( o número do seminarista) e do número 68 para o número 70 (o número da besta).
Meter qualquer destes números num mancebo, seria uma condenação à chacota e vexame eternos.
Ainda quando fossem velhinhos, no lar da 4.a idade, diriam,
- Aquele ali é o 69.
Seria mais inteligente passar do "Roteiros III" para o "Roteiros MMXII".

Fig. 1 - O número da besta.

Vamos agora ao prefácio
Tem 6500 palavras o que dá 15 páginas de texto.
Para um coisa anunciada como pequena, isto é muito grande. É como a coisa do elefante que só é pequena na óptica da baleia.
Mas 15 páginas para dizer o quê? Que o Sócrates foi desleal? Bastavam, mesmo com 5 repetições, umas 100 palavras.

Fig. 2 - Esta baleia é tão pequenina. Só pesa 6500kg.

O Cavaco adoptou a estratégia de comunicação da esquerda
Pega em meia dúzia de palavras e repete-as

1. Toma e embrulha. Atacaram-me na campanha eleitoral mas eu ganhei à primeira volta.

2. Eu já tinha avisado que caminhávamos para a bancarrota. Dizem que eu estive calado mas eu não me cansei de martelar na cabeça do Sócrates.

3. O Sócrates trafolhou-me. Eu lia os números oficiais que eram preocupantes mas ele vinha sempre com informação de última hora a dizer que estava tudo bem para não dizer que estava óptimo. O Sócrates mentia a mim e ao povo.

4. É quinta-feira, marretada. Aproveitava as reuniões da quinta-feira com o Sócrates para lhe dar cabo da cabeça. Ele saia de lá cheio de galos pois eu não me cansava de o marretar. Pumba, pumba, pumba, pumba.

5. O Sócrates não me ligava nada. Eu bem marretava, marretava, mas ele mantinha-se sempre na dele.

6. O Sócrates avançou com o casamento gay. Para anestesiar o povo. Quando eu falava, ele atacava com um porcaria qualquer e já ninguém me ligava. Era dar uma comunicação ao país em simultâneo com o Futre. 

7. Eu não podia fazer mais nada. Eu queria tirar de lá o Sócrates mas não podia e o PS não queria. Pensei em dissolver a Assembleia da República mas as sondagens diziam que o Sócrates voltava a ganhar. Estava atado de pés e mãos pela campanha desinformativa do Sócrates. Tive que esperar pelo momento certo.

8. Cooperação estratégica. Sendo que não podia fazer nada, tentei o meu melhor pedindo colaboração ao PSD para tentar controlar o manicómio em que Portugal se tinha transformado.

10. Falta de lealdade. Foi o nome de código da batalha final que levou à derrota do Sócrates. Dedico no prefácio uma secção à historiografia dos desenvolvimentos tácticos desta famosa batalha.

A táctica da batalha

A) O Sócrates mordeu o isco. Como eu lhe marretava a cabeça, o Sócrates pensou que a Sr.a Merkel ao aceitar um plano de austeridade, eu ia ficar ainda mais amarrado. Então apresentou o PEC IV no exterior antes de o fazer a mim e ao PSD. Mordeu o isco. Fiz-lhe um derrote que ele ficou confundido e demitiu-se porque as sondagens diziam que ele iria ganhar outra vez.


B) Lancei a uma granada aos partidos. Reuni o Conselho de Estado dizendo aos partidos para fazerem um esforço adicional para encontrar um compromisso. Tudo falso.

C) Armas que utilizei.
  1."O governo não me comunicou nada";
  2. "Fiquei impedido de realizar uma magistratura de influência";
  3. "Foi o Sócrates que se demitiu";
  4. "Os partidos é que defenderam a dissolução da Assembleia da República";
  5. "Não podia obrigar ninguém a coligar-se com o Sócrates";
  6. "Eu acreditava na informação do Governo; caso contrário, teria de admitir que este a deturpava";
  7. "Eu gostava do Sócrates. Mandou-me 1741 diplomas e eu promulguei-os todos"

O Pós Guerra - Eu sou um santo incompreendido.
Os da comunicação social são uns esquerditas ressabiados e ignorantes que apenas querem dar cabo da minha paciência. Eles sabem a verdade mas, como eu os derrotei apenas com a minha grande inteligência, seriedade  e conhecimento, esses esquerdista iniciaram uma campanha de guerrilha contra mim e contra Portugal.

O Cavaco deveria escrever um prefácio ao prefácio.Tipo o resumo daquelas obras que é preciso ler no secundário.

Eu sou o maior, sou um génio, sou o Cavaco.
Sou sério, inteligente, conhecedor da realidade e leal para com o povo português que, ao votar em mim, demonstra que o sabe. Agradeço essa honra.
O Sócrates era terrível. Além de deturpar a verdade, conduziu Portugal à bancarrota.
Eu, sabendo disso, dei início à guerra de destruição total do socratismo.
Comecei, lentamente, a dizer ao povo que caminhávamos para uma tragédia. Aparentemente  ninguém queria acreditar porque o bicho usava técnicas informacionais difíceis de anular num ataque directo, mas fui enervando a onça. Depois, no privado das reuniões da quinta-feira, eu ficava com o braço a doer de tanto marretar a cabeça do bicho.
Nem lhe dava tempo para pensar, era marretada atrás de marretada.

Eu sou o maior, sou um génio, sou o Cavaco.
Não podia usar um ataque mais forte porque senão ele ganhava outra vez as eleições.
Mas tanto dei que levei o bicho ao erro: apresentou o PEC IV à Sr.a Merkel sem me dizer nada. Foi burro porque era disso que eu estava à espera.
Pumba, iniciei a batalha final: "a falta de lealdade".

Eu sou o maior, sou um génio, sou o Cavaco.
Oficialmente eu não fiz nada. O Sócrates é que se demitiu, os partidos é que disseram que queriam a dissolução da Assembleia da República. Eu ainda "tentei um compromisso" mas "revelou-se uma perda total de tempo".
Mas a mão era a minha. O bicho estava desequilibrado pelo que eu apenas o conduzi à queda total.
Foi um estrondo lindo.
Mais difícil foi eu ter consegui que o Pedro Passos Coelho ganhasse as eleições ao Sócrates. Custou mas, com a ajuda do Catroga e do Vítor Bento, dei cabo do bicho. Ainda não é tempo para falar disto.
No final até me recordei dos tempos da Salazar: o bicho só parou em Paris.
Eu sou um génio e toda a gente o sabe. Mas os esquerdistas, demagogos e ignorantes da comunicação social andam a dizer mal de mim. Pensam que me vão derrotar mas esperem para ver. Até vão deitar fumo pelas orelhas.

Eu sou o maior, sou um génio, sou o Aníbal Cavaco Silva.

Um abraço ao povo português.

Fig. 3 - Dar cabo do bicho deu-me uma enorme alegria. Pena ter que lá meter aquele rapazola da Jota e o Portas de quem não gosto nada. Mas não perdem pela demora.

Pedro Cosme Costa Vieira

terça-feira, 6 de março de 2012

A short list foi adiada

Sei que estão com curiosidade de saber o resultado do prémio Wolfson.
Há pouco anunciaram no sitio que "Due to the sheer number of Prize entries, we will be publishing the shortlisted submissions later this month. Entrants who make the final shortlist will be contacted in advance. Further details on date for publication of the shortlist will be announced soon."

Vamos ter que aguardar mais um mesito.


Pedro Cosme Costa Vieira

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