O Pedro é bom rapaz, o Álvaro é uma jóia, o Gaspar é um castiço sempre a dar sinais de luzes com as mãos. Mas este governo é fracote. Pensam que as coisas se resolvem com falas mansas, com um aumentozito e logo depois um passe social para os coitadinhos. Não vão a lado nenhum
Fig. 1 - É o bicho, é o bicho vou-tas apalpar.
O PSD e a mamadeira.
As pessoas acreditam em milagres. Os da direitistas acreditam na "Nossa Senhora de Fátima" e no "Valha-me Deus" e os esquerditas na "defesa da classe média", no "ataque aos capitalistas" e na "redução da despesa". Tudo miragens.
Depois vem o concreto.
Na Madeira são 500 milhões nas duas primeira "pinguinhas" pois, como reconheceu o Alberto João, as coisas agora vão vir, virão, às pinguinhas. Eu diria, no fim do virão, serão baldadas.
Temos as empresas públicas controladas pelos PSDezistas e que é preciso liquidar.
Temos as empresas privadas que têm as PPPs, contratos de SCUTS, TGVs, e cancalhada, as éolicas e a co-geração que recebem do PERE e que são geridas por PSDistas.
Ei no que o homem foi mexer.
Até a Ferreira Leite veio a terreiro.
O que é preciso fazer: dizer a verdade.
Fig. 2 - A senhora tem uns olhos bonitos pelo que fazendo umas madeixas, fica perfeita.
1. Portugal está completamente falido.
Fora o dinheiro que a Troika mete cá, o Estado endivida-se 500milhões de € a cada 15 dias a um prazo de 6 meses. Quer dizer que daqui a 6 meses vai ter que pagar estes empréstimos e não tem onde ir buscar dinheiro. Daqui a 6 meses, vai-se endividar 500M€ por semana. É uma loucura total.
Mesmo assim, não consegue pagar aos advogados, os medicamentos dos hospitais, as obras em curso, fornecimentos, está a atrasar todos os pagamentos. É uma falência total.
2. Não é possível cortar a despesa pública.
Como já referi, 2/3 da despesa são transferências da Segurança Social (reformas, RSI, Sub. de desemprego, abonos, ajuda aos velhinhos dos lares, crianças abandonadas) e salários. Como é possível cortar isto se não se fala em cortar reformas nem salários?
No que sobra, 35% são despesas em saúde que não salários. Como é possível cortar isto se não se fala em renegociar os contratos de fornecimentos de serviços?
É impossível. É uma mentira para anestesiar. Depois vai acontecer como no tempo do Sócrates e na Madeira, nada se concretiza.
Onde estão os instrumentos de política.
Imaginem um carro que gasta 6l/100km e eu anuncio que vou reduzir o consumo como nunca ninguém conseguiu fazer desde 1950. Mas vou reduzir como? Que instrumento é que eu vou utilizar? Fica-se pela minha vontade de entrar no guinness? Eu teria que dizer que "existe um parafuso no carburador que virando para a direita meia volta, o consumo reduz-se e vamos usar esse parafuso".
O governo tinha que dizer os instrumentos de política que vai utilizar.
Como vai reduzir a despesa da S.S.? Vai reduzir as pensões?
Como vai reduzir a despesa no ensino? Vai reduzir os salários?
E na prestação de serviços? Vai fazer uma lei em que os pagamentos nos acordos de PPPs se reduzem em 10%?
Corta na Saúde como? As pessoas vão pagar mais taxas moderadoras? Vai fazer o quê?
Isto é conversa para adormecer as criancinhas e o pisca pisca é para nos hipnotizar.
Eu vou, pisca pisca, cortar, pisca pisca, na despesa, pisca pisca, e vou ajudar, pisca pisca, toda a gente, pisca pisca, a Madeira, pisca pisca, vai assinar, pisca pisca, um acordo, pisca pisca, de estabilização, pisca pisca, a gente entrega-lhe a massa, pisca pisca, e o Alberto João usa o acordo, pisca pisca, para limpar o cu.
O estimado leitor provavelmente não percebeu o fim da frase anterior porque já estava hipnotizado. Volte lá para ver que o governo vai mandar 1000M€ para a Madeira e eles continuam no regabofe.
3. Falar claramente nos impostos.
O Gaspar tem que dizer claramente que os impostos têm que subir 20%. Que o IVA tem que ir para 30%. Que as contribuições para a Segurança Social têm que aumentar 20%. Que os preços dos transportes têm que aumentar mais 20%.
Estamos num manicómio.
Subiram os transportes e quando o povo já estava preparado, voltam atrás ficando as pessoas a pagar ainda menos que pagavam antes dos aumentos. Mas o Estado não vai compensar as Empresas Públicas.
Então quem vai? Vão falir? Conversa fiada.
E os Estaleiros de Viana do Castelo? Mais um adiamento e lá continuam 720 homens ao alto.
Diz o Papa, o Jorge Nuno.
Quando começam a dizer que um jogador ou treinador está a pedra e cal, dura lá pouco.
Quando o Gaspar vem dizer que "não vamos falhar" para depois amenizar "não podemos falhar" e dar logo o dito por não dito "falhar será terrível" quer dizer que não é capaz de levar a nau a bom porto.
Já falhou e será terrível, pisca pisca.
Pedro Cosme Costa Vieira