Os dez mandamentos
não devem ser ignorados. É importante que os estudemos e compreendamos. Mas, é
claro, é mais importante que nós os obedeçamos. Deus não fica impressionado com
uma análise intelectualmente cuidadosa que coloca o Decálogo no centro do discipulado
cristão. Ele requer que os discípulos realmente sigam esses mandamentos.
Mas que seja pelas
razões corretas. É necessário muito esforço para obedecer aos Dez Mandamentos
da motivação errada e para o fim errado é uma maneira infalível de viver nosso
relacionamento com Deus de maneira errada. Deus deu os mandamentos para que eles
fossem obedecidos - não para se obter a salvação, mas por causa de quem somos,
quem é Deus em si mesmo, quem ele é para nós, onde estamos e o que ele fez.
Razão
1: Quem somos
Não perca o óbvio:
Êxodo 19 vem antes de Êxodo 20. Deus já identificou os israelitas como "um
reino de sacerdotes e uma nação santa" (Êx 19.6). Eles são um povo
separado. Isso também é verdade a nosso respeito. Como cristãos, nós também
somos um reino de sacerdotes e uma nação santa (1Pe 2.9). Precisamos estar
preparados para ficarmos sozinhos, para parecermos diferente e termos regras
que o mundo não entende. Claro, nem sempre somos as pessoas santas que
deveríamos ser, mas é o que ele nos chamou para que sejamos. É quem somos.
Somos o povo de Deus, separados para viver de acordo com os caminhos de Deus.
Razão
2: Quem é Deus em si mesmo
Os versículos de
abertura em Êxodo 20 não são apenas um preenchimento antes que os mandamentos
comecem serem declarados. Eles estabelecem quem é Deus e por que devemos
obedecê-lo. No verso 2, Deus se revela novamente como “o SENHOR”, isto é, como
o SENHOR, seu Deus que guarda a aliança. Este é o Deus que falou com Moisés na
sarça ardente. Este é o Deus que disse: "Eu sou quem Eu sou" (Êxodo
3:14). Este é o Deus criador soberano, autoexistente, autossuficiente e
todo-poderoso. Este é o Deus das pragas e do Mar Vermelho e do maná no deserto.
Este não é um Deus com quem se pode brincar. Se existe um Deus, e se ele é algo
como o Deus revelado a nós nas Escrituras, então seria extremamente presunçoso,
tolo e (por todas as razões) perigoso para nós sintetizar o nosso próprio
código ético.
A lei é uma expressão
do coração e do caráter do Legislador. Devemos pensar sobre isso antes de
dizermos: "Não me importo com as leis" ou antes de sermos ríspidos
com a ideia de "cumpri-las" ou "não". Os mandamentos não
apenas nos mostram o que Deus quer; eles nos mostram como Deus é. Eles dizem
algo sobre a sua honra, o seu valor e a sua majestade. Eles nos dizem o que
importa para Deus. Não podemos desdenhar a lei sem desrespeitar o Legislador.
Razão
3: Quem é Deus para nós
O Deus dos Dez
Mandamentos é revelado não apenas como o Senhor, mas como o "Senhor seu
Deus" (Êx 20.2). Somos sua possessão preciosa (Êx 19.5; 1Pe 2.9). Este
Deus de poder absoluto não é um tirano caprichoso, nem uma deidade excêntrica
que exerce autoridade crua e desenfreada sem qualquer consideração por suas
criaturas. Ele é um Deus pessoal e, em Cristo, ele sempre é a nosso favor (Rm
8.31). Seria assustador até o ponto da morte, se Deus trovejasse dos céus:
"Eu sou o Senhor!" Mas a autorrevelação divina não para por aí. Ele
continua acrescentando: “... seu Deus.” Ele está do nosso lado. Ele é o nosso
Pai. Ele nos dá ordens para o nosso bem.
Razão
4: Onde estamos
A definição bíblica
de liberdade não é “fazer o que você quiser”. A liberdade está em aproveitar os
benefícios de fazermos o que devemos. Muitas vezes pensamos que os Dez
Mandamentos nos restringem - como se os caminhos de Deus nos mantivessem em
servidão de realizarmos os nossos sonhos e alcançarmos o nosso potencial.
Esquecemos que Deus significa nos dar vida abundante (Jo 10.10) e verdadeira
liberdade (Jo 8.32). As suas leis, 1Jo 5.3 nos diz que, não são pesadas.
Você acha que é
pesaroso ter Dez Mandamentos? Você sabe quantas leis existem nos Estados
Unidos? É uma pergunta complicada, porque ninguém sabe! Existem 20.000 leis nos
livros que regulam apenas a posse de armas. Em 2010, cerca de 40.000 novas leis
foram adicionadas em vários níveis em todo o país. O Código dos Estados Unidos,
que contém apenas os princípios teóricos de leis federais e não inclui
estatutos reguladores, tem mais de 50 volumes. Em 2008, um comitê da Câmara
pediu ao Serviço de Pesquisa do Congresso para calcular o número de infrações
penais na lei federal. Eles responderam, cinco anos depois, que lhes faltavam
recursos humanos e recursos para responder a essa pergunta.
Deus
não está tentando nos esmagar com burocracia e regulamentos. Os Dez Mandamentos
não são barras de prisão, mas leis de trânsito. Talvez existam alguns
anarquistas que pensam: o mundo seria um lugar melhor sem nenhuma lei de
trânsito. Mesmo que você fique impaciente no sinal vermelho, acelere no amarelo
e vire numa curva proibida- no fim das contas, você não se alegra de haver
alguma aparência de lei e ordem? As pessoas param e vão. As pessoas diminuem a
velocidade ao dirigir próximo das escolas. Eles param para os ônibus escolares.
Você não seria capaz de dirigir seu carro até o supermercado sem leis. Quando
você dirige em uma curva ao passar por uma montanha, você amaldiçoa os trilhos
de guarda que o impedem de mergulhar para uma morte prematura? Não, alguém os
coloca lá com grande despesa, e para nosso bem, para que possamos viajar
livremente e com segurança.
Os Dez Mandamentos
não são instruções sobre como sair do Egito. Eles são regras para um povo livre
permanecer livre.
Razão
5: O que ele fez
Note mais uma vez que
a lei vem depois do evangelho - depois das boas novas de libertação. Deus não
veio ao povo, como escravos, e disse: “Eu tenho Dez Mandamentos. Eu quero que
vocês façam tudo certo. Eu voltarei em cinco anos, e se vocês purificaram a sua
vida, eu os libertarei do Egito.” É assim que algumas pessoas veem o
Cristianismo: Deus tem regras, e se eu seguir as regras, Deus vai me amar e
salvar. Não foi o que aconteceu na história do êxodo. Os israelitas eram um
povo oprimido e Deus disse: “Eu ouço o seu clamor. Vou salvá-los porque eu os
amo. E quando forem salvos, livres e perdoados, lhes darei uma nova maneira de
viver.
Precisamos
ouvir isso novamente: a salvação não é a recompensa pela obediência; a salvação
é a razão da obediência. Jesus não diz: "Se obedecerem aos meus
mandamentos, eu os amarei". Primeiro, ele lava os pés dos discípulos e
diz: "Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos" (Jo 14.15).
Todo o nosso cumprir é apenas por causa do que ele primeiro fez por nós.
https://www.thegospelcoalition.org/blogs/kevin-deyoung/five-reasons-obey-ten-commandments/
Traduzido por Ewerton B. Tokashiki