Mostrar mensagens com a etiqueta Vaillant. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Vaillant. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 17 de maio de 2023

A capa do dia


Sempre gostei de Banda Desenhada (histórias em quadrinhos, no Brasil) e Michel Vaillant é dos meus favoritos, também por causa da ligação com o automobilismo.

Primeiro, um pouco de história. Vaillant foi criado em 1957 por Jean Graton (1923-2020), e apareceu nas páginas da revista Tintin, com um sucesso estrondoso. Piloto da equipa Vaillante, co mo seu irmão Jean-Pierre como diretor desportivo, e o americano Steve Warson como seu companheiro de equipa, correu em tudo que era carro, fosse Formula 1, Endurance, Ralis, Dakar e Indy, numa carreira que parecia não acabar nunca, mesmo quando Warson saiu de equipa e foi substituido por pilotos reais. Gente como Jacky Ickx e Didier Pironi, por exemplo, foram "pilotos" da Vaillante.

Graton sénior deixou de desenhar no inicio do século, passando o bastão a Philippe Graton, seu filho, e desde o inicio da década passada, eles partiram com novas aventuras. Pessoalmente, acho que com a nova gerência, depois de Jean Graton, as histórias ficaram melhores, mais "adultas" e mais "obsscuras". E no ano do centenário das 24 horas de Le Mans, aparece uma nova história, passada... em La Sarthe, palco de muitas histórias passadas. "O Fantasma de Le Mans" foi a minha primeira história que li, cortesia do meu tio, mas o meu favorito de sempre continua a ser "Rush" (não é o filme de 2013), de 1969, onde eles correm numa Carrera Panamericana fictícia, entre o Alasca e a Tierra del Fuego, onde Michel Vaillant faz parceria com um piloto real, e o escolhido foi Francois Cevért.

Contudo, a capa da nova aventura do piloto francês deixou-me de sobrolho franzido. Um(a) sniper na capa fez-me logo lembrar de uma das "teorias da conspiração" de Imola, onde, alegadamente, alguém deu um tiro no Williams de Ayrton Senna no dia em que bateu na Tamburello, como a querer criar um mártir do automobilismo (ainda mais?). Provas sobre isso, não existem, e muito afirmam que isso não é possível, acertar em alguém a 300 por hora. Nem mesmo atiradores olímpicos de "skeet" (tiro aos pratos) 

Contudo, como os brasileiros são bem zueiros, tenho pena que o Michel Vaillant não seja publicado por lá (ou se é, não é relevante). Mas a capa da nova aventura do piloto mais famoso do mundo e parece não pendurar o capacete, de certeza irá fazer pensar que tentar atingir um carro em movimento parece ser algo plausível. Ainda por cima... uma atiradora!  

sexta-feira, 20 de julho de 2018

A imagem do dia (III)

Uma imagem da última página do álbum "O Forçado das Galés" (Le Galérien), do álbum Michel Vaillant. Desenhado em 1979, vê-se Jean-Pierre Vaillant, irmão de Michel e diretor da equipa Vaillant, a remar como se fosse um escravo, numa espécie de "comic relief". Atrás dele está o criador, Jean Graton, e alguns dos seus colaboradores. Um deles, à direita na imagem e na mesma fila que Graton, é Claude Viseur, Clovis de nome artístico. 

Desenhador belga, ativo desde meados dos anos 60, não só com passagens Jean Graton, e um dos ilustradores mais conhecidos da linha clara franco-belga, e amante de automobilismo, Clovis morreu ontem em Bruxelas, aos 72 anos de idade.

Sobre a sua vida, ele contava a seguinte história: "Quando era pequeno, se desenhasse nos meus cadernos, era castigado. Hoje em dia, sou pago para desenhar. Que melhor poderia pedir?"

A sua aventura profissional começou em 1967 quando entra no Studio Belvision para desenhar cartoons para os programas televisivos de Asterix, Lucky Luke e Tintin. Foi nessa altura que decidiu ser "Clovis", as abreviaturas de Claude Viseur. Sete anos mais tarde, em 1974, entra nos Studios Graton, a convite de Jean Graton, que se dedica aos álbuns de Michel Vaillant, e lá fica até 1981, colaborando em quinze álbuns.

Depois dessa colaboração, começa a desenhar a solo, primeiro fazendo álbuns de tiragem limitada, e depois, dedicando-se à ilustração, especialmente para revistas.

Entre muitos desenhos, fez muitos de Formula 1, Ralis, Endurance ou Turismos, especialmente quando se envolviam pilotos belgas. Recentemente, ajudou na exposição em tributo a Jacky Ickx, em Bruxelas, onde muitos dos seus desenhos ilustravam os carros que o mítico piloto belga guiou ao longo da sua carreira.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Endurance em Cartoons: O regresso de Michel Vaillant (Cire Box)

A eterna juventude de Michel Vaillant nas suas aventuras fizeram com que o "Cire Box" gozasse um pouco com essa condição quando se soube do seu regresso a Le Mans abordo do Rebellion de LMP2. Algo me diz que ele corre com umas fraldas por baixo do seu fato de competição...

Traduzido:

- Le Mans! Reparem bem! O regresso! "Michou in da place"! Vaillant no coração... hahahaha!

- Olha, Michael, temos uma nova parceria com as cadeiras Stannah... e acima de tudo, não se esqueças das tuas gotas!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

A imagem do dia

Antes de ver a lista de inscritos para o Mundial de Endurance de 2017, vi no Twitter esta capa: vai ser a nova história de Michel Vaillant, que sairá provavelmente no meio do ano, para coincidir com as 24 Horas de Le Mans. Há um cheiro de ação no ar, e com boas histórias, mas quando vi a lista de inscritos e reparei no nome dos Rebellion é que liguei tudo: os carros serão pintados com as cores da Vaillante, quer na clássica de La Sarthe, quer ao longo do Mundial deste ano.

Quem sabe esta história, sabe que Michel Vaillant está com uma nova série de histórias, escritas pelo filho de Jean Graton, Philippe, e com mais alguns autores e argumentistas. As histórias são atuais, falando sobre automobilismo. Não há muita Formula 1 - quase não há nada - mas existe Formula E e a ascensão e queda da marca Vaillant... mas não foi contra a sua nemesis, a Leader.

Já vi algumas das suas histórias, e são tão boas como existiam no seu auge, nos anos 60. A ideia de passar Vaillant para uma nova geração parece ser cumprida.  

Agora... sei que os carros da equipa suíça usam o numero 13. O mesmo usado... pelos Leader. Como vai ser, eles mudarão de números? Ou a história mostrará algo mais?

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Noticias: Tiago Monteiro volta a guiar no TCR Benelux

O português Tiago Monteiro vai voltar a guiar no TCR Benelux, depois de ter feito na primeira ronda do campeonato, em Spa-Francochamps. Desta vez, em Zandvoort, o piloto português vai guiar o Honda Civic TCR da Boutsen Ginion Racing, pintado com as cores de Michel Vaillant, ou seja, o "art car" feito para a ocasião.

Monteiro vai fazer dupla com Jean-Louis Dauger, antigo diretor de operações da Eurospot Events, e hoje responsável pelo marketing da editora Graton, responsável pelos livros de Michel Vaillant. O "art car" foi feito com a ajuda de Dominique Graton e Philippe Ghielmetti.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A imagem do dia

A banda desenhada de Michel Vaillant está a passar por uma renovação, que já vai no quarto álbum. Com Jean Graton reformado (fez agora 92 anos), é o seu filho Phillipe que faz as honras da casa, e convida vários desenhadores para fazer as histórias, que nesta altura não passam de uma grande historia, se tem acompanhado o fio condutor. E esse fio condutor têm uma coisa: eletricidade. 

A aventura da Vaillant nos automóveis elétricos, como forma de sobreviver a um futuro onde os automóveis com motor de combustão interna passarão a ser crescentemente insustentáveis (por serem poluidores e caros) é algo do qual Michel Vaillant e os seus comparsas tem andado a lidar. E agora, no dia em que apresentaram o GP de Paris da Formula E, também apresentaram a capa do novo livro da saga do piloto francês que já guiou de tudo: Formula 1, Le Mans, Ralis, Turismos, Dakar... 

Só faltava a Formula E. Pois agora o veremos a guiar um dos carros da nova Formula, nas ruas de Paris, como fez em 1982, no "Paris a 300 km/hora".

domingo, 16 de agosto de 2015

Quando o patrão vai correr... com Michel Vaillant


Daqui a duas semanas, entre os dias 4 e 6 de setembro, vão acontecer as 24 Horas de Barcelona, e entre os muitos pilotos inscritos está Carlos Tavares. Para quem está fora deste meio, convêm dizer que ele é o presidente da Peugeot. E nos tempos livres, é um excelente "gentleman driver", desde os seus tempos da Renault.

E este ano, Tavares vai alinhar com um Peugeot RCZ ao lado de Denis Gibaud, Jérome Maudet e Jean-Louis Dauger, e com uma decoração invulgar: Michel Vaillant. O mítico piloto, herói de banda desenhada, e criado pelo francês Jean Graton em 1957, irá estar nos flancos do carro, numa altura em que vai aparecer um novo livro da nova coleção, agora que está nas mãos do seu filho, Philippe Graton.

Tavares não vai correr só por prazer: tem uma vitória na classe para defender nesta competição.

sábado, 20 de junho de 2015

Michel Vaillant como arte

Para quem vive na Europa e viveu a sua juventude nos anos 60, 70 e 80, conhece ou leu muitas das aventuras automobilísticas de Michel Vaillant, o piloto francês criado pelo autor Jean Graton. Vaillant, e o seu amigo e companheiro de equipa, o americano Steve Warson, corriam em tudo que tinha quatro rodas e um volante, desde a Formula 1 aos Ralis, passando pelas 500 Milhas de Indianápolis e as 24 horas de Le Mans, muitas vezes contra a sua rival, a Leader.

Pois bem, a francesa Autocult anunciou esta semana que foi feito um conjunto de treze quadros baseados nas várias tiras, e que foram expostos na Festa do ACO, durante as 24 Horas de Le Mans deste ano. O preço dessas obras varia entre os 900 e os 2400 euros, e se quiserem ver o conjunto das obras, podem ir ao site michelvaillantartstrips.com. Pela amostra que coloco aqui (os quadros fazem lembrar a pop-art de Roy Lichtenstein), vale a pena.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"Rush", a banda desenhada

"Rush" vai ser o filme que estreará, algures em 2013, sobre o duelo entre Niki Lauda e James Hunt, na temporada de 1976, onde o britânico da McLaren levou a melhor sobre o austriaco da Ferrari, com o pavoroso acidente de Nurburgring pelo meio. Ando a acompanhar os tweets de Ron Howard, o realizador que já fez obras como "Apollo 13", e que trabalha sobre o argumento de Peter Morgan, o mesmo que escreveu "Frost/Nixon". Lauda será interpretado pelo ator germano-catalão Daniel Brühl, enquanto que o australiano Chris Helmsworth será o extrovertido piloto britânico James Hunt, falecido em 1993 vítima de ataque cardíaco.

Disso, vocês sabem. Mas o que pouca gente se recorda nestes momentos é que este nome já foi usado uma vez para falar sobre corridas. Foi num livro de banda desenhada, mais concretamente do Michel Vaillant. E Esta "Rush" tem uma história que merece ser contada.

Por estes dias, pequei numa coleção integral - em francês - do Michel Vaillant. Desenhado por Jean Graton desde há mais de 50 anos, graças à sua amizade com varios pilotos, que correram a bordo da equipa azul, ficcionada pelo autor. Jacky Ickx, Didier Pironi e Francois Hesnault foram três desses pilotos, que acompanharam o americano Steve Warson no campeonato do mundo, nas 24 Horas de Le Mans e noutras competições, reais ou ficcionadas. Como aconteceu neste "Rush", desenhado em 1971.

A história é simples: numa altura em que se faziam ralis-maratona, como o Londres-Sidney ou o Londres-México, Graton decidiu inventar uma "Carrera Panamericana" que ia de Yellowknife, no Canadá, a Ushuaia, na Tierra del Fuego argentina, com máquinas que iam desde os tradicionais Renault Torino - uma espécie somente existente na Argentina - passando pelos Ford Escort, Citroen DS19 e o Ford Mustang, e claro, os carros de ficção: os Vaillante Rush e o Leader, a arqui-rival vermelha, que me faz lembrar o Lamborghini Countach.

Michel Vaillant e Steve Warson tinham de fazer simultaneamente de piloto e navegador, pois guiavam numa etapa e navegavam noutra, à medida que passavam das paisagens americanas para a América Central e do Sul, com o transbordo no Panamá, por causa da Darien Gap. E como acompanhante no carro de Vaillant ia mais um piloto real, um jovem em ascensão chamado Francois Cevért.

Basicamente, enquanto que nós vemos os carros a rodarem nas perigosas estradas andinas no México ou Peru, vemos um drama a decorrer. O Torino é guiado por uns misteriosos "Irmãos Perez" - um piscar de olho em tributo a Ricardo e Pedro Rodriguez - que perseguiam os Leader, que tinham raptado e aparentemente morto a sua irmã Ruth, num desejo de vingança. Todos estavam convencidos que ela tinha morrido que há uma cena em que Michel visita uma pequena campa, algures no México, pensando ser a de Ruth. E claro, os Leader perseguiam os Vaillant, no objetivo de ganhar a corrida. E esta concentrava-se nos três carros: o Torino, o Vaillant e o Leader. Todos acabarão na Tierra del Fuego, na vastidão desértica da Patagónia, onde resolverão quaisquer arestas por limar à pancada. Daí o carro a voar na capa.

O livro teve tradução portuguesa em 1974 - lembro-me disso porque um primo meu tinha esse livro - e digo isso porque já nessa altura já se sabia o que tinha acontecido ao piloto francês, morto na qualificação do GP dos Estados Unidos, em Watkins Glen. Dos muitos livros do Vaillant que já li, talvez esse seja dos que mais me marcou. Pela história, por quem lá entrou, pelo desafio e agora, pela coincidência dos nomes.