Sempre gostei de Banda Desenhada (histórias em quadrinhos, no Brasil) e Michel Vaillant é dos meus favoritos, também por causa da ligação com o automobilismo.
Primeiro, um pouco de história. Vaillant foi criado em 1957 por Jean Graton (1923-2020), e apareceu nas páginas da revista Tintin, com um sucesso estrondoso. Piloto da equipa Vaillante, co mo seu irmão Jean-Pierre como diretor desportivo, e o americano Steve Warson como seu companheiro de equipa, correu em tudo que era carro, fosse Formula 1, Endurance, Ralis, Dakar e Indy, numa carreira que parecia não acabar nunca, mesmo quando Warson saiu de equipa e foi substituido por pilotos reais. Gente como Jacky Ickx e Didier Pironi, por exemplo, foram "pilotos" da Vaillante.
Graton sénior deixou de desenhar no inicio do século, passando o bastão a Philippe Graton, seu filho, e desde o inicio da década passada, eles partiram com novas aventuras. Pessoalmente, acho que com a nova gerência, depois de Jean Graton, as histórias ficaram melhores, mais "adultas" e mais "obsscuras". E no ano do centenário das 24 horas de Le Mans, aparece uma nova história, passada... em La Sarthe, palco de muitas histórias passadas. "O Fantasma de Le Mans" foi a minha primeira história que li, cortesia do meu tio, mas o meu favorito de sempre continua a ser "Rush" (não é o filme de 2013), de 1969, onde eles correm numa Carrera Panamericana fictícia, entre o Alasca e a Tierra del Fuego, onde Michel Vaillant faz parceria com um piloto real, e o escolhido foi Francois Cevért.
Contudo, a capa da nova aventura do piloto francês deixou-me de sobrolho franzido. Um(a) sniper na capa fez-me logo lembrar de uma das "teorias da conspiração" de Imola, onde, alegadamente, alguém deu um tiro no Williams de Ayrton Senna no dia em que bateu na Tamburello, como a querer criar um mártir do automobilismo (ainda mais?). Provas sobre isso, não existem, e muito afirmam que isso não é possível, acertar em alguém a 300 por hora. Nem mesmo atiradores olímpicos de "skeet" (tiro aos pratos)
Contudo, como os brasileiros são bem zueiros, tenho pena que o Michel Vaillant não seja publicado por lá (ou se é, não é relevante). Mas a capa da nova aventura do piloto mais famoso do mundo e parece não pendurar o capacete, de certeza irá fazer pensar que tentar atingir um carro em movimento parece ser algo plausível. Ainda por cima... uma atiradora!