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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

1978: Largo de Nazaré


A fotografia acima foi feita da janela do meu quarto, pelo meu amigo e então estudante de intercâmbio Win Larsen.
Conclui-se, numa rápida olhada, que a procissão do Círio de Nazaré já era então algo de gigantesca magnitude.
Outra conclusão inevitável é a de que o Largo de Nazaré era medonho.
Para os saudosistas do "arraiá", lembro que o temido brinquedo Tira-prosa ficava bem ao lado da mangueira (à esquerda).
Quem encarou o desafio?

Círio cibernético



Talvez influenciado pelo mergulho recente em velhos contos de Philip K. Dick e/ou catalizado pela ressaca de sono após a madrugada de Fórmula Um, a  minha leitura do Círio 2012 foi um pouco dark, digamos assim.
Tudo o que conseguia (ou desejava) ver eram criaturas cibernéticas marchando lentamente sob um céu nublado, pós-apocalíptico, debaixo de uma toada melancólica cantada por uma santinha que também tocava uma flauta eletrônica.
Algo parecido com o clip acima, Hearts a Mess (2006),do multi-instrumentista belgo-australiano Gotye.
Meio Tim Burton, meio Salvador Dali, as imagens do vídeo, assim como as do meu Cybercírio onírico, me seguiram domingo adentro.
Só o tucupi foi genuinamente orgânico.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O Círio e a chuva


No hospital escuta-se frases estranhas, e hoje fui agraciado com uma pérola que foi desferida em algum C.T.I. da nossa cidade das mangueiras.
Alguém trouxe a informação televisiva de que estaria chovendo muito em Aparecida do Norte, atrapalhando portanto a festa da santa padroeira do Brasil, Nossa Senhora de Aparecida.
Um funcionário retrucou em alto tom e com um belo sotaque paroara: "que se exploda Aparecida, que eu só não quero que chova domingo. Nunca choveu no Círio de Nazaré!".
Automaticamente iniciou-se discussão sobre o Círio e a chuva.
O mito existe de fato, e desde a infância tenho sido constantemente convencido pelos mais antigos de que jamais choveu no segundo domingo de outubro.
Lembro vagamente de um ano, talvez na primeira metade da década de 1980, em que o Círio atrasou muito e a missa foi rezada debaixo de branda chuva.
Quem sabe não seja apenas um arquivo corrompido da minha pasta de memórias da quadra nazarena, certamente inchada de tantas e boas recordações.
Só espero que em 2012 o acordo operacional entre a nossa Nazinha e São Pedro esteja ainda vigente, pois chover no Círio seria como o sol deixar de nascer por um dia.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

I Corrida dos Gordinhos do Círio



O sonho de todo gordo é ficar magro. E dos gordinhos paraenses, além de emagracer, disputar a Corrida do Círio representa a glória, a realização suprema de uma existência voltada às calorias e às guloseimas.
Eu fico meio triste e meio feliz em contar que já estive lá: disputei a dita corrida há cerca de 10 anos.
Para conseguir tal façanha tive que fazer (mais uma) dieta rigorosa e passar por um trabalho físico longo e intensivo, com musculação e muitos exercícios aeróbicos, orientado por um personal trainer nazi-fascista.
Mas treino é treino e corrida é algo muito pior e lá estava eu, o atleta da família, o vingador dos gordos, dobrando a esquina da Av. Assis de Vasconcelos rumo à reta final, subindo a Av. Nazaré.
O cérebro confuso nada entendia, as articulações rangendo, os pulmões bufando, e aquela avenida me parecia tão alta quanto o Everest e a linha de chegada tão inatingível quanto a Nicole Kidman.
Eu estava a uma fração de segundo da desistência quando olhei para o lado e vi um corredor, um oponente, um rival ainda mais gordo do que eu. E ele nem parecia tão cansado, ao olhar compenetrado para o asfalto, ignorando solenemente o seu colega de infortúnio - eu!
Aquilo deve ter estimulado o meu tálamo e o meu hipotálamo de tal maneira que tudo o que conseguia pensar era "esse gordo não vai me passar!".
E não passou.
Guiado pela sombra de meu alter-ego momentâneo, consegui subir a íngreme avenida e cruzar a faixa de chegada quase em morte cerebral e em morte corporal.
Do misterioso gordinho corredor, nem as feições eu consegui ver, pois tudo, absolutamente tudo, permaneceu fora de foco por uns bons 10 minutos.
Ufa, hoje, só de relembrar e contar, beiro a exaustão.
Por que ninguém teve a idéia de criar a Maratona Gastronômica do Círio?
Eu certamente me inscreveria no triatlo: pato no tucupi, maniçoba e sobremesa.